Santiago com neve: um dia entre Valle Nevado e Farellones
Testei o passeio “Excursión a la Montaña” da TurisTour, a maior agência de turismo receptivo de Santiago. Me pareceu uma maneira bem prática de ser apresentado a três estações de esqui — Valle Nevado, El Colorado e Farellones — e entender se vale a pena fazer um tour assim, em vez de ir direto a uma estação só.
Reservei por telefone, só anotaram meu nome e o quarto do hotel. Às 7h50 chegou o pequeno ônibus — vim a saber mais tarde que aquele era o tamanho máximo que um veículo podia ter para conseguir contornar os cotovelos da estrada da montanha.
Comigo subiram mais sete brasileiros, todos viajando por conta própria — mas, pelo que pude notar, fregueses de carteirinha de passeios organizados.
Na meia hora seguinte, passaríamos em mais quatro hotéis e receberíamos os passageiros de outra van que tinha passado em outros três. Às 8h30 éramos vinte passageiros, todos brazucas.
O guia, muito bom, avisa que, para não ficarmos o tempo todo no ônibus, iremos dividir o dia entre Valle Nevado e Farellones, só a duas estações (parada com mais tempo, já na hora do almoço).
Antes de tudo vai haver uma parada fora das estações, para um contato mais livre — e grátis — com a neve. Em Farellones será possível fazer aulas de esqui.
Quem estiver interessado deve traçar um sanduba ou empanada em Valle Nevado, porque o tempo em Farellones não é suficiente para almoçar e fazer aula.
Pegamos a avenida Presidente Kennedy, passando ao largo de três grandes shoppings. Antes de sair da cidade, uma parada estratégica numa lojinha da Ski Total na avenida Nueva Las Condes para alugar roupas próprias para a neve.
Eu tinha esquecido de levar as botas impermeáveis, luvas e gorro da viagem à Patagônia — então precisei morrer em 10 dólares para alugar botas e outros 10 dólares para as luvas.
Cinco minutos depois já estávamos no Camino a Farellones, uma estrada acanhada construída nos anos 30. São 40 curvas até chegar ao centro de esqui Farellones (de onde se continua a El Colorado e La Parva).
A partir da entrada de Farellones, uma outra estrada, particular, construída nos anos 90, leva a Valle Nevado (depois de outras 20 curvas).
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Já no início do caminho dá para ver que é melhor não arriscar subir por conta própria. A estrada é bastante apertada, e as curvas, fechadíssimas.
Basta uma fina capa de gelo para tornar tudo megaperigoso (e obrigar ao uso de correntes nas rodas). Não há economia que valha o risco e o stress.
Vimos neve no caminho até Farellones, mas bastou passar batido pela entrada e pegar a estrada a Valle Nevado para que tudo, tudo, tudo ficasse branquinho (com exceção do asfalto).
Algumas curvas adiante de Farellones, a primeira parada do passeio. Vinte minutos para apresentações pessoais: Neve, este é o Brasileiro; Brasileiro, esta é a Neve.
Este é o momento para fazer tudo o que não pegaria bem dentro de uma estação de esqui. Mas até que o nosso grupo estava bem comportadinho.
E, cá entre nós: para quem só está interessado em ver neve, pegar na neve, perder a virgindade com a neve, este será o momento mais divertido do passeio. (Para alguns, poderia até acabar ali que já estaria ótimo…)
Subimos então para Valle Nevado. No caminho, uma providencial camada de gelo na estrada obrigou a uma parada não-planejada. Ótimo: deu para fotografar com calma o lindo caracol desenhado pela estrada na montanha branquinha.
O caminho para Portillo (que é a estrada de Mendoza) tem um caracol ainda mais impressionante.
Mas certamente o custo x sacrifício de um bate-volta a Portillo (3 horas em cada sentido) só para ver a estrada não vale — quando tão pertinho de Santiago, a 45 minutos da saída da cidade, se pode ver esse caracolito do Valle Nevado.
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Desde a inauguração do teleférico de cabine fechada, que leva a um restaurante a 3.200 metros de altitude, Valle Nevado agora tem também uma atração para não-esquiadores..
O acesso à área das pistas na alta temporada custa 33.000 pesos (66 dólares), e só se justifica para quem vai passar o dia inteiro. Me senti vagamente farofeiro. Teria sido mais entretenido usar essa hora em El Colorado, onde dá para andar de teleférico (por 13.000 pesos, ou 26 dólares).
De Valle Nevado descemos até Farellones, onde é feita a parada para almoçar (mas o almoço não está incluído).
Enquanto Valle Nevado é uma estação de esqui tipo exportação, voltada sobretudo aos turistas estrangeiros, Farellones funciona como um playground da neve para os santiaguinos.
As instalações são bem mais modestas, os ingressos são mais em conta (o acesso na alta temporada custa 10.000 pesos, ou 20 dólares) e, o que é melhor: há diversões até para quem não queira esquiar ou fazer snowboard.
O maior barato de Farellones é o tubing, versão na neve dos tobogãs com bóia dos parques aquáticos. Por 7.000 pesos/14 dólares (acrescidos aos 10.000 pesos/20 dólares da entrada no parque) você compra uma hora de uso do tobogã — com direito a ser rebocado ao começo da pista (ah, se fizessem isso nos parques aquáticos…)
Outra atração off-pistas de Farellones são os juegos aéreos — um circuito de pontes de corda e tirolesas que me deu vontade de fazer. Os participantes são transportados até o início do circuito e, depois de deslizar nas alturas, desembarcam junto ao restaurante. Custa 7.000 pesos/14 dólares extras.
Mas quem disse que o nosso grupo pôde fazer alguma dessas coisas? Como fomos almoçar, ao deixarmos o restaurante já não dava mais para se encaixar no próximo turno do tubing, e a última sessão de juegos aéreos tinha acabado de acontecer.
Ou seja: a recomendação de comer uma empanadita em Valle Nevado deveria ter sido estendida a todo mundo que quisesse fazer alguma atividade em Farellones (e não apenas aos que pretendiam pegar a aula de esqui de 90 minutos).
Eram quatro e meia da tarde quando começamos a descida em direção a Santiago. Passamos na lojinha da Ski Total para devolver os itens alugados.
Quem quisesse podia ficar num dos shoppings pelo caminho — um grupo pediu para descer no Parque Arauco. Cheguei ao meu hotel, no centro da cidade, um pouco antes das 7 da noite.
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Minhas impressões
Baseado numa única experiência — o que é pouco, e me permite mais intuir do que dizer categoricamente –, achei que um passeio estruturado como este é interessante para quem quer ver a montanha nevada dos melhores ângulos e ter um primeiro contato com a neve.
Quem quiser usar o dia da montanha para começar a aprender a esquiar ou sobretudo para brincar na neve, acho mais interessante pegar só um trânsfer Santiago-estação de esqui-Santiago.
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Para ter uma aula de esqui e aproveitar para praticar um pouquinho depois, dá para escolher entre Valle Nevado (a mais bacana), El Colorado (nível intermediário) e Farellones (mais popular/recomendável para iniciantes). Para saber os preços, é só clicar nos nomes em azul.
Mas se o objetivo for brincar na neve, iria direto para Farellones e aproveitaria o dia ao máximo.
O passeio que fiz pela TurisTur custou 28.000 pesos, sem entradas aos parques nem almoço.
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Um trânsfer simples pela SkiTotal sai 10.000 pesos ida e volta por pessoa, desde que você pegue a van num dos dois endereços da companhia — shopping Omnium (Av. Apoquindo 4900), ou Av. Nueva Las Condes 12375, na saída da cidade.
Querendo ser buscado e entregue no hotel, o preço dobra: 20.000 pesos/40 dólares por pessoa.
É possível alugar roupas e equipamentos nos dois pontos de partida da SkiTotal (o equipamento completo para esquiar sai US$ 36) ou nos próprios centros de ski.
Quando ter contato com neve
Garantido: julho a meados de setembro (estações abertas e funcionando)
Possível: finzinho de maio, junho, fim de setembro até meados de outubro (estações podem estar abertas de meados de junho a início de outubro, dependendo da quantidade de neve)
Sem chance: janeiro, fevereiro, março, abril, novembro, dezembro (estações fechadas)
Post escrito em julho de 2010.
Leia mais:
- Passo a passo: como fazer o passeio ao Valle Nevado por conta própria
- Valle Nevado com criança, parte 2: à neve!
- Como organizar uma mala para uma viagem de esqui?
- Todas do Valle Nevado no Viaje na Viagem
- Guia de Santiago
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QUANDO TER CONTATO COM A NEVE PERTO DE SANTIAGO:
Garantido: julho a meados de setembro (estações abertas e funcionando)
Possível: fim de maio, junho, fim de setembro a meados de outubro (estações podem estar abertas de meados de junho a início de outubro, dependendo da quantidade de neve)
Sem chance: janeiro, fevereiro, março, abril, novembro, dezembro (estações fechadas)
Mais informações: Leia com atenção o texto do post e, se precisar, vasculhe as páginas anteriores de comentários, começando pela primeira:
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Leia também:
Uma Bóia em Valle Nevado
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