South Beach, déco e salteada

Minha primeira vez em Miami foi em 1978, quando fui (pela primeira e única vez) à Disney. Ficamos hospedados no venerável Fontainebleau, na época um hotel tão decadente quando a cidade. Era janeiro, estava frio e chuvoso, o que tornava Miami Beach ainda mais deprê.

O bairro déco (acho que naquela época não era conhecido assim, mas se fosse, eu não saberia de todo jeito) era um grande asilo, seus predinhos cor-de-rosa e verde-limão malcuidados e desbotados, uma tristeza de ver.

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No início dos anos 90, porém, o bairro deu uma grande virada. Nas mãos de Chris Blackwell, dono da Island Records (e o cara que lançou Bob Marley e o U2), seus predinhos foram sendo transformados em hotéis e restaurantes übercool.

Hoje o lugar não tem mais a aura descoladaça dos anos 90; foi totalmente convertido ao mainstream. Os hoteizinhos pequenos já não são mais badalados — Chris Blackwell acabou de vender os seus em 2004 — e não há um restaurante na Ocean Drive que seja realmente recomendável. À noite, o footing se mudou da beira-mar para o calçadão da Lincoln Road.

Os metidos agora só badalam nos ambientes dos hotéis mais caros, do clássico Delano aos moderníssimos (e feiosos) The Setai e 1 Hotel South Beach. Já o povo cool agora desbrava o Miami Design District, três quarteirões ao pé de um viaduto, em torno da NW 40th St., em Miami propriamente dita.

No entanto, eu estou pouco me lixando se o lugar já foi mais “in”. O que me importa é que o conjunto de prédios déco continua preservado. Sou totalmente fascinado pela arquitetura do bairro. O único outro lugar do planeta em que passo tanto tempo olhando para cima é Praga.

Continuo achando um lugar divertido para passar dois dias antes ou depois do destino principal da viagem.

Recomendo ficar entre as ruas 12 (que é o point GLS) e 20, para poder ir caminhando para a Ocean Drive e a Lincoln Road.

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Querendo ficar pé-na-areia, e não podendo cacifar os hotelões citados mais para cima, tente o Shore Club, a alternativa menos cara do mesmo grupo do Delano, e o Surfcomber (que normalmente tem preços ótimos).

Mas se não fizer questão de praia em frente, dá para garimpar os hotéis dos predinhos, que andam bem baratos depois da invasão da praia pelos hotelões. Eu já fiquei no Penguin, que é cleanzinho e fica na Ocean Drive entre ruas 14 e 15, por 100 dólares em dezembro.

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Note apenas que a alta estação é como no Caribe — entre o Natal e a Páscoa.

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212 comentários

Realmente esses préidos são uma belezinha. À noite, não gostei da área. Muvuca e prostituição. O que vc acha de Espalhola Way? Se der, conheça a reserva ecológica de Bill Baggs, no sul da cidade. É uma praia mais natureba e interessante. Miami não mora no meu coração. Não me lembro do nome do estabelecimento, mas o único problema com hotel que tive na minha vida foi aí e acho que isso piorou a imagem que guardo da cidade.
abração

Desculpe ser do contra, mas eu não gosto de Miami, não. (essa é minha versão bem educadinha, tá? porque na verdade eu detesto Miami). Costumo dizer que só vou a Miami se me pagarem, ou seja, a trabalho.
Reconheço, porém, que para chegar às Keys, para visitar a família,( 😉 ) tenho que passar por lá. Aliás, estarei por lá (sim, estão me pagando pra ir…) no fim de semana que vem.

Pô, Riq, você acabou de inventar fotos em HD!
E também sou um fã de carteirinha do Art Deco District!
Se der tempo, vá comer no Hakkasan no Hilton ou no Casa Tua, do ladinho da Lincoln Rd. São bons demais!!

Ótimo post Riq, tenho o mesmo sentimento por Miami. A Ocean Drive é realmente a Av. Atlântica deles: cafona e turistona, mas divertida. Adoro. Mas sem dúvida o momento é da Lincoln. Os bares e boates do Fontainebleau são ótimos — e o hotel ficou um luxo depois da milionária reforma. (Você voltou lá 30 anos depois?) O Gansevoort South tem a baladinha mais cool na piscina da cobertura — vale muito a pena. Da mesma rede do Delano, o Hotel Mondrian é bem legal — super descolado com preços aceitáveis, apesar de um pouco afastado da praia (West Avenue — com vista para Downtown).

Juro: eu queria ter os insights do Riq pra bolar os titulos de posts por um diazinho so, nada mais! :mrgreen:

    Ôpa, mais um produto pra vendermos no site das Organizações da Bóia!!

    É a alma de publicitário que ele não abandona! Deixa o Hortifruti descobrir ele – aqui no Rio agora são músicas com verduras – amanheceu, peguei graviola, botei na sacola (só um () h ehe Adorei o post! Amei ficar num hotelzinho ali na Lincoln – o Shelley!

Eu tenho uma simpatia toda especial por Miami… Nunca tinha posto os pés na cidade até janeiro de 98, quando “morei” por 2 semanas no antigo Four Points Sheraton de South Miami pra fazer um curso em Coral Gables. Acabei batendo ponto em South Beach dia sim, outro também, com os amigos e o namorado – e de transporte público quase sempre, o que era uma aventura à parte… 😉 Meu lugar preferido era o Van Dyke Café, na Lincoln Road, com seus shows de jazz madrugada adentro – não sei se continua sendo um lugar legal, mas fica a dica se alguém quiser ir conferir… (Engraçado que eu ainda não pensei em incluir Miami nas minhas idas e vindas como costumo fazer – acho que tenho tanta nostalgia dessa viagem que o medo de me decepcionar me freia…)

    Concordo e discordo, Arthur… Se a viagem tiver sido excelente por causa das pessoas envolvidas, como foi comigo em Miami, aí eu acho que a decepção é inevitável mesmo… Mas eu gosto muito de voltar a lugares onde já fui, e muitas vezes gosto ainda mais na segunda vez ou na terceira do que na primeira! 😉

Adoro South Beach também… muita gente esta aproveitando a crise para comprar apartamentos por lá, dois amigos compraram e estão delirando! Algo que custava 500K, hoje esta por 200-250K… dá até cosquinha ahaha..
Abs

Freire! Esse blog, além de “tudo” de bom que dispensa coments ainda é telepático. Veja, eu mudei os meus planos de férias na semana passada, resolvi que queria ia para Miami, estava perdida (nunca pesquisei e nem me interessei por ela), abro o VnV e o que eu vejo? Ric Freire, em Miami, passando dicas atualizadíssimas. “The life is easy… easy”.

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