Santiago: onde comer
Sair para comer é um dos pontos altos de qualquer visita a Santiago. A matéria-prima é excelente — sobretudo os frutos do mar e os legumes. Além da cozinha local, encontra-se facilmente na cidade ótimos representantes da culinária que está mais acontecendo: a peruana. Santiago também é um ótimo lugar para se aventurar na mesa mais contemporânea, por preços menos salgados que no Brasil.
Visualizar Santiago: onde sair em um mapa maior
Centro: Lastarria (marcadores azuis-escuros)
O Centro da cidade tem dois focos de vida noturna e gastronomia. O mais charmoso é o barrio Lastarria, assim conhecido por ter como eixo principal a rua José Victorino Lastarria. Outros nomes pelos quais o bairro conhecido: florestal (por causa do parque ao longo do rio Mapocho) e Bellas Artes (por causa do museu, que também fica por ali).
A três quadras da Lastarria, perto do metrô Bellas Artes, fica o bar mais original de Santiago: o The Clinic (Monjitas 578, tel. 2/2639-9548). É um bar ligado a um semanário satírico-político de grande sucesso, uma mistura de Pasquim com Casseta à chilena. O nome do bar (e do jornal) é inspirado na clínica em o general Pinochet ficou preso em Londres.
A calle Lastarria vai da Merced até a avenida Libertador Bernardo O’Higgins (onde fica a estação mais próxima, Universidad Católica). Suas três quadras são pontilhadas de restaurantes simpáticos, ótimos para escolher na hora. De dia, de quinta a domingo é realizada uma feira de livros na quadra de cima (praça Mulato Gil de Castro), em frente ao Museu de Artes Visuais. Dos restaurantes da rua, experimentei o bom peruano Tambo (Lastarria 65, tel. 2/2633-0842) e o aconchegante bar Victorino, que serve comida sul-americana (Lastarria 138, tel. 2/2639-5263).
Centro: Bellavista (marcadores azuis-claros)
A pouco mais de dez minutos de caminhada, do outro lado do Mapocho, fica o foco mais animado da boemia do Centro: o barrio Bellavista. O grosso da muvuca se divide em duas ruas. Uma, a Pio Nono, concentra a bagaceira: um sujinho do lado do outro, com mesas de plástico na calçada, onde a garotada toma cerveja de litrão. A paralela parece outro universo: na calle Constitución os bares e restaurantes são no mínimo mais bem-apessoados; alguns chegam a fazer o gênero mauricinho. Entre as duas ruas, na quadra de baixo, fica o Patio Bellavista, uma espécie de shopping só de bares e restaurantes. É um lugar bastante simpático.
Tanto o Patio quanto a calle Constitución são perfeitos para o esporte da escolha do restaurante na hora. O Galindo (Constitución esquina Dardignac, tel. 2/2777-0116), botequim que serve especialidades chilenas — é um ótimo lugar para pedir um bife a lo pobre, o bife a um só tempo acebolado e a cavalo que é típico do país. Para peixes e frutos do mar o Azul Profundo é super-recomendado (Constitución 111, tel. 2/2738-0288). O peruano mais concorrido da região é o Banandiaran, no Patio Bellavista (tel. 2/2737-0725), que tem bons preços. Já o Como Agua para Chocolate (Constitución 88, tel. 2/2777-8740) virou atração turística e tem opiniões bem divididas.
O bairro tem muitos outros restaurantes em ruas menos movimentadas, como Purísima, Dardignac, Antonia López de Bello, Bombero Núñez (que é o epicentro de uma discreta cena GLS) e Loreto.
Providencia (marcadores verdes)
Um lugar incontornável é o tradicionalérrimo bar-restaurante Liguria, que tem três filiais, todas por Providencia. O maiorzito fica perto da estação Manuel Montt (Providencia 1373, tel. 2/2235-7914). É um ótimo lugar para provar os sanduíches (“sánguches”) chilenos, como o Barros Jarpa (misto quente) e o Barros Lupo (com rosbife no lugar do presunto), acmopanhado de um chope (“schopp”) ou vinho em taça.
Ainda no bairro, duas quadras separam as duas maiores grifes gastronômicas da cidade: o Astrid y Gastón, que foi a primeira filial no exterior do império de Gastón Acurio, embaixador da nova culinária peruana (Antonio Bellet 201, tel. 2/2650-9125), e o Aquí Está Coco, do chef nativo Jorge “Coco” Pacheco, estrela maior da cozinha chilena (La Concepción 236, tel. 2/2410-6200).
El Golf (marcadores amarelos)
Avenida mais chique de Santiago, a Isidora Goyenechea tem muitos restaurantes em toda a sua extensão. O trecho mais metido começa à altura do hotel W (Isidora Goyenechea 3000, tel. 2/2770-0000), onde há três restaurantes (o nipo-peruano Osaka (tel. 2/2770-0081), o francês NoSo (tel. 2/2770-0000) e o chileno Terraza, (tel. 2/2770-0000), além do bar Red2One, na cobertura, e o nightclub Whiskey Blue. No térreo — e sem ligação com o hotel — há uma deli muito simpática, que serve pratos leves, sanduíches e saladas, a Coquinaria (tel. 2/2245-1958).
Mais adiante você encontra (na outra calçada) um dos endereços favoritos da burguesia santiaguina, o Tiramisú (Isidora Goyenechea 3141, tel. 2/2519-4900), que serve pizzas e massas tadicionais. Ainda na mesma avenida, o Nolita prepara pratos italianos com um approach nova-iorquino (Isidora Goyenechea 3456, tel. 2/2232-6114).
Vitacura (marcadores roxos)
A avenida Nueva Costanera é o mais novo pólo gastrô da cidade. Há mais restaurantes chiques na rua do que você terá tempo de experimentar durante a sua estada. Todos estão a cinco minutinhos de táxi da região de El Golf (ou quinze minutos de Providencia, se o trânsito estiver pesado). Entre eles estão o Boragó, expoente maior da cozinha de vanguarda (Nueva Costanera 3467, tel. 2/2953-8893), o Puerto Fuy, onde comi o côngrio com espuma e bolinho de caranguejo da foto (Nueva Costanera 3969, tel. 2/208-8908) e a Cebichería La Mar, endereço prêt-à-porter da cozinha de Gastón Acurio (Nueva Costanera 4076, tel. 2/2206-7839).
Na avenida paralela, junto a um parque, fica um restaurante bastante recomendado nos comentários: o Mestizo, que tem vista para o bosque de dia e tem DJ à noite (Bicentenario 4050, tel. 9-7477-6093).
Praças de restaurantes (marcadores vermelhos)
Bem pra lá de Vitacura, à beira-rio, existe um complexo de restaurantes apropriadamente chamado BordeRío, onde dá para escolher onde comer na hora.
Finalmente, o shopping Parque Arauco tem uma praça de restaurantes ao ar livre, o Boulevard del Parque. É um dos lugares mais movimentados da cidade nas tardes de domingo.
E o Mercado Central?
Não considero programa gastronômico; considero lerê — e falo dele neste post. Minha dica: escape dos garçons pegajosos do onipresente Donde Augusto e entre na primeira portinha onde não haja ninguém agarrando clientes a unha. Peça qualquer coisa de mariscos (de preferência na forma de “paila” ou “chupe”, os ensopados à chilena).
Leia mais:
- Santiago: 27 hotéis selecionados pelo Ricardo Freire
- Santiago: os 10 hotéis mais reservados pelos leitores
- Santiago: roteiro completo dia a dia (e como seguir viagem pelo Chile)
- Guia de Santiago
332 comentários
Ricardo, boa tarde.
Em Santiago, existem restaurantes que servem comida sem ser baseada em frutos do mar. Estou planejando ir a Santiago, mas minha esposa não come de jeito nenhum frutos do mar, e isso está contribuindo para ela desistir da viagem.
Olá, Cláudio! Come-se muita carne em Santiago também. Evite apenas restaurantes ESPECIALIZADOS em frutos do mar. Não são muitos.
Fui ao Azul Profundo na véspera de meu retorno ao Brasil. Tanto eu como meu marido tivemos intoxicação alimentar e voltamos passando mal no vôo. Nunquinha mais eu volto nesse lugar!!!!
Acabo de voltar de Santiago e assim como todos que gostam de uma boa gastronomia, estive no Aqui Está Coco. Excepcional… jantei na parte da cava de vinhos…. Excelente pratos e uma entrada que era uma empanada de mariscos. Agora é bom sempre fazer reserva, porque costuma lotar.
Indico também almoçar no Gatopardo na Calle Lastarria, um menu fixo com entrada, prato principal, sobremesa, pisco sour e Vinho (uma taça) por 8000 pesos chilenos e também almoçar no menu fixo do Coquinaria (https://www.coquinaria.cl/), entrada ou sobremesa, prato principal, bebida e café por 9000 pesos chilenos. Excelente… ainda tem um mercadinho para comprar peté, geleia, azeite, queijo e vinhos.
Olá!Estou teclando direto de Santiago.Viemos passar o fim de semana e estivemos em alguns dos retaurantes comentados.
O Aqui está COCO é imperdível. Tudo impecável do começo ao fim.Astrid e Gaston também foi uma excelente pedida, além de ficar próximo ao Meridiano Sur ( onde estamos hospedados) o Pisco Sour é divino e o Maitre nao perde um piscar de olhos nas mesas.
Sobre as empanadas de mariscos do Mercado da Providencia ( na rua do Hotel) infelizmente nao conseguimos experimentar ( qdo abriram as 10h00 só tinha de queijo e um pouco antes de fechar às 15h30 só tinha de pollo). Vai ficar para a próxima.
Depois de muito pensar e de ler a diversas criticas sobre o Como Agua para Chocolate , eu e Luigi decidimos arriscar um almoço, com baixa expectativa.Nos surpreendemos com o atendimento da Renata ( brasileira que nos atendeu).Extremamente solicita e honesta nos guiou nos pedidos e saimos super satisfeitos.Acho que para este restaurante o ideal é o almoço despretencioso. Nao espere grandes jantares românticos….Se for este o caso cacife o Astrid ou o Aqui esta COCO.
Estive em Santiago em 2005 e o que me marcou foram os restaurantes que escolhi. E para minha decepção ninguém comentou sobre eles! Das duas uma: ou minha avaliação foi totalmente errada ou fecharam. Ou vai ver ainda que na época eles eram bons. Vamos ver se alguem acaba com minha “angustia” e me conta algo sobre eles. Vai lá: aqua ou acqua (restaurante contemporaneo)e Guernica (comi um lula na tinta maravilhosa!)
Ricardo,
Queria agradecer as dicas de restaurante, testei algumas e foram aprovadissimas! Vou colocar no meu blog depois, com o link pra cá, obrigdão!
E acabei nem indo em Portillo 🙁
Simplesmente fui furtada em Viña del Mar, bolsa com todos os documentos, cartão de credito, etc, dentro de um restaurante, acreditas?! 🙁 Aí tive que ficar em Santiago e perder um dia inteiro com policia internacional e embaixada, arrasada!
Abçs.
Renata.
Estive em Santiago em Set2010 e fui ao Giratório. COmida e atendimento excelentes.
Mas vale mais a pena de dia, pois pode-se apreciar a vista das montanhas ao invés das luzes da cidade que são difíceis de ver com o vidro do restaurante refletindo.
E quanto a parte do “giro”: é tão lento que nem se nota. Muito agradável!
Ricardo, parabéns! Espetacular o blog, muito informativo e com uma linguagem que embala, realmente é viajar na viagem. Novamente parabéns!
Oi Ricardo, apesar de ser verão, li muito a respeito do visual dos Andes queria ver de perto sabe 🙂 aí tb vi a sugestão e fotos da Dri (do blog Dri everywhere) que fez esse passeio e casou com uma visita a uma vinicola que produz vinho artesanalmente, perto do Aconcagua, achei o maximo as fotos! E seria menos corrido do que ir pra Mendoza. Vc teria outra sugestão?
Obrigadaa!!
Abçs.
Ops, entrei no site de Portillo https://www.skiportillo.com e vi que o lugar está aberto a visitas no verão e há neves eternas que podem ser vistas do lago. Parece um passeio interessante, sim. O caracol, a parte mais impressionante da paisagem, está no lado chileno da estrada.