Por que viajar pelo Brasil é tão caro?
Esta é a reclamação mais comum de brasileiros que querem viajar pelo Brasil. Por que é tão caro?
Existe uma combinação de fatores que explica tanto os preços realmente altos que (de fato) encontramos, quanto a percepção de que viajar pelo Brasil deveria custar menos do que custa.
Quando é alta temporada aqui, é baixa temporada fora
Não é que o Brasil seja caro sempre. O problema é que muita gente só pode — e muita gente só lembra — de viajar pelo Brasil nas seguintes situações:
- Férias escolares
- Réveillon
- Carnaval
- Feriadões
Ou seja, a gente só se mexe para viajar pelo Brasil na alta temporada. E alta temporada significa preços mais altos, aqui no Brasil e em qualquer lugar do mundo.
Daí você pergunta: mas como assim? Réveillon em Buenos Aires é barato! Os hotéis não triplicam o preço que nem os hotéis de praia no Brasil. Todo ano os jornais falam disso!
É aí que mora a pegadinha. Por incrível que pareça, quando é alta temporada no Brasil, é baixa temporada em vários lugares.
Em Buenos Aires, o réveillon é baixa temporada. Os argentinos fogem de Buenos Aires, vão para a praia ou para o Brasil — porque nessa época Buenos Aires fica desagradável de tão quente e úmida. (E além disso, a cidade tem um réveillon bem fraquinho).
Nas grandes capitais da Europa e até em Nova York o Réveillon acontece em plena baixa temporada, quando há menos turistas por causa do frio (e menos viajantes a negócio por causada dos feriados). Os hotéis ficam menos caros nessa época — mas os outros custos, de alimentação e passeios, permanecem iguais. Sem contar com o fato de que Réveillon fora do Brasil nunca entrega a experiência que queremos viver na virada do ano.
Em compensação, o Réveillon terá preços salgados nos destinos em que esta época é alta temporada, como Punta del Este, Caribe e estações de esqui do Hemisfério Norte.
Para o exterior a gente planeja com maior antecedência
Tem também a questão do planejamento. A gente planeja viagens ao exterior com mais antecedência, de olho nas promoções e escolhendo o momento mais propício de comprar a passagem. Já nas viagens pelo Brasil a gente tende a ser menos organizado. E quando se deixa pra comprar passagem com pouca antecedência, as tarifas estão na Lua.
(Quando a gente encontra tarifas na econômica para a Europa a 6.000 reais em julho, a gente põe a culpa nas cias. aéreas. Mas quando encontra passagens ao Nordeste a 3.000 reais em janeiro, põe a culpa no Brasil.)
A gente também não registra as barbadas — só se lembra das pauladas. Por exemplo. A ponte aérea Rio-São Paulo é a rota com maior variação tarifária do Brasil. Se você comprar com três ou quatro semanas de antecedência, para viajar depois das 9h e antes das 17h, consegue passagem a 150 reais por trecho (menos de 40 dólares, preço de low-cost européia). Se deixar para comprar no dia, porém, o trecho pode custar 1.300 reais (somando uma volta ao mesmo preço, daria para comprar uma passagem promocional para a Europa). Só que a gente nunca registra quando consegue passagem baratinha — mas ao aparecer a passagem em preço estratosférico, corre a reclamar no Facebook.
No Brasil, pé na areia. Em Miami, perto do aeroporto
Outro fator que influi no preço é o estilo da viagem. Muita gente compara diária de resort top de linha à beira-mar no Nordeste com diária de hotel 2 estrelas em Paris ou hotel básico na região do aeroporto de Miami.
É que quando a gente viaja ao exterior, sobretudo a países ricos, a gente não se importa de ficar num hotel menos confortável ou menos luxuoso do que ficaria no Brasil. E muita gente acaba comparando coisas incomparáveis.
No quesito alimentação o downgrade no exterior é encarado de maneira ainda mais tranqüila. Nunca ouvi falar de quem vá para o Nordeste e passe uma ou duas semanas a pizza e sanduíche, como é comum em viagens à Europa. Mas comer no Brasil é muito caro….
Viajar ao exterior vale mais — é natural que seja assim
E finalmente, existe o aspecto que os marqueteiros chamam de ‘aspiracional’. A gente valoriza mais viajar ao exterior do que pelo Brasil. Isso é absolutamente normal e acontece com todas as nacionalidades.
Daí a desvalorizar o produto nacional, porém, é um pulo. Para muita gente, o Brasil só vale a pena se for de graça. Daí fica difícil…
Brasil barato: existe?
A resposta é — sim! A série que começamos hoje no Youtube foi feita pra ajudar você a driblar os preços mais salgados da alta temporada brasileira. E também a aproveitar as incríveis oportunidades de viajar pelo Brasil na baixa temporada gastando pouco — e, muitas vezes, encontrando clima e ambiente melhores do que alta temporada.
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49 comentários
Sempre viajo no Brasil a passeio, pelo menos 2 vezes por ano, 1 no primeiro semestre ao Nordeste e no segundo semestre vário a região, vou na baixa e gasto muito pouco, me programo com pelo menos 4 meses de antecedência e começo a procura de passagens. Em março irei a Ipojuca ( porto de galinha) ficarei em um resort pé na areia em muro alto, voarei de Azul em voo direto a partir de Campinas, irei eu, minha esposa e duas filhas, e tudo, avião, resort e aluguel de carro ficou em 3000,00 para 5 dias. Tendo disponibilidade de datas e pesquisando um.pouco é muito barato viajar no Brasil.