Village St.-Jean

St.-Barth & Anguilla para duros, mas nem tanto (a viagem da Lu)

Praia Grande Saline, St.-Barth

Texto e fotos | Lúcia Gomes

St.-Barth é uma das ilhas mais badaladas do Caribe, onde os endinheirados vão se bronzear em euro a bordo de seus iates. Mas quem disse que nós também não podemos tirar uma casquinha desse paraíso? Usando as dicas que encontrou no Viaje na Viagem, a Lúcia Gomes (a.k.a. Lu Maldivas) não apenas desfrutou St.-Barth em modo econômico, como ainda aproveitou para curtir St.-Martin e Anguilla na mesma viagem. Idéias espertas como a escolha de hotéis charmosos fora da orla permitiram pequenas extravagâncias ao longo do percurso. Quer saber mais? Vai pela Lúcia:

A fama de St.-Barth para mim data de muito longe, porém acreditava ser totalmente inacessível aos pobres mortais como eu… até ler o post do Riq há uns 2 ou 3 anos atrás: St.-Barth para duros! Desde então, St.-Barth voltou para a minha wishlist, com boas possibilidades! Outros posts se seguiram, St.-Barth para duros: a Elisa foi e comprovou, e depois o do Bruno, com os hotéis maravilhosos.

Avião se preparando para pousar em Grand Case, St.-Martin

Bem, nada melhor que uma comemoração como pretexto! E foi para comemorar o meu niver (e de uma amiga) que acabei indo (fomos em 2 casais)! Já que estava indo prá lá, e o avião chega por St. Maarten, teria que aproveitar para dar uma olhada por ali, apesar de todo mundo falar que é a menos legal das ilhas, e também em Anguilla, de que tinha ouvido falar muito pouco. Mas, como a ordem é fundamental para o resultado final, acabamos optando por ficar 2 dias em St. Maarten, 4 em Anguilla e 5 e meio em St.-Barth, sempre com carro alugado (fundamental!). Com isso, a logística foi mais complicada, porque St. Maarten fica entre as outras 2 ilhas. Mas foi perfeito, foi tudo num crescendo, cada dia um lugar mais lindo e especial que o outro!

St.-Martin

St.-Martin

Em St. Maarten, as dicas proliferam, o que vale registrar é o hotel, que considerei um achado! Como St. Maarten seria a mais fraquinha, não estava aceitando a ideia de ser o hotel mais caro da viagem! Foi difícil, mas achei!!! Adoramos o hotel Marquis, que pertence a um marquês, que tem uma vinícola na França (Bordeaux ou Bourgogne, não me lembro mais).

Hotel Marquis, St.-Martin

Não é pé na areia (aí já seria demais), mas é muito bacana. Fica na metade francesa da ilha (logo, St.-Martin) e tem uma vista sensacional sobre a Anse Marcel. Tudo por um preço bem razoável: 120 euros com café da manhã. Isso sem falar na gerente, Moira, uma italiana, que é ótima! Tudo foi tratado diretamente com ela, por indicação da dona do hotel de St.-Barth. Como estão no alto do morro, oferecem transporte gratuito (na hora que o cliente quiser) até a praia (que é a mesma do Riu, antigo Radisson), e a alguns restaurantes próximos, incluindo o Le Calypso, que é o restaurante da marina, parte ao ar livre, bem descontraído, com pratos variados, e preços bem acessíveis. Outro restaurante que eles nos levaram para jantar e que gostamos muito foi o Ti Bouchon, que mais parece um restaurante chinfrim, de beira de estrada, mas a comida é maravilhosa e o atendimento idem (não é muito baratinho, pratos em torno dos US$ 35)!

Anguilla

Chegada a Anguilla

De St.-Martin para Anguilla, fomos de ferry (20 minutos de um belo visual, sem enjoar). Anguilla ainda é bem rústica, bem natureza mesmo! As praias são bem desertas, as pessoas são muito simpáticas, e o mar é de um azul inacreditável! A capital, The Valley, fica no interior, e não tem nenhum charme, é uma vila com os serviços básicos, onde só tem locais.

Meads Bay, Anguilla

Ficamos no Anacaona (nome de uma flor local) , que é bem básico, porém muito bem localizado, em Meads Bay, com acesso direto à praia. Tem 2 piscinas, restaurante, jardim, um snack-bar de apoio na praia, e um staff muito prestativo (as recepcionistas sempre muito solícitas para dar informações e sugestões). Pagamos US$ 160 no quarto standard (todos com varanda, frigobar e ar condicionado), sem café da manhã (mais as taxas, que são de 25%!). O café da manhã custa US$ 16 por pessoa e é meio fraco. Melhor pedir a la carte torrada com café com leite (e levar uma fruta do mercado, ou comprar umas cositas, colocar na geladeira e tomar café na varanda do quarto. Cabe registrar que para dirigir em Anguilla (mão inglesa), é necessário uma carteira especial, que custa US$ 20, e foi providenciada pelo próprio hotel, e o aluguel de carro é mais ou menos padronizado: US$ 40 mais US$ 8 de seguro/dia.

Shoal Bay, Anguilla

As praias mais bonitas são Shoal Bay e Meads Bay (que é a do hotel), mas vale dar uma volta de carro pela ilha para conhecer todas. E a nossa grata surpresa foi o passeio à Sandy Island, que é um banco de areia, a 10 minutos de barco (US$ 10, ida e volta, saindo de Sandy Ground).

Sandy Island, Anguilla

Sandy Island, Anguilla

Lindo lugar para snorkel, com algumas palmeiras e, acredite se quiser, um bar-restaurante! Comi a maior lagosta da minha vida (dividi porque não dava pra comer inteira), que custava US$ 70, deliciosa!!! Mas o melhor de tudo é que, aliás, como em toda a viagem, levamos o nosso isopor com cervejas compradas no supermercado, e gelo, o que barateia em muito, porém sem ser sinal de dureza, pois esse é o costume local!

Em Meads Bay tem vários restaurantes legais. Fomos ao Straw Hat, mais acessível, e ao Blanchard,  que é mais carinho, e tem uma adega de fazer inveja a muito restaurante bacana por aí. E o legal é que, quem gosta de andar, pode voltar a pé pela praia, um programaço se tiver lua! Em Sandy Ground, um pequeno porto, tem uns bares com música ao vivo (em geral de 5ª a domingo) bem animados, e um restaurante bem romântico, que recomendo: Veya (também mais carinho).

St.-Barth

Vôo de Anguilla a St.-Barth

 

Vôo de Anguilla a St.-Barth

De lá, seguimos para St.-Barth. Tínhamos 2 opções: ir via St.-Martin (barco+barco ou barco+avião) ou direto de avião (somente 1 vôo por dia pela Anguilla Air). Optamos pelo avião (15 minutos): indo em 4 pessoas, ficou mais barato pegar um charter. A diferença de preço valeu a pena porque foi bem mais curto do que fazer “baldeação” em St.-Martin. A viagem é linda e a aterrissagem, emocionante!

St.-Barth, vista do hotel Village St.-Jean

Chegando em St. Barth, já deu pra sacar o charme do lugar! Ao contrário do que imaginava, não vi gente besta, todos muito simpáticos, e felicíssimos de estar naquele paraíso! Ficamos no Hotel Village St.-Jean. Não é pé na areia, mas dá pra ir pra praia de St.-Jean a pé, em 5 minutos (a volta é uma boa subida). O preço é bem razoável para St.-Barth principalmente levando em conta a localização: 160 euros com café da manhã. O hotel é espalhado no alto da colina e os quartos são chalés espalhados, com cozinha (a não ser os mais baratos que são em blocos de 4, lado a lado, e só têm frigobar). Todos têm ar e varanda. Dá a impressão que eles foram se expandindo no entorno da casa principal, que é o lobby. Cabe registrar que é um hotel familiar, operando há uns 40 anos, cujos donos são locais. Então, a Catherine, que é a dona, uma simpatia, sabe tudo de St.-Barth! Como em qualquer hotel de lá, eles têm barraca, cadeira, isopor, máscara e snorkel para emprestar. É bom testar antes porque nem todos estão em muito bom estado, mas sempre tem algum bom.

Hotel Village St.-Jean, St.-Barth

O hotel tem uma piscina super bem localizada, no alto, com um visual lindíssimo! Ideal para tirar o sal no final da tarde! Tem também uma pequena academia para quem quiser se exercitar. O café da manhã é muito bom, tipo buffet, com frutas, iogurte feito em casa, cereais, baguete, croissants, pain au chocolat, bolo, sucos, café, leite, chá, chocolate quente e frio, só não tem frios nem queijos (mas se quiser, é só comprar e levar). É servido numa casa logo abaixo da piscina, também com um visual incrível.


Esse costume de levar farnel pra praia é tudibão! Principalmente em território francês! Tomar champagne geladinho, e comer foie gras, queijos, frios, baguete numa praia vazia e liiiinda, com um mar com várias tonalidades de azul calcinha é o máximo!!! Além de ser uma economia, já que tudo pode ser comprado no supermercado!

Com relação aos restaurantes, recomendo o Kiki&Mo, deli deliciosa e engraçada, e o Andy’s Hideaway, com pizza deliciosa e pratos bem variados, ambos com preços bem acessíveis, em St.-Jean, e dá para ir a pé do hotel. Tem uma loja de conveniências, em frente ao Andy’s Hideaway, do outro lado da rua, que tem uma churrasqueira do lado de fora, que faz frango assado e churrasco em um dia da semana que não me lembro mais qual é. Ou ainda, “roubar” algumas coisas do piquenique da praia e jantar na varanda do quarto também pode ser bem simpático!

Já passando aos restaurantes mais caros, fomos a 2: L’Isola, em Gustavia, um italiano para ninguém botar defeito, e L’Esprit de Salines, no caminho para Salines, ao ar livre, com uma proposta casual chic, e comida de chef.

Praia Colombier, St.-Barth

Com relação às praias, tem que conhecer todas para escolher a sua preferida. São todas muito bonitas! Para mim, a hors concours é a Colombier, pelo conjunto da obra! Para se chegar lá, há que fazer uma boa caminhada, mas o prêmio vale o esforço! A praia é quase deserta (não é todo mundo que se dispõe a fazer esforço nas férias!), sem vento (Salines e Governeur são mais ventosas, ou pelo menos estavam assim na nossa semana), com um mar daquela cor inacreditável, alguns barcos, e um fundo com fauna e flora riquíssimos, no canto direito costeando as rochas. Vimos muita coisa linda e colorida de snorkel! E um detalhe importantíssimo e não muito comum: a temperatura da água é perfeita! Levamos 2 horas mergulhando só de biquíni, sem roupa de neoprene, e nem percebemos! O único defeito é não poder carregar o isopor, mas nem tudo pode ser perfeito…

Flamands, St.-Barth

A 2ª praia mais bonita é Flamands, onde fica o hotel do grupo Luis Vuitton, pé na areia (mas custa uns 1000 euros a diária!). E a 3ª é a de St.-Jean, vizinha ao aeroporto, e onde fica o nosso hotel.

Esqueci de comentar que tivemos a sorte, nas 2 primeiras noites, de ter um super upgrade para um quarto maravilhoso, tipo lua de mel, por um preço muito especial porque o hotel estava lotado e era o único quarto disponível. Fiz o sacrifício sem reclamar! E aí apaixonei de vez por St.-Barth!!!

Muito obrigada pelo relato, Lucia!

Leia mais:

7 comentários

Já estava com este roteiro na cabeça, agora é só ver data, passagem e resolver os hotéis! Mto bom! Valeu!

Ué, o comentário foi cortado 😉
Bom saber que dá pra fazer este trio de luxo, sem estourar o orçamento 😉

Ah, que delícia! Sei bem o que é ficar com um destino na cabeça desde que o Riq fez aquele Easy Cruise pra lá

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