Isabel O. pela França
Em agosto a Isabel Oliveira e o Mário deixaram Setúbal e a sua amada Serra da Arrábida para trás e foram dar um rolê de carro de três semanas pela França. Preparem-se para se encantar a cada link. E sigam o conselho da Isabel: nada de ir ao Mont St.-Michel em agosto!
A viagem abarcou quatro regiões, o que implicou uma disciplina férrea. Muitas foram as vezes que apetecia ficar mais, ou que foi preciso fazer opções difíceis – o que cortar? No mapa tudo parece mais pertinho…
Texto e fotos | Isabel Oliveira
Seis mil trezentos e quinze km e mil e quinhentas fotografias depois, eis-me chegada de uma viagem por França, que teria sido absolutamente perfeita, não fossem mais de três horas à espera de assistência para (re)carregar a bateria do carro, no parque de estacionamento do Mont Saint-Michel, umas 80 fotografias perdidas (marido armado em técnico a carregar em botõezinhos indevidos) e ter chovido horrores logo nas duas únicas paragens em que resolvemos armar em jovens aventureiros e… acampar (sim, é verdade fomos de tenda e objectos complementares atrás, que quase não usámos, tal era a trabalheira de os tirar e pôr no grande puzzle que era o nosso porta-bagagens).
Vou tentar ser sucinta em relação a cada uma delas. Para pormenores, seguirá esclarecimento mais detalhado.
Primeira região – Périgord Noir / Dordogne
Em termos absolutos é a menos badalada das quatro, mas, porventura, aquela que oferece maior diversidade … aí se situam as famosíssimas grutas de Lascaux (e muitos outros locais relevantes para quem se interessa por Pré-História), há imensas vilas e aldeias medievais fortificadas, castelos (foi aqui que viveu, no Château des Milandes, Josephine Baker), rios por onde se pode passear em canoa ou barcos tradicionais, cozinha forte e farta – esta é a região das trufas, do foie-gras…
Locais a não perder – Albi, Cordes-sur-Ciel, Domme, Sarlat, La Roque Gageac (local da foto acima).
Segunda região – Vale do Loire
Muita gente já por aqui andou, aconselhou, opinou. Vou ser mais uma… reforçando algumas dicas que fui lendo. Se se viaja de automóvel deve-se tirar partido do rio – parar nas margens, fazer pic-nic, olhar os castelos que se vão espraiando pelas margens, entrar nos vilarejos. Andar a contabilizar entradas em castelos não me pareceu uma boa opção, tanto mais que, convenhamos uns interiores são muitas vezes um bocadinho “fake”, com reconstituições concebidas no século XIX (o século de todas as mistificações historiográficas). Depois a época – fim de Julho, não era de todo propícia. Numa viagem grande tudo tem que ser bem gerido, e estar em filas ou ver as coisas com multidões à volta… cansa que se farta.
Visitámos os castelos de Villandry, Blois, Chambord (neste senti mesmo o peso de ter que viajar no Verão, isto porque ainda não tinha chegado ao Mont Saint-Michel). No de Amboise vimos um belíssimo espectáculo nocturno sobre a vida de Francisco I (aconselho a experiência – em França a História é mesmo bem vendida) e foi ao pé desta localidade que tive a 1ª primeira tarde de lazer e a sensação de rainha por um dia no nosso castelo, o Château des Ormeaux.
Todos os hóspedes tinham ido passear, ficámos com o espaço só para nós.
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Terceira região – Normandia
Pelo caminho parámos em Chartres – sonho juvenil universitário, de quem fez um trabalho sobre o gótico francês e Giverny, uma belíssima surpresa, que me estava a passar ao lado. Este local é tão-só a casa de Claude Monet, onde ele criou os jardins que inspiraram tanta da sua pintura.
Recomendo incondicionalmente. Tem imensos visitantes. É melhor fazer como nós e não chegar muito cedo (de facto, nós chegámos frequentemente tarde porque queríamos VER TUDO).
Na zona de Rouen (cidade encantadora que recomendo vivamente), visitámos abadias românicas junto ao Sena (Jumièges, uma ruína, é deveras interessante), e várias localidades, das quais destacaria La Bouille e Pont Audemer. A caminho de Caen passámos por Étretat (começaria aqui a nossa alimentação favorita – saborzinhos do mar), Honfleur (imperdível). Trouville e Deuville, estas duas só para ter uma noção física de uma estância turística antiga e chique.
Para quem se interessa pelo fenómeno turístico e a sua génese, o Museu da Normandia, em Caen, tinha uma exposição muito interessante denominada “Destination Normandie – Deux Siècles de Tourisme” (até ao final de Outubro), abordando a importância da publicidade, a desenvolver-se concomitantemente (cartazes turísticos incríveis) , as barraquinhas (que ainda hoje se vêem em todas as praias tradicionais francesas, onde as pessoas se despiam…), o desenvolvimento dos transportes.
Caen é a base para quem parte em busca do itinerário do desembarque do DIA D. E é mesmo daí que deve sair, mas só depois de passar e ver demoradamente o Memorial, um Museu moderno, dinâmico, muitíssimo bem concebido, sobre o período da 2ª Guerra Mundial. Tão demoradamente fiquei que hipotequei um pouco o tempo disponível para as praias do desembarque.
Começamos por um ponto-chave do desembarque – a Pegasus Bridge. Foi o primeiro local a ser libertado e na casa da primeira família há um pequeno restaurante cheio de memorabilia da 2ª Guerra. E eu aqui não resisto e tenho mesmo que fazer um parêntesis para comentar as condições de higiene na venda de produtos alimentares em França.
O referido local nem tem um local para lavar as mãos (não foi o único em que isso aconteceu) podendo estar aberto… Em pastelarias e padarias absolutamente excepcionais no que toca o design, a apresentação dos produtos, a sua quantidade e qualidade, o pão e os bolos são apanhados com a mão, a mesma que no segundo seguinte está a mexer no dinheiro.
Nos hotéis toda a gente mexe na baguete do hóspede seguinte para cortar a sua fatia, sem um guardanapo, uma pinça. Este tema tem sido objecto de polémica por cá, na blogosfera, por se considerarem demasiado exigentes as leis da EU. Entre alguns exageros cometidos, sobretudo no que toca os produtos regionais nas feiras, e isto, há todo um universo. Considerando ainda que na actual conjuntura todos os cuidados com a higiene nas mãos são necessários, confesso que vim chocada.
Continuando… a estrada marginal segue junto a pequenas localidades e demora-se muito mais tempo que os quilómetros no GPS sugeririam. Não deu para ver nenhum centro de interpretação (também com a vista ao Museu eu considerei-me suficientemente informada) e, desgosto total, perdemos, por quinze minutos, o grande Cemitério Americano de Omaha Beach). É o que dá viagem de Verão. A gente vê sempre sol e luz até às nove e descontrola-se com as horas. Para os interessados – fecha às 18h00. Para consolo, estivemos num local ao entardecer onde se sente bem a mística do desembarque – La Pointe du Hoc.
Perto fica Bayeux e a sua célebre tapeçaria da Batalha de Hastings, do século XI. Pois é, também não conseguimos chegar a tempo. Com milhares de turistas a circular em alto Verão, fechar tudo às 18h00 é uma tristeza. Quase tão mau como isso é os restaurantes já não servirem almoços a partir de certa hora. Ora com os pequenos-almoços dos hotéis a deixarem-nos confortáveis até às 14h/14h30 comer às 13h não apetecia mesmo nada. Nestas coisas eu realmente tenho que dizer “Viva a Espanha!” (em Portugal também as coisas nessa matéria se têm alterado muito para corresponder às mudanças de hábitos da procura).
E vamos lá ao Mont Saint-Michel. Ou melhor – se estiverem de férias em Agosto, a menos que sejam masoquistas ou estudantes de sociologia de massas, NÃO VÃO!!!
Ora como eu estava de férias em Agosto, já não tinha outra oportunidade e queria muito lá ir (culpa sua Riq – depois daquelas suas fotografias não pensei noutra coisa) … fui. Agora, fui, mas com alguns truques na manga. Primeiro – chegar mais para o fim da tarde (a entrada para o Parque 1, destinado a quem tem hotel foi lenta, lenta, mas pior era a faixa oposta, da saída, nem se mexia), levar o mínimo necessário numa mochila às costas (tudo o resto fica no carro sossegadinho), enfrentar estoicamente a subida para o hotel no meio de uma multidão compacta, num dia de calor abafado, descansar e recuperar meia horinha no hotel… e comprar bilhete para visitar a abadia na última fornada – às 18h00.
Na descida do monumento até se conseguem uns momentinhos a sós, criando a ilusão breve, mas agradável, de sermos os únicos que andamos por ali. Depois ainda temos todo o tempo para jantar numa esplanada com vista para a água (no Chez Mado), caminhar pela areia, pelas muralhas. Pelo que tinha lido pensei que à noite estivesse muito melhor, mas só estava melhor.
Das inúmeras autocaravanas da zona e hotéis circundantes vêm à mesma centenas de passeantes. Na manhã seguinte a dica é passear antes do pequeno-almoço. Eu bem espreitei pela janelinha do quarto e consegui ver a calçada da rua. Mas a fome falou mais alto e quando nos decidimos a pôr um pé fora do hotel… eles já tinham chegado de novo e desistimos (é que nem vos passa pela cabeça – passa, se andarem de metro à hora de ponta nas vossas cidades).
Ficámos no último andar do hotel Le Mouton Blanc. Acho que o quarto não valia assim tanto os 90 euros nem o pequeno-almoço os 18. Mas era engraçadinho, com ar de águas furtadas, uma trave de madeira, uma janelinha de onde se vislumbrava de frente a abadia. E o gosto de ver a rua mais ou menos vazia de manhã.
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Quarta região – Bretagne
Também por aqui segui indicações que fui lendo no blogue, nomeadamente sugestões para não perder Cancale, Saint-Malo (muito giro), Quimper (domingo – tudo muito fechadinho; tem um interessante museu sobre o universo bretão), Concarneau, Pont-Aven… Mas acrescentaria – Fougères e Vitré (locais com castelos e fortificações), Cabo Fréhel e sobretudo Locronan, um local pequenino encantador, com um comércio bretão convidativo irresistível. É possível aí conviver com o cemitério no espaço da igreja (característica bretã) e apreciar a as cruzes de pedra que povoam esses espaços de uma maneira singela e única. Foi daí que perdemos as fotos bem como de um outro local absolutamente aconselhável – Dinan. É lindo ver como tantos locais preservaram os seus centros históricos, com casas de madeira ancestrais, bem apresentadas e adornadas de uma profusão de flores coloridas. Também aí se podem fazer deliciosos cruzeiros pelo rio Rance.
Na zona dormimos, por acaso – fomos encaminhados por um hotel, num sítio maravilhoso chamado Castel Braz, em Pont-Aven. Os donos são pessoas viajadas, muito interessantes, com um ar aristocrata e cosmopolita, mas totalmente à vontade, sem pretensões. O dono anda permanentemente descalço, sorrindo através de uns bigodes revirados.
Pont-Aven merece uma paragem com tempo para usufruir. É um local onde de vê água permanentemente, com pontes, moinhos, lojinhas de biscoitos (as galettes de Pont-Aven).
A volta
Ainda metemos o nariz por baías e vilórias, (pena não termos conhecido o Noroeste, acima de Brest – a Costa do Granito Rosa) acabando em Nantes e Bordéus (Bordeaux, N. do T.). No primeiro local, mais um museu recente e interessantíssimo, com a rica história desta cidade. Muito ilustrativa a parte relacionada com o tráfico negreiro para a América.
Reunindo ainda umas forçazinhas ainda “batemos” San Sebastián (as terras espanholas têm sempre imenso para dar…), Bilbao (estava mortinha por ir ao Guggenheim, e de facto o edifício é extraordinário, arrastando milhares de pessoas a uma cidade que há uns anos estava completamente obliterada por San Sebastián ou Santander, também no País Basco) e Tordesilhas, o local que, no fundo, está na génese do acto que permitiu que hoje eu não tivesse que traduzir este texto para castelhano para que me entendessem por aí.
Terminámos? Não. Em Portugal ainda passámos por Belmonte, para conhecer o novo museu dedicado a Cabral e à sua viagem, chamado “À Descoberta do Novo Mundo”. A parte dedicada ao Brasil (actual) é muito interactiva, dinâmica e divertida.
Brava, Isabel! Agora o único problema vai ser convencer a malta de que esta viagem não dá para repetir em uma semana
Leia mais:
- Europa: 10 roteiros de 15 dias prontos para usar
- Europa: avião, trem ou carro?
- Côte d’Azur e Provence: estratégia de viagem
78 comentários
Olá Ricardo e/ou Bóia
Só para comunicar que mais uma vez citei o site nas minhas postagens, sempre com os devidos créditos.
FELIZ 2013
Olá! Após anotar e comparar todas as dicas e fazer algumas pesquisas, esbocei um roteiro para fazer em março do ano que vem pelo interior da França. No entanto, ainda estou com uma dúvida: faz sentido ir descendo de carro, desde Paris, pelo Vale do Loire, depois por Cognac e em seguida pela Dordonha e retonar de trem por Bordeaux(25 euros)? Minha idéia inicial era ir até Toulouse de trem, e ir subindo, mas não gostei do preço da ida (120 euros cada)… E, para ir de trem até Bordeaux estou com medo de perder o horario, pois meu voo chega às 14:40 no CDG1 e o TGV sai às 16:20 do terminal 2. O que acham? Agradeço se alguém puder e quiser dar pitacos!
Olá, Maira! Talvez esteja cedo para comprar passagens de trem. Você deve procurar sempre pela tarifa PREM, que é a mais descontada, e costuma aparecer entre 90 e 60 dias antes da viagem.
De todo modo, não há nenhuma solução 100% satisfatória para o seu carro. Coordenar horário de chegada de avião com passagem de trem com lugar marcado (e na França todas são) é um problema; idealmente você tem que dar umas 4 horas de diferença, o que pode resultar em duas horas mofando na estação se o avião tiver cumprido o horário. Chegar de uma viagem noturna e sair dirigindo é ainda menos recomendável, porque é perigoso.
Pense em ficar essa noite em Paris sem precisar mexer na mala (leve a muda de roupa na mala de mão): estique as pernas, jante bem, durma gostoso e no dia seguinte retome o roteiro original (fique num hotel próximo à estação de onde sairá o seu trem ou da loja onde você pegará o seu carro).
Olá! =c) Obrigada “A Bóia”! Acho que vamos jantar bem e dormir gostoso, sem estresse. Afinal, estou fazendo um roteiro pra ser “slow trip”, com muitas paradas e tempo de sobra pras refeições – máximo de deslocamento, em alguns dias, de 03hr (250km).
Obrigada Sheila, vou terminar minha viagem de outubro nessa região e estava com dúvidas, tudo parece valer a pena, seu relato já me ajudou.
Olá Riq,
Estou retornando ao post para compartilhar o que vi e vivi na Dordogne até chegar em Bordeaux em maio passado.
A região, de fato, é encantadora!!! Na verdade, chegamos, eu e o marido, por Carcassonne, vindo de um vôo “doméstico” de Bruxelas pela Ryanair. Como não tinha teto para pousar, depois de umas três tentativas, o piloto seguiu pra Perpignan, onde aterrissamos e um ônibus nos levou para Carcassonne, gerando um atraso de umas 2 horas e meia. Mas deu tudo certinho e então retiramos nosso carro na Europcar do aeroporto (reserva via AutoEurope, classe econômica, diesel, 8 dias = U$ 360 + U$ 75,00 de taxa de entrega em outra cidade – Bordeaux) e fomos direto por Hotel Le Montmorency (https://www.lemontmorency.com), que foi dica da AnaTê (https://www.naprovence.com/2011/10/descobrindo-carcassonne/). O Hotel é excelente, com estacionamento próprio e fica coladinho na entrada da cidade medieval.
Outra opção teria sido voar de Bruxelas a Bergerac, que já fica na Dordogne, ao lado de Sarlat, onde me hospedei. Mas foi legal ter ido a Carcassonne e de lá seguir pra Albi e Cordes; são duas cidades lindíssimas. Ainda entramos em Toulouse e demos um giro rápido, mas hoje dispensaria e dedicaria mais tempo a Albi, que amei.
Chegamos em Sarlat no fim do dia e quase não encontramos restaurante que nos recebesse para o jantar (tudo fecha cedo).
Foi um sufoco conseguir escolher hotel na Dordogne com tão pouca informação sobre a região na net. Por fim, optei pelo Ibis (minha opção sempre que fico com receio do que vou encontrar) e não me arrependi, apesar de não ter pago uma tarifa econômica. Fica a uma distância “caminhável” do centrinho de Sarlat, ou seja, da cité medieval. Estacionamento interno coberto e gratuito e quarto bem grandinho. O café-da-manhã preferimos tomar fora do hotel. Ficamos três dias em Sarlat.
No primeiro dia, seguimos para La Roque-Gageac e fizemos um passeio de Gabare pelo rio. A chegada à cidade é fascinante; o visual é deslumbrante. O passeio pelo rio é lindíssimo e não cansa (acho chato passeio demorado de barco). O guia vai repassando informações sobre a história do lugar; tudo é muito encantador. Em seguida, fomos para os Jardins Suspensos de Marqueyssac (https://www.marqueyssac.com/), onde o visual é lindo também, sobretudo a partir dos mirantes. Almoçamos tranquilamente no restaurante de lá e seguimos para Les Eyziés para tentar conhecer o Museu Nacional de Pré-história, mas não deu tempo e acabamos não voltando lá em função de outros passeios que queríamos fazer. Valeu a ida até lá; a região é muito bonita. Voltamos cedo para Sarlat e deu tempo de passear pela cidade, mas quase já não tinha comércio aberto.
No segundo dia, como o tempo não estava bom, optamos por nos distanciar de Sarlat, então o tempo abriu no caminho e a paisagem ficou ainda mais bonita; muito verde, muita água, pastos, rebanhos, a natureza ali é linda.
Fomos para a Gruta de Lascaux (https://www.lascaux.culture.fr/), para conhecer a réplica dela, que fica a 800 m da original, reproduzida como cópia fiel. Abriga pintura rupestres que datam cerca de 17 mil anos. Os cientistas a chamaram de “Capela Sistina da arte rupestre”, isto porque o teto da salle des Taureaux (sala dos touros) é mesmo uma obra de arte. Há avisos na entrada sobre a obrigatoriedade de compra de ingressos na cidade de Montignac, mas demos sorte e conseguimos comprar lá mesmo. Acompanhamos um grupo gigante com guia em inglês.
Seguimos para La Roque St-Christophe (https://www.roque-st-christophe.com/), para visitar uma cidade troglodita incrustada na rocha. As cavidades naturais na rocha, com 1 Km de comprimento e 80 m de altura, foram ocupadas pelo homem na Pré-história e depois transformadas num forte e cidade na Idade Média, sendo habitadas até 1588.
De lá, fomos para a Gruta de Proumeyssac (https://www.perigord.com/proumeyssac/), conhecida como a Catedral de Cristais, um dos lugares que mais me impressionaram nesta vida. É mágico!
No fim do dia, passeamos por Beynac, vizinha de La Roque Gageac, ambas fotogenicamente despencando sobre o rio Dordogne, e voltamos para Sarlat.
No terceiro dia, o café-da-manhã foi na feira de Sarlat (edição maior no sábado e menor na quarta). Programaço! Nos abastecemos ali e seguimos para Dome, uma gracinha de cidade, com vistas espetaculares e um artesanato bem interessante. Lá foi rodado o filme Chocolate, com a Juliette Binoche.
De Dome, seguimos para Rocamadour, onde chegamos já de tarde. Sinceramente, a cidade tem sua beleza plena pela manhã, quando o sol bate de frente pra ela. À tarde já tinha sombra e foi uma certa decepção. Só acho que valeu o desvio (de lá segui pra Bordeaux), porque iria ficar incomodada por não ter esticado até lá. Algumas fotinhos e seguimos para Bordeaux.
Pra entrar na cidade, o trânsito estava um caos e isso só não parece ocorrer no domingo… bateu aquele arrependimento de ter alugado carro pra Bordeaux, onde o estacionamento é um elegante assalto e onde não há quase onde estacionar!!! Mantivemos o carro por 2 dias para conhecer Saint Emilion e região num dia e a região de Margaux em outro, visitando os chateaux. Devolvemos o carro um dia antes. A cidade tem um tram excelente e tudo é perto; carro é artigo totalmente dispensável para ficar somente em Bordeaux. A hospedagem foi no Mercure Cité Mondiale e só usamos o tram duas vezes: para voltar para a cidade da estação de trem, onde devolvemos o carro, e para voltar para o hotel com compras (aliás, o comércio de Bordeaux é muito bom). Saíamos a pé para jantar no centro antigo, passeando pelas margens do rio Garonne e a volta era bem tranquila também.
Bom, sobre a Dordogne, digo que 3 dias foi pouco; com mais 1 ou 2, teria sido mais agradável. O carro ali é indispensável e a base em Sarlat foi uma boa escolha. Sobre Bordeaux, dependendo da intenção do viajante, uma semana ainda é pouco; o vinho é a grande estrela mesmo e a região em volta é muito bonita. Para uma passagem como a minha, um dia a mais teria sido bem vindo, mas os 3 já atenderam bem.
O relato ficou extenso, mas certamente será útil para os pesquisadores de plantão e, quem sabe, para colocar uma pulginha atrás da orelha do Riq no sentido de querer explorar a região; )
Agora vou esmiuçar o conteúdo sobre Jericoacoara, porque depois de uns dias zoropando dá vontade mesmo é de sol, sombra, água fresca e esse marzão brasileiro…
Um abraço e obrigada a todos pelas dicas que compartilharam aqui!
Em outubro vou de Zurich a Bordeaux e a região que mais me fascina é a Dordogne, pena não haver muitas informações, parece que todas as cidades valem a pena uma visita, todos os lugares parecem encantadores. Terei que ler muito pra fazer escolhas e nada como essa troca de informações dos blogs, maravilhoso….
Inês,
A região é mesmo encantadora… e quase não consegui informação detalhada a respeito antes de ir. A minha fonte mais recorrente foi o blog da Lina (conexaoparis.com.br); ela e seus leitores, além do pessoal daqui que também me ajudou muito.
Conte comigo no que estiver a meu alcance.
Isabel,
Estou programando uma viagem ao Mont Saint Michel lá pelo dia 20 de julho. Pretendia sair de Paris e passar um dia ou uma noite lá. Mas li seus posts e fiquei preocupada. Será que em julho é também muito cheio? Ainda mais num fim de semana? Acho que um lugar desses lotado deve perder a graça, não?!
Obrigada, Carla
Olá, Carla! Em julho é cheio, sim. Programe sua ida para um dia de maré forte. Siga as instruções deste post:
https://www.viajenaviagem.com/2009/09/uma-escapada-ao-mont-st-michel/
Se você não foi ainda: eu fui em julho, é cheio, mas se você dormir lá fica perfeito. Eu dormi e foi ótimo. Curti demais as ruas sem milhares de pessoas.
https://www.atravessarfronteiras.com/2015/07/mont-saint-michel-magia-esta-no-ar.html
Abraços
Adriana
Obrigada, Sheila!
Gosto mesmo de trocar figurinha e nessas trocas vamos enriquecendo e expandindo os nossos horizontes.
Eu imagino o charme que deve ser hospedar-se num castelo, mas confesso que quando vejo aquele monte de pano, muitas estampas e móveis antigos (que admiro e adoro, mas não para conviver com eles) me assusto.
Dei uma olhada no blog doces paragens e achei muito legal.
Não tive dificuldade para me hospedar na região, pois fiquei em Sarlat no Clos la Boëtie, um hotel muito bom, e daí saíamos para desbravar a região. Eu adorei Sarlat e todas aquelas maravilhosas cidades que tem por perto.
Sueli,
Assim como você, também gosto de hotéis modernos. Mas, quando estive no Vale do Loire, optei por ficar em um chateau e não me arrependi (https://7tours.fr/). Como a Dordogne é uma área similar ao Loire, pensei em repetir a experiência. É tão sossegado e agradável, além de muito romântico. Mas não está fácil não. A Dordogne não é uma região muito divulgada no Brasil; a pesquisa fica mais difícil. Agora também estou considerando este aqui, sobre o qual já li bons e maus comentários. Sua localização parece ser a melhor dentre os outros que citei: https://www.rochebois.com/
Boa esta troca de informações com você, viu!? Obrigada.
Sueli,
Adoraria fica no Château de la Treyne, o qual eu havia considerado. Porém, na época em que estarei lá (13 a 16/maio), a única suíte disponível está a 800 euros/noite. Acho que não vale a pena em função do maior tempo em que estarei fora do Château. Estou avaliando outros da rede Relais & Château, como o Château de Mercuès, ( https://www.chateaudemercues.com/ ) o Le Vieux Logis ( https://www.vieux-logis.com/fr/index.php ) e o Moulin de l’Abbaye ( https://www.moulinabbaye.com/ ).
Sheila,
Seu negócio é mesmo um chateau, hein!
Não tenho informação sobre esses que você citou, vou olhar com calma depois.
Para te dizer a verdade, eu prefiro os hotéis bem modernos, claros, cleans, com pouco pano, sem tapetes…
Os castelos eu gosto de visitar e admirar. Há castelos fantásticos nessa região.
Sheila,
Sarlat é uma cidade linda e muito gostosa de ficar. Mas você pode ficar não muito longe, no marvilhoso Chateau de la Treyne, que fica a uns 37km de Sarlat e numa região de belezas estonteantes.