Primeira viagem ao Peru: Lima, Cusco, Vale Sagrado e Machu Picchu (roteiro para 9 noites)
Esta é a primeira parte de um roteiro prático para sua primeira viagem ao Peru: 9 noites entre Lima, Cusco, Vale Sagrado e Machu Picchu.
Recomendo que você leia a série inteira.
Mais Primeira Viagem ao Peru:
Primeira viagem ao Peru
Por que 9 noites? Não dá para ser menos?
9 noites de viagem ao Peru permitem rentabilizar ao máximo uma semana de férias — saindo na sexta e voltando no outro domingo.
Com oito dias inteiros no Peru (já que o um dia vai ser consumido na viagem de ida), dá para visitar com bastante proveito Lima, Cusco, o Vale Sagrado e Machu Picchu, num roteiro intenso mas sem correria.
Quer incluir Ica, Nasca, Arequipa e Puno?
Caso você queira fazer o circuito completo do sul do Peru nesta viagem, acrescente:
- 1 a 3 noites em Ica (uma tarde para Huacachina, 1 dia para tour de pisco, 1 dia para Islas Ballestras)
- 1 noite em Nasca (para sobrevoar as linhas de Nasca na manhã seguinte)
- 2 noites em Arequipa (acrescente mais 1 noite no Valle del Colca, se quiser visitar o vale)
- 2 noites em Puno (para ter um dia inteiro livre para o passeio pelo Titicaca).
Faça todos os trechos (Lima-Ica, Ica-Nasca, Nasca-Arequipa, Arequipa-Puno, Puno-Cusco) de ônibus, com a Cruz del Sur.
Para incluir apenas Nasca entre Lima e Cusco, veja aqui.
Primeira viagem ao Peru: itinerário para 9 noites
Este é o resumo do roteiro. Cada etapa (Lima, Cusco + Valle Sagrado, Machu Picchu) é detalhada em posts separados.
Wise – Cartão de débito global
3 noites em Lima
Com 3 noites em Lima você resolve as questões práticas (chip, câmbio), tem tempo para passear pela cidade, saborear a culinária peruana e aproveitar as duas horas de fuso horário atrasado (a seu favor) para se recuperar da viagem de vinda e chegar descansado em Cusco.
3 noites em Cusco
Com 3 noites em Cusco você tem dois dias para explorar a cidade sem pressa, e mais um dia para passear fazer um bate-volta a Pisaq. E ainda ganha três noites para curtir os restaurantes e bares do centro histórico.
1 noite em Ollantaytambo
Dormindo 1 noite em Ollantaytambo, você aproveita o caminho desde Cusco para visitar a vila de Chinchero, o sítio arqueológico de Moray e as salinas de Maras.
Na manhã seguinte, passeia pelo arqueológico de Ollantaytambo livre de turistas. E à tarde segue a Aguas Calientes (Machu Picchu Pueblo).
1 noite em Aguas Calientes (Machu Picchu Pueblo)
Você vai chegar a Aguas Calientes (ou Machu Picchu Pueblo), a base mais próxima de Machu Picchu, ao entardecer. Instale-se e durma cedo, para no dia seguinte cedinho pegar um dos primeiros ônibus a Machu Picchu.
Visita a Machu Picchu e noite final em Cusco
Depois de fazer o gran finale da viagem em Machu Picchu, você volta a Cusco e capricha no jantar de despedida do Peru.
Machu Picchu antes de Cusco não seria melhor por causa da altitude?
De fato, Machu Picchu, a 2.400 metros do nível do mar, é bem menos elevada que Cusco, que está a 3.400 metros. Por isso, o soroche, ou mal de altitude, é menos comum em Machu Picchu do que em Cusco.
Saindo direto do aeroporto de Cusco para Machu Picchu é possível não sentir os efeitos da altitude na chegada.
O problema dessa estratégia é que ela apenas adia o mal-estar para quando você vier de Machu Picchu para Cusco – o fato de sair já de 2.400 metros não anula o impacto da altitude de 3.400 metros de Cusco.
Ir a Machu Picchu antes de Cusco também estraga a sequência do itinerário — é como iniciar o jantar pela sobremesa.
No nosso roteiro, Machu Picchu funciona como o gran finale de uma viagem gradual ao passado.
Você começa no Peru moderno (Lima), passa pelo Peru colonial (Cusco), visita resquícios de sítios arqueológicos (em Pisaq, Moray, Ollantaytambo) e termina na mais majestosa cidadela preservada (Machu Picchu).
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Quando ir ao Peru
Lima pode ser visitada o ano inteiro.
Já a região de Cusco e Machu Picchu tem épocas favoráveis e desfavoráveis.
Melhores épocas para Cusco e Machu Picchu
Para aproveitar melhor o seu tempo e o seu investimento, programe sua viagem ao Peru entre abril e setembro.
Nesses meses, vá preparado para temperaturas abaixo de 10ºC à noite e de manhã cedinho; mas nos dias de sol, que são maioria no meio do ano, as máximas podem chegar perto dos 20ºC no início da tarde.
- Abril: fim da baixa temporada, início da estação seca
- Maio: média temporada, tempo seco, lotação moderada
- Julho e Agosto: alta temporada (férias na Europa), tempo seco, muito frio, lotação máxima
- Setembro: fim da alta temporada, tempo seco, lotação moderada
Em outubro e novembro você já vai pegar umidade e menos dias de tempo firme. Ou seja: não são os piores meses, mas também não estão entre os melhores.
Pior época para ir a Cusco e Machu Picchu
Não é aconselhável visitar a região de Cusco e Machu Picchu no verão, em dezembro, janeiro e fevereiro, por conta da chuva.
Nos anos mais chuvosos, a estrada de ferro chega a ficar interditada.
Machu Picchu num feriadão. É possível?
Possível é – mas não é recomendável. O dia da ida e o da volta são praticamente perdidos (sobretudo quando você vai ou vem direto de Machu Picchu). Complicando mais as coisas, tem o fator altitude, que sempre compromete o dia da chegada a Cusco.
Se você quer mesmo usar um feriadão para viajar ao Peru, vá a Lima – é possível até encaixar uma (supercansativa!) esticada a Nasca. Mas só vá a Cusco e Machu Picchu se você dispuser de cinco dias inteiros – idealmente, 6 – para explorar o essencial da região.
Como comprar a passagem aérea
Com o encerramento de operações da Avianca Peru, no início da pandemia, apenas uma cia. aérea tem voos diretos entre o Brasil e o Peru: a Latam.
Outras cias. aéreas levam a Lima com uma conexão: Avianca (conexão em Bogotá), Copa (conexão no Panamá), Aerolíneas Argentinas (conexão em Buenos Aires) e a própria Latam (conexão em Santiago ou Montevidéu).
Voos diretos Brasil-Lima
No momento, a Latam voa entre São Paulo (GRU) e Lima de terça a domingo. Entre o Rio de Janeiro e Lima os voos saindo do Galeão (GIG) são diários.
A Latam voa direto entre Porto Alegre-Lima às segunda, quintas e sábados.
Em setembro deve ser retomada a rota Foz do Iguaçu-Lima, com 3 frequências semanais.
Qual é a passagem ‘ideal’?
Se você vai fazer o roteiro de 9 noites descrito nesta série, o ideal é comprar uma passagem na modalidade ‘múltiplos destinos’ ou ‘várias cidades’, com três trechos no mesmo bilhete:
- Trecho 1: Brasil-Lima
- Trecho 2: Lima-Cusco
- Trecho 3: Cusco-Brasil
Na maioria das vezes, esse esquema garante preços iguais ou ainda menores do que comprar apenas a ida e volta Brasil-Lima-Brasil.
Mas o benefício não é apenas econômico: o trecho 3, de Cusco ao seu destino no Brasil, garante que você tenha assistência e seja realocado em outro voo caso o seu voo de Cusco a Lima atrase e você perca a conexão prevista na passagem.
Isso é muito importante porque o aeroporto de Cusco fecha com frequência, por qualquer problema meteorológico.
Se o aeroporto fecha, seu vôo atrasa e sua passagem não é vinculada, você vai ter que comprar outra passagem (ou no mínimo pagar multa e diferença tarifária) para conseguir um novo vôo em Lima.
Além disso, a modalidade múltiplos destinos/várias cidades rentabiliza ao máximo a tarifa paga — na maioria das vezes, você incluirá Cusco praticamente pelo preço de uma passagem Brasil-Lima-Brasil.
Da mesma forma, não emita passagem com milhas só até Lima. Emita com ida a Lima e volta de Cusco, e veja se consegue emitir também Lima-Cusco com milhas.
Passagem ideal: pegadinhas
O problema da passagem ‘ideal’ é que,com o fim da Avianca Peru, esse itinerário vinculando os voos de Cusco a Lima e a continuação de Lima ao Brasil só é oferecido pela Latam.
E para deixar tudo mais difícil, a Latam não tem mais a função ‘várias cidades’ no seu site.
Há dois meios de comprar essa passagem ‘ideal’:
- Em agências online ou buscadores, como Skyscanner, escolhendo “várias cidades”
- Com um agente de viagem
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Alternativa à passagem ‘ideal’
Caso você encontre preços muito menores numa passagem ida e volta Brasil-Lima-Brasil (pode acontecer, sobretudo se você se dispuser a fazer conexão na ida e na volta), pesquise os trechos internos no Peru com as cias low-cost JetSmart e Sky Airline Peru.
Não se esqueça de somar todos os trechos para ver se continua mais barato que a passagem ‘ideal’.
Neste caso, nossa recomendação é que você aumente um dia na viagem, dormindo em Lima na véspera da volta ao Brasil. Assim você elimina a tensão de conseguir a conexão entre dois voos não-vinculados no mesmo bilhete – e o prejuízo que aconteceria se você perdesse o voo de volta.
Mala de bordo nas medidas certas
Vai passar por Ica, Nasca, Arequipa e Puno?
Se quiser fazer o circuito inteiro do sul do Peru, continue a passagem aérea na modalidade múltiplos destinos/várias cidades, mas apenas dois trechos:
- Trecho 1: Brasil-Lima
- Trecho 2: Cusco-Brasil
Caso compre os trechos internos separadamente, durma na véspera da volta em Lima.
Faça os trajetos internos de ônibus (com a Cruz del Sur).
Quer ir apenas a Puno antes de Cusco?
Para incluir apenas Puno neste roteiro, compre a passagem aérea na modalidade múltiplos destinos/várias cidades, com 3 trechos:
- Trecho 1: Brasil-Lima
- Trecho 2: Lima-Juliaca (o aeroporto mais próximo de Puno)
- Trecho 3: Cusco-Brasil
Caso compre os trechos internos separadamente, durma na véspera da volta em Lima.
Faça o trajeto Puno-Cusco de ônibus (com a Cruz del Sur).
Precisa vacina contra febre amarela para ir ao Peru?
Não precisa. O Peru é um dos únicos países da América Latina (fora do Cone Sul) que não exigem a vacina de brasileiros. Mas isso pode mudar. Se você tem intenção de viajar a países latino-americanos nos próximos anos, consulte seu médico e veja se você pode ser vacinado.
Se puder, meu conselho é vacinar-se – tanto para estar protegido da doença no Brasil como para não ter problemas nas viagens. Se você não puder se vacinar por razões de saúde, seu médico pode emitir um certificado internacional de isenção da vacina.
Lembre-se que a vacina contra Febre Amarela só vale depois de 10 dias. Veja como vacinar-se e tirar o certificado internacional (ou o de isenção) .
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Como comprar o ingresso para Machu Picchu
Desde 2011, obedecendo a determinação da Unesco, a cidadela de Machu Picchu passou a receber no máximo 2.500 visitantes por dia. Por isso é importante comprar seu ingresso com antecedência, pelo site oficial. Desde 20 de janeiro de 2024, o site é Tuboleto.cultura.pe
Para iniciar o processo, você precisa escolher uma data. O site vende ingressos para o mês corrente e para os cinco meses seguintes. O ingresso básico se chama ‘Llaqta de Machupicchu – Circuito 1 o 2’.
Os ingressos para estrangeiros custam 152 nuevos soles (equivalente a pouco menos de R$ 200).
Além do ingresso simples, há dois outros ingressos disponíveis (com lugares ainda mais limitados) para combinar o circuito da cidadela com o trekking por uma das duas montanhas do complexo.
O ingresso Machu Picchu + Montanha Wayna Picchu custa 200 nuevos soles (pouco mais de R$ 250), mesmo preço do ingresso Machu Picchu + Montanha Machu Picchu.
Definido o ingresso, você vai precisar preencher a ficha dos visitantes. No campo de documento, informe o que você vai levar no dia – pode ser RG (“DNI”, em espanhol) ou passaporte.
Não é possível combinar dois circuitos na mesma visita. Se você quiser fazer um circuito alto e um baixo, vai precisar comprar dois ingressos para horários diferentes.
Uma vez comprados, imprima os ingressos e leve com você.
Organizador de eletrônicos para viagem
Vale a pena incluir a Montanha Wayna Picchu?
A Machu Picchu que está na sua cabeça pode ser visitada em sua plenitude com o ingresso simples. O passeio com calma, percorrendo toda a cidadela, requer três horas, com subidas e descidas, muitas vezes debaixo do sol. É um passeio maravilhoso, porém naturalmente exaustivo.
Quando você inclui uma subida a uma das montanhas – seja à Wayna Picchu, seja à Montanha Machu Picchu – você acrescenta de três a quatro horas de esforço físico à sua visita. Sinceramente, não acredito que a relação sacrifício x benefício seja boa.
De todo modo, há três casos de visitantes que devem considerar comprar o ingresso com trilha:
- Trekkistas, andarilhos, fãs de turismo-aventura
- Quem gostaria de ter feito a Trilha Inca mas não tem tempo ou fôlego para tanto
- Quem vai fazer a visita em dois dias consecutivos
Leia mais sobre isso, incluindo opiniões divergentes de leitores, neste post.
Como comprar a passagem de trem
A não ser que você chegue a Machu Picchu pela Trilha Inca, vai precisar pegar o trem até Aguas Calientes (oficialmente, Machu Picchu Pueblo), a cidadezinha de onde partem os microônibus que levam ao santuário de Machu Picchu.
De onde saem os trens
Há três pontos de partida do trem:
- San Pedro, uma estação em pleno centro histórico de Cusco, que foi reativada em maio de 2019
- Poroy, uma estação a 25 minutos de táxi de Cusco, de onde saem trens da Peru Rail
- Ollantaytambo, uma cidade do Vale Sagrado a 2h de carro ou van de Cusco
As cias. que atuam na rota oferecem também um serviço bimodal – transporte combinado de ônibus ‘oficial’ entre Cusco e Ollantaytambo, e de trem entre Ollantaytambo e Aguas Calientes, na ida e/ou na volta.
No momento, saindo de Cusco só está disponível o serviço bimodal.
Saindo de Cusco, a viagem até Aguas Calientes vai levar em média 4 horas, por qualquer uma dessas rotas (saída direto do centro de Cusco, ou táxi a Poroy + trem a Aguas Calientes, ou bimodal).
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Que rota comprar?
Se você seguir o meu roteiro, vai pegar pegar o trem em Ollantaytambo. O percurso de ida de Cusco a Ollantaytambo vai feito no modo transporte privativo com paradas pelo Vale Sagrado (como você verá neste post).
Caso você queira seguir este roteiro que eu sugiro, compre da seguinte maneira:
- ida: Ollantaytambo-Aguas Calientes num trem do início da tarde, com saída entre 13h e 14h. Você chega a Aguas Calientes a tempo de dar uma descansada à tarde (dá para aproveitar as águas termais).
- volta: Aguas Calientes-Ollantaytambo, Poroy ou San Pedro, também num horário vespertino, com partida umas duas horas depois do horário em que você calcula terminar sua visita a Machu Picchu.
É melhor comprar a volta a Ollantaytambo, Poroy ou San Pedro?
Dá certo dos dois jeitos. San Pedro está no centro de Cusco e garante uma volta mais confortável.
Poroy deixa perto de Cusco, mas ainda envolve pegar um táxi para ir ao seu hotel.
E a volta por Ollanta não tem perrengue, não: uma frota de vans estará à espera dos passageiros para transportar até Cusco, por 15 soles por pessoa. Você também pode aproveitar a volta no ‘bimodal’, com a baldeação para ônibus em Ollanta já incluída na passagem.
O tempo de viagem acaba sendo parecido em todas as alternativas.
Cias. ferroviárias e preços das tarifas
Duas cias. operam na ferrovia: a PeruRail, do grupo Belmond (antigo Orient-Express) e a Inca Rail.
As duas cias. oferecem vagões com diferentes níveis de conforto. Os preços são por trecho (só ida ou só volta) e variam conforme dia e horário da viagem.
Trens ‘econômicos’
Todos os trens para Machu PIcchu são caros, mas as duas cias. têm uma opção de preço menos exorbitante.
- Peru Rail: Expediton (desde US$ 59 saindo de Cusco, US$ 44 saindo de Ollantaytambo)
- Inca Rail: The Voyager (desde US$ 70 saindo de Cusco, US$ 65 saindo de Ollantaytambo)
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Trens panorâmicos
Os trens mais caros oferecem janelas amplas (alguns, vidros no teto também), além de serviço de bordo.
- Peru Rail: VistaDome (desde US$ 78 saindo de Cusco ou Ollantaytambo)
- Inca Rail: The 360° (desde US$ 85 saindo de Cusco, US$ 77 saindo de Ollantaytambo)
Trens de luxo
A Inca Rail também tem uma First Class com serviço de luxo desde US$ 208 (San Pedro-Aguas Calientes) e US$ 195 (Ollanta-Aguas Calientes).
Se você está achando tudo muito caro, preciso informar que as duas cias. também têm classes AAAA gargalhantes: a PeruRail tem o Sacred Valley Train (desde US$ 195 Ollantaytambo-Aguas Calientes), o Hiram Bingham (desde US$ 540 Poroy-Aguas Calientes) e a Inca Rail, a The Private Machu Picchu Train (um vagão que pode ser fretado entre Ollanta e Aguas Calientes, com preço sob consulta).
O que são as tarifas ‘Traslado’ e ‘Completo’ da Inca Rail?
A Inca Rail – e só ela – tem tarifas que oferecem mais do que o transporte até Aguas Calientes.
- Tarifa ‘Traslado’: inclui o ônibus Aguas Calientes-Machu PIcchu-Aguas Calientes, que custa US$ 24 quando comprado separadamente
- Tarifa ‘Completo’: inclui esse ônibus a Machu Picchu e também um serviço de guia compartilhado, que na porta da cidadela custa US$ 10 por pessoa
Vale a pena pagar? Só se você valorizar a comodidade. Há um sobrepreço cobrado sobre os dois itens extras.
Wise – Cartão de débito global
Que moeda eu levo para o Peru?
Mudou tudo: não é mais preciso levar dinheiro vivo para o Peru para escapar do IOF alto e do dólar caro dos cartões. Se você tiver tempo hábil, o melhor é fazer um cartão de débito de conta internacional.
Ideal: cartão de débito de conta internacional
Enquanto a pandemia deixava a gente longe das viagens internacionais, surgia uma nova classe de cartões: os cartões de débito de contas internacionais, como BS2, C6, Inter, Nomad e Wise.
Esses cartões combinam o melhor de dois mundos: o IOF baixo do dinheiro vivo (1,1%) com um ‘spread’ (ágio sobre o câmbio comercial) em linha com o do dinheiro vivo, e bem mais baixo que o dos cartões de crédito ou pré-pagos.
Não é preciso mais levar um bolo de dinheiro na doleira, nem perder tempo da sua viagem procurando uma casa de câmbio com uma boa cotação. Notas falsas também deixam de ser uma preocupação.
Com esses cartões você paga despesas diretamente no comércio e também faz saques em soles nos caixas automáticos.
Leia mais sobre os novos cartões globais.
Saques em caixas automáticos: saiba antes
Alguns cartões de débito de contas internacionais, como Wise e Nomad, oferecem os primeiros saques grátis. A maioria já cobra US$ 5 por saque desde o primeiro. Em todos os casos, é cobrada também a tarifa de uso do equipamento.
Para diluir as tarifas, o melhor é fazer o maior saque possível. A melhor rede é a BCP, que permite retirar até 700 soles de cada vez.
A GlobalNet é a pior: deixa retirar no máximo 400 soles (uns 120 dólares) e cobra 14,50 soles de tarifa (4 dólares — 3,5% no saque máximo). A rede Scotiabank permite retirar até 500 soles; BBVA e Multired, 400 soles.
Revolut – Taxas de câmbio excelentes!
Taxa de câmbio comercial e IOF de 1,1%.
Envie e receba dinheiro em diversas moedas
Funciona, mas dá trabalho: levar reais ou dólares
Você conseguirá trocar reais ou dólares em casas de câmbio no Peru. Mas vai precisar procurar as melhores cotações e vai estar sujeito a pegar uma ou outra nota falsa.
Procure fazer câmbio em dias de semana, durante o horário comercial, para obter as melhores cotações.
Todas as casas de câmbio trocam dólar, mas nem todas trabalham com real. Se o real estiver num momento de queda contínua, muitas deixam de trabalhar temporariamente com a moeda.
Não vale a pena: comprar soles peruanos no Brasil
Comprar moedas ‘fracas’ em espécie no Brasil nunca é um bom negócio. As casas de câmbio cobram um ‘spread’ (ágio sobre a cotação comercial) muito mais alto do que o das moedas fortes que fica entre 3% e 5%.
Nas cidades em que casas de câmbio têm soles peruanos para vender, o menor spread é de 15%.
Mesmo que você queira apenas alguns soles para ter na carteira na chegada, sai mais em conta trocar 100 ou 200 reais na casa de câmbio do desembarque do aeroporto de Lima, onde o spread não deve ser maior que 10%.
Cartões de crédito: úteis como plano B
Com a entrada no mercado dos cartões de débito global, os cartões de crédito agora parecem ainda mais caros – já que existe um produto que executa praticamente todas as suas funções, a um custo 10% mais baixo.
De todo modo, não jogue fora seu cartão de crédito: ele é um ótimo plano B caso dê problema com seu cartão de banco digital – ou caso você resolva gastar mais do que poupou para viajar.
Mais Primeira Viagem ao Peru:
1365 comentários
Eu vou ao Peru mês que vem e acabei fazendo como está descrito no post, com relação a quantidade de dias em cada lugar, horário dos voos, reservas etc. Mas isso depois de muuuita pesquisa. Obrigada VnV por passar tudo mastigadinho! Vai ajudar muita gente! Verdadeira utilidade pública.
A diferença é que vou passar um dia a mais em Lima porque vou chegar no sábado de manhã. E vou fazer a trilha Inca!
Muito bom o post, fui ao perú no mês passado e fiquei encantado , quero voltar ! O preço dos passeios acaba sendo bem caro o tren nem se fala um absurdo , porém existe o trajeto de Cuzco a macchu Picchu de ônibus , sim você perde um tempo porém terá uma grande encomonia e esse trajeto hoje e feito por 60% dos turistas estrangeiros .
Olá, Marcilio! Não existe o trajeto de Cusco a Machu Picchu de ônibus. A estrada só chega até Hidroeléctrica, num trajeto de 7 horas desde Cusco. De lá são 3 horas de caminhada a Aguas Calientes. Não passe adiante informações pela metade nem estatísticas que te contaram na rua (“60% dos estrangeiros”, hmpf).
Somos seus fãs, Ricardo !
Antes de viajar procuro ler todas as suas dicas. E sempre deu certo.
Eu e meu marido vamos para Cusco na segunda quinzena de maio. Apenas preocupados com o soroche pois estamos fora de forma.
Abração !
Gostaria de saber se o passeio a Macchu Pichu é seguro de se fazer com meus avôs, que já são idosos (maiores de 70). E também se há problema com a altitude de Cusco para pessoas nessa faixa de idade.
Olá, Mari! Consulte o médico, é o melhor a fazer.
Olá Mari,
Viajei para Machu Picchu em 2014 e lá na montanha vi muitos, mas muitos velhinhos (parece que europeus) curtindo tudo!
Eram grupos de idosos super em forma, felizes da vida.
Mas como já foi dito, é preciso consultar os médicos de seus avós para saber se eles podem fazer esta viagem.
A altitude realmente deixa a gente muito ofegante e cansado. Parece que quem tem problemas cardíacos e respiratórios sentem mais…
Mas tudo lá é muito bem organizado. Chegando em Aguas Calientes, eles não precisarão andar muito. E o microonibus leva direto à entrada do parque das ruínas, então neste aspecto é bem tranquilo.
Espero ter ajudado
Oi Mari, quando comentei com meu médico que iria a MP ele me disse de um paciente dele que era cardíaco, não sabia, e morreu logo depois de chegar desta viagem. Meio trágico, talvez exceção, mas achei interessante para termos cuidados com a aclimatação e com as pessoas de idade. De fato consultar o médico dele é a melhor ideia!
Peru foi minha primeira viagem, no mochilão forte. Foram 8 dias pela Bolivia e 23 dias no Peru, em 2004. Que lugar lindo..praia, montanhas, floresta… impressionante.
Um lugar lindíssimo de lá que quase ninguém vai é para o norte, na região de Huaraz Ali tem-se o que chamam de Corredor das cordilheiras:de um lado a Cordilheira negra, mais baixinha e virada para o mar. Do outro a branca:mais alta, mais longe da maresia…com picos gigantescos.
Foram 3 dias por ali, no final da viagem e um dos pontos mais altos de qualquer viagem que já fiz até hoje.
Riq, sensacional esse post. Você e sua equipe são incríveis, pensam em cada detalhe, dicas importantes para se organizar uma viagem com sucesso. Nossa, amo seu blog!
Abraço
Sou fâ do seu site e sempre consulto pra qualquer viagem.
Gostaria de saber se o circuito do vale sagrado pode ser feito com carro alugado? .Pode ser uma opção ? via Puca ,Pisac Urbamba ,Ollanta retrnando a Chinchero e finalmente Cusco.
Olá, Celso! Não queira dirigir no Peru.
Excelente matéria! Vou para o Peru em Julho e ficarei 14 dias para fazer com folga Lima, Paracas, Nazca, Arequipa, Puno e Cusco! Estou ansiosa, deve ser tudo muito lindo! Quando voltar compartilho minha experiência! Abs
Caso não seja possível comprar o ingresso antecipado de Machu Picchu pela Internet por dificuldades com o cartão de crédito, onde seria possível comprá-lo em Cusco?
Olá, Ana Claudia! No Ministério da Cultura em Cusco, calle Garcilaso s/n, de segunda a sábado das 7h às 19h30.
Se você não conseguir comprar eletronicamente, é melhor comprar por uma agência especializada no Brasil ou, em último caso, no Peru.
Mas veja: qualquer cartão Visa emitido por um grande banco brasileiro, Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil, está no sistema.
“Você não precisa levar o cartão com você; pode pedir para algum parente comprar”- eu pedi para uma amiga o cartão dela (pois o meu é Master) e quando fui finalizar a compra apareceu uma mensagem dizendo que o cartão + identificação serão exigidos na entrada… e agora?
tive dificuldade em achar agência aqui no Brasil que venda só o ingresso, só fazem pacotes fechado =/
Olá, Ana Carolina! O Ricardo Freire entrou duas vezes sem que pedissem nada além do passaporte, por isso me repassou essa informação. Mas se no processo de compra está dizendo isso, vou corrigir a resposta.
Duas amigas que foram também falaram que não pediram nada… mas fiquei com medo de comprar. A questão é: e agora? apenas pessoas com Visa podem entrar em Machu Picchu? Temos alternativa para comprar esse ingresso? Tenho o contato de uma agente de lá, vou tentar por ela em última caso, mesmo assim, achei bem limitante uma pessoa física não poder comprar individualmente o ingresso, apenas quem tem Visa.
Obrigada pelo retorno. abs
Ana Carolina, meu melhor conselho se você quer comprar ingressos e passagens por conta própria na internet é: faça um cartão vinculado ao sistema Verified by Visa ou MasterCard SecureCode. Se você tem algum parente que possua um cartão desses, peça para que ele faça um cartão vinculado para você. Cada vez mais sites pedem esse sistema.
Obrigada, Ricardo! Vou ver oq faço…
Aproveitando, parabéns pelo VnV, é sempre meu guia para viagens. Esse roteiro agora para o Peru é toda a minha base de programação. Excelente! abs
Eu enviei um e-mail para eles e vejam a resposta:
“buenas noches le informamos que no es necesario que el dueño de la tarjeta de credito este presente al momento de ingresar a amchupicchu.
la notificacion que usted observó es solo un formalismo de parte de las entidades fiancieras para evitar robos o clonacion de estas tarjetas de credito.
todo lo que suted necesita en la puerta de machupicchu es su boleto y su documewnto de identidad , eso es ,todo.”
viva =)
Que maravilha achar esta informação aqui!!! Entrei em contato com eles por e-mail faz 1 semana e até agora não responderam…vou comprar com o cartão de outra pessoa…valeuuuu
Voltei de lá tem 2 semanas. Li bastante sobre quando ir e resolvi arriscar ir a Lima e Cusco na primeira semana de abril (de 31/3 a 09/4).
O tempo em Lima estava bem quente. Ficamos bem queimados até nos passeios. Muito calor e umidade. Chegamos em Cusco dia 04/4. Choveu no primeiro dia e no último, mas foram chuvas rápidas. Mas o frio incomodou à noite por causa do vento.
O grande problema pra mim foi a chuva em Machu Picchu. De fato, ela atrapalha. Atrapalha o passeio, as fotos, a vista. Acho que valeu a pena arriscar, por eu não poder ir na melhor época. Mas caso vc tenha essa opção, deixe pra ir a partir da segunda quinzena de maio (foi a dica do pessoal de lá).
A altitude também foi problema pra mim, ainda mais porque meu hotel ficava numa ladeira (Amaru Hostal I). É uma ladeira simples, se for numa cidade ao nível do mar. Mas a 3400m, ela se torna um desafio. Chegava muito ofegante. Também, senti enjoo e dor de cabeça.
É uma viagem muito interessante de ser feita, mas quanto mais vc puder evitar esses percalços, melhor será sua trip!