Quanto custa comer no Chile?
Quanto custa comer no Chile? Baratinho nunca foi — nem nos tempos em que o real estava mais valorizado. (Há dois anos, o real chegou a valer 260 pesos chilenos; hoje vale 180.)
Se você não mora em São Paulo ou no Rio, espere encontrar à mesa preços mais caros do que você encontraria em restaurantes de nível equivalente na sua cidade.
Este post traz o registro dos preços que paguei por refeições na minha última passagem por Santiago, em setembro de 2015. Propositalmente, passei longe de restaurantes de chef ou de badalação.
Por isso, não encare esta lista como um “guia de restaurantes” de Santiago — mas apenas como uma polaroid de preços para refeições em restaurantes não-estrelados. Minha única extravagância foi acompanhar as refeições com uma taça de vinho ou uma cerveja.
Abster-se de álcool, porém, não barateia muito a conta: em restaurante, um refrigerante ou água sai na faixa dos 1.800 pesos chilenos (R$ 10), enquanto uma taça de vinho comum ou cerveja fica nas redondezas dos 3.000 pesos chilenos (R$ 17). Não se surpreenda se o café expresso custar outros 1.700 pesos (R$ 10).
Gorjeta no Chile. O serviço não vem incluído na conta. Espera-se que o cliente acrescente 10%. A propina pode ser acrescentada na maquininha do cartão, se você quiser.
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O barato do Chile: menu del mediodía
Não existem no Chile os nossos restaurantes por quilo, nem os buffets com tenedor libre que às vezes você encontra na Argentina.
Mas na hora do almoço todo restaurante chileno vai oferecer um menu com entrada, prato e sobremesa a um preço bastante abordável — não é dificil achar menus entre 6.000 e 8.000 pesos chilenos (R$ 33 a R$ 44). Muitas vezes você pode escolher entre duas ou três opções, e não é raro que esses menus incluam uma bebida ou um café.
O menu del mediodía (ou del día, ou ainda diario) normalmente é anunciado em lousas postadas na entrada.
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White Rabbit
Consegui pegar o finzinho do horário do menu de almoço neste adorável restaurante que fica a apenas uma quadra de La Chascona, a casa de Pablo Neruda (e a duas do plano inclinado do Cerro San Cristóbal).
Um ótimo creme de aspargos (com pipoca por cima!), uma massa ao pesto e um zabayon de frutas com sorvete, com uma taça de vinho, uma água e um café, me custaram 13.000 pesos chilenos, com gorjeta (R$ 72).
| White Rabbit (Antonia Lopez de Bello, 0118, tel. 2/2503-4246, metrô Baquedano) |
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Mercado Central
Atração incontornável de Santiago, o Mercado Central é o lugar onde você vai para apreciar a arquitetura e os frutos do mar, e também para ser perseguido pelos garçons do Dónde Augusto até resolver sentar para comer uma centolla.
O caranguejo gigante da Terra do Fogo, com patas carnudas e saborosas, vai custar uma fortuna onde quer que seja oferecido, então se você quiser aproveitar o passeio para matar a curiosidade gastronômica, pode se render ali mesmo.
Espere pagar entre 39.000 pesos chilenos (R$ 216) pela menorzinha das centollas, até 90.000 pesos chilenos (R$ 500) por uma grande. Se não for encarar uma centolla, faça como eu e escolha um dos restaurantes simplesinhos que ficam nos corredores fora do miolo nobre do mercado.
Por ali você comerá mariscos menos famosos a preços que não ofendem o bolso de ninguém. Escolhi um desses ao acaso e pedi um chupe de mariscos — que eu pensava ser um ensopado, mas era feito com migas (miolo de pão) e se revelou uma açorda chilena (gostei).
De entrada, sem que eu pedisse, me serviram um consomê de peixe que estava divino. O vinho era baratíssimo (1.600 pesos chilenos, ou R$ 9, a taça), mas em compensação era horroroso.
Total com gorjeta, 5.600 pesos chilenos (R$ 31).
| Mercado Central (metrô Cal y Canto) |
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Tambo
O barrio Lastarria, como é conhecida a ruazinha José Victorino Lastarria, próxima ao Cerro Santa Lucía, é o pedacinho mais charmoso de Santiago para quem quer escolher seu restaurante in loco.
Foi ali que descobri, duas viagens atrás, o peruano Tambo — e gostei tanto, que toda vez que volto, repito. Desta vez, um ceviche, um suspiro limeño, uma taça de vinho e uma água me custaram, com gorjeta, 19.000 pesos chilenos (R$ 105).
| Tambo (José Victorino Lastarria, 65, tel. 2/2633-4802, metrô Universidad Católica) |
Bocanáriz
Festejadíssimo no TripAdvisor, o Bocanáriz vive lotado — e lotado de gringos. Pudera: a idéia do lugar é ótima — um wine bar com a mais completa carta de vinhos chilena, e quase 50 rótulos disponíveis para degustação por taça.
A carta de comidas é enxuta e traz sugestões de harmonização; há muitos tapas, e os pratos principais são servidos em porções pequenas. E a carta de vinhos propõe minidegustações, os vuelos, sempre com três vinhos da mesma uva vindos de pontos diferentes do país, servidos em taças de 50 ml, a preços entre 4.000 e 6.000 pesos chilenos (R$ 22 a R$ 33).
Eu comi um boeuf bourguignon, tomei duas taças de 150 ml e uma água, e paguei 23.000 pesos chilenos (R$ 128), com gorjeta.
| Bocanáriz (José Victorino Lastarria, 276, tel. 2/2638-9893, metrô Universidad Católica) |
Barandiarán
Se você me pedir um conselho genérico para comer em Santiago, o conselho que eu te dou é: na dúvida, escolha um peruano.
A cozinha peruana é apreciada pelos chilenos e executada de um jeito bastante autêntico. (Já restaurantes japas, pizzarias e churrascarias trazem grande risco de decepção).
Este conselho é útil nos arredores do Patio Bellavista, um shopping de restaurantes com muita variedade e pouco brilho, mas que de vez em quando salva a pátria porque abre todos os dias, incluindo nos momentos em que todos os outros restaurantes da cidade parecem fechar — domingo à noite e segunda-feira.
Este Barandiarán não é nada demais, mas tampouco decepciona. Um talharim com frutos do mar, um suspiro limeño e uma cerveja saíram, com gorjeta, 16.600 pesos chilenos (R$ 92). (Mas veja o que eu descobri: agora tem um Tambo, o peruano de Lastarria, dentro do shopping.)
| Barandiarán (Constitución, 38, tel. 2737-0725, metrô Baquedano) |
Liguria
Esta rede de botequins abre até a uma da madrugada (de segunda a sábado; no domingo, fecha) e tem um ótimo repertório de sándwiches, incluindo os clássicos chilenos Barros Jarpa (misto quente com queijo derretido) e Barros Luco (carne fatiada com queijo derretido) — este ainda conta com uma variação da casa, o Barros Cabra (com queijo de cabra).
Eu pedi um(a) sándwich de pernil com mostarda de Dijon e picles e tomei um chope; com gorjeta, paguei 12.100 pesos chilenos (R$ 68).
Fui na filial da rua que dá no Costanera Center; na mesma rua funciona a lanchonete mais carismática da cidade, a Las Cabras Fuente de Soda, cuja cozinha também funciona até a meia-noite.
| Liguria (Luis Thayer Ojeda, 019, tel. 2/2231-1393, metrô Tobalaba) |
Mala de bordo nas medidas certas
El Txoco Alavés
Zanzando nos arredores do barrio Lastarria passei por este tradicional restaurante basco e resolvi provar umas tapas no balcão. Me arrependi: não estavam frescas e o ingrediente mais saboroso era a maionese.
Parece que dei azar, porque o restaurante é supertradicional e sua cozinha clássica espanhola é elogiada. Talvez seja melhor evitar o balcão e ir direto para a mesa. Por três tapas e um pisco sour paguei, com gorjeta, 8.500 pesos chilenos (R$ 47).
| El Txoco Alavés (Mosqueto, 485, tel. 2/2638-2494, metrô Bellas Artes) |
Samsara (Valparaíso)
O restaurante mais gastronômico (e caro!) do Cerro Alegre é o Ápice, mas estando sozinho fiquei sem muito ânimo para reservar. Resolvi conferir o tailandês do bairro, o Samsara.
Não me arrependi: todo prato principal (no meu caso, lulas recheadas) vem precedido por uma salada fresca com temperos thai. De sobremesa, fui de sorvete com sagu de tapioca. Com cerveja e gorjeta, paguei 22.000 pesos chilenos (R$ 122).
| Samsara (Almirante Montt, 427, Valparaíso, tel. 32/259-2492) |
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Oda Pacífico (Valparaíso)
Ainda não escrevi este post, mas fui de Santiago a Valparaíso com um tour organizado que visitou, no meio do caminho, uma vinícola no Vale de Casablanca.
O ônibus já chegou a Valpo na hora do almoço; estacionou perto de La Sebastiana, a casa de Neruda na cidade, e antes da visita fomos almoçar neste Oda Pacífico.
Tenho como princípio implicar com restaurantes que recebem grupos; mas gostei do que comi — mariscos com arroz com tinta de lula (‘mariscos al Merkén’). Tomei uma cerveja e não pedi sobremesa; a conta deu 22.000 pesos chilenos, com gorjeta (R$ 122).
| Oda Pacífico (Condor 35, Cerro La Florida, Valparaíso, tel. 32/223-8836) |
Almacén Nacional (Valparaíso)
Escolhi o Almacén Nacional por sua promessa de cozinha porteña — como é chamado tudo o que diz respeito à cidade (portuária) de Valparaíso.
Pedi uma posta de reineta, um dos peixes típicos da região, guarnecida por mariscos e uma salada de grão-de-bico; tomei uma cerveja e pedi de sobremesa sopaipillas, uma versão chilena de pudim de pão/pain perdu (que se revelou melhor no papel do que na vida real). Total, com gorjeta, 24.000 pesos chilenos (R$ 133).
| Almacén Nacional (Almirante Montt, 402, Valparaíso, tel. 32/320-1599) |
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Casa Cervecera Altamira (Valparaíso)
Ao pé do ascensor Reina Victoria, a Casa Cervecera Altamira produz sua própria cerveja artesanal; os tonéis ficam à vista do público. As cervejas são ótimas; já o hamburger… bem… veio passado demais, meio sola de sapato. Com gorjeta, 9.000 pesos chilenos (R$ 50).
| Casa Cervecera Altamira (Av. Elias, 126, Valparaíso, tel. 32/319-3619) |
Uma empanada!
E pra você que queria saber quanto custa a comida de rua chilena: essa empanada em Valparaíso, recém-saída do forno, saiu 650 pesos chilenos (R$ 3,60). Atualização: ao que tudo indica, parece que comprei uma empanada bem mais barata que a média. Segundo o Neftalí, em Santiago as empanadas custam pelo menos 1.100 pesos chilenos (R$ 8).
Leia mais:
- Primeira viagem a Santiago: roteiro dia a dia (e como combinar com outros lugares)
- Santiago: duas vinícolas para visitar de metrô
- Passo a passo: como passar o dia em Valle Nevado
- Santiago: os 10 hotéis mais reservados pelos leitores
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- Guia de Santiago no Viaje na Viagem
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31 comentários
Acabei de voltar de Santiago! Os preços estão piores do que os descritos aqui! Tudo muito caro! Do ovo no mercado a uma refeição num restaurante bacana! Tudo muito mais caro que no Brasil!!! Exceto alguns vinhos de marcas legais que temos aqui nos mercados! Até o azeite está no mesmo
Valor!
Quando estive em Santiago em 2013, tb comi super bem. Neste momento estou aqui, e os valores de alimentação estão surreais. Vc senta pra comer em locais tipo picadas é já vai deixando 60 Ou 80 reais.
conhecer Santiago, ver a neve e passear pelas belas rua é realmente
Ir ao Chile para ver a neve e passear pelas belas rua de Santiago é realmente maravilhoso, mas prepare o bolso para fazer as refeições. Tudo muito caro! Estive em Santiago em agosto de 2018 e pagamos por uma refeição simples para duas pessoas R$ 125,00, sem contar que a comida tem pouco sabor. Pagamos por dois cafés e uma água com gás R$ 45,00. Preços realmente muito caros.
Olá, Maria de Lourdes! O real desvalorizou muito frente ao peso chileno. Quando o real desvaloriza frente ao dólar, desvaloriza na mesma proporção frente outras moedas.
Fui agora em Julho 2017 e descobri uma rede de restaurantes chamado La Picolla Italia, com pratos de massas a partir de 3000 pesos e uma taça de vinho por 1600 pesos, ficamos admirados com as porções, serviam tranquilamente 2 pessoas. O problema é que alguns não tinham alguns pratos do menu, em um na Av Libertador Ohiggins, nem espaguete e talharim tinha, mas comemos um risoto funghi e um risoto bolonhesa + 2 taças de vinho por cerca de R$35 por pessoa (incluindo a propina), comemos no Montana dentro do Patio Bella Vista e não valeu a pena, visual bonito, mas sabor ruim (sem tempero na carne), quase R$75 por pessoa. O problema é que atualmente, o Chile parece a Inglaterra em questão de custos, quando viajamos vendemos real por peso na Augustina por 187, na casa Suiza e na Laser, mas no cartão a conversão estava dando cerca de 205 pesos pra cada real, o problema é que tudo é nivelado a partir de 1000 pesos, até doce nos camelôs são vendidos por 1000 pesos. Então tudo começava em 5 reais… Pra piorar, fomos comprar comida no mercado e em muitos, frutas e verduras, só são vendidos em pacotes de 1kg… Fomos fazer uma sopa e desistimos da cenoura, por ter que comprar 1Kg…