Lições da estrada: furtado dentro do ônibus na rodoviária

Viação GoianésiaViação Goianésia

#VnVBrasil | Não é que eu não estivesse me cuidando. Em São Paulo, no Rio e em Goiânia não saí com a câmera a pé na rua; fiz todas as fotos com celular — um iPhone disfarçado de tijolão graças à capa-bateria da Morphie. Deixei a câmera, cartões de crédito e talão de cheque sempre no cofre do hotel. Saí à rua só com identidade e um cartão.

Me precavi tanto dos perigos brasileiros — o cara que te assalta na rua sob a mira de uma arma para levar o relógio e a carteira protuberante — que acabei sendo vítima de um golpe, digamos, à européia. Sem violência, aproveitando uma distração.

Foi tudo muito rápido. Minha bobeira: aproveitar meia hora livre na rodoviária para trabalhar no laptop na praça de alimentação. Sem que a gente percebesse (o Nick tinha se juntado à expedição na véspera), um sujeito nos seguiu até o ônibus da Viação Goianésia em que embarcaríamos para Pirenópolis.

Despachamos as duas maletas no maleiro e subimos com as mochilas para ocupar nossos assentos, 3 e 4, bem na frente do ônibus. Colocamos as mochilas no compartimento de cima e sentamos.

Antes do ônibus partir, o Nick lembrou de pegar alguma coisa na mochila dele. CADÊ MOCHILAS?

O sujeito que nos seguiu entrou no ônibus sem passagem, pegou as bolsas, passou a algum interceptador pela janela e saiu do ônibus, sem que a gente se desse conta. Houve conivência de algum funcionário da viação? No mínimo houve inépcia e negligência.

Depois de cinco minutos, uma passageira falou de  um sujeito de cabelo espetado que entrou e saiu do ônibus.

Nessas, lá se foram um laptop, minha câmera, o iPad do Nick e três memórias de 500 giga. Tenho back-up de praticamente tudo em casa — mas perdi todas as fotos feitas em Goiás. Ficaram só as que eu publiquei no Instagram.

GoiásGoiás

Na prática, vou conseguir fazer os posts de Rio Quente e Caldas Novas com fotos de divulgação; e em Goiânia, o mapinha que fiz camelando a cidade por cinco dias vale mais do que qualquer foto que tenha sumido. Triste mesmo é perder as fotos da Cidade de Goiás, uma coleção lindinha que só. Mas vou tentar voltar lá ainda este ano.

Estou de volta a São Paulo para recompor o meu equipamento e voltar à estrada. Bola pra frente, que tem Chapada dos Veadeiros, Brasília e Jalapão antes do Seminário #Viajosfera em setembro.

Obrigadíssimo a todos os que ofereceram o ombro e os ouvidos no domingo à noite pelo Twitter. Vocês são demais 🙂

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105 comentários

Realmente muito chato! Pra mim então que tenho a tendência de ficar com raiva por horas acaba estragando meu dia de viagem. Recentemente estava em Ibiza e fui orientada a ter cuidado na Playa den Bossa. Não deu outra, quatro senhoras foram furtadas enquanto estavam no mar, as coisas delas estavam atrás de nós e não vimos nadinha. O local desse furto é um dos mais valorizados dessa praia na atualidade, em frente ao famoso hotel 5 estrelas Ushuaia. Vai entender! Vc sai de férias para curtir uma praia e tem que ficar praticamente fazendo turno para entrar no mar.
Em compensação, na Itália, em Sulmona (Abruzzo) esquecemos a mochila com notebooks, iphone, kindles, maquina fotografica, enfim, tudo no onibus. No outro dia de manha fomos ao depósito e estava tudo lá, para nós brasileiros e escaldados foi praticamente um milagre.

É horrível essa sensação de incapacidade quando somos roubados. Pior é perder todo o registro do trabalho realizado e o desânimo que sentimos.
Quando tweetei a você no início da viagem pelo Brasil, imaginei que seu post inicial, seria sobre algum novo destino com dicas… Que droga.
Não desanima, tenho certeza que tudo vai melhorar. Vira a página, porque Goiânia já foi e muuuito cara pra você!
Boa sorte no próximo destino.

Riq, que chato!! Fui furtada uma vez, no Chile, e quase estragou meu passeio, era a segunda noite. Esse tipo de coisa, infelizmente, não é exclusividade do Brasil ou da América do Sul, temos que ter cuidado em todo lugar. Que bom que você encarou dessa forma, bola pra frente!

Oie!

Eu tenho o costume de SEMPRE deixar a mochila com os eletrônicos/documentos embaixo ou do lado das minhas pernas, no chão. Como só tenho 1,60m de altura, não me atrapalha tanto assim.

Seja em onibus, em trem ou avião, nunca coloco no compartimento de cima! Por isso q sempre pego assento na janela, posso deixar minha mochila apoiada de ladinho, sem atrapalhar ninguém e perto de mim.

Depois desse relato, agora q jamais colocarei em cima…

Uma pena mesmo! Principalmente por causa das fotos que deviam ser maravilhosas!

Mas vcs nem tentaram localizar o iPad pelo Find my iPad? Ou ele não tinha autorizado? Como vocês viram rápido, podia ser útil para facilitar a localização.

E outra pergunta, vão fazer algum post sobre Pirenópolis por agora? Estou indo para lá mês que vem e queria dar uma lida em algumas dicas daqui do VnV!

Que saco isso…????Espero que essa sensação ruim passe logo! Bola, ou melhor, boia pra frente!

Como muitos disseram, esse tipo de ocorrência pode acontecer em qualquer parte do mundo. Concordo.
Mas a questão é que o descaso com esse tipo de crime (e outros piores) aqui no Brasil é muito grande comparado a outros países.
Moro em Brasília e posso afirmar que há cerca de 10 anos me sinto totalmente insegura para fazer viagens terrestres pelas BRs que partem do DF e passam por Goiás, quando se trata de transporte coletivo intermunicipal ou interestadual. Nos últimos anos, saí da cidade apenas por via aérea ou em automóvel particular, pois o passageiro que utiliza o sistema de transporte terrestre brasileiro está cada vez mais exposto à criminalidade.
A insegurança em que vivemos é um problema nacional, ancorado em diversas causas, mas quando se trata de viagens, percebe-se que o viajante está muito vulnerável a questões que deveriam ser tratadas com mais seriedade pelas autoridades políticas e policiais. O preocupante não são apenas furtos, mas assaltos a mão armada de quadrilhas que se especializaram em abordar ônibus nas estradas. Tenho parentes que já foram assaltados dessa forma nas BRs que vão de Goiás para Minas Gerais, e os próprios motoristas confirmam que os assaltos ocorrem semanalmente! Como a população tolera conviver com esse absurdo, eu não sei. Nosso direito constitucional de ir e vir é infringido semanalmente e ninguém se importa, todos acham essa realidade “normal”.
E porque as autoridades não tomam alguma atitude? Nosso sistema de transporte é ineficiente e mal estruturado. Se o crescimento da violência é uma realidade com a qual temos que conviver, porque não tornar os terminais rodoviários mais seguros? Porque não utilizar detector de metais nas áreas de embarque e controlar o acesso de pessoas? E porque a polícia rodoviária tem tanta dificuldade em prender as quadrilhas de assaltantes que agem livremente? Alguém pode estar saindo ganhando… fica a dica.
Desculpe o desabafo, Ricardo, mas acho importante discutir essas questões aqui também, pois interferem diretamente no sucesso de qualquer viagem, já que a nossa rede aérea não cobre todos os cantos do país. Não podemos fechar os olhos e ver apenas o “lado bom”. Nesse sentido, o leitor João Lucena fez um comentário pertinente acima: “esse tipo de assalto está cada vez mais freqüente no Brasil e o viajante cada vez mais vulnerável. Agora imagine você o que será dos pobres turistas estrangeiros que irão chegar ao país para os eventos esportivos dos próximos anos?”
E deixo aqui uma reflexão sobre uma possibilidade que melhoraria muito a vida de quem depende de transporte terrestre: é uma vergonha não termos um sistema ferroviário em um país do porte do Brasil. Os benefícios seriam enormes, tanto comerciais, quanto para o turismo. Mas essa discussão fica para a próxima.

…isso aqui ô-ô, é um pouquinho de Brasil, iáiá…

Qual capa da Morphie vc recomenda para disfarce do iphone?

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