Guia de Quito
Capilla del Hombre e Casa-Museu de Guayasamín: atrações imperdíveis em Quito
Eu não conhecia a obra ou a biografia de Oswaldo Guayasamín quando fui visitar, em Quito, a fundação que leva seu nome. Faço questão de contar isso já de saída, porque não seria prioridade no meu roteiro ir a um museu ou à casa de um pintor que não fosse um favorito de longa data. E me assusta pensar que poderia ter saído de Quito sem conhecer a atração que acabou sendo a minha preferida na cidade.
Guayasamín viveu até quase completar 80 anos, e pôde aproveitar os últimos 20 em uma linda casa em Quito, no bairro de Bellavista, desenhada por ele mesmo e construída por um de seus irmãos. Hoje chamada de Casa-Museu, é literalmente metade uma coisa, e metade outra: tem cadeira de balanço, piano, cama, mesa de jantar, e ao mesmo tempo cerâmicas pré-colombianas e esculturas centenárias da Escola Quitenha que Guayasamín colecionou ao longo da vida. Começar a visita à fundação pela Casa-Museu é uma excepcional porta de entrada para o universo do artista, especialmente para quem chega ali sabendo sobre ele quase nada.
Mais velho de 10 irmãos, nascido em Quito em uma família pobre, Guayasamín foi um aluno não exatamente exemplar, até encontrar na pintura a sua vocação. Então cursa Belas Artes, conquista reconhecimento com prêmios internacionais e se lança em uma expedição pelo continente, onde começa a estreitar laços com suas raízes indígenas e latino-americanas. Ao longo de sua carreira, pintou inúmeros rostos famosos, como Gabriel García Márquez, Marcedes Sosa, Fidel Castro e Françoise Mitterrand, mas foram os retratos da luta e do sofrimento de anônimos que ganharam destaque em seu maior projeto, a Capilla del Hombre.
A idéia da Capilla del Hombre nasceu em 1985, 17 anos antes da sua inauguração (quando o pintor infelizmente já não era mais vivo). Apesar do nome — “capela do homem” –, não se trata de uma igreja. Guayasamín era ateu. Sua intenção era criar um espaço que falasse profundamente aos povos latino-americanos, desde sua arquitetura, inspirada em construções andinas.
Quando vi o tamanho do museu, que tem ainda um subsolo, imaginei que haveria incontáveis obras expostas. Não são tantas. Mas isso não quer dizer que seja uma visitinha rápida.
A Capilla del Hombre não é o tipo de museu para percorrer à toa, passando o olho pelos quadros e parando na frente do que parecer mais bonito. São imagens que tratam de miséria, guerra, injustiça. Talvez por isso seja um lugar tão amplo, com tantos espaços livres. Há de se dar a chance ao visitante de recuperar o fôlego antes de imergir na tela seguinte.
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Como visitar
A Fundação Guayasamín (Mariano Calvache E18-94 y Lorenzo Chávez, tel. 2/244-8492), onde estão a Casa-Museu e a Capilla del Hombre, fica no bairro de Bellavista, em Quito. Abre para visitas todos os dias, de 10h às 17h. O ingresso custa 8 dólares e dá direito à entrada nos dois museus e demais espaços.
O táxi para quem vai até lá saindo de La Mariscal fica por volta de 3,50 dólares. Para quem sai do centro histórico, cerca de 6,50 dólares.
De ônibus, a linha Bellavista – Jesús del Gran Poder tem ponto final a uma quadra do museu e passa nos arredores da Plaza Grande, no centro histórico, na parada das ruas Venezuela e Chile. A passagem custa 0,25 centavos de dólar.
Para quem sai de La Mariscal, é preciso pegar primeiro o ônibus Ecovía na direção norte, saltar na estação Bellavista, e de lá pegar a linha Bellavista – Jesús del Gran Poder até o ponto final. Serão duas passagens de 0,25 centavos de dólar cada.
Mariana viajou a convite de Quito Turismo.
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Comentários
Bom dia . Estive em abril deste ano no Equador e fiquei encantada com o pais. Visitei Quito e arredores, Cuenca e Guayaquil. Sendo que o trajeto entre as duas ultimas cidades foi por terra vendo paisagens espetaculares. Não sei se este site aceita comentários maiores e fotos ilustrativas. Caso afirmativo posso escrever mais sobre esta viagem que gostei muitíssimo. Ab Vera
Olá, Vera! Se quiser publicar um relato com fotos, mande tudo pra redacao arroba viajenaviagem ponto com, que a gente edita com o maior prazer! Obrigada!