San Francisco: uma tarde perfeita no Vale de Napa
A 100 km de San Francisco (cerca de uma hora e meia de viagem, com algum trânsito) o Vale do Napa é um esquenta perfeito pra sua viagem de carro pela Califórnia. Tendo tempo (e grana) sobrando, é um lugar perfeito pra se demorar uns dias fazendo o circuito das vinícolas e comparando restaurantes. Mas para apenas ter um gostinho da região, o bate-volta está de ótimo tamanho.
A querida Maryanne do Hotel California Blog foi a nossa (luxuosíssima) guia. Eu disse a ela que não queria fazer um guia da região — queria curtir uma escapadinha que não fosse cansativa, para caber em qualquer viagem. A Maryanne então sugeriu que a gente fosse até St. Helena, onde se concentram inúmeras vinícolas, e terminar com um jantarzinho cedo num dos restaurantes de Yountville.
Bora?
Saímos de San Francisco às 11h30, e ao meio-dia pegamos a Maryanne em Berkeley. Daí a gente desligou o GPS 😀
Depois de deixar a free-way e pegar a CA-29, que corta o vale, a primeira cidadezinha a aparecer é Napa. Com pouco tempo, faça como a gente — passe reto. Como a Maryanne explicou, o Vale do Napa tem esse nome por causa do rio, não da cidade, que foi o último vilarejo da região a acontecer. De todo modo, caso você vá com tempo, é bom saber que a cidadezinha à beira-rio está experimentando um renascimento, e já foi capa da Wine Spectator.
Como nosso jantar estava marcado para o primeiro horário (5 e meia da tarde, um horário absolutamente normal nos Estados Unidos), não valia a pena almoçar de verdade. Então, por sugestão da Maryanne, fizemos um pit-stop pra um sanduíche gourmet no enorme Dean & Deluca que fica um pouquinho antes do centrinho de St. Helena.
St. Helena se autointitula “Napa Valley’s Main Street” — a rua principal do Vale do Napa. Com efeito: as vinícolas se sucedem, vizinhas, à beira da estradinha. Por aqui ficam a Robert Mondavi — a vinícola do homem que inventou o marketing dos vinhos do Novo Mundo, ao usar a variedade da uva (e não a região produtora) como informação principal do rótulo. Também está por ali o Rubicon Estate, a poderosa vinícola de Francis Ford Coppola — o tour, já muito bem descrito tanto pelo Oscar quanto pela Adri, inclui também a visita a um pequeno museu dedicado à filmografia da família.
Não sendo um entendedor de vinhos (estou deixando isso para a próxima encarnação), pedi à Maryanne que escolhesse uma vinícola… bonita. Ela sugeriu a Beringer, uma das mais antigas do Vale, fundada por dois irmãos alemães em 1856. Nesta vinícola há dois tipos de visita: a de uma hora, para iniciados, e a de meia hora, para iniciantes. Quando chegamos só havia lugares no último tour de meia hora, então ficamos com esse mesmo.
O roteiro é o padrão dessas visitas: um guia explica a história da casa, leva o grupo para ver os barris onde os vinhos envelhecem e no final há uma pequena degustação — culminando, é claro, com a passagem pela lojinha.
Além do tour, esta e qualquer outra vinícola aberta a visitação oferece sessões de degustação de vinhos — que é o que fazem os connoisseurs. Você paga uma taxa e tem direito a experimentar três ou quatro vinhos daquela faixa de preço. (Aqui você encontra um ranking de degustações feito pelos usuários do California Winery Advisor; e aqui, as vinícolas visitadas pelo Oscar).
Seguro Viagem Bradesco oferece tranquilidade nas férias ao exterior.
Na saída demos uma passadinha no campus de Napa do Culinary Intitute of America. Ali funciona o restaurante-escola Wine Spectator at Greystone, que é uma ótima opção para o almoço ou um lanchinho bacana (veja o post da Adri).
Passava das quatro da tarde quando pegamos o carro para voltar os 15 km até Yountville, onde íamos jantar (às 5 e meia…).
Comparada a Yountville, St. Helena, mesmo com uma rua só, parece uma metrópole. Yountville é ainda menorzita (e também só tem uma rua). Mas é um dos lugares com a maior concentração de restaurantes estrelados dos Estados Unidos. O grande culpado disso é Thomas Keller, o grande nome atual da culinária americana, que tem três restaurantes ali.
O mais importante é o French Laundry, onde Keller serve banquetes multipratinhos de cozinha experimental. As reservas são dificílimas e devem ser feitas com dois meses de antecedência, por telefone ou pelo Open Table. (As reservas abrem à meia-noite, horário do Oeste americano; há um pequeno lote que vai para o Open Table, e o resto vai por telefone. Boa sorte.)
Chip internacional com 10% OFF – cupom VIAJENAVIAGEM
Keller também tem dois restaurantes mais prêt-à-porter. Um é o Ad Hoc (slogan: “para alívio temporário da fome”), que tem menu único que muda todos os dias a um preço bem abordável, US$ 52 (sem bebidas). Não é recomendável para quem tem problemas com partes não-convencionais de bois e outros bichos.
O outro é o Bouchon, que executa receitas francesas tradicionalérrimas de bistrô (e tem uma padaria ao lado). Nos dois é possível reservar pelo Opentable com alguma facilidade: uma semana antes da nossa viagem dava para conseguir mesas nos dois. Reservamos o Bouchon e foi excelente. (Vou contar o jantar num post separado.)
Adorei a vibe de Yountville. Foi a primeira “cidade” do mundo em que eu vi vinhedos do lado da calçada… Sem falar da horta do Thomas Keller, que faz as vezes de jardim da praça em frente ao French Laundry.
Sei que mais adiante no vale existem hotéis bacanérrimos, com spa e coisa e tal. Mas minha antena se interessou muito por esse Bardessono, que tem um jeitão desses hotéis conceituais do Chile, e fica bem no centrinho de Yountville, a uma pequena caminhada de todas as comilanças.
Obrigadíssimos, Maryanne!
Pegamos o pôr-do-sol atravessando a Bay Bridge e chegamos ao hotel antes das 9 da noite. Encerramos os trabalhos com um drink no bar do hotel e — pra caminha, que no dia seguinte começaria o nosso périplo de carro a Los Angeles.
Leia também:
- 40 hotéis em San Francisco comentados pelos leitores
- Sausalito de carro, com direito ao melhor mirante para a Golden Gate
- Vale de Napa: um jantar cedinho no Bouchon
- Berkeley: um jantar no Chez Panisse
- De San Francisco a Los Angeles: a viagem da Evelyn
- Todos de San Francisco no Viaje na Viagem
77 comentários
Chris, concordo com a Boia:
em setembro do ano passado fomos a San Francisco e fizemos a besteira de não locar carro para ir até o Napa Valley com antecedência, via internet. Acabamos locando lá mesmo, na Hertz (o que nos tomou um tempo de passeio e nos causou estresse desnecessário, mas deixa pra lá…); estávamos hospedados no Clift, na Union Square, e na região tem várias locadoras, situadas em edifícios-garagem daqueles enormes, cheios de carro…Dá mais uma olhada que você vai achar! AH! não fique com o carro em SF, não precisa mesmo. Boa viagem, Gianna
Oi pessoal
Estou com uma duvida e peco a ajuda dos viajantes mais experientes. Estou indo para san francisco e tinha programado locar o carro somente no ultimo dos quatro dias, quando iria para Carmel
(vamos nos hospedar na Union Square). Todavia, nao consegui locar carro cim entrega na cidade. Tenho que retirar no aeroporto. Assim, o que e mais sensato ( consoderando custo, tempo de deslocamento, etc) ? Programar a locacao para o primeiro dia ou retornar ao aeroporto para pegar o veiculo?
Obrigada desde ja
Olá, Chris! É estranho você não conseguir locar retirando no centro da cidade. Retiradas em aeroportos normalmente são mais caras.
O melhor é retirar o carro só no dia em que você for sair da cidade, seja lá onde retirar. Se usar carro para os deslocamentos dentro da cidade, você vai gastar de estacionamento por dia provavelmente mais do que gastaria de táxi — fora as diárias de locação.
Que maravilha!!! Estou fascinada…
Gostaria de ir só até Yountville, há alguma vinícula que vcs indicam? Quanto tempo de SF até lá?
Obrigada! Parabéns pelo post!
Olá, Ana! O que podemos indicar está no post. Se tivéssemos outras indicações, estariam no texto.
Olá,
Adorei o post. Uma dúvida, alguma opção para quem não dirige? Existem tours, agências locais… Alguém tem idéia?
Olá, Sabrina! Na recepção do seu hotel você encontrará catálogos de passeios.
Passamos um dia visitando a região no fim de julho. Fizemos 2 tour básicos, indicados na Wine Spectator para iniciantes no assunto: Sterling(lugar muito lindo, vc pega um teleferico p/ chegar na vinicola) e Behringer. Tudo lá é um sonho, vale a pena ficar + tempo. Imperdível.
Se vcs tivessem somente um almoço para escolher no Napa Valley. Qual escolheriam? Estou em duvida entre Sinnorello e a Spectator at Greystone. Que me sugerem?
Em junho, eu fiquei no BEST WESTERN Elm House Inn, em Napa, pois peguei uma promoção bastante boa. Não comprometeu em nada a viagem, no entanto, concordo com todos que a melhor região para ficar é em Yountville.
O blog do Oscar foi perfeito para planejar a viagem…
Sobre restaurantes, gostei muito do Culinary Institute of America, Mustards Grill, Go Fish, além do hamburguer do Gott’s Roadside.
Sobre vinícolas, todas as degustações são ótimas… desde as mais famosas até as menores. Minha sugestão é fazer uns 2 tours guiados e depois aproveitar as degustações.
Legal saber que ajudei 😀
Ricardo, e exatamente esse roteiro que gostaria de fazer.
Voce poderia me enviar maiores detalhes como enderecos das vinicolas a serem visitadas, restaurantes, etc?
Estarei indo pra la em Outubro
Abrcs Tony
Alô, Antonio Carlos! Aqui quem responde é A Bóia. Além das dicas do Comandante, veja também as sugestões dos tripulantes que estão linkadas ali no fim do texto! Você vai encontrar várias sugestões bacanas.
Joana e Oscar, valeu! Oscar, aproveito para comentar que adoramos seu site, estamos degustando devagarinho todos os seus comentários…tal qual um bom vinho! Parabéns! Também me animei com o Bardessono, mas a diária está acima dos U$ 700,00(!!), “num dá pra nós!”…Gianna
Gianna
Eu sei também o que é isso.. Queria muito ter ficado lá.. Quando estava montando o roteiro desta viagem surgiu uma promoção do Jetsetter.com para ficar hospedado nele por 280 USD.. Além de ainda ser caro não tinha vagas para as datas que estariamos na região.. Quem sabe numa próxima…
Obrigado pelos elogios 😀
Mas quanto aos restaurantes, além dos de Thomas Keller e a sua deliciosa padaria, em St. Helena tem o COOK, vale muito a pena, delicioso e por um preço honesto, inclusive com o reconhecimento do Michelin por isso.