Japão: dois palitos
O Japão é um destino desafiador mesmo para o viajante experimentado. Não há a proteção dos passeios em grupo da China nem a estrutura voltada para o turismo de massa da Tailândia. Mas o choque cultural faz parte da diversão: não existe no mundo lugar mais seguro para se sentir momentaneamente perdido. Aí vai um combinado de dicas para começar a planejar a sua viagem.
CARO? NÃO NECESSARIAMENTE
Se você abrir mão de certos luxos ocidentais – como quarto espaçoso de hotel e corridas de táxi – e se dispuser a comer como um japonês de classe média, sua estada no Japão pode ficar mais em conta do que na Europa. Redes de hotéis voltadas para o viajante a trabalho, como a Toyoko Inn, oferecem quartos pequenos mas bem-resolvidos, com banheiro e café da manhã (japonês) por menos de US$ 100.
Restaurantes pequenos e sem preço na porta podem levar à falência; em compensação, dá para se virar com pouca grana nos sushis de carrossel (kaiten-zushi), nos restaurantes especializados em udon (sopas) e nas galerias de alimentação das grandes lojas e estações de metrô (experimente o kari-raisu, arroz com curry acompanhado de frango ou carne, que é o PF do almoço do japonês). Economizando no dia a dia, dá para fazer extravagâncias pontuais.
COMECE POR KYOTO
A antiga capital imperial é pequena e facilmente navegável por um estrangeiro. Kyoto entrega de cara tudo o que você espera encontrar no Japão; é a melhor introdução ao país que você pode ter. Se você desembarcar em Narita (Tóquio), são 3h30 de viagem em trem-bala; descendo em Osaka (conveniente para quem viaja via Europa ou Dubai), dá 1h30. Kyoto também serve de base para passeios bate-e-volta a Nara (50 min.) e Hiroshima (1h30).
Viajar ao exterior com segurança é ter Seguro Viagem Bradesco.
FAÇA UM JAPAN RAIL PASS
É a maior barbada da viagem: pelo preço de uma ponte aérea São Paulo-Rio, você pode cruzar o Japão de trem-bala. O Japan Rail Pass de 7 dias consecutivos custa US$ 300; o de duas semanas, US$ 475. Estude o Japan-Guide.com para descobrir destinos pouco conhecidos (dica: procure Mount Koya e Shirakawa-go); depois consulte os horários de trem no Hyperdia.com.
HOSPEDE-SE NUM RYOKAN
Se você só puder fazer uma extravagância, que seja essa: hospedar-se uma noite num ryokan, o hotel tradicional japonês. Você vai dormir no tatâmi, tomar banho à maneira japonesa e ter um banquete trazido à noite ao seu quarto. Custa entre US$ 200 e US$ 400 – o que provavelmente custaria só o jantar para dois num restaurante de luxo. Escolha e reserve no site JapaneseGuestHouses.com.
TERMINE EM TÓQUIO
Deixe o burburinho de Tóquio para o final, quando você já estiver mais escolado. Como regra geral, desencane de achar qualquer lugar que não seja um templo, um parque ou uma loja de departamentos se você não tiver instruções detalhadas de percurso – e um mapa, com endereço em japonês, para pedir auxílio aos nativos. Os hotéis Toyoko Inn mais bem-localizados da cidade são os de Ikebukuro e Shinagawa.
Organizador de eletrônicos para viagem
VÁ A HAKONE
Acompanhe a previsão do tempo e aproveite o primeiro dia ensolarado de sua temporada em Tóquio para fazer o circuito de Hakone, um parque a 1h30 de trem. Você vai andar de trem, barco (na verdade, uma caravela bem folclórica) e teleférico – e, num dia claro, vai ter uma das mais belas vistas do Monte Fuji.
Da minha página Turista Profissional, publicada toda terça no caderno Viagem & Aventura do Estadão.
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82 comentários
Olá, estou indo para o Japão no mês que vem (15 dias de férias) e já estou com o roteiro praticamente pronto. A única dúvida que ainda tenho é com relação ao Monte Fuji, qual o melhor lugar para ir e vê-lo? Ainda estou dúvida entre Fujinomiya (onde fica o Templo Sengen Tasha) e Hakone, que você citou na matéria.
Eu só testei Hakone, achei um passeio engraçado e diferente, por isso recomendo.
Você pode ver todas as possibilidades de avistamento do Monte Fuji neste site:
https://mountfujiguide.com/guide
Clique numa das quatro opções de “viewpoints” e decida pelas fotos onde prefere ir.
Vou dar uma olhada sim. Obrigado!!!!
ah, falei de seu(s) blog(s), mas queria dizer site(s), desculpe!
mais uma vez, obrigada!
Quando digo Freire´s estou me referindo ao livro! minha edicao é de 2002! 🙂 sei que deve estar beeem desatualizada, mas ficam as referências e daí é procurar pelos precos atuais, e se as pousadas ainda existem 😉
já encomendei o “100 praias”! você viu que sou adepta dos livros! 🙂
mas vou dar uma procurada no(s) seu(s) blog(s) também! essas opcoes que vc mandou agora parecem ótimas, na Fortaleza, preciso descobrir se aceitam criancas (ha, estou me sentindo dona de cachorro! sabe? será que aceita cachorro? 😉 imagina, se nao aceita crianca, que dirá dos caninos? 😀 até entendo que tenha gente que nao goste de crianca, e turistas que queiram descansar sem barulho, no silêncio, mas deveria ser algo especial nao aceitar crianca, mas parece a regra! enfim, fiquei meio “chocada” e me sentindo excluída 😉 mas crianca mal educada é o fim mesmo, entendo, entendo!
essa que vc diz aí no post “Ubatuba”, a praia de Prumirim tem pousada? nem precisava ser pé-na-areia. desculpe tantas perguntas! que chata!
obrigada pela gentileza em me responder os comentários, Ricardo! agradeco muito!
A.
obrigada, Ricardo!
que delícia parece a pousada Chez Louise e Louis, nao? realmente, nao aceitam criancas 🙁 as minhas meninas sao tao comportadinhas e dormem super bem a noite toda 🙂
entao, tenho uma antipatia por hotéis, sempre preferi as pousadas pelo ar “lar, doce lar” que geralmente têm, mais calmas, menores, e intimistas, hotéis sao geralmente tao frios e “em série”, (devem existir hotéis muito especiais, mas os precinhos devem ser especiais também 😉
que coisa! nao sabia que havia restricoes pra criancas! 🙂 desde que elas nasceram que preferi alugar casas pras férias… bom, obrigada de qualquer maneira, vi também no Freire´s que em Itamambuca tem umas pousadas pé-na-areia (ui, mas provavelmente também nao aceitam criancas! será que vou ter que cair na categoria hotéis sempre agora pras férias? que triste… enfim
tudibom, valeram as dicas, vou continuar na procura, vou ler melhor o Freire´s, ligar pras pousadas… mas Juqueí parece bom! sabe que nunca fui lá? e sou paulista!
A.
O único mais ou menos pé-na-areia em Itamambuca é o Itamambuca Eco Resort. As instalações são confortáveis, mas é uma caminhadinha boa até a praia (tem que pegar também um barquinho pra atravessar o rio).
https://www.itamambuca.com.br
A Praia da Fortaleza em Itamambuca tem duas pousadas pé-na-areia, a Refúgio do Corsário e A Casa do Sol e da Lua.
https://www.corsario.com.br , https://www.acasadosoledalua.com.br
Não leve em consideração o Freire’s, ele não é atualizado desde 2004 e logo vai ser retirado do ar, assim que eu reformular o blog.
Muito legal!!!!
Nunca pesquisei sobre o Japão. Esse post desmistificou o país pra mim. Já começo a considerar!
Eu fiquei no Hearton Hotel em janeiro desse ano, e embora a empresa que meu marido trabalha tenha pago a parte dele, a minha por 3 noites ficou em 70 dolares. Achei super barato e a localização é ótima. Fica em frente a estação de metrô do Shinagawa Seaside e bem perto de Odaiba, a ilha artifícial de Tóquio.
https://www.heartonhotel.com/hearton_hotel_higashi_shinagawa.htm
olá Ricardo! desde que li o Freire´s por volta de 2003 (encontrei por acaso nas estantes da Livraria Cultura) que sempre dou uma olhada no teu blog, e adoro! desde entao quando viajo sempre dou uma olhada nas tuas dicas, obrigada! sempre tao pontuais, ótimas! e que organizado vc é, com os telefones todos, detalhes maravilhosos de como encontrar as praias, ou o caminho até elas.
tentei responder por esses dias o seu post sobre quais sao as próximas viagens, mas nao entrou, acho, estava fora do ar. era assim: 1-) Bonito 2-) Paris 3-) Japao!!! é um sonho antigo conhecer o Japao, que interessante vc falar nele agora! vou seguir tuas dicas se um dia eu realizar meu sonho!
mas estou escrevendo porque estou planejando uma viagem pelo litoral norte paulista e me lembrei que uma vez li no seu blog (ou terá sido um delírio?) que vc estava organizando um guia de pousadas à beira mar, dessas que a gente sai e pisa na areia 🙂 vc chegou a escrever isso? (ou seria um post?) existe? onde encontrar? porque estou indo pro litoral (nao precisa ser paulista, pode ser fluminense, até baiano, mas nao quero subir muito porque tenho duas filhas pequenas, uma é um pouco mais que bebê (tem 1 ano e meio!) e viajar, o transporte, é sempre um suplício com crianca!
mas acho que elas iriam curtir muito uma pousada na areia, algo tao pertinho do mar! uma coisa assim quintal com mar, delícia pra crianca (pros adultos também)!
obrigada pela dica, se houver!
O problema das pousadas mais bacaninhas é que não aceitam criança, Andrea.
Em Juqueí tem duas, a Chez Louise e Louis e a Pousada dos Alcatrazes, mas acredito que não aceitem crianças. Os hotéis Beach e Juquehy Praia devem aceitar, mas não são pousadinhas.
https://www.viajenaviagem.com/2009/03/100-praias-que-valem-a-viagem-juquei-sp/
Em Camburi tem a Villa Camboa, acho que aceita.
https://www.villacamboa.com.br/
Na praia da Juréia (antes de Barra do Una) tem o hotel Sambaqui.
https://www.hotelsambaqui.com.br/
Riq
ia responder a enquete das viagens quando vi o post do Japão. Estive lá em 2007 num bate-volta louco (felizmente voando business) e quero voltar com tempo. Só faltou falar no post do templo dos eletrônicos em Akihabara, uma loja incrível chamada Yodobashi (tipo um Mappin da praça Ramos só de tecnologia!).
Concidência ou não, hoje, 6 de agosto, é aniversário da bomba de Hiroshima. Estar lá nessa data e acompanhar as cerimônias (com aquele minuto de silêncio que vemos todo ano pela televisão) deve ser uma experiência de outro mundo…
Cada vez que eu leio sobre viajar ao Japao me da ate um arrepiozinho… Era roteiro pra esse ano mas, por razoes de tempo, dinheiro e, sobretudo, frescuras pessoais, ficou pra 2010. Mas eh, definitivamente, um must go para o proximo ano. Com tudo isso