Iguaçu: o lado argentino

Na Garganta do Diabo: frio master na barriga

Veja este conteúdo atualizado no novo Guia de Foz do Iguaçu

Se o lado brasileiro é o camarote vip das Cataratas — o ponto de onde se pode contemplar o panorama até mesmo sem suar, vindo no ar condicionado do ônibus do parque e caminhando o tempo todo na sombra –, el lado argentino oferece uma experiência mais selvagem. Tanto no bom quanto no mau sentido.

Se yo me pierdo este tren que sale ahora a las once y pico...

No mau sentido: os deslocamentos nel lado argentino são chatos e complicados. Para se movimentar entre as áreas do parque é preciso tomar um trenzinho de operação no mínimo errática.

As partidas podem ter até meia hora de intervalo;  às vezes vai o trem vai até a estação final (da Garganta do Diabo), mas às vezes só vai até a estação intermediária (a Cataratas) e volta para a estação central, obrigando todos os passageiros a desembarcar no meio do caminho e esperar o próximo trem para prosseguir viagem.

Bonitinho pero complicadito

No bom sentido: não é necessário comprar nenhuma visita guiada para ter um gostinho de selva bem mais acentuado do que o oferecido pelo parque brasileiro.

Para isso, porém, vou adiantando: você vai ter que caminhar. E muito. E vai suar. E vai se molhar. Vá com a roupa que você iria para um acampamento.

A caminho da Garganta

Comece pela caminhada mais chata. Vá até a estação final e pegue a trilha para a Garganta do Diabo. Dá um quilômetro e meio, na maior parte do tempo por uma passarela construída sobre ilhotas e o leito da parte superior do rio Iguaçu.

A parte chata dessa caminhada é que você volta pelo mesmíssimo caminho da ida. Mas o que você vê ao fim dele compensa: você fica debruçado sobre a mais caudalosa catarata do conjunto. Não chega a ser totalmente vertiginoso porque a nuvem de spray não deixa você ver a queda inteira. Mas a sensação é intensa e impressionante.

Chegando perto

Na Garganta o negócio não é a beleza, mas a sensação

Na fila do gargarejo (ops)

Pegue o trenzinho de volta à estação intermediária (Cataratas). Ali há dois circuitos a fazer. Um curtinho, de 700 metros, o Circuito Superior, uma passarela construída na beira do precipício, passando em revista várias quedas secundárias. E outro, mais longo, de 2,5 km, porém imperdível: o Circuito Inferior.

Inferior no nome, superior na experiência

O Circuito Inferior passa por dentro da mata e revela pequenas cachoeiras antes de levar a uma área do conjunto das cataratas que a gente não vê direito do Brasil, porque se trata de uma reentrância del lado argentino.

Mira que rico

Não sei gerar pontos de exclamação invertidos, droga

As quedas se oferecem de novos ângulos, e num dos trechos você fica praticamente embaixo delas. Vale muito a pena. Como é extenso e tem escadas, é bem menos crowdeado do que a passarela da Garganta. E como a trilha é circular, você volta ao ponto de partida sem repetir nenhuma parte do caminho.

Chuveirinho

Passa o xampu

A mi me encanta por supuesto como no

Quase no fim do percurso você encontra o quiosque de entrada para o “Macuco” argentino, a Aventura Náutica. Existe também um posto de vendas entre a entrada do parque e a estação central do trenzinho, mas se você esquecer dá para comprar lá direto. Não há hora marcada nem nada; você entra na fila, que é feita numa escadaria, sem o conforto das instalações do lado brasileiro.

Los precios

La cola

O passeio é bem mais roots, mas em compensação é muito mais barato e, pasme, bem mais emocionante. As lanchas argentinas chegam embaixo de DOIS pontos das cataratas — um deles é o mesmo visitado pelo passeio brasileiro; o outro, em águas que os brazucas não podem freqüentar por estarem en el lado argentino.

Exclusividade do passeio del lado argentino

Você guarda a câmera numa bolsa impermeável...

... e seja o que Dios quiser!

Manhê, me tira daqui!

Além de cataratas duplicadas, o Aventura Náutica oferece emoções bem mais intensas: as manobras feitas pelo capitão argentino são muuuuuito mais radicais do que as do brasileiro. Perto do Aventura Náutica, o Macuco é um passeio para a terceira idade…

(Parênteses. Provavelmente haja razões de segurança envolvidas. No geral, o Macuco Safari parece um passeio bem mais responsável, ecologicamente inclusive, do que o seu equivalente argentino. Certamente há mais riscos na maneira com-emoção que o passeio é feito en el lado de allá. Só estou relatando o fato de que, no passeio argentino, a gente se sente numa montanha-russa; o brasileiro está mais para carrinho-trombada.)

Quem quiser um pouquinho de mordomia — e a mesma emoção — pode cacifar o Gran Aventura, que é a versão longa (e vip) do passeio. Custa o dobro e inclui transporte de jipe pela mata da entrada do parque até próximo ao ponto de embarque.

A coisa é feita para você não enfrentar a fila dos muquiranas do Gran Aventura. Logisticamente, porém, se eu entendi o que o PêEsse me explicou (ele fez o Gran Aventura, e daqui a pouco deve aparecer por aqui para contar na primeira pessoa), o melhor é dispensar o traslado de ida (para poder fazer o Circuito Inferior caminhando, que é lindo), mas aproveitar a volta, sem precisar encarar de novo o trenzinho complicado.

O parque tem lanchonetes meia-boca e um restaurante de buffet; eu deixaria para comer de verdade em Puerto Iguazú, onde um restaurantes como o Aqva não fecha durante o dia.

Como chegar al lado argentino del parque:

– Carros alugados na Avis e na Hertz cruzam a fronteira para a Argentina sem problemas.

– Agências oferecem transporte em ônibus (ingressos e passeios não-incluídos; o ingresso ao parque deve ser pago em moeda argentina).

– Muita gente vem do lado brasileiro de táxi, combinando horário de voltar. Informe-se sobre preços atuais na recepção do seu hotel.

El Práctico: no requiere habilidad

– O jeito roots de ir é pegar o ônibus internacional (Crucero del Norte) em frente ao hotel Bourbon (mas do outro lado da estrada, no sentido centro-parque) que leva à rodoviária de Puerto Iguazú. De lá sai a cada meia hora o El Práctico, ônibus que faz a linha do parque argentino — tudo muito baratinho. [N. da R.: todos os preços foram apagados porque desatualizam rápido; há inflação na Argentina.]

Anotei os horários pra você!

Post publicado em dezembro de 2009.

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    301 comentários

    Olá boa tarde,vou a foz do Iguaçu em outubró devo passar 04 dias e gostaria de saber se vale a pena alugar um carro? Também gostaria de saber o que é preciso para entrar de carro na Argentina?E como melhor aproveitar estes 04 dias? Obrigado Guimarães.

    Olá! Em primeiro lugar quero parabenizar o blog, muito útil. Bom, eu, minha esposa mais um amigo nosso, vamos fazer um tur pelo mercosul (chile, Argentina e Uruguai), finalizaremos nossa viagem em Foz do Iguaçu no dia 26/09.
    Pegaremos voo de Montevidel/Puerto Iguazu no dia 22/09(dom), previsão pra chegarmos em Puerto às 15:05. Teremos o resto do dia 22 e 23, 24 e 25 inteiros, queremos fazer os dois lados das Cataratas (Brasil e Argetina) e também dá um pulo no Paraguai, pra variar. A minha dúvida é se vamos direto pra Foz do Iguaçu ou se ficamos em Puerto pra fazer o passeio no lado argentino no dia seguinte, o que será mais viável?
    Obrigado

    Gostaria de saber se indo no primeiro horário para as cataratas no lado argentino e vendo tudo, mais o passeio no barco, que horas consigo estar de volta em Foz. Será que retorno até 18h com certeza?

      Olá, Sabrina! Não assuma nenhum compromisso para a volta no Brasil. A travessia da fronteira pode ser complicada.

    Gostaria de saber qual o meio de transporte publico para chegar no centro da Argentina e qual o ultimo horario do onibus? Obrigada

      Olá, Thais! Sua pousada na Argentina deve ter essa informação certa e atualizada; comunique-se com ela.

    Olá, estou indo pra Foz em Julho, terei 3 dias completos. Quero visitar os dois lados das Cataratas, Paraguai e Duty free, tudo com transporte público. Dá pra fazer tudo em 3 dias? Por onde começar pra nao perder tempo? Desde já agradeço

    Olá Pessoal, alguém sabe me informar se no parque Argentino possui vestiário com chuveiro para os turistas???
    Vi isso no parque nacional de Itatiaia RJ, o que nos facilitou muito pois depois de longa caminhada tomamos uma ducha e fomos direto jantar!
    Se possível gostaria de fazer a msm coisa para aproveitar a noite de Puerto!

      Olá, Coutinho! Tem uma ducha, mas fora do banheiro (como uma ducha de piscina), numa área aberta, sem privacidade.

    Olá! Estou planejando viajar para Foz na primeira semana de maio, mas estou em dúvida quanto ao clima… Alguém sabe se costuma chover muito nessa época por lá? Frio não seria um problema, mas acho que muita chuva poderia estragar o passeio.

    Outra dúvida é quanto à circulação entre Brasil e Argentina: vou ficar hospedada no Brasil e gostaria de ir um dia para o lado argentino por meio de transporte público, mas meu noivo é holandês e não sei se há algum impedimento ou dificuldade para a circulação de turistas de fora do Mercosul.

    Desde já agradeço!

    Alguém pode me informar qual o valor do ingresso do parque do lado brasileiro e do lado argentino?? me disseram que tem boa diferença de preço. É verdade?? Visitando apenas 1 dos lados já é suficiente ou é melhor visitar os 2 lados ?? grata

      Olá, Silvana! Brasileiros pagam 90 pesos no parque argentino (apenas em dinheiro) e R$ 25,10 no parque brasileiro (dinheiro ou cartão). Os parques são diferentes e complementares; não deixe de conhecer os dois. Preços de fevereiro deste ano.

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