Dormindo no aeroporto: uma noite na cápsula do Yotel Heathrow
Sempre que posso, evito vôos noturnos. Não consigo dormir e depois levo dias para recuperar a noite perdida. Quando vi que poderia voltar pra casa no diurno da KLM, não pensei duas vezes.
Quando envolve conexão, porém, o vôo diurno da Europa para o Brasil exige que o passageiro madrugue no aeroporto. O melhor, nesse caso, é reservar a última noite num hotel próximo ao aeroporto, o que evita 1) dormir preocupado se o táxi vai ou não vai aparecer; 2) acordar no meio da madrugada. Sempre que me perguntam, eu recomendo esse esquema.
Só que… quando chegou a minha vez, marquei bobeira. Reservei todas as noites no hotel de Londres, me esquecendo do detalhe de que deveria estar no aeroporto Heathrow no máximo às 5 da manhã. O que implicava em marcar um táxi para as 4. E acordar às 3h30. E ir para a cama preocupado se o táxi ia passar ou não. Ou seja: receita de uma noite não-dormida. Exatamente o que eu queria evitar ao pegar um vôo diurno…
Menos mal que deu para remediar. Na antevéspera, ao me dar conta de que teria que ir ao aeroporto de táxi e que pagaria entre 40 libras (se fosse de minicab) a 70 libras (se fosse de táxi normal) para dormir intranqüilo, resolvi investir 60 libras para dormir de verdade. Reservei uma noite no Yotel, um hotel de microquartos dentro do aeroporto.
O Yotel fica no subsolo do Terminal 4 — onde também está localizado o Hilton do aeroporto. O esquema é de alta rotatividade: o Yotel cobra por hora. Fiz uma reserva das 22h às 5h, na véspera do pernoite. Paguei 62 libras.
A entrada é bastante acanhada: a recepção funciona também como quiosque de conveniência — me senti fazendo check-in num trailer de cachorro quente. Recebi a chave magnética da cabine (o nome oficial do quarto é cabine) e o código do wifi.
O Yotel de Heathrow tem 35 apartamentos, divididos entre “premium”, “standard” e “twin” (duas camas). Reservei um standard.
Basta entrar no corredor para sair do modo aeroporto e se ajustar ao modo navio: o Yotel poderia ser o interior de uma embarcação. Abri o meu quarto e a sensação só se confirmou: dava quase para sentir o balanço do mar.
Mas a cabine é bem dividida. Dá até para montar uma mesinha de trabalho. Abrir a mala, porém, envolve algum transtorno: você precisa subir a malona à altura da cama.
Gostei da cama. Tamanho adequado (para uma pessoa), colchão e travesseiro confortáveis, roupa de cama nova e cheirosa. A cápsula acaba se revelando um beliche confortável e aconchegante.
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Gastei um tempinho para deixar tudo pronto para o dia seguinte. No fim das contas, dormi cinco horas seguidas de sono profundo. Não foi uma noite ideal (eu teria que ter chegado e dormido mais cedo), mas foi bem melhor do que se eu tivesse passado a noite no hotel da cidade.
Se eu repetiria a experiência? Gostei do Yotel, mas só dormiria de novo numa cápsula se estivesse entre vôos, com um intervalo grande para gastar no aeroporto. Para resolver o problema de passar a última noite perto do aeroporto, vale mais a pena se lembrar disso na hora de programar a viagem e programar a última noite num hotel de verdade.
O design e a funcionalidade da cápsula, porém, me deixaram interessado em ver como o Yotel se comporta com espaços maiores, como no hotel inaugurado ano passado em Nova York, na região de Hell’s Kitchen — onde as diárias saem só um pouquinho mais caras do que em Heathrow…
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56 comentários
Ao contrário de você Riq, adoro vôos noturnos (ainda mais se for em trajetos internacionais, que, normalmente, leva toda a noite) porque me permitem ganhar dois dias de viagem: um na chegada e outro no retorno. Não que eu consiga dormir no avião, longe disso, mas é que o sono eu prefiro matar em real. Dormir em Euro e, principalmente, em Libra, no caso de Londres, é um prejuízo, e dos grandes (rsrsrsrs). É melhor ficar bem acordado e aproveitar cada segundo por lá, se é que vocês me entendem.
Bem, brincadeiras à parte, vou à Europa em maio do ano que vem. Retornarei de Heathrow para GRU em um vôo que parte às 21h50min do dia 15. Como neste dia ainda terei que ir de Amsterdam até Londres, tenho a intenção de pegar um vôo cedinho da Holanda, aproveitar que lá é uma hora a menos em relação à Inglaterra, e também chegar cedo em Londres para aproveitar mais um dia por lá, já que a ida do Brasil à Europa também será por Heathrow, mas somente passarei quatro dias na capital inglesa, por isso mais um dia lá seria ótimo.
Só que ficar o dia todo “beradeirando” em Londres e passar mais 12h dentro de um avião sem um banhozinho sequer… Não dá! “Sou pobre, mas sou limpinho”, hehehe. Sem contar que ainda teria que deixar minhas malas guardadas no aeroporto. Este problema, contudo, eu já consegui resolver sozinho. Descobri que existe uma empresa que cobra £8,50 por bagagem para armazenar por até 24h. É a Excess Baggage Company. Agora, para resolver o outro problema – o da inhaca – gostaria da ajuda de vocês. Dá para contratar apenas serviço de banho no aeroporto de Heathrow, quer neste hotel ou mesmo em outra empresa? Vocês poderiam me ajudar nisso.
Obrigado.
Olá, Mendonça! Colocamos sua pergunta no Perguntódromo; se houver resposta, aparecerá aqui.
nao va ficar bravo, limpinho. Mas, é incrivel: lencinhos de bebe tiram chulé, cece, oleosidade do rosto e outras cositas más, acredite. Só não dao a sensacao de frescor que um bom banho podem dar, rss. É só uma solucao de emergencia. Bom pra usar uma vez só.
Alguém já ficou no aeroporto da cidade do México? Vou precisar fazer uma conexao para os EUA e vou ficar mais de 13 horas.
Olá, Rose! O Comandante publicou recentemente um post sobre o que fazer com conexões longas. Leia:
https://www.viajenaviagem.com/2012/01/intervalo-entre-voos/
Se você tiver como bagagem de mão apenas uma mochila leve, pode fazer algum programa na cidade:
https://www.viajenaviagem.com/2012/05/5-programas-duplos-na-cidade-do-mexico/
Comandante
A experiencia me parece interessante, mas por esse preço dá para dormir em algum dos hoteis proximos a HEATHROW, há cerca de 5 minutos, como o SHERATON ou HOLIDAY INN e pagar mais quatro libras para transfer na van.
Olá, Renata! Se você ler com atenção, verá que o Ricardo Freire disse exatamente isso 😀
Até que esse daí é legal. Mas parece qeu tem em algum lugar do mundo uma cápsula, só para dormir mesmo. Eu não conseguiria. Não tenho problemas com voos noturnos. Durmo tranquilamente.
Awesome 🙂
Eu durmo em vôo diurno e noturno, so far. Entro sempre tão exausta no avião, que até ponte área eu durmo rsrs (#podem ter inveja branca :-). Adorei a dica Riq. Queria um desse para todas as viagens de milha que eu tive que ficar mais de 4hs no aeroporto entre uma conexão e outra: Miami – dormi em 2 cadeiras desconfortáveis com minha mala elevando minha perna (e repeti! o que a gente não faz por viagem); Lisboa (dormi num banco com almofadas no embarque, na ida e na volta de uma conexão, usando a mochila de travesseiro e a mala de apoio dos pés) e Recife (onde não consegui dormir e virei um zumbi, chegando a ponto de cochilar fazendo unha, mas dormi até Miami).
Ricardão, tb sofro desse problema de não dormir no voo, é terrivel, acaba com o dia seguinte. Pena q são poucas as opções de voo diurno. Parabéns pelas dicas dos hoteis, até hoje só usei o fastsleep de GRU, ótima opção conforme a ocasião.
Acompanho o blog há um ano e já peguei várias dicas boas tanto para minha lua de mel no Nordeste como para minha viagem para Orlando, Miami e NYC no ano passado! Thanks às bóias e ao Ricardo Freire!
Hoje estou me sentindo muito importante pois posso dar minha contribuição sobre a estada no Yotel de NYC e RECOMENDO!
Ótimo custo-benefício, ótima localização. Em agosto do ano passado, a melhor diária que encontrei em Manhattan foi no Yotel por $200/noite. Fiquei sozinha, mas daria para estar com outra pessoa tranquilamente (mesmo que mais apertada…)
Agora uma observação: para dividir quarto no Yotel exige intimidade, pois o banheiro é todo de vidro… então… vale a pena, mas dependendo da sua companhia! rs
Outro ponto sobre a localização: Está a 15 minutos a pé da Times Square mas sem aquela muvuca de turistas… é uma região mais de moradia e super simpática.
Cama, lençóis, TV e atendimento: ótimos. Apenas o café da manhã que é bem meia-boca, mas como a maioria dos Hotéis em NYC nem isso oferecem, então está valendo.
Acompanho o blog há um ano e já peguei várias dicas boas tanto para minha lua de mel no Nordeste como para minha viagem para Orlando, Miami e NYC no ano passado! Thanks às bóias e ao Ricardo Freire!
Hoje estou me sentindo muito importante pois posso dar minha contribuição sobre a estada no Yotel de NYC e RECOMENDO!
Ótimo custo-benefício, ótima localização. Em agosto do ano passado, a melhor diária que encontrei em Manhattan foi no Yotel por $200/noite. Fiquei sozinha, mas daria para estar com outra pessoa tranquilamente (mesmo que mais apertada…)
Agora uma observação: para dividir quarto no Yotel exige intimidade, pois o banheiro é todo de vidro… então… vale a pena, mas dependendo da sua companhia! rs
Outro ponto sobre a localização: Está a 15 minutos a pé da Times Square mas sem aquela muvuca de turistas… é uma região mais de moradia e super simpática.
Cama, lençóis, TV e atendimento: ótimos. Apenas o café da manhã que é bem meia-boca, mas como a maioria dos Hotéis em NYC nem isso oferessem, então está valendo.