Ilhas Cayman: como chegar, quando ir, como se preparar
Enviado especial | Hugo Medeiros
No primeiro post da série, Quatro dias bem investidos em Grand Cayman, o Hugo mostrou por que ir às Ilhas Cayman. Neste post, fique por dentro dos aspectos práticos para planejar a sua viagem. Ainda vêm por aí: um post sobre hospedagem, outro sobre restaurantes, e ainda um comparativo fresquinho entre Grand Cayman e Noronha.
As Ilhas Cayman são um território britânico ultramarino formado por três ilhas. Grand Cayman é a principal delas, com aproximadamente 50 mil habitantes, e onde praticamente tudo se concentra. Ainda há a Little Cayman, com 200 habitantes e Cayman Brac com 2.000 habitantes, acessíveis por vôos regulares realizados em pequenos aviões.
Apesar do pequeno território, as Ilhas Cayman recebem em média 2 milhões de turistas por ano. Apenas para fins comparativos, o Brasil recebeu em torno de 5,5 milhões de turistas estrangeiros em 2012.
O mais interessante das Ilhas Cayman é que estão a apenas uma hora de vôo de Miami, o que permite conciliar uma viagem aos EUA com uma passagem pelo Caribe. Para quem não acha tão interessante os parques de Orlando ou não quer apenas fazer compras em Miami, essa pode ser uma ótima forma de aproveitar melhor as férias.
Uma viagem do Brasil apenas para Cayman já não parece ser tão vantajoso, pois com 3 dias inteiros é possível conhecer e aproveitar muito o destino. O melhor mesmo é incluir as ilhas em uma viagem para os EUA, ou então, fazer uma dobradinha com Cuba, que está bem próximo de lá.
O paraíso não é só fiscal
Muito se fala da natureza de paraíso fiscal das Ilhas Cayman. Na realidade isso ocorre porque a renda lá não é tributada. No Brasil a renda da pessoa física tem alíquotas progressivas que chegam a 27,5% e as pessoas jurídicas podem se submeter a alíquotas de até 34%. Mas o fato de ser um paraíso fiscal não significa que lá seja algum tipo de porto livre para o dinheiro. O país já assinou tratados e assim como vários outros países, como o Brasil, atua intensamente para evitar a lavagem de dinheiro.
Na prática, para o viajante, isso pouco importa. A grande maior dos bancos que estão lá (acho que em torno de 95%) estão instalados em salas comerciais, efetuando operações online diretamente com suas matrizes e sucursais. Os bancos de varejo, com agências propriamente ditas, são poucos e atendem principalmente à população local.
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A chegada
O aeroporto das Ilhas Cayman é pequeno mas bem montado. A alfândega é rápida, e em pouco tempo você já está pegando suas malas. E algo muito bom é que na sala onde retiramos as bagagens tem um enorme quiosque com diversas revistas e folhetos sobre Cayman. Vale muito a pena perder alguns minutos lá retirando o material, que será muito útil durante toda a viagem.
Além disso recomendo baixar um aplicativo para Ipad e Iphone gratuito, elaborado pelo próprio Governo de Cayman, que ajuda muito na hora de saber um endereço ou o horário de funcionamento de um restaurante ou loja. Não se trata de um guia de viagem, mas de um suporte logístico que pode ser consultado mesmo sem conexão com internet.
Língua, moeda, trânsito
A língua oficial é o inglês; e apesar de ser um território britânico, o inglês falado é o americano.
A moeda adotada é o dólar de Cayman, que vale atualmente 80 centavos de dólar americano. Ou seja, todo o preço tem que ser acrescido de 20% para saber o valor em dólares americanos.
O dólar americano é amplamente aceito, assim como cartões de crédito internacionais. Mas se você pagar em dólar americano vai receber troco em dólar de Cayman.
O trânsito não é muito pesado, e a hora do rush não lembra em nada os engarrafamentos das grandes metrópoles brasileiras. Só é necessário cuidado na hora de dirigir porque lá se adota a mão inglesa.
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Quando ir
A melhor época vai depender de cada um. A alta temporada vai de dezembro até maio, época em que o tempo é quase sempre ensolarado e as temperaturas mais amenas. Mas os preços são bem mais altos, principalmente dos hotéis e passagens aéreas, sendo recomendado reservar os passeios com antecedência para não enfrentar problemas.
De junho a novembro já chove um pouco na ilha e as temperaturas sobem, só que em compensação os preços ficam bem mais baixos. Nesse período, agosto e setembro são considerados baixíssima temporada, e é possível encontrar algumas barganhas, principalmente nos hotéis. As ilhas também estão sujeitas aos furacões que podem passar pelo Caribe; a estação dos furacões vai de agosto a novembro. Leia sobre furacões aqui.
A não ser que você vá com um cruzeiro, o acesso às ilhas é feito apenas por avião. Uma passagem ida e volta saindo de Miami custa em média 650 reais, enquanto que uma passagem ida e volta saindo do Brasil custa pelo menos 2.500 reais.
Muitos cruzeiros param em Grand Cayman, e para quem gosta de uma visita-relâmpago pode ser algo interessante. Para mim, no entanto, o melhor mesmo é ficar num hotel, curtir a praia e as atrações.
Deslocamentos
A melhor forma de se deslocar é alugando um carro ou de táxi. Nas locadoras tem opção de veículos com volante do lado direito ou esquerdo, mas quase todos automáticos. Melhor escolher aquele que facilite lembrar que por lá adota-se a mão inglesa. Não se esqueça do seguro completo e respeite os limites de velocidade.
Um alerta importante é que se alguém for parado dirigindo embriagado a pena é de prisão. Não sei os limites admitidos de álcool, por isso verifiquem quando da locação do veículo e fiquem atentos para não terem problemas.
À mesa
Os restaurantes são variados e agradam a todos os gostos e bolsos. As porções no estilo americano são suficientes para acabar com a fome até mesmo dos mais gulosos. E como são mais de 150 opções só em Grand Cayman, sugiro uma pesquisa antes para selecionar pelo menos as opções do jantar, pois alguns dos melhores locais estão bem escondidos, e de preferência devem ter reserva.
Como acontece nos EUA os restaurantes fecham cedo, por isso o melhor é chegarem para o jantar por volta das 20h, para curtir e comer com tranqüilidade. Se você chegar às 21:45 corre o sério risco de ficar com fome, pois a maioria das cozinhas fecha às 22h, então não teria tempo suficiente para preparar os pratos.
Vou falar de restaurantes num post específico, fique ligado.
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By night
A vida noturna é bem movimentada, mas tem algumas regras. Determinados restaurantes possuem um alvará especial que lhes permite ficarem abertos até uma ou duas da manhã. Nestes casos, depois do jantar as pessoas já vão para o bar para continuarem bebendo e conversando, num clima bem animado.
Depois das duas da manhã a festa acaba, e sem direito a prorrogação. Quem quiser continuar na balada pode ir para alguma boate, que ficam abertas até as 4 da manhã. Depois disso não tem jeito, tudo fecha.
Segurança
Em termos de segurança Grand Cayman é muito tranqüilo. Por razões óbvias furtos de automóveis são inexistentes e roubo de turistas quase não ocorrem. Na alta temporada é melhor um pouco mais de atenção por causa do elevado número de turistas e do fluxo de pessoas vindos dos Cruzeiros. Mas as chances de algum incidente ocorrer são muito pequenas.
O que levar
As praias são muito lindas, e recomendo fortemente pegar um hotel na beira-mar. O mar tem aquele azul esverdeado que segundo me explicaram é tão bonito porque nenhum rio deságua no mar.
Sugiro que todos levem máscara e snorkel para lá, porque o material alugado/emprestado nem sempre é de qualidade, o que pode atrapalhar um pouco.
Às compras
No quesito compras as Ilhas são boas em alguns aspectos. Bebidas, perfumes, joias e relógios de luxo tem preços muito mais baratos do que no Brasil, e mais em conta até mesmo do que nos EUA. Mas os demais produtos, como roupas, brinquedos, utensílios, etc. já não compensam tanto, sendo melhor comprar nos EUA quando da volta para o Brasil.
Quanto tempo ficar
O período de permanência ideal para se ficar lá são 3 dias inteiros, sendo que com dois é possível ver o básico e com 4 já dá para adotar um ritmo sem pressa.
Resumindo, as Ilhas Cayman tem atrações que agradam a todos. E o melhor é que as distâncias são pequenas, sendo possível percorrer tudo de carro. Vale a pena ir e aproveitar as belas praias e os passeios, dando uma parada em Miami na volta para fazer algumas compras antes de retornar para o Brasil.
A hospitalidade dos ilhéus é muito boa; achei a grande maioria extremamente educada e atenciosa. No entanto, horário é algo levado a sério, e se você agendar um passeio ou um táxi para um determinado horário, tenha certeza de que dificilmente haverá atrasos.
Para os viajantes que não gostam de se preocupar organizando tudo, tem duas agências de viagem no Brasil que levam os turistas para as Ilhas Cayman. Uma delas é a ADV Tour, que vende pacotes de 6 noites por 2.300 dólares por pessoa para saídas até 15 de dezembro, incluindo aéreo, hotel e traslados. A Vectra Viagens tem pacotes SEM aéreo, com 7 noites, por 890 dólares por pessoa, incluindo hotel e transfer. A Vectra ainda tem outras opções específicas para quem quer mergulhar.
Minha sugestão seria pegar um vôo para Cayman com conexão em Miami, ficar pelo menos 4 noites em Grand Cayman, depois ir até Miami, ficando lá uns 3 ou 4 dias para passeios e compras e então retornar para o Brasil.
Viagem feita a convite do Departamento de Turismo das Ilhas Cayman.
Leia mais:
- Grand Cayman: 10 passeios
- Ilhas Cayman: quando ir, como chegar, como se preparar
- Grand Cayman: onde ficar
- Grand Cayman: onde comer
- Uma comparação entre Cayman e Noronha
- Caribe: que ilhas dá para combinar na mesma viagem?
- Praiômetro: sol e chuva mês a mês em 42 destinos do Brasil e Caribe
27 comentários
Brevemente estarei aí na Cayman Island, gostei muito da matéria da reportagem. BONS VENTOS EM 2021🙏
Adorei a reportagem. Completa. É tudo que precisava para preparar minha próxima viagem.
Excelente! Muito bem resumido e esclarecedor!
Essa matéria esclareceu todas as minhas dúvidas. Parabéns !!!
Boa tarde. Tenho voo para GCM com escala em Miami. A escala é de um periodo longo e irei dormir em Miami para descansar.. Terei bilhetes separados por trecho? Como faço para sair do aeroporto? E depois para entrar? Tenho que fazer imigração novamente?
Olá, Raphael! Nos Estados Unidos é obrigatório fazer imigração e recolher bagagens. Você estará livre para sair do aeroporto e de todo modo teria que passar novamente pela imigração.
Olá! Acho que a bagagem vai direto para Grand Cayman. Nos EUA só é obrigado a retirar as malas e fazer a alfândega quem tem como destino final os EUA, ou quem faz mais de uma conexão no país. Quem faz só uma conexão não precisa. Pelo menos foi a minha experiência voando para a Europa via Atlanta ou Miami, e para a Austrália via Los Angeles, em conexões longas (12/13 horas). E a imigração é só na entrada, na saída não precisa. Abração!
Bom dia!
Vimos uma reportagem sobre as ilhas, ficamos encantados,
gostaríamos de saber mais informações sobre o local, para morar,
aluguel, emprego e qualidade de vida.
Obrigado.
Olá, Frank! A gente só dá conta de falar de turismo, desculpe.
Gostaria de saber a média de valor dos passeios nas ilhas Cayman.
Vou a bordo de um cruzeiro e quero conhecer bem cada local que ele parar.
Olá, Andressa! Falamos sobre passeios e valores neste post: https://www.viajenaviagem.com/2012/10/ilhas-cayman-4-dias-bem-investidos/
Você também pode contratar passeios a bordo.
A matéria esta maravilhosa, porque é muito didática. Faltou apenas uma questão: Brasileiros precisam de visto para ir as Ilhas Cayman ?
Olá, Antonio! Não precisa de visto para entrar nas Ilhas Cayman. 😉
Entendi que não precisa de visto para Ilhas Cayman, sendo que, se eu comprar uma passagem com conexão em Miami, terei que ter visto USA????
Olá, Alexandra! Se não tiver visto para os Estados Unidos, você nem sequer consegue fazer o check-in no vôo aqui no Brasil.
Gostei muito das informações.
Nossa, mais explicado que isso IMPOSSÍVEL ! parabéns pela riqueza nos detalhes da explicação !
Antônio, pensei no que eu precisava saber para programar uma viagem para as Ilhas Cayman e tentei colocar tudo no post.