Museu do Amanhã: conheça o novo cartão-postal do Rio, por fora e por dentro
Novo cartão-postal de uma cidade que já tem o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, o morro Dois Irmãos e o calçadão de Copacabana, o Museu do Amanhã manteve uma fila constante de duas horas à porta, até começar a vender ingressos online. Veja o que você precisa saber sobre o Museu do Amanhã: dicas para visitar por fora e por dentro.
O Museu do Amanhã, do lado de fora
Antes de mais nada, o Museu do Amanhã funciona como um monumento. É o ponto focal da nova Praça Mauá, que passou décadas escondida atrás do viaduto da Perimetral, demolido em abril de 2014. Custou 300 milhões de reais, bancados pela Prefeitura do Rio (por meio da venda de permissões de construção) em parceria com a Fundação Roberto Marinho e patrocínio-master do Banco Santander.
Juntamente com o vizinho MAR, o Museu do Amanhã serviu com ponta-de-lança do projeto de revitalização da zona portuária carioca. Desde a Olimpíada, com a entrada em funcionamento do VLT e a abertura do último trecho da Orla Conde, a região se tornou o xodó de cariocas e visitantes — o sucesso do Boulevard Olímpico foi muito maior do que o esperado. Desde novembro de 2016, a região tem uma outra mega-atração: o AquaRio, maior aquário da América Latina.
Por mais atrações que sejam plantadas ou redescobertas na região, porém, é inegável que o ponto focal da nova orla central é o o mais novo objeto terrestre não-identificado do arquiteto valenciano Santiago Calatrava. E sabe qual é o melhor ângulo para admirar sua beleza? O terraço do museu vizinho, o M.A.R., que faz as vezes de camarote para você fazer seu próprio cartão postal, com direito à legenda Rio Te Amo.
A cara nova do Centro
O Museu do Amanhã, por dentro
Por dentro, o Museu do Amanhã é uma mega-instalação sobre a trajetória do planeta. À diferença de um museu de arte, o acervo aqui é de informações. A arte está na maneira em que essas informações são dispostas e oferecidas ao visitante.
A exposição funciona meio como um game em 3D, em que você usa as próprias pernas para passar de uma fase à seguinte. Em todas as fases você é levado a interagir, explorar caminhos, descobrir segredos, responder quizzes, acumular conhecimentos e habilidades que serão úteis na próxima.
Em cada sala (perdão: em cada globo, cubo, pirâmide) você se vê encapsulado por uma torrente de informações. Quase todas as superfícies funcionam como telas, sempre ligadas, enviando notificações sem parar. O que você lê ao passar por um determinado lugar às 14h será diferente do que lerá alguém que passe 10 minutos depois.
Você decide quando quer passar de uma fase à próxima. Caso queira ter alguma noção da sua trajetória pelo museu, use o cartão do ingresso para se registrar numa das mesas interativas. Você saberá o que viu, o que falta ver e o que vai deixar para uma próxima visita.
A primeira fase, Cosmos, responde à pergunta “Como chegamos aqui?” e resume a história do universo, do Big Bang ao florescimento do pensamento humano.
A segunda fase, Terra, responde à pergunta “Quem somos?” e é dividida em três módulos — Matéria, Vida e Pensamento.
A terceira fase, Antropoceno (“Era dos Humanos”), explora a pergunta: “Onde estamos?”.
A quarta fase, Amanhãs, tenta encontrar respostas para a questão “Para onde vamos?”.
Finalmente, na quinta fase, Nós, somos provocados a refletir sobre o legado que deixaremos a quem vier depois de nós.
Ao longo de todas essas fases, todo o conteúdo é integralmente apresentado em português, espanhol e inglês (algo que, no Brasil, é absolutamente espantoso).
Os caçadores de obras de arte dentro de um museu de ciências terão três momentos de contemplação: o globo de Cosmos, onde é feita uma projeção em 360º do filme sobre a formação do universo, produzido pela O2; a escultura cinética (dois panos que dançam no ar) de Daniel Wurzel, no cubo Matéria; e o churinga, peça aborígene que simboliza a transmissão de conhecimento entre gerações, dentro da oca-casulo de Nós. (Do lado de fora, uma escultura de Frank Stella adorna o espelho d’água.)
O térreo ainda abriga o Laboratório de Atividades do Amanhã, um espaço para experiências e workshops.
Trem ou van?
Museu do Amanhã: bye bye, fila
As filas de duas horas sob o sol já fazem parte do museu do ontem. O Museu do Amanhã agora tem um excelente esquema de venda de ingressos online, com hora marcada. Compre sua entrada pela internet. Na hora o museu só oferece um pequeno lote de ingressos por hora. A chance de perder a viagem é grande.
As visitas gratuitas também devem ser marcadas pela internet: maiores de 60 anos, estudantes e professores da rede pública devem reservar seu horário online, igualzinho aos pagantes.
Na hora marcada no seu ingresso, você passa pelo detector de metais e mostra seu voucher, impresso em casa ou carregado no celular. Você então recebe o cartão magnético que dá acesso ao museu.
Aproveite que o Museu do Amanhã e vizinho M.A.R. têm também o Bilhete Único dos Museus (R$ 32 inteira, R$ 16 meia; preços de janeiro/2017), que dá direito a visitar os dois museus vizinhos.
Mas atenção: no dia de visitação gratuita (3ª feira), o ingresso necessariamente precisa ser retirado na bilheteria.
Museu do Amanhã: como chegar
Se você é morador ou está hospedado na Zona Sul ou Barra, venha de metrô até a estação Cinelândia e siga de VLT até a estação Parada dos Museus.
Se você mora em áreas da Zona Norte servidas pelo metrô, salte na estação Carioca e siga de VLT até a estação Parada dos Museus (ou salte na estação Uruguaiana, ande uma quadra pela Presidente Vargas e pegue o VLT na Candelária — ou, se não quiser pegar o VLT, siga a pé pela Rio Branco).
Museu do Amanhã
- Píer Mauá | Abre de 3ª a domingo das 10h às 18h (última entrada: 17h) | Compre (online (o número de ingressos disponíveis na bilheteria é reduzido) | Inteira: R$ 20 (de 22 a 59 anos) | Meia: R$ 10 (visitantes de 6 a 21 anos, estudantes de escolas particulares, estudantes universitários, cariocas, moradores do Rio de Janeiro, pessoas com deficiência, servidores públicos do Rio de Janeiro, clientes Santander) | Grátis: crianças até 5 anos, maiores de 60 anos, estudantes da rede pública no Rio de Janeiro, professores da rede pública e de universidades no Rio de Janeiro, guias de turismo (de 4ª a domingo é preciso solicitar esses ingressos online)| Grátis para todos: 3ª feira (ingressos apenas na bilheteria) | Bilhete Único dos Museus (dá direito também ao M.A.R.): R$ 32 (inteira), R$ 16 (meia) | Preços de janeiro de 2017 | VLT: Parada dos Museus
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Comentários
O Museu é um bela construção, mas a exposição em si é bastante decepcionante. São basicamente telas com informações sobre como estamos destruindo. Importante? Sim, mas foi realizado de forma preguiçosa.
Obrigado pelas dicas, aproveitamos bastante.
Após a visita almoçamos em um local muito charmoso chamado Odara Gastrobar, fica bem próximo.
Cerveja e comida boa.