Conhece a história do Viaje na Viagem?
[Ontem, 30 de dezembro de 2014, fez 10 anos que o Viaje na Viagem teve seu primeiro post publicado, no Zip.net (o link está aqui; role a página até embaixo).
Em vez de fazer uma retrospectiva de melhores momentos, achei que seria mais bacana montar um making-of: botar a memória para recriar algumas cenas e movimentos importantes dos bastidores do blog. No mínimo, pode servir de documento para os arqueólogos. Como nasciam os blogs em 2004? O que leva um blog a sobreviver e crescer? O que passa pela mente de alguém que aos 41 anos troca uma carreira bem-sucedida para abraçar uma aventura irresponsável? Não perca. Hoje, no Viaje na Viagem.
(Vou avisando que está longuíssimo. Dependendo de quem leia, pode soar como uma revista de fofocas, como uma sinopse para uma versão pobrinha de A Rede Social ou como uma reportagem chata da Pequenas Empresas Grandes Negócios.)
Liguei pra minha amiga Maria Clara ‘Cacaia’ Jorge, que é jornalista e antenada. “Tô pensando em abrir um blog. Que achas?”
Não que eu precisasse de uma segunda opinião para fazer o que já estava na minha cabeça. O que eu queria era saber como essa idéia soava aos ouvidos de pessoas sensatas. Eu já tinha publicado dois livros sobre o assunto (o Viaje na Viagem e o guia de praia Freire’s), dois sites (o primeiro Viaje na Viagem, que era .com.br e foi atualizado até outubro de 99) e o Freire’s (onde subi o conteúdo de praias do Nordeste em 2002, com atualizações espaçadas) e escrevia desde 99 na Vip e 2001 na Viagem & Turismo. Não sabia de nenhum blog especializado em viagem em português (já existiam dois blogs que se dedicavam, entre outros temas, a viagens, mas eu ainda não conhecia: o Uma Malla pelo Mundo e o Mikix), e eu imaginava que havia espaço para um blog de viagem que viesse a ser importantão como os que eu seguia: o Internetc., da Cora Rónai (precursora do Instagram!), o Querido Leitor, da Rosana Hermann (precursora do Twitter!) e o Pensar Enlouquece, do Alexandre Inagaki (se ele não foi o cara que inventou o link, foi quem inventou a melhor maneira de usar). Se tudo desse muito certo, eu acabaria criando um canal próprio de comunicação, o meu broadcast pessoal. Se não desse tão certo assim, pelo menos eu teria uma área de lazer onde publicar minhas viagens sem depender de pauta, editor, limitação de espaço, deadline, diretor de arte, fotos melhores do que as minhas no arquivo, revisor pentelho, editora, gráfica, distribuição, livraria e o escambau.
A Cacaia achou a idéia ótima.
As ferramentas para blogar já estavam bem amigáveis em 2004. “Amigável” é um adjetivo que migrou para a informática mais ou menos nessa época, quando não-nerds começaram a poder fazer uso mais técnico da internet — como, por exemplo, publicar seus blogs. O Blogger, a ferramenta do Google, estava se popularizando rapidamente. Mas eu estava de olho era no Uol, que tinha uma seção chamada “Blogs legais” — uma seleção de blogs que de vez em quando ganhavam chamadas na home. A agência de publicidade em que eu trabalhava, a W/Brasil, atendia a conta da Folha de S. Paulo, que é dona do Uol. Não me lembro qual foi o pistolão que usei, mas logo me botaram em contato com a editora de blogs, que era minha leitora (esqueci o nome dela, tô passado!) e me garantiu um lugar nos Blogs Legais se eu criasse o meu.
A única coisa que a ferramenta do blog não ajeitava sozinha era a testeira — o header, onde ia o nome ou o logotipo do blog. No mesão em que eu trabalhava na agência, um dos vizinhos era o Alexandre Suannes, um baita designer. Fui incomodar. “Me traz umas fotos que dê pra cortar na horizontal”, ele pediu. As fotos digitais mais bonitas que eu tinha eram do arquipélago de Los Roques, tiradas em 2003. Escolhi três imagens para o Suannes: um teco-teco, um pelicano e uma bóia amarela (que atinei de fotografar porque lembrei de uma foto deslumbrante do portfólio de iniciante do Marcello Serpa, hoje poderosíssimo presidente da Almap/BBDO, de uma bóia vermelha contra o mar transparente das Maldivas). O Suannes escolheu a bóia porque deixava um espaço largo no alto para pôr o lettering.
No futuro, a bóia seria descrita por leitores como um símbolo de proteção e acolhida: ela é a salvadora das viagens, um porto seguro para o viajante tanto na fase de planejamento quanto durante o percurso. Caso me perguntem sobre o significado da bóia como logotipo do blog, direi que o Suannes e eu pensamos isso tudo aí desde o primeiro instante.
O Viajenaviagem.zip.net nasceu viabilizado pela publicidade. Não a publicidade em forma de anúncios, mas a publicidade em forma do salário que eu ganhava na W/Brasil. Graças a esta discreta modalidade de propaganda, que não fere a susceptibilidade de nenhum leitor com banners ou links otimizados, o blog pôde estrear em grande estilo, com uma volta ao mundo em 35 dias ‘transmitida’ ao vivo. Não era uma típica viagem volta ao mundo pinga-pinga, não: o meu objetivo era juntar a Cidade do Cabo e Sydney (os outros dois Rios de Janeiro do planeta) num mesmo itinerário. Com o bilhete RTW, deu para esticar o roteiro a Cingapura, Japão e Nova York. Eu escrevia os textos e trabalhava as fotos no meu laptop, no quarto do hotel, e a cada dois ou três dias gravava um CD e ia editar um post num cybercafé. (O santo do Nick, então há 18 anos comigo, já estava acostumado com isso desde 98, quando a internet entrou definitivamente nas nossas viagens.) No calor do momento, escrevi alguns dos textos de que mais gosto entre tudo o que já produzi, como Turismo de esquerda: teoria e prática, na Cidade do Cabo, e Le Dernier Mêtôrô (Cinderela japonesa à meia-noite vira cápsula), em Tóquio. Quando releio os posts dessa série inaugural, penso: “puxa, eu poderia fazer isso o resto da vida!”. Mas daí lembro que isso teria que ser viabilizado por aquela forma de publicidade do início do blog; então tenho três calafrios em seqüência, e a vontade passa rapidinho que é uma beleza.
“Péra, que eu já faço você desistir dessa idéia de jerico”. Eu tinha acabado de pedir demissão e o Washington Olivetto, patrão, amigo e santo de devoção, ia tentar uma última cartada para me demover de mais uma vez tentar sair da publicidade só para me estrepar bonito dali a três meses. Desde 98, era a terceira vez que eu pedia para sair. E sempre acabava voltando, com a agência fazendo novas concessões para que eu conciliasse a publicidade e as viagens. No nosso último acordo, eu podia tirar 60 dias de licença (não-remunerada) por ano para viajar. A verdade é que eu era muito mimado; nunca na história desse país alguém foi tão bem tratado no emprego. Depois que o blog entrou no ar, porém, ficou muito difícil me concentrar no trabalho. Como manter o foco quando o Uol põe uma chamada do blog na home e o contador de acessos vai girando sem parar? Eu tinha encontrado minha voz como blogueiro. E passei a acreditar que a única maneira de vir a me profissionalizar no turismo era deixando de ser patrocinado pelo meu salário da publicidade. Na propaganda eu tinha chegado o mais longe que jamais poderia sonhar: quantos garotos conseguem realizar o sonho de trabalhar com seu ídolo? Mas o posto de Washington Olivetto do turismo ainda estava (e continua) à procura de um ocupante. “Me liga com o Julio Hungria”, o Washington pediu à Dani, fiel escudeira. Julio Hungria era o fundador do Bluebus, um site de notícias de publicidade que eu tinha dado como exemplo de como é possível montar um negócio bem-sucedido na internet. Durante dez minutos, o W entrevistou o Julio sobre todas as dificuldades que ele tinha enfrentado para implantar o site, repetindo para mim em voz alta — mas sem nunca me repassar o telefone. Eu fui rebatendo todos os argumentos: estava ciente e não voltaria atrás da minha decisão. Do outro lado da linha, a então mulher do Julio, Elisa Araujo, ouviu a conversa, e garante que o Julio não foi pessimista, não; o W é que fez uma edição sombria como último recurso para me fazer mudar de idéia.
Evidentemente, nunca passaria pela cabeça da Elisa que, seis anos mais tarde, ela se tornaria sócia do blog em questão.
Eu tinha conversado com o Nick e colocamos nosso apartamento à venda. Peguei um empréstimo em euros com meu cunhado e minha irmã (para variar, estava descapitalizado), mandei meu Palio Adventure de caminhão para São Luís do Maranhão e passei quatro meses, entre setembro e dezembro de 2005, blogando de praia em praia pelo Nordeste. Foi a Expedição Pé na Areia, outro momento épico e romântico do blog. Eu tinha certeza que a qualquer momento um cartão de crédito ou fabricante de carro ou companhia aérea ou operadora de telefonia celular ia me ligar e dizer “Ricardo! Adoramos seu trabalho e queremos patrocinar toooodas as suas viagens!”. (Sim, esse era o tamanho da minha pretensão.)
Terminei o percurso sem grana e sem patrocínio. Foi então que a Viagem & Turismo, que naquela época fazia uma série de edições especiais só para as bancas, me encomendou um especial Nordeste. Em 2006 e por boa parte de 2007, esses especiais foram a salvação da minha lavoura (e é bom deixar claro que serei eternamente agradecido, mesmo que mais adiante neste mesmo texto eu venha a soltar os cachorros).
“Grande Loteria de Perguntas”. Inventei isso no fim da fase do Zip.net, para cavar assunto. Eu abria uma janela para perguntas, o pessoal perguntava e então eu ~selecionava~ uma ou outra para responder. Não é ENGRAÇADO?
Ao longo de 2006 a política do Uol para os Blogs Legais foi mudando. As chamadas na capa foram rareando até desaparecer. Uma promessa de parceria comercial nunca foi adiante. E de repente apareceu um site de viagens muito, mas muito ruim no canal Turismo (era tão ruim que até já esqueci o nome). No dia em que vi, na home do Uol, uma chamada para o tal site com os dizeres “Em Paris, não deixe de ir à Torre Eiffel”, vi que era hora de mudar de casinha.
Minha amiga (inicialmente virtual) Cássia Zanon — jornalista e tradutora que estava na época enfurnada em arquitetura da informação no ClicRBS — era minha gurua internética. Ela já tinha me presenteado com um layout personalizado no Zip.net, que me permitia editar fotos em 660 pixels. Foi só contar que queria sair do Uol, para ela sugerir na hora: cria um blog WordPress!
Cuma? Em 2007, só os muito nerds sabiam o que era WordPress. Ter um blog com “wordpress” na URL (viajenaviagem.wordpress.com) era esquisitíssimo. Mas ela garantiu que WordPress era a ferramenta de blogagem mais bacana já inventada, e logo ia conquistar o planeta.
Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido para mim, e o que definiu o formato e propósito do blog.
A revolução da fase WordPress ocorreu no departamento interação. A facilidade de comentar e o destaque dado aos últimos 10 comentários, no alto da barra lateral direita, promoveram os comentaristas a verdadeiros co-autores do blog. Muita gente que acha que ~hoje~ o blog é muito diferente do início precisa se dar conta de que a mudança ocorreu já há quase oito anos, em meados de 2007. Foi nesse momento que o Viaje na Viagem deixou de ser um blog dedicado às minhas viagens para ser um blog dedicado às viagens que os leitores querem fazer (até porque, se não fosse isso, não haveria assunto, já que eu estava duro e não tinha como viajar). O publicitário mimado e mauricinho que corria o mundo para experimentar hotéis pescados na Condé Nast Traveler e comer em restaurantes recomendados pela Alexandra Forbes deu lugar ao blogueiro que não foge da raia de descobrir qual é o Ibis mais bem-localizado e qual é o passe de transporte mais indicado para cada lugar. (E quer saber? Tô muito mais feliz assim.)
A caixa de comentários era realmente estelar. Os leitores, que eu antes chamava de passageiros, foram promovidos a tripulantes (os trips, como depois veio a batizar o Wander). Os trips trouxeram contribuições extraordinárias. A Sylvia começou a responder com links do TripAdvisor (como que eu nunca tinha pensado nisso antes?), o Zé-JET apareceu com Google Maps (que eu só fui aprender a usar depois que o Fred Marvila me ensinou), o Rodrigo Purisch revelou o Skyscanner e sua mina de vôos low-cost, a Mô Gribel inventou o termo ViBANAs (Viciados em Buenos Aires Não-Anônimos).
Então apareceu Bianca.
Que eu me recorde, Bianca foi a primeira neófita em viagem a cair de pára-quedas no blog pedindo ajuda para uma viagem à Europa. O Viaje na Viagem era um clubinho de viajantes experientes, e não era qualquer um que tinha coragem para postar alguma coisa naquela caixa de comentários só de feras. Eu até que tentei ajudar, mas não tive paciência. Eu dava um conselho, Bianca voltava com outra pergunta que claramente desconsiderava o conselho que eu tinha dado. Tentei duas, três vezes, larguei de mão. Mas Bianca foi adotada pela Sylvia. Naquela época a Sylvia estava ajudando a planejar um mochilão das filhas pela Europa, então estava versada nas dúvidas de Bianca. Pois bem. A Sylvia ficou semanas a fio atendendo Bianca. Então Bianca viajou. E Bianca voltou. E o que aconteceu? PAF!: Bianca agora sabia muito mais do que a gente sobre low-costs, trens na Europa, passes de transporte e o escambau.
Ainda demoraria um pouco para eu atender bem as Biancas. Mas naquele momento caiu a ficha de que eu tinha, sim, o que aprender com elas.
Eu estava nervoso, com medo de não aparecer ninguém. Eu já tinha encontrado um leitor do blog — o Alessandro Hirata, Munique, durante um campo em 2006 para a Viagem & Turismo — mas aquela era a primeira vez que um encontro de leitores tinha sido marcado publicamente, pelo blog. Mas quando o Nick e eu chegamos ao Belmonte do Flamengo, o Jotabê já estava lá. Levamos uns canos, mas a Meilin e o Arthur também apareceram; e ainda tivemos o luxo de uma guest star, minha ídala Cora Rónai. No post que fiz, batizei o encontro de primeira ConVnVenção. Depois dela, muitas se seguiram: várias no Rio (incluindo uma mega, em 2010, organizada pela Majô), uma chiquérrima no Terraço Itália em São Paulo, Belo Horizonte (com direito a maratona de botecos organizada pelo Guilherme Lopes), Salvador, Aracaju, Buenos Aires, Brasília. A conVnVenção mais poderosa foi certamente a de Nova York, em 2011, que teve a Marcie de hostess. As conVnVençõezonas espalhafatosas, porém, são só a face visível de uma rede incrível de amizades formadas nas caixas de comentários do tempo em que o blog era um clubinho.
Com a vantagem de três a cinco horas de fuso horário, e com a boa internet do seu apartamento de doutorando em Munique, o Alessandro Hirata, ou Doktor Alê, era o rei da charada. Acho que de vez em quando ele fazia corpo mole para não ganhar todas. A Charada de 6ª tinha sido uma invenção para agitar a sexta-feira. Eu tinha que escrever “de 6ª”, porque se escrevesse “de sexta” o firewall do trabalho de uma leitora (esqueci qual, desculpe!) não deixava aparecer (tinha “sex” no título). O vencedor da charada ganhava um troféu virtual, que se não me engano foi outro Alessandro, o Ayres, que desenhou.
Tudo foi bem divertido até 2012, quando eu inventei um prêmio de verdade: chupando descaradamente uma idéia do Gabe Britto, o vencedor de cada charada (e também o fornecedor da foto, que passou a vir dos leitores) ganharia um postal com uma dica de um lugar onde eu tivesse estado recentemente no Brasil. Claro que eu fui deixando os postais se acumularem. Sempre atrasado, cheguei a enviar três levas de postais. Atrasei tanto, que achei mais prudente parar de publicar as charadas até que enviasse os prêmios devidos. E lá fiquei eu carregando uma pilha de postais em todas as viagens, na esperança de tirar uma manhã, uma tarde, um dia inteiro para pagar a dívida. E então finalmente aconteceu: esqueci o pacote com o bolo de postais em algum quarto de hotel e só fui me dar conta duas cidades adiante.
Muita gente me cobra a volta das charadas — até porque era um ponto de encontro dos leitores das antigas (alô Carmen de Barcelona! besos!), mas eu primeiro tenho que resolver esse calote. A Elisa já sugeriu que eu faça um recall dos lesados e mande um presente que não precise ser escrito à mão. (Eu não tenho mais todos os registros, porque na última mudança de layout do blog muitos posts das charadas se perderam no caminho.)
Mas peralá. Estou adiantando muito a história. Ainda estamos em 2007.
Em novembro de 2007, aceitei o convite para transferir o blog para o portal Viaje Aqui, da Abril. Era uma proposta irrecusável: eu receberia um salário quase razoável (bem mais polpudo que a ajuda de custo que eles davam a outros blogueiros na época) para ancorar a área de blogs do portal. Não chegava a ser o suficiente para pagar todas as minhas contas, mas já dava para me sentir um blogueiro ~profissional~. A mudança vinha com alguns perrengues devidamente previstos: o sistema de publicação do ViajeAqui era antiquado, anos-luz atrasado em relação ao WordPress. Não seria mais possível classificar e organizar os posts em categorias de destinos. O sistema de comentários tinha um sistema antispam primitivo, com CAPTCHA, que obrigava o comentarista a copiar um código cada vez que quisesse postar. Para o blogueiro era um avanço, mas para o blog, francamente, um retrocesso.
O maior percalço da mudança, no entanto, não foi técnico: veio de onde eu menos esperava. Boa parte dos leitores históricos ficou revoltada com a mudança. Não queriam interagir sob a mira de uma empresa com fins comerciais como a Abril. (Lembre-se que Mark Zuckerberg ainda estava nas fraldas.) Detestaram (com toda razão) o novo sistema de comentários. Houve até uma articulação para que transferissem as conversas para algum outro blog da comunidade. Eu entendia a insatisfação com a nova ferramenta e compreenderia perfeitamente se não aparecessem mais no blog. O que eu não conseguia aceitar é que tanta gente bacana e amiga, com empregos estáveis e contracheques garantidos no fim do mês, negasse a alguém a oportunidade de usar seu talento, seu tempo e sua experiência num trabalho remunerado. É um preconceito que existe até hoje: blogueiro que ganha dinheiro com blog não é honesto. Até ONGs pagam salário, mas blogueiro tem que fazer trabalho voluntário.
Foram 14 meses infelizes e turbulentos. Mas ao final deles, como veremos daqui a três fileirinhas de bóias, os trips fariam pelo blog mais do que eu nunca poderia imaginar.
Em janeiro de 2008 o Nick e eu estávamos no nosso, aham, time-sharing na Pousada do Toque (um puxadinho na casa do Nilo e da Gilda), quando recebemos a notícia esperada havia quase três anos: estava fechada a venda do nosso apartamento. Pagamos as dívidas e convenci o Nick a investir numa viagem de três meses pelas principais capitais da Europa e Nova York. A idéia era produzir, na volta, uma série de miniguias de cidades com roteiros de 4 dias. Como queria ser dono do conteúdo a ser pesquisado, não pedi nenhuma verba adicional à revista ou ao portal. Mas evidentemente blogaria sobre os lugares durante a viagem.
Partimos em junho para Lisboa, voltamos em setembro de Nova York. Não foi uma viagem fácil. Por causa do projeto dos guias, eu me propus a visitar todos os pontos turísticos principais (que eu desdenhava na minha encarnação anterior de viajante) para descobrir macetes e propor estratégias. Além de fazer campo e postar diariamente, havia as perguntas — que não paravam de entrar, de maneira desorganizada. Com busca deficiente e sem um sistema de categorização, todas as perguntas eram feitas no post mais recente, sem nada a ver com o tema. O público do ViajeAqui era bem diferente daquele que me encontrava no WordPress, e como eu não tinha acesso a IPs ou emails do público, comecei a ficar paranóico, achando que as perguntas eram falsas e estavam sendo feitas só para me prender em casa com o taxímetro rodando em euros. (Sim, esse era o tamanho do meu stress.) Eu ligava o computador às seis da manhã, e era difícil o dia em que conseguia sair de casa antes da uma da tarde para fazer o campo do dia. Ainda assim, deu para produzir um conteúdo muito bacana, com uma pegada de serviço que se tornaria a nova marca registrada do Viaje na Viagem.
No início de 2009, depois do tradicional, aham, time-sharing no Toque, o Nilo e a Gilda me arrastaram para três dias em Lençóis, na Chapada Diamantina, hóspedes do Catan e da Yasmin no Canto das Águas. No primeiro dia fomos à Pratinha e ao Pai Inácio. Mas nos outros dois dias eu não saí do quarto. Tinha que terminar uma matéria de capa para a Viagem & Turismo com o tema Europa Barata. O detalhe é que o meu cachê para produzir aquela matéria — cujo conteúdo tinha sido bancado com um naco da venda do meu apartamento — era R$ zero (a desculpa era a crise de 2008/2009; e eu não me sentia em posição de reclamar por ser um blogueiro com salário fora da curva). No caminho de volta, no banco de trás do carro, tive um insight (obrigado, Chapada Diamantina!). O que me impedia de voltar a ser indepedente? O preço de hospedagem de site tinha barateado muito nos últimos anos. O WordPress tinha ótimos layouts gratuitos para usar com fins comerciais. Decidi que ia sair do ViajeAqui e voltar a blogar em endereço próprio.
Só que dessa vez eu ia fazer direito.
Liguei para a minha amiga Cacaia (a que é jornalista e antenada). Ela era muito amiga da Elisa Araujo (a que tinha ouvido a conversa do Julio Hungria com o Washington Olivetto quando eu tinha pedido demissão). “Cacaia, vou sair do portal. Será que a Elisa topa fazer uma consultoria comercial pro meu blog?”. A Cacaia achou a idéia ótima. A Elisa pediu uns dias para pensar e topou.
O blog estreou o endereço .com em março de 2009. Alguns meses mais tarde, o Viaje na Viagem já tinha o que deveria ter desde o nascimento: pesquisa de perfil de público, política comercial, mídia kit.
Rapidinho a audiência — agora auditada pelo Google Analytics — foi subindo. O conteúdo produzido na época do ViajeAqui continuava acessável; sempre que alguém queria uma informação que estava lá, eu dava o link. Só que aí o ViajeAqui resolveu (finalmente) mudar o sistema de publicação, adotando o WordPress. O conteúdo de blogs não-ativos, porém, não seria migrado para o sistema novo, e acabaria apagado. Resignado, contei isso no blog. Quem disse que os trips aceitaram passivamente que o conteúdo (cheios de contribuições deles nos comentários) sumisse de repente? Foi quando o Alessando Ayres propôs um sistema de resgate do conteúdo: dava para salvar tudo manualmente num site externo, de hospedagem gratuita. Vários leitores se prontificaram a ajudar, numa operação-salvamento que me emocionou muito e apagou qualquer ressentimento que eu ainda tivesse da época do motim anti-mudança para o ViajeAqui. Não interferi em nada: os voluntários decidiram quais posts iam ser salvos e quais iam para o limbo. Ao fim da operação, numa ConVnVençãozinha no Rio, condecorei o Alessandro com a Ordem da Bóia e agradeci a todo o esquadrão-salvamento neste post.
(Tempos depois recebi um telefonema do ViajeAqui pedindo que o conteúdo fosse retirado do ar. Falei que não tinha nenhum controle sobre isso, porque a operação tinha sido feita pelos leitores. Um pouco mais tarde, o conteúdo foi bloqueado por denúncia de infração de copyrights.)
Planejamento é bom, mas um pouco de sorte sempre ajuda. Lá por 2009 o conceito de “mídias sociais” estava virando mainstream — e os blogs, que sempre foram outsiders na grande mídia online, começaram a ser incluídos nessa nova categoria. Em meados do primeiro semestre, meu chapa Giba Lages, grande diretor de arte, foi contratado pela Energy, então braço de publicidade online da Young & Rubicam. Ao receber o job de lançamento do Hoteis.com no Brasil, propôs que a campanha tivesse este que vos bloga como garoto-propaganda. O Vítor Knijnik e o Nelsinho Rubens, diretores de criação, acharam massa, e a Maíra Barcellos, a cliente, adorou. Em setembro gravamos Desempacotando Nova York, uma websérie produzida pela Colmeia, com direção do Julio Taubkin, que ficou totalmente demais (mas não está mais disponível online, desculpe não linkar). Começava um relacionamento que acabou fazendo do Hoteis.com, em 2010, o dono da primeira cota de patrocinador-master do plano de comercialização da Elisa. Alguns meses mais tarde a segunda cota saiu para a Gol.
O Viaje na Viagem começava a caminhar com as próprias pernas. (Ou nadar com a própria bóia, como queira.)
Ops! Antes disso acontecer, no entanto, era preciso trocar o layout do site, urgente. O layout já estava pronto há pelo menos um ano: tinha sido feito pelo super Zé-JET, ajudado pelos JET-sons Matheus e Pedro, e dado de presente pro Viaje na Viagem. A grande novidade visual era a capa, no formato revista. Já a grande novidade estrutural era o uso de “páginas”, um tipo de publicação que funcionava de um jeito diferente dos posts tradicionais, e permitia organizar melhor o conteúdo. Para o layout novo ir para o ar — no dia 30 de dezembro, comemorando os 5 anos do blog — era preciso que eu aprontasse as primeiras páginas. E quem disse que a conexão lá no meu, aham, time-sharing na Pousada do Toque permitia que eu mexesse na internet? Me mudei para uma suíte do Ritz Lagoa da Anta em Maceió, onde devo ter passado uns quatro dias quase sem ver a luz do sol. De lá passamos dois dias no Kenoa, antes de abrir (onde eu praticamente só saí do quarto para fotografar este post). E foi ali que, às 10 da noite de 30 de dezembro de 2009, eu apertei o enter — e o Viaje na Viagem ficou com cara de gente grande. (Brigado de novo, Zé!)
O tema da minha palestra era “O publicitário que virou mídia social”. A apresentação, no Tecnoturis — um seminário promovido pelo GDS Amadeus, no início de fevereiro de 2010 — era a minha primeira em ambiente corporativo, desde que tinha deixado a publicidade. Na platéia só tinha um cara que sabia quem eu era: o Guto Rocha, guri-prodígio da PMWeb, que disse que estava de olho no meu trabalho online havia um tempão. O slide inicial da minha palestra mostrava o aparelho de fax (fax!) que eu tinha comprado em 1992 para fazer reservas dos hotéis para uma viagem à Índia e Sudeste Asiático. Depois mostrei um capítulo do meu livro Viaje na Viagem, de 1998, em que eu previa que a internet ia ser uma ótima fonte de informação de viagem, mas infelizmente nunca serviria para comprar passagem ou reservar hotel, como nos Estados Unidos, porque aqui a conexão sempre caía antes de completar a operação. (O livro era bem-humorado, mas escrevi isso a sério.) Em seguida eu comparei o número de exemplares que o Viaje na Viagem de papel tinha vendido (15.000) com a audiência do Viajenaviagem.com no mês anterior: 56.000 leitores únicos, segundo o Google Analytics. Era leitor demais, minha gente!
(A audiência de anteontem, 29 de dezembro de 2014, foi de 53.000 leitores únicos — praticamente o mesmo número de 30 dias corridos, há 5 anos. Já estamos na faixa de 950.000 leitores únicos por mês. No início de janeiro de 2015, se não pifar a internet do Brasil, vamos chegar a 1 milhão de leitores únicos nos últimos 30 dias.)
Animado com a casa nova, entre 2010 e 2011 fui atrás dos conteúdos que os leitores mais perguntavam e o blog não tinha. Peguei um convite para um cruzeiro na Terra do Fogo, juntei com outro convite para o Atacama, e investi em mais 35 dias de viagem ziguezagueando entre Argentina e Chile de sul a norte. Aproveitei que parte do contrato com a Gol era em permuta e vasculhei todos os destinos servidos pela laranjinha no Caribe. Emendei a ConVnVenção de Nova York com um périplo pela Califórnia com Las Vegas e Grand Canyon. Aceitei um convite da Suíça e investi em dias suplementares para fazer um guia completaço de viagens de trem. Com a Elisa costurando acordos, viabilizamos uma viagem de três meses de carro por Toscana, Provence, Andaluzia e Portugal, que serviu de base para os roteiros rodoviários do blog. No fim dessa viagem, engatilhamos um projeto com a Visa que rendeu alguns vídeos bem bacaninhas (e a descoberta dos nossos amigos Kiko e Figas em Portugal).
Com a chegada, em 2011, da Mariana Amaral (a Merél) e da Natalie Soares, a Nat (inicialmente escondida sob o nick Bóia Paulista), tivemos que nos mudar para uma sede bem mai…. ops, não: continuamos cada um trabalhando de casa, com o email, o Gtalk e o Skype funcionando como cantinho do café.
“Olá, Juliana! A Vueling cobra por bagagem sim, e o limite é de 23kg. Veja as informações detalhadas no site da companhia (em espanhol): https://www.vueling.com/ES/info/faq.php?menuOption=preguntas&language=ES&idMenu=9#16”. Esta foi a primeira resposta dada pela Bóia, às 12h56 do dia 3 de janeiro de 2011. O link da Vueling já caducou, mas a Bóia segue firme, respondendo de 50 a 200 perguntas por dia, trabalhando desde sua praia em Los Roques, em regime análogo à escravidão.
A Bóia foi contratada porque eu já não estava mais dando conta de responder às perguntas com simpatia e educação. Sem perceber, fui ficando cada vez mais impaciente e mal-educado com quem não lia o texto do post ou as respostas anteriores. Alguns leitores se divertiam com os pitis; outros me chamavam a atenção (e ganhavam pitis por isso). Até que o Nick chegou para mim e disse que eu estava tratando mal os visitantes, que eram justamente os responsáveis pelo crescimento exponencial do blog. Glupt. Ele tinha razão.
A verdade é que o Viaje na Viagem passou a ser encontrado por pessoas que não tinham (e cada vez mais não têm) a menor idéia de quem eu sou, ou de como funciona um blog. O Google diz para elas: olha, a informação que você procura está aqui. Elas vêm, e se não encontram — porque não leram direito, ou não entenderam, ou mesmo porque o texto está obscuro ou incompleto –, perguntam. Simples assim. Não se justifica eu ter um ataque de diva só porque alguém ~ousou~ não entender o que eu escrevi ou procurar tudo o que eu já respondi. De todo modo, para evitar recaídas minhas (é muito difícil trabalhar no SAC!), a Bóia assumiu o posto de hostess inflável da caixa de comentários. Ela aponta o caminho do post certo se o visitante chegou por um post inadequado, responde às perguntas repetidas com um sorriso (vá lá: quase sempre com um sorriso), desculpa-se por infelizmente não termos como montar roteiros individuais, compartilha perguntas no Perguntódromo e confabula comigo quando a dúvida é muito cabeluda.
Ainda neste capítulo, não dá pra não agradecer aos leitores que continuam pescando perguntas para responder, seja no Perguntódromo, seja no Comentódromo. Obrigado, A.L., Val, Neftalí, Hugo, Philipp, Marcie, Vladimir, Amaro, Eunice, Adri Lima, Sylvia, Lili, Lu Malheiros, Lu Gomes, Malu, Cândida e tantos outros que se divertem ~boiando~.
Não registrei quando foi que usei pela primeira vez a expressão “blogagem defensiva”.
Deve ter sido numa conversa com a Elisa, ou em instruções pra Merél ou pra Nat. O crescimento da audiência e a multiplicação das perguntas passaram a requerer que os posts ficassem mais claros e completos. Ou a gente começava a se antecipar às perguntas, ou ia passar o resto da vida respondendo perguntas, em vez de produzir conteúdos novos.
Em 2012 a Elisa deixou de ser o nosso departamento comercial para virar sócia de verdade. E já começou esmerilhando, organizando o Viajosfera: 1º Seminário Internacional de Blogs de Viagem, que teve 182 participantes e um elenco all-star de palestrantes, encabeçados pelo frugal traveler Seth Kugel (atualmente, Seu Amigo Gringo) e pela social kitchen chef Roberta Sudbrack.
O Viaje na Viagem linka para outros blogs desde a era mesozóica. Me orgulho de ter dado força para vários blogs que estavam no comecinho e hoje estão enormes. Sempre que não temos conteúdo sobre algum assunto, recomendamos quem tem. Qualquer especialista em SEO vai apontar todos os inconvenientes de abrir tantas portas de saída a blogs menores. Não quero nem saber. O Viaje na Viagem nasceu poroso, linkando pra fora, mostrando como tirar proveito da riqueza da internet, e vai continuar assim.
Alguns meses antes do Viajosfera, o Viaje na Viagem enfrentou seu único inferno astral da fase .com. Logo depois de eu ter tido todo o meu equipamento furtado num ônibus em Goiás, fomos chamados a uma reunião com o Hoteis.com. A nova diretora no Brasil, recém-chegada, não aprovava a idéia de patrocinar um blog, e não tinha o menor interesse no retorno em conteúdo previsto no contrato. Faltando quatro meses de vigência, ela queria interromper o contrato.
O momento não podia ser pior. A Mariana, que vinha trabalhado há um ano e meio como frila, finalmente tinha saído do emprego para ficar em tempo integral no blog. Eu estava começando a investir pesado em campo para o conteúdo Brasil (e tinha acabado de repor o equipamento). Mas a gente tinha uma nova estratégia — bastante eficiente, e nitidamente melhor do que a que vinha sendo usada — para propor. Tentei expor três vezes. A moça não me deixava completar nem a primeira frase.
Demitidos, ligamos de tarde pro Booking — que, de mais a mais, sempre foi a menção espontânea dos leitores. Sabe o desgastadíssimo ditado “há males que vêm para bem?”. Procede. (E mais não digo.)
“O jeito é congelar o blog até a Copa”, eu sugeri à Elisa, no começo de junho de 2014. Finalmente o layout novo do blog, depois de mais de dois anos de ajustes, estava pronto para incorporar o conteúdo já publicado e ir para o ar. Só que muitas páginas seriam perdidas no processo de migração e precisariam ser refeitas. Com isso, qualquer conteúdo novo (post ou comentário) publicado durante o período de ajustes não teria como ser migrado posteriormente sem causar problemas. O melhor a fazer era parar de postar por um tempo e fechar a caixa de comentários.
Pois bem. O que era para levar duas semanas acabou levando mais de 45 dias. Tudo o que poderia se desformatar entre um layout e outro desformatou. Ficamos zuretas consertando mais de mil posts na unha.
Passamos julho inteiro sem subir um post novo nem responder uma pergunta sequer. O resultado? A melhor audiência de todos os tempos, até então. Não, não queira entender.
O layout novo, funcional e elegante como todos os assinados pelo Marcelo Albagli (o da Globo.com é dele também), estreou em 3 de agosto. De todas as páginas, a que mais curti é a do Expediente, que traz as carinhas de toda a equipe, incluindo as craques que entraram na janela de transferência de 2014, a Juliana Noronha e a Heloísa dall’Antonia.
Ao todo já somos sete, o que nos obrigou a mudar para uma Redação bem mai…. ops, não: continuamos cada um trabalhando de casa, com o email, o Gtalk e o Skype funcionando como cantinho do café.
Tem alguém ainda aí? Se tem, muito obrigado pela companhia nesse texto interminável.
Em nome de toda a equipe do Viaje na Viagem, queria agradecer a todos os incríveis tripulantes que estão com a gente nessa viagem. Os que estão desde o início, os que chegaram agora, os que compartilham as viagens, os que têm vergonha de compartilhar, os que viajam pra todo canto sem precisar fazer uma única pergunta, os que pentelham a Bóia até não poder mais (esses dão trabalho, mas nos ajudam a entender como funciona a cabeça de muitos leitores). Vocês são demais, em todos os sentidos. Sem vocês esse blog não teria chegado até aqui. E se tivesse, seria uma chatice só.
Queria agradecer também a todos os anunciantes e parceiros por incluírem o Viaje na Viagem nos seus planos de divulgação. É uma honra ter marcas tão bacanas nas nossas páginas. (E parabéns a quem tem feito os banners! Ultimamente têm estado lindões!)
Finalmente, queria pedir desculpas por ter prometido as memórias do blog, mas ter escrito quase tudo na primeira pessoa. É que no fundo não dá para escapar do fato de que isso só começou porque houve uma vez um gorducho viajandão que tinha aptidão para destrinchar destinos e resolver viagens alheias e não via mais sentido numa vida de calça comprida e sapato fechado.
Minha amiga (inicialmente virtual) Cássia Zanon, num momento em que o blog só fazia me enfiar ainda mais na pindaíba, sugeriu que eu desistisse de fazer o blog dar certo, e no lugar disso fizesse uma palestra motivacional sobre como largar uma carreira de sucesso no auge para perseguir a profissão dos sonhos.
Depois de escrever esse tijolão, acho que tenho os dois: um blog que (aparentemente) deu certo e o esboço da palestra motivacional.
VAI POR MIM! Uma rodada de mais 10 anos felizes pra todo mundo! Brigadão!
215 comentários
Acompanho o VNV desde o expedição pé na areia, quase que desde o começo, e não tenho como agradecer o tanto que me ajudou nas minhas viagens, mesmo sem nunca ter feito uma só pergunta, apenas fiz umas poucas contribuições, mas não passa nem uma semana que não venho aqui para aprender mais um pouco ou descobrir algo que vai me ajudar numa viagem futura. Muito sucessos nos próximos 10 anos.
Parabens e seguimos viajando juntos!
abs
Que demais a história do Viaje na Viagem 🙂 Como eu peguei carona no finalzinho desta história, gostei muito de saber o que veio antes. Nunca tinha pensado na Boia como “salvadora dos viajantes ” 😀 Ricardo, Elisa, turma toda: sou muito fã do VnV, meu melhor guru de viagens. Abraços, parabéns e que venham mais 10 anos!
Li até o final, sem cansar, e me emocionando. Achei engraçado como você incluiu todo tipo de leitor no seu agradecimento – até esse ponto eu me senti culpada por ser totalmente passiva no sentido se nunca comentar/contribuir e usufruir do conteúdo até não poder mais. Sou sua fã há anos, do blog, dos livros, de tudo que você produz. Trabalho com planejamento de viagens e compartilho muito suas informações, sempre mencionando que vêm do meu ídolo. Adoro te apresentar pras pessoas.
Espero um dia te ver em uma dessas palestras, seria demais, me avisa :).
Um abraço, sucesso e um feliz 2015.
Lindoooooo… acompanho você tanto tempo… meu livro de cabeceira foi durante anos o viaje na viagem, acompanhei todos os estágios do VnV. Vocês fazem parte das minhas viagens e da minha vida. Muitos e muitos anos de vida
Parabéns! Fiquei ainda mais fã do seu trabalho!
ps: acompanho o VnV há uns 05 anos.
Bom, antes de mais nada, parabéns. Você merece esse sucesso. Li vários comentários, e as pessoas dizendo: acompanho desde 2008, 2012, 2009… Acho que posso me auto intitular um dos leitores mais antigos do Ric, afinal quando eu comecei a acompanhar, as praias eram avaliadas por uma quantidade de havaianas… Ou mesmo uma versão pré histórica aonde tinham vários postais por escrito. ( old times ). E cereja do bolo, ganhei um “100 praias que valem a viagem” autografado, sorteado aqui! Mas nunca fui de postar muito, meio que por preguiça, meio que por ficar mais bravo que o Ric, com o fato das pessoas perguntarem sem se darem ao trabalho de ler antes, meio que quando pensava em responder muitas pessoas já haviam feito isso antes. Mas nesses muito mais de dez anos que leio os sites do Ricardo Freire diariamente, só tenho a agradecer. Não conseguiria ter viajado tanto, de forma tão barata e tão legal sem sua ajuda, e sem a ajuda dos trips. Uma pessoa que se doa tanto, a tantos desconhecidos, fatalmente teria sucesso. Longa vida a todos vocês. Boa viagem e boa sorte. ( mas que eu sinto falta dos seus textos desancando as cadeiras de plástico e Porto Seguro, eu sinto )
Trocar um ótimo emprego por um blog não é fácil, se for um blog de viagem aí o desafio se torna bem maior.
Parabéns a você e toda a equipe pelos 10 anos de sucesso e que venham muitos outros!
Li tudo e amei!! Estou sempre por aqui me inspirando com as viagens a ajudando quando posso.
Um lindo 2015 a voces e muito sucesso sempre ao Viaje na Viagem
Acompanho o VnV desde o comecinho. Acesso o blog quase que diariamente e costumo sair quietinha sem perguntar nada, mas pegando todas as valiosas informações contidas nos posts e comentários
É sempre minha primeira fonte de pesquisa para qualquer viagem e mesmo quando não tenho nenhuma programada, viajo virtualmente.
Parabéns e obrigada por compartilhar tantas viagens e experiências.
Muito sucesso!!