Noruega: Geirangerfjord, Ålesund e um cruzeiro de Oslo a Copenhagen 1

Noruega: Geirangerfjord, Ålesund e um cruzeiro de Oslo a Copenhagen

Monte Aksla

| Monte Aksla |

Enviado especial | Hugo Medeiros

Parte 1 | Introdução: entre fiordes da Noruega e castelos da Dinamarca

Parte 2 | Noruega: entre Oslo e Bergen, pelos fiordes

Parte 3 | Noruega: Bergen e Loen, os caminhos que levam ao paraíso

Parte 4 | Um vilarejo chamado Geiranger, um adeus à Noruega e a travessia pelas águas geladas do Mar do norte

Na manhã seguinte o destino era Geiranger. Depois das maravilhas que vi na estrada no dia anterior, achei que nada mais chamaria minha atenção, e me preparei para ler um livro durante as 3 horas e meia do percurso de Loen até lá. Mas então um novo mundo surgiu diante dos meus olhos.

Ao invés de lagos, deparei com neve, gelo e paisagens inteiramente brancas. Parte da estrada tinha sido liberada para o tráfego apenas alguns dias antes. (Por isso, antes de viajar, confira o estado das vias.)

De Loen para Geiranger
De Loen para Geiranger

[De Loen para Geiranger]

Durante o inverno a estrada fica inteiramente soterrada pelo gelo. No verão, um trator é utilizado para abrir um caminho, que passa a ter enormes paredes de gelo nas suas laterais. É uma visão que impressiona, ainda mais para nós brasileiros que costumamos ver gelo apenas em cubos dentro de um copo.

Mirante Flydalsjuvet

[Mirante Flydalsjuvet]

Pouco tempo depois estávamos próximos a Geiranger. Fizemos uma parada no mirante Flydalsjuvet, onde fomos recebidos por um dos proprietários do Hotel Union.

Nesse local fica a denominada “cadeira da rainha”, que permite uma visão privilegiada de toda a região. Em seguida fomos para a cidade em carros clássicos da década de 20 e 30, de propriedade do Hotel Union, que restaura os veículos e os mantém em um pequeno museu privado.

Almoçamos no agradável restaurante Brasserie Posten, que serve pratos principais em torno de 180/200 NOK. Comi uma salada de bom tamanho, e que estava extremamente saborosa. Sem dúvida é uma boa opção.

Mirante Flydalsjuvet
Geiranger

Geiranger é apenas um vilarejo, com menos de 1.000 habitantes, localizado entre altas montanhas. Mas, apesar do tamanho minúsculo, recebe mais de 700 mil visitantes ao ano, vindos principalmente em cruzeiros que passam pela região.

Geirangerfjord
Geirangerfjord

[Geirangerfjord]

A principal razão deste movimento é o passeio pelo Geirangerfjord, patrimônio da humanidade (Unesco). O barco sai do centro e retorna para o mesmo lugar. O fiorde é lindo, enorme, com diversas cachoeiras em suas laterais e paredões imensos.

Hotel Union
Hotel Union

[Hotel Union]

Fomos, então, para o Hotel Union, que fica a pouco mais de 1 km do centro. Como a vila é muito pequena, é interessante ficar num lugar com uma estrutura mais elaborada, e nesse ponto o Union não decepciona.

Spa do Hotel Union

[Spa do Hotel Union]

O hotel possui um ótimo spa, com diversas opções de tratamento. Uma massagem de 25 minutos custa a partir de 400 NOK. Um pacote com vários tratamentos, realizados no decorrer de 3 horas, tem preço de 1800 NOK. Logo em frente fica o centro de atendimento aos turistas de Geiranger.

A diária do hotel custa a partir de 1600 NOK, já incluso café da manhã. Por 2000 NOK é possível pegar um quarto um pouco maior, e ainda acrescentar o jantar. Nos valores de hoje, pagar em torno de 800 reais por um quarto com café da manhã e jantar, num hotel da qualidade do Union, é um preço extremamente atraente.

O jantar no hotel foi bom, também no estilo buffet e no mesmo nível de alguns que já tinha experimentado.

Vi que existem outros hotéis na região, mas não cheguei a conhecê-los. Minha impressão é de que o Union possui a melhor estrutura da região e acredito que vale a pena o investimento extra para quem for pernoitar por aqui.

Saindo de Geiranger são aproximadamente 2 horas e meia até Ålesund. Essa cidade, situada num ponto mais ao norte da Noruega, constava apenas como sendo o local em que pegaríamos o vôo para Oslo. Mas, como chegamos cedo, tivemos a oportunidade de conhecer algumas de suas atrações.

Ålesund, vista do Monte Aksla

[Ålesund, vista do Monte Aksla]

Logo na chegada subimos no Monte Aksla, um mirante de onde se tem uma linda vista da cidade. Lá de cima vê-se alguns canais, e eu me arriscaria a falar que lembra uma mini Veneza. Descemos então uma agradável escadaria com 418 degraus que nos levou diretamente ao centro de Ålesund, onde fizemos um rápido passeio pelas lindas ruas, sentamos em bancos aquecidos (isso mesmo, os bancos são aquecidos!) à beira do oceano e então tivemos que decidir qual atração iríamos conhecer.

Atlanterhavsparken
Atlanterhavsparken

[Atlanterhavsparken]

Resolvemos ir para o aquário Atlanterhavsparken, que eu imaginei ser algo pequeno, tendo em vista as dimensões reduzidas da cidade. Contudo, o local é amplo e maravilhoso, com diversos tanques, vários peixes, local para interagir com estrelas do mar, lagostas, ouriços, etc. A visita foi relâmpago, e deixou aquele gostinho de quero mais.

Nunca imaginei que Ålesund poderia esconder tantos tesouros. Ficaria tranquilamente 2 ou 3 noites por lá. Uma pena que não tivemos tempo para explorar melhor o lugar, mas se a primeira impressão é a que fica, Ålesund está de parabéns.

Com o auxílio da Sra. Bente, do VisitAlesund, deixo outras opções de entretenimento para quem ficar mais tempo na cidade: (I) passeios pelos prédios art nouveau do centro, incluindo o The Art Nouveau Centre, (II) bate-volta para Geirangerfjord de ônibus ou ferry, (III) Museu Sunnmøre Open Air, (IV) Alnes Lighthouse, que fica na ilha de Godøy, a apenas 30 minutos de carro de Ålesund.

A mesma Sra. Bente indicou alguns restaurantes que valem a visita: (I) XL Diner, muito famoso na região e especializado em bacalhau, (II) ANNO, popular e localizado bem no centro e (III) Maki, focado em alta gastronomia e com preços bem elevados.

DFDS Seaways

[Cruzeiro DFDS Seaways]

Com muito atraso fomos para o aeroporto, e em 1 hora chegamos em Oslo, onde fomos para o porto pegar o navio DFDS Seaways para a Dinamarca.

Para contextualizar os leitores, confesso que nunca vi cruzeiros com bons olhos. Sempre considerei como sendo um resort confinado num barco, em que você paga caro para descer nos mais diversos lugares pelo tempo necessário apenas para realizar um city tour. Não estou dizendo que é ruim, só não é algo para mim.

E foi com essa concepção que entrei no DFDS. A cabine era bem apertada, mas é possível acomodar até 5 pessoas. O preço varia em torno de 100 euros para um casal e 250 euros para 5 pessoas. Mas ainda assim todos teriam que utilizar o mesmo banheiro.

DFDS Seaways

Tudo lá dentro tem de ser pago na hora. Não é possível debitar no seu quarto e acertar na saída. O restaurante principal é amplo e a comida não era excelente, mas melhor do que eu esperava. O jantar no estilo buffet custa em torno de 40 euros por pessoa, com uma bebida inclusa. O café da manhã tem preço de 18 euros por pessoa. Comi ainda uma pizza num dos restaurantes especializados e ela estava muito boa. O preço de 120 coroas dinamarquesas (DKK) foi bem razoável pela refeição.

O free shop dentro do navio era amplo e tinha alguns produtos com preços interessantes. Itens para casa e chocolates realmente estavam mais baratos do que no continente. O lazer para crianças era restrito a uma pequena área com piscina, ou então a um fliperama básico.

Durante a noite os bares ficam cheios e as pessoas muito animadas. Alguns arriscam passos de dança na pista, ao som de música ao vivo.

Lá dentro não tem caixas eletrônicos, apenas uma casa de câmbio, que foi onde troquei alguns euros por coroas dinamarquesas.

Externamente não existem piscinas ou qualquer outra área onde as pessoas possam passar alguns momentos agradáveis. Os elevadores são poucos e insuficientes nas horas de maior movimento.

Por isso é interessante pegar uma cabine no pavimento em que ocorre o embarque/desembarque (no meu caso era o piso 5), pois assim você não dependerá de elevadores para carregar as malas na chegada ou partida.

DFDS Seaways

A viagem até a Dinamarca dura em torno de 17 horas e eu, particularmente, acharia mais interessante utilizar esse tempo em terra firme. Mesmo assim, acredito que o DFDS tenha um público específico que irá se beneficiar de suas características, como (I) aqueles que estão de carro e querem continuar com ele durante toda a viagem, já que os veículos podem ir no navio, (II) quem tem medo de avião, (III) famílias grandes, caso a cabine no navio fique mais barata do que 4 ou 5 passagens de avião e (IV) pessoas que sonham em fazer um Cruzeiro no mar do Norte. Nesse caso, o passeio em si já é a principal atração.

Após a longa travessia desembarcamos em Copenhagen, e eu tinha a nítida sensação de que o melhor já tinha passado. E mais uma vez, eu estava completamente errado.

Hugo Medeiros viajou a convite de Visit Norway e Visit Denmark.

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    21 comentários

    Prezados,
    Qual a melhor maneira de ir de Oslo para Copenhagen, exceto avião? Por terra (ônibus ou trem, qual o tempo da viagem e por qual companhia?). Ou por mar (o ferry vai perto da costa e dá pra ver alguma paisagem ou vai por alto mar?).
    Obrigado

      Olá, Marcos! Pelo mar são 19 horas de viagem. Não há paisagem a ser vista em alto mar em nenhuma travessia de ferry em qualquer lugar do mundo. De trem são 7 a 8 horas, com 1 a 2 baldeações, compre em https://www.sj.se/en . De ônibus, 7 horas.

    Ajuda a um prinicipiante. Comprei 5 passagens de trem pela Eurostar de Londres para Amaterdã salvei no vallet do celular e imprimi o que enviaram pelo e mail .. precisa trocar por bilhete na estação ou apenas apresentar o impresso ( farei mesma compra Paris Londres- mesmo sistema?)

    De Bergen terei 4 dias para conhecer alguma cidade por perto. Minha dúvida: opto por Copenhagem ou Estocolmo? Grata

      Olá, Daniela! Vamos compartilhar sua pergunta no Perguntódromo. Havendo resposta, aparecerá aqui.

      Logisticamente, tanto faz, pois há vôos diretos de Bergen para ambas as capitais (que são planas e insulares (literalmente), Stockholm tendo mais ilhas que København). Minha única dica é procurar os vôos diretos pra economizar tempo.

      Todavia, com 4 dias extras, presumindo que você esteja fazendo o roteiro-padrão que só reserva 2 noites para Bergen, eu ficaria uma terceira noite em Bergen para explorar a cidade em si além do Bryggen/Fløyen, deixando 3 noites para a outra capital escandinava da sua preferência.

      Cara Daniela, moro em Copenhague por isso minha sugestão não é assim tão imparcial 🙂 Copenhague é bem bonita, e você tem bastante o que ver e fazer em 4 dias. Em Oslo, no máximo 2 e em Stockholm não sei, pois não conheço.

      Fiz um post há algum tempo, sobre dicas de Copenhague em meu blog, afrancesa.wordpress.com – espero que te ajude a decidir!

      Vá para Copenhagen! Amei as duas cidades, ambas são lindas, mas acho que Estocolmo merece mais do que 4 dias.

    Olá Hugo. Tudo bem? Essa viagem você fez com pacote fechado ou comprou tudo sozinho? Estou no meio de um planejamento para uma viagem para Noruega e estou confuso em organizar as coisas. Parabéns e obrigado pelas informações! Abs

      Olá, Wladner! Quem responde é a Bóia. Como está explicado no texto, a viagem foi feita a convite dos escritórios de turismo da Noruega e da Dinamarca, que se encarregaram da organização.

    Hugo,
    Estou um pouco enrolada e ainda não deu para ler todos os posts, mas eles já estão favoritados! Parabéns pelo relato!

    Gente, que tudo! Hugo, parabéns pelo “guia” sobre a região! Eu não conheço nada dos países nórdicos (embora more em Curitiba, tenho sérios problemas com o frio), mas fiquei empolgada depois de ler seus relatos. Obrigada! 😉

      Oi Silvia. Que bom que gostou. Nessa época o frio foi bem razoável. Para ter uma ideia, nem precisei usar todas as blusas que levei. Tirando o primeiro dia da viagem, que estava bem gelado, no restante uma jaqueta de couro mais pesada foi o suficiente para me manter aquecido. É uma viagem que vale a pena.

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