Maratona de botecos na ConVnVenção de BH
A essas alturas vocês já viram tudo nos blogs, flickrs e picasas de testemunhas oculares da esbórnia. Mas ConVnVenção que é ConVnVenção precisa ficar registrada por aqui também. Então, cumprindo o meu dever cívico, lá vai.
O evento, digamos assim, formal, se deu na sexta-feira à noite. Depois de muita discussão entre os trips belo-horizontinos, foi escolhida a Mercearia Lili, um boteco em Santo Antônio que tem em seu currículo um primeiríssimo lugar no Comida di Buteco (em 2001). O casal viajandão Helô e Breno K. reservou a parte de trás do bar — que tem varanda e vista pra cidade — e o pessoal do bar providenciou comandas individuais. Funcionou à perfeição.
Chegamos a ser quase 50 pessoas. Meia centena de viajadictos num mesmo recinto! Consegui falar com todo mundo. (Lembrar os nomes é que são elas!)
Além da presença maciça, rolaram outras surpresas. Para começar, o cartaz e os sinalizadores de mesa bolados e fabricados pelo Magrineli. O símbolo, que combina o famoso Obelisco da Praça Sete com a nossa querida Bóia, ficou vagamente pornográfico, mas parece ter sido bom pra todo mundo
Também foram providenciados souvenirs da efeméride: todo mundo voltou pra casa com uma miniatura de cachaça com o rótulo da convenção, produzida pela Helô. Também rolou uma caneca personalizada para mim, mas eu acabei esquecendo no bar! (Que vergonha.)
E olha só o que a talentosíssima Ila Fox me fez: uma caricatura em que eu tô magrinho! Adorei 😀
Ah, sim: tomei caipirinhas de lima-da-pérsia com cachaça mineira e peguei carona no maçã de peito, o petisco campeão do Comida di Buteco que foi a pedida mais freqüente da noite.
Os trabalhos foram encerrados à meia-noite, quando o bar fecha. Horário perfeito para continuar o city-tour botequístico no dia seguinte.
O programa do sábado era a maratona propriamente dita. Quem bolou o roteiro e se encarregou de falar com os botecos (para conseguir mesas num, isenção de couvert noutro…) foi o infatigável Guilherme Lopes.
A concentração foi no Bar do Antônio, no Sion, também conhecido como Pé-de-Cana. Não, não é nada disso que você está pensando: é Pé-de-Cana porque existem dois pés de cana plantados na calçada. Conta lenda de que brotaram espontaneamente, de tanta cachaça que era dada pro santo…
Apareceram 24 voluntários para o sacrifício de percorrer oito botecos tarde e noite afora. O grupo teve baixas e novas adesões ao longo do trajeto. Mas nunca fomos menos do que 18 em nenhuma das paradas.
A escala do Bar do Antônio serviu como almoço para a maioria, que até às 15h30 estava só com o café da manhã. Eu adorei a carnoba — carne com folhas de taioba (uma parente próxima, e mais gostosa, da couve) e batatas recheadas. E também pedi um mix de croquetes que vinha acompanhado por um jilozinho espertíssimo, gratinado.
(Gente, jiló é tudo de bom! Enfim uma berinjela com personalidade própria!!!)
De lá partimos para a maratona. A maioria ia a pé mesmo, de canecas (cheias!) na mão. (As canecas foram produzidas pelo Guilherme, e eram pessoais e intransferíveis: cada uma tinha um simbolito diferente no adesivo que identificava o dono.)
No meio do caminho para o segundo bar, cruzamos com uma viatura da polícia. Na hora eu pensei: meu Deus, a lei seca!!! Mas daí me lembrei que estava a pé e tudo bem
A segunda parada foi na cachaçaria Butiquim Mineiro, no Anchieta. O lugar é mais noturno do que diurno, e não ainda não estava cheio como os outros botecos do percurso. Mas valeu para experimentar a ótima cachaça Germana, que tomei numa caipirinha de lima e também filando um gole do coquinho do Alexandre Costa. (Coquinho é uma infusão de cachaça num coco verde; você nem sente que está se embebedando.)
De lá, mais uma pernadinha até o Butiquim da Esquina, ainda no Anchieta. O lugar fica numa curva onde estão cinco botecos (conhecida, segundo o Magrineli, como Tamburello). Tomamos só uma rodada de cerveja e assistimos quinze minutos do jogo do Cruzeiro no telão, porque a parada seguinte seria gastronômica.
No próximo trajeto, o Guilherme usou toda a sua experiência de ciclista para nos poupar das ladeiras de BH. Demos uma pequena volta, cruzamos a Avenida do Contorno pelo menos duas vezes (pelas minhas contas), mas chegamos ao Estabelecimento, na Serra, sem ter padecido em nenhuma pirambeira. Fica numa casa murada, ambientes abertos para o pequeno pátio presidido por uma árvore frondosa. Lotado, povo interessante e misturado.
A estrela da casa é o mojito (feito com soda limonada no lugar de água com gás). Adorei o ambiente, a estampa do Rei na parede e o petisco que pedimos (5o. lugar no último Comida di Buteco): paleta em ninho de pelotas (paleta de cordeiro servida com bolinhos de arroz recheados com jiló).
Prontos pra próxima?
Andamos mais um ‘cadinho e chegamos ao Estúdio da Carne, em Funcionários, um boteco GLS, onde também estava rolando música bacana na calçada. Mandamos baixar uns baldes de Heineken 600 ml e curtimos a música de pé mesmo.
A essa altura já eram umas nove da noite e as cervejas já se faziam sentir. De lá já partiríamos para as saideiras — dois bares muito próximos, em Santa Efigênia.
Penúltimo boteco da noite: o Oratório, que fica numa linda esquina, com uma igreja em frente — dá pra se sentir numa cidadezinha do interior. Sob os protestos do Guilherme, que queria que todo mundo se resguardasse para o mexidão de encerramento, acabamos pedindo uma costelinha de porco que se revelou fenomenal — o corte traz junto muita carne, não fica só no osso. Bem bão.
(Ah, sim: no Oratório já troquei a cerveja pela Coca Zero. Início de terapia anti-ressaca.)
E… tcharam… depois de percorrer 5 km desde o Bar do Antônio, quando se pensava que poucos agüentariam mais um round, chegamos ao Chopp da Fábrica, um botequim grandalhão e animado. O cardápio traz mexidão para quatro pessoas, mexidão para duas pessoas e mexidão para uma pessoa. O Guilherme mandou vir três mexidões pra dois (éramos uns 18), com dois zoiudo (ovos fritos) à parte.
Tão gostosa quanto o mexidão foi a conta: 10 reais por pessoa! Ambilívabol.
Era meia-noite quando, tendo definitivamente virado abóbora (com carne-seca), encerrou-se a maratona de sete bares em oito horas. Não me pergunte quantos copos foram derrubados entre a concentração e a apoteose, porque o departamento de contabilidade estava de folga. Era sábado!
Agradeço aos intrépidos trips pela companhia abnegada. Me chama que eu volto!
Veja também:
ConVnVenção de BH no Flickr do Alexandre Costa
ConVnVenção de BH no Cozinheiros de Primeira Viagem, da Natalie e do Fred Marvila
ClonVnVenção de BH no Picasa do Breno K.
ConVnVenção de BH no Causos de Viagens, da Lê Greco (segunda parte aqui)
ConVnVenção de BH no Antes que eu desista, do Roberto Domingues
ConVnVenção de BH no Viaggiando, da Camila Navarro
ConVnVenção de BH no Picasa do Alexandre Magrineli
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52 comentários
Uma dica legal em BH é o Bar do Véio, excelente buteco!
Riq, que delícia, que saudade e que inveja!!
Vim aqui no sábado e meu almoço tá no forno. Isso não se faz rsrs Funcionários, saudades da Rua Pernambuco…
Que ConVnVenção incrível! Pessoas de Beagá – que, infelizmente, eu ainda não conheço – vocês são geniais!!!
Dra Pelicano, é só marcar a agenda e vir para cá… garantimos cerveja gelada, tira gostos calóricos, cachaça ou coquinho no ponto e ainda passeios e afins…
xacumigo!
Parece que a minha camiseta “Download 100% Completed” fez sucesso. A ConVnVenção BH foi mesmo sensacional! Riq, nós é que agradecemos a sua presença! Volte sempre que quiser!
Acompanhei pelo twitter! Maratona deliciosamente calórica e etílica. Alguém tinha Amil Resgate? Muito bom!
Como perdi essa ConVnVção??? Não deu mesmo pra ir, mas essa maratona é minha cara!! Abraços a todos!!
Ah deve ter sido taaao legal 😉
Riqfreire gosta de jiló. Isso é fato! hahahaha