Niagara Falls como pit stop (entre Toronto e Buffalo)
Eu já tinha reservado um dia de Toronto para fazer um bate-volta a Niagara Falls, quando me dei conta de que não fazia muito sentido ir e voltar.
Como eu seguiria viagem para a Califórnia, o mais sensato seria aproveitar para cruzar a fronteira com os Estados Unidos e voar a partir de Buffalo, de onde conseguiria vôos mais em conta para San Francisco (e não passaria pelo perrengue de voltar pelo mesmo caminho).
Vi então que poderia ir de trem até Niagara Falls, deixar as malas na estação de ônibus, passar o dia no lado canadense das cataratas e prosseguir de busão a Buffalo, a uma hora dali.
E tudo ficou ainda mais redondo quando descolei uma passagem na United de Buffalo a San Francisco (via Washington) por US$ 150. Com taxas (incluindo US$ 25 para despachar cada mala) deu US$ 200 por pessoa — mas para um vôo de 6 horas cruzando o continente, foi uma superpechincha.
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Ao passo a passo, pois.
Comprei as passagens de trem na Via Rail canadense com um mês de antecedência. Consegui tarifa não-reembolsável de US$ 20 por pessoa — excelente, para uma viagem de duas horas. À diferença do trem Montreal-Québec, porém, o wifi não funcionava. Nhé.
Saímos às 8h20, e às 10h30, com um ligeiro atraso (o trem parou por 10 minutos no caminho por algum problema cuja explicação não entendi) estávamos em Niagara Falls. A estação de ônibus fica em frente à de trem: basta atravessar a rua.
Há lockers que funcionam com moedas de 2 dólares canadenses. (Deixei para tirar a foto dos lockers na volta, mas acabei esquecendo, desculpem.) A minha mala média coube no locker pequeno, deitada. Há também lockers grandes, mas só tinha sobrado um quando cheguei.
Não vale a pena comprar a passagem de ônibus antecipada: o bilhete vem sem horário determinado. Como são duas companhias operando o trecho (Greyhound e Couch Canada), o melhor é deixar para comprar na volta, para embarcar no primeiro ônibus que passar.
Para ir da estação de ônibus até as cataratas você pode pegar um táxi (é perto, deve ser baratíssimo) ou ir de ônibus urbano mesmo.
Paga-se 2,35 dólares canadenses dentro do ônibus; o motorista não dá troco. Em menos de 10 minutos o motorista avisa e todo mundo desce. Pronto. Você estará a três quadras das cataratas do Niágara.
Na hora eu pensei que tinha feito um mau negócio, que o ônibus tinha deixado a gente longe demais. Afinal, aquele monte de museus de cera e bares temáticos e museu do Guinness e Acredite se quiser e torre de observação e Planet Hollywood e Hard Rock Café e roda gigante e cassino não poderia estar do ladinho das quedas.
Pois bem, gente: tudo isso está do ladinho das quedas.
Passa uma avenida do lado das quedas! Uma avenida beira-quedas! (Quase tão chocante quanto a estradinha que passa no meio das Pirâmides.)
Nas fotos é possível não enquadrar o concreto em volta e ao fundo das cataratas, mas ao vivo é quase impossível abstrair o circo ao redor.
A sensação é de que as cataratas são apenas mais uma atração do parque de diversões. Um marciano que aterrissasse sem ter lido direito os guias antes (eu!) poderia achar que se trata de uma obra de engenharia feito o restaurante giratório da torre.
Se a cidade em volta ainda fosse pelo menos grandiosa, mas não: é uma Las Vegas made in Paraguay, tadinha.
De modo que — não, não consegui entrar no clima de maravilhas da natureza. Fiquei indignado por deixarem as cataratas fazer o papel de chafariz de shopping.
Enfim. A idéia era passar o dia fazendo os passeios do parque. Queria pegar o Maid of the Mist (o barco que leva até a beira das quedas — como o Macuco Safari brasileiro e o Aventura Náutica argentino, só que num barcão, não numa lancha) e fazer o Journey Behind the Falls, que leva você para o chão, pertinho da catarata.
É possível comprar os ingressos para cada atração individualmente, ou então comprar os pacotes de três ou quatro atrações vendidos em diferentes guichês.
Acredito que esses passeios sejam bem bacanas e façam o visitante se desligar do concreto em torno. O problema é que (1) estava frio pra caramba e (2) eu não tinha previsto que qualquer coisa que a gente fizesse por lá ia nos deixar molhados. Quando você for, não esqueça de levar uma muda de roupa à mão.
Sem fazer nenhum dos passeios, nossa visita acabou sendo grátis, porque não se paga nada para chegar aos mirantes. (Esta, a meu ver, a única vantagem das cataratas do Niágara sobre Foz do Iguaçu.)
Almoçamos, voltamos de bumba à estação e compramos passagem para o próximo Greyhound (US$ 13). Saímos às 15h25.
A imigração americana fica do outro lado da ponte. Passamos sem problemas; usamos o nosso canhoto do formulário I-94.
Da fronteira até Buffalo o ônibus levou uma hora, com uma parada no aeroporto (perfeita para quem não quiser pernoitar em Buffalo).
Eu gostei de ter ido até Buffalo. Achei muito bonitinha a área em que nos hospedamos, Allentown. (E ainda pude comer Buffalo wings no lugar onde foram inventadas, o Anchor Bar.)
Foi a segunda surpresa do dia. Só que essa foi positiva 🙂
Leia mais:
- Niagara Falls com emoção: do alto, por trás e por baixo
- Cruzando o Canadá de avião, trem e carro: a viagem do Sergio
- Dicas de Niagara Falls no Viaje na Viagem
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- Dicas de Toronto no Viaje na Viagem
- Guia de Foz do Iguaçu no Viaje na Viagem
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127 comentários
Estou indo para Chicago no final de junho e vou ficar 13 dias. Estava fazendo um roteiro de 4 noites em Chicago e depois fazer de carro Grand Rapids, Niagara Falls (lados dos EUA), Indianapolis e voltar para Chicago. Pelo que li aqui desanimei um pouco por Niagara. Alguem tem alguma sugestão de cidades interessantes nessa região. Pendei tambem em St Louis.
Tive a mesma impressão ao visita-las há alguns anos atrás e quando manifestei a minha decepção pelo tratamento que essa maravilha natural recebeu por parte dos que investiram nela visando apenas o lucro, fui tachada de “chata” e muito critica e hoje, dia 13 de maio, ao ler a sua cronica no suplemento divirta-se do Estadão, me senti de alma lavada.
Atentando ao post e aos comentários dos trips… Niagara Falls sai da minha wishlist, que já é grande o suficiente! ehehe!
Poxa Riq, posts como esse só contribuem com meu pensamento estereotipado que EUA não me atrai ao turismo como outros países.
Apesar que o Canadá me interessa mais e isso aconteceu no lado canadense… mas vou culpar a proximidade com os States nesse caso 😀
Posso falar “I told you so”?
A única coisa legal de ir a Niagara Falls (além de Niagara-on-the-Lake que de fato é lindinha, bem como a estrada pra lá) é poder falar com segurança que Foz do Iguaçu não tem comparação.
No tal do Maid of the Mist (que eu fiz só pra não falarem que não dei uma chance à coisa), dão uma capinha vagabunda e, se vc ficar no meio do barco, na parte de baixo, não molha quase nada. Você e as três excursões de escola que vão lá PRA molhar… a vantagem é que no lugar que não molha não tem ninguém. Não perdeu muita coisa, não.
Eu passei duas vezes aí, indo de NY pra Quebec de carro (meus pais, bla bla bla, vc conhece a história). Lembro muito mais das idas (em uma delas nos perdemos feio, longa história, com direito a um mico fenomenal) do que da cidade em si, que achei meio uma Poços de Caldas do Hemisfério Norte, com aqueles souvenirs cafonérrimos e newly weds simplinhos.
Não fiz o passeio do barco, fiz um treco que vc andava num túnel com uma capinha xexelenta e via mais de perto o treco todo, não tenho ideia de onde seja.
E não consigo parar de rir imaginando sua cara falando da avenida beira quedas, hahaha
Eu estive em Niagara Falls em Novembro de 2008. Peguei um desses passeios turísticos que sai da Union Station às 9:00 da manhã e retorna por volta das 19:00h. O passeio foi bem interessante, com visitação a uma vinícula, Niagara on the Lake (muito legal!), Whirlpool (estava fechado por causa do inverno) e finalmente, Niagara Falls.
No passeio estava incluso o almoço no Sheraton que tem uma sacada com vista privilegiada das cataratas. Fiz o passeio no Journey Behind the Falls e nos deram uma capa de chuva para não se molhar. Ao final do dia, o show de luzes nas cataratas é muito legal.
Não fui até a “cidade”, fiquei somente perto das cataratas e pude tirar fotos muito legais.
Segue uma das minhas favoritas: https://www.flickr.com/photos/tiagolordello/4089735391/in/set-72157622645247263
Sobre o volume das águas, em Niagara é (virtualmente) constante o ano inteiro, enquanto em Iguaçu (mesmo com as represas) a vazão varia bastante e a variação pode ser violenta até com grandes secas (nestas horas só a Garganta do Diabo costuma ficar interessante) e cheias que podem até fechar a passarela sobre o rio. Neste caso falar em média não ajuda muito pois vai depender da época/ano da visita, lembrando que não existe uma estação seca ou chuvosa bem definida na região da bacia do Iguaçu e de um ano para outro as condições de um mesmo mês podem diferir bastante.
Eu fiz o Maid of the Mist quando visitei Niagara no milênio passado, em 97. Não me molhei, porque a gente ganha uma capa de chuva bem comprida – e ficamos todos parecendo uns ETs azuis dentro do barco… 😆
A cidade de Niagara Falls é mesmo um horror… Mas Niagara-on-the-Lake, ali pertinho, é uma coisa linda!