safári na África do Sul

África do Sul: como é fazer um safári fora do Kruger Park

Quando pensamos em safári na África do Sul, o Kruger National Park é a primeira imagem que nos vem à mente. É importante saber que existem outros 18 parques nacionais no país e inúmeras game reserves – ou reservas naturais em uma tradução livre – que garantem muitas opções de roteiros.

safári na África do Sul

Algumas dessas reservas ainda têm a vantagem de serem consideradas zonas livres de malária, como a Madikwe Game Reserve na região de North West, onde passei alguns dias experimentando a sensação de ser uma pequena hóspede em um reino árido e de grandes contrastes.

Madikwe Game Reserve

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Uma das maiores reservas ecológicas do país, Madikwe fica na fronteira entre a África do Sul e Botswana a menos de 65 km de sua capital Gaborone e a 5 horas de viagem de carro saindo do aeroporto internacional de Johannesburgo.

Casa dos famosos Big Five – búfalo, elefante, leopardo, leão e rinoceronte –, a reserva tem cerca de 75 mil hectares e é administrada por uma parceria público-privada, por isso é cobrado uma taxa de R160 ou U$13 por pessoa para quem chega por via terrestre. Se optar por chegar de avião, a taxa cobrada será mais cara. A reserva não permite nenhum tipo de “day-use”, ou seja, é preciso se hospedar em um dos 16 lodges que ficam dentro do perímetro do parque.

safári na África do Sul

Uma das grandes vantagens de se fazer um safári em Madikwe é quantidade reduzida de lodges para uma área grande, fazendo com que poucos 4×4 transitem pela região.

Game drives, a hora da aventura

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Eu tinha muitas dúvidas antes de embarcar para o safári, mas ao sair de lá, percebi que essa é uma viagem mais impactante, porém mais acessível e menos cheia de perrengues do que imaginamos. Os lodges oferecem um esquema tão redondinho quanto os principais hotéis da Patagônia e do Atacama: estrutura impecável, refeições e passeios inclusos nas diárias.

As saídas para os game drives, como são chamados os safáris em veículos 4×4, acontecem duas vezes por dia: uma bem cedinho entre 5h30 e 7h e outra no final da tarde perto das 16h. Todos os passeios duram cerca de três a quatro horas e percorrem uma estrada ou trilha sinalizada. Alguns lodges têm um motorista e ranger, ambos treinados para observar e avistar os animais mesmo a distâncias muito grandes.

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Cada novo game drive, uma nova surpresa. Não sabemos quais animais vamos encontrar ao longo do caminho e é aí que mora a graça da coisa: pode ser que você encontre muitos animais logo de cara, pode ser que eles demorem um pouco mais para aparecer. Sabe como é vida de celebridade, né?

safári na África do Sul

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Difícil descrever o tum-tum-tum dentro do peito quando o elefante se aproximou todo nervoso, nos mostrando quem é o verdadeiro rei da selva. É uma das experiências mais autênticas e únicas que já vive nesse mundão das viagens.

Rhulani Safari Lodge

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O que esperar de um hotel que te recebe com canções típicas e cujo nome ainda significa “relax” no dialeto local? É um convite perfeito para desligar a mente inquieta e o celular que não para de apitar com notificações de compromissos e pendências que ficaram para trás.

safári na África do Sul

O Rhulani Lodge é um bom exemplo do nosso mundo globalizado: o hotel fica na divisa com Botswana e seus proprietários são um simpático casal mezzo suíço, mezzo argentino que mora no Brasil e administra tudo com muito cuidado à distância. O hotel foi adquirido em 2013 e desde então vem passando por uma série de melhorias que buscam proporcionar uma experiência ainda melhor para todos os hóspedes.

Temporadas e preços

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De maio até final de setembro é o período de baixa temporada para o hotel e as diárias ficam mais baratas — o que coincide também com a melhor época para fazer o safári já que o clima mais seco faz com que os animais passem mais tempo caminhando pela savana. Tarifas para esse período: U$350 por pessoa por dia.

De outubro até abril é a alta temporada e entre 16 de dezembro até 07 de janeiro é altíssima temporada, pois esse é o período de festas de final de ano e férias dos europeus.

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O valor das diárias inclui todas as refeições – os piqueniques durante os safáris também –, wi-fi, piscinas privativas e todos os passeios/game drives. O ideal é permanecer três noites, assim você consegue descansar e ainda aproveitar a estrutura do hotel.

Crianças na terra do rei leão?

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O Rhulani Lodge aceita crianças de qualquer idade, porém, por norma do parque, no safári só são permitidas crianças entre 9 e 12 anos se o ranger autorizar. Acima de 12 anos, o passeio é liberado. Caso os pais queiram fazer os passeios, os pequenos ficam no hotel com uma babá e podem fazer pequenas caminhadas com os guias pela propriedade.

Como chegar até Madikwe Game Reserve?

De carro são 5 horas de viagem do aeroporto internacional de Johannesburgo. Você pode negociar um transfer diretamente com o seu lodge que, em média, deve custar 350 dólares no total e pode ser dividido com outros turistas. Outra possibilidade é voar de teco-teco até a reserva, os tickets custam cerca de 250 dólares por pessoa e também podem ser negociado diretamente com o seu hotel. É um roteiro perfeitamente factível de ser organizado por conta própria.

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Shap Shap! E assim, com o cumprimento local, eu me despedia de uma grande viagem, daquelas que nos transformam e que a gente promete nunca mais esquecer.

Natalie viajou a convite do turismo da África do Sul e da South African Airways.

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    12 comentários

    Olá, Bóia. Estou procurando lodges na região da Kapama Reserve para minha família ir em Julho, porém somos em 5 e isso dificulta muito na procura, pois a maioria dos lodges só aceitam 2 hóspedes por quarto ou oferecem aquelas villas com preços estratosféricos para acomodar grandes grupos. Você pode me indicar algum lodge que se encaixe no perfil da minha família? Valeu!

      Olá, Felipe! Infelizmente não temos conteúdo próprio da África do Sul, apenas os relatos de leitores. Posso compartilhar sua pergunta no Perguntódromo. Se houver resposta, aparecerá aqui.

      Oi Felipe, tudo bem? Pesquisei muiiiiiiito antes de ir para lá, mas tive a percepção de que a maioria dos blogs brasileiros costumam falar dos mesmos hoteis, mais famosos, tipo kapama, quando existem infinitas possibilidades que não são tão conhecidas por aqui! Não sei vc, mas achei os sites oficiais das reservas privadas bem confuso … Acabei fechando com uma agencia, chamada Rhino Africa, que é de lá mesmo – mas conta com brasileiros para nos atender! Quem me atendeu foi a Leticia. Achei o serviço excelente, você diz o budget, suas expectativas e ela te dá opções! Mas, de todo modo, recomendo você dar uma olhada na reserva Sabi Sand, que tem vários hoteis menos famosos com um custo benefício que pode ser melhor! (tem também uns caríssimos. olha os da “parte de cima” do mapa). Lembro de uma família me falando do Arathusa. Boa sorte!

    Natália, vc acha reazoável fazer a viagem sozinha? Com inglês a gente consegue se virar bem? Obrigada.

      Olá, Ana! A parte dos safáris fica mais cara em ocupação single, mas dá para fazer sim.

    Qual a razão para chamar de dialetos as linguas africanas? Dialeto é a uma variante de uma língua. Acaso o nobre jornalista chama de dialeto alguma língua européia?

      Olá, Valdemir! É um bom ponto. Mas permita informar que a autora do texto não é nem nobre, nem jornalista.

    Eu adorei a Shamwari Game Reserve, perto de Port Elizabeth e também livre da malária! Não pensaria nem meia vez em desistir do Kruger e partir para outro lugar só pra fugir da malária mesmo! A vantagem do Shamwari é a localização, perfeita para fazer safári antes ou depois de percorrer a maravilhosa Rota Jardim!

    Natalia, seu post me fez recordar a primeira vez que estive no Rhulani, em 2013. Foi realmente uma experiência fascinante! Vivenciar a vida selvagem, ver todos aqueles animais tão de perto foi inesquecível. Estar em plena selva, numa reserva como o Madikwe, num lodge da categoria do Rhulani que ao voltar de cada game você se sente acolhido por funcionários sorridentes e atenciosos, além da atenção especial de seus proprietários – Marisa e Rolf – foi muito aconchegante. Tive a sorte e
    oportunidade de em três dias e seis safáris ter visto os Big Fives e tantos outros animais como a girafa, as zebras e até um gato do mato, o que é raríssimo. Foi uma experiência única e sensacional! Três excitantes dias e ao mesmo tempo relaxante! Amei especialmente ter visto de perto uma família de leões com seus filhotes caminhando bem próximos do carro em que estávamos e não sentir medo algum, apenas emoção! Valeu a pena e vale com certeza um repeteco!

    ADOREI!!! Sou doida para fazer um safari!
    Esse game que você faz parece muito interessante, menos gente, pertinho de Botswana (que é um dos países mais calmos da Africa) e sem malaria! Perfeito 🙂
    Conta mais Nat.

    Meu esposo e eu fizemos uma viagem de 18 dias para a Africa do Sul em 2010, um mês após a copa do mundo. Certamente foi a viagem mais marcante e inesquecível que fizemos. Em tudo é um lugar especial. Conhecemos Johanesburgo, Parque Kruger, Durban, Port Elizabeth, Fizemos a Rota Jardim Até Cape Town, e a Rota dos Vinhos ali perto de Cape Town. Foi uma viagem difícil de montar, pois em 2010 quase não havia material, e tudo que se encontrava era em Ingles. Mas valeu cada segundo dispensado e cada Rand gasto. Ja fomos para Europa, Caribe e diversos outros lugares… nenhum lugar nos deixou marcas tão especiais quanto a amada Africa do Sul. Voltaremos um dia!

    Meu sonho é fazer um Safári. Lindas fotografias!
    Obrigada pelas informações! Descreveu objetivamente sobre o tema. Agradável de ler e prático para quem deseja um dia fazer esta excursão. Obrigada!

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