Cuba: Havana, Pinar del Río e Varadero pelas lentes do Marco
O Marco Ferraz é irmão da nossa CEO Elisa Araujo — e uma fera dos cliques. Quando a Elisa me contou que ele estava prestes a embarcar para Cuba, fiz logo a minha encomenda: “Isso precisa virar um post!”. A Elisa então avisou que o irmão era mais chegado nas imagens do que nas palavras, mas que não deixaria de pedir um relato. Não sei quais foram os métodos de persuasão empregados, mas eis o depoimento do irmão fotógrafo!
O Marco faz uma reflexão sobre como é ser turista em Havana, sem deixar de lado dicas práticas de como conseguir o visto para Cuba e onde se hospedar em Havana, comentar sobre passeios e relatar uma esticadinha a Varadero. Tudo isso ilustrado com belíssimas imagens.
Vai pelo Marco:
Texto e fotos | Marco Ferraz
O grande atrativo em visitar Cuba é conhecer, de perto, todas as características que tornam este lugar uma experiência peculiar nos dias atuais. Os movimentos de guerrilha comandados por Fidel Castro, Ernesto “Che” Guevara e Camilo Cienfuegos resultaram, no início de 1959, na deposição do Ditador Fulgencio Batista e na implantação de um sistema comunista de governo.
Ir a Cuba é, portanto, ter a oportunidade de experimentar (e pensar sobre) as consequências, positivas e negativas, da implantação prática deste sistema de governo. Discutir o mérito Comunismo x Capitalismo, e suas consequências, é algo sem fim e que traz debates intensos. O objetivo deste relato, entretanto, é relatar minha experiência turística na ilha.
Antes de ir
Visto e vacina
Cuba exige visto para a entrada de turistas. Na época desta viagem (2014), era preciso tirar o visto no Brasil, antes de embarcar.
Mas já há alguns anos o visto é comprado na sala de embarque do último trecho do seu voo. Chama-se ‘tarjeta turística’. Quem vende é a cia. aérea que opera o trecho. Custa 20 dólares.
Brasileiros precisam apresentar certificado de vacinação contra febre amarela. A vacina precisa ter sido tomada em dose integral pelo menos 10 dias antes do embarque. Se você já tomou sua vacina há mais de 10 anos, saiba que ela não perdeu a validade: o novo entendimento da OMS é de que a vacina é válida por toda a vida.
É preciso entender o contexto atual de Cuba
Quem viaja para Cuba deve entender que o turismo neste país é algo relativamente novo. Por esse motivo, o nível de serviço nas atividades que envolvem o recebimento de turistas ainda não está plenamente maduro e estabelecido. O resultado é um atendimento por vezes excepcional e, em outros momentos, deficiente, o que requer em algumas situações paciência e compreensão do visitante. Isso, entretanto, não chega a ser algo que comprometa a viagem.
Cuba não é tão pequena
A primeira característica que chama atenção quando o planejamento de uma viagem a Cuba se inicia é o tamanho da ilha. Cuba é maior que Portugal. Há 14 províncias no país e pelo menos umas 6 cidades de tamanho considerável que merecem uma visita. Além do balneário de Varadero há ainda dois grandes arquipélagos que também são merecedores de atenção: Cayo Largo e Jardines del Rey. Para ir para estes lugares, porém, é necessário pegar um avião.
Dinheiro
O turista que visita Cuba trocará seu dinheiro por CUCs (também chamado de pesos pelos cubanos). O melhor local para trocar seus valores por CUCs são as casa de câmbio, denominadas Casedas. Hotéis cobram uma taxa adicional na troca. Em termos de cotação, 1 dólar vale cerca de 0,90 CUC (o dólar sofre um deságio automático de 10% em Cuba) e 1 euro vale cerca de 1,23 CUC. Portanto, vale mais a pena levar euros, e não dólares.
Fazer turismo em Cuba é, de modo geral, barato. Hotéis e restaurantes têm preços razoáveis. Cuba não é país para compras (por motivos óbvios) e, portanto, a viagem é, naturalmente, sem grandes gastos. Meu hotel (Hotel Raquel em La Habana Vieja) tem uma tarifa média de diária de 50 euros. Um almoço ou jantar em um bom restaurante em La Habana Vieja sai, na média, por 20 CUCs.
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Havana
A cidade necessária e obrigatória, pelo menos para uma primeira viagem à Cuba é, obviamente, Havana.
Com 2,4 milhões de habitantes, Havana é cidade para ser explorada com calma e com olhar atento.
A parte mais antiga, La Habana Vieja, é onde a maioria dos melhores hotéis está localizada.
Havana é uma cidade segura. Mesmo nos bairros mais precários e distantes não senti qualquer perigo ou ameaça. Essa percepção confere com a percepção de outros turistas, com quem tive a oportunidade de conversar, e com relatos que já havia lido neste sentido.
Em termos de locomoção em Havana, uma boa opção são táxis, caso não seja possível fazer o trajeto caminhando. Existem os táxis–triciclos nos quais o “taxista” pedala puxando até 2 pessoas sentadas no banco de trás, e existem também os táxis convencionais, que são automóveis geralmente antigos que levam o turista para qualquer parte da cidade. É interessante combinar o preço da corrida antes da viagem, uma vez que taxímetros são raros. Nas viagens que fiz (algumas mais curtas e outras mais longas) paguei sempre 5 CUCs. Era o valor que eu oferecia e os taxistas pareciam achar razoável esse valor.
Alimentação em Havana
Encontrei alguns restaurantes razoáveis em La Habana Vieja. Muito peixe acompanhado de arroz e legumes. Bom, mas nada excepcional.
Os pratos de carne não valem muito a pena, os cortes não são de boa qualidade e você irá se decepcionar. Só vi um restaurante de massas.
Fora de La Habana Vieja não vi um único lugar que fosse digno de tentativa de sentar para almoçar ou jantar.
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Vale de Viñales e Pinar del Río
Fiz uma excursão bate-volta que cobre a visita a uma fábrica de rum, uma caverna perto de Pinar Del Río (da qual não lembro o nome), um almoço em uma choupana no meio do caminho e visita a um plantador de folhas para charuto, com direito a demonstração de como se enrola um legítimo puro cubano.
A excursão é interessante e a região é algo bem diferente do cenário de Havana. A agência San Cristoban localizada na Plaza de San Francisco vende o pacote por mais ou menos 70 CUCs.
Varadero
Fiquei 2 dias em Varadero no hotel Meliá Varadero. Balneário onde só há resorts e um mar maravilhoso com aquela cor que você dificilmente encontra em outro lugar. Experiência idêntica, entretanto, pode ser desfrutada em qualquer resort no Caribe. Portanto, não é algo particular de Cuba. Para aqueles que realmente apreciam tal experiência, é uma festa.
Mala de bordo nas medidas certas
Sentimento da viagem
Gosto de viajar para ver o que é diferente da nossa vida cotidiana. Ver como as pessoas vivem e conhecer seus costumes particulares. O que me move, particularmente, é a fotografia. Neste sentido Cuba foi experiência única. As figuras nas ruas são impagáveis. A alegria e receptividade do povo, em contraste com um grande número de limitações em suas vidas é algo que faz pensar.
Em alguns momentos, andar na rua é uma volta no tempo, e é possível ver o que o tempo pode fazer com as coisas e com as pessoas, às vezes de maneira cruel. Cuba condensa um grande número de informações desconexas ao mesmo tempo: ensino eficiente e para todos, falta de liberdade política, saúde universal, precariedade urbana, música irresistível… Cuba é um caldeirão muito louco que merece ser conhecido.
Muito obrigada, Marco!
(Transcrito manualmente de um post publicado em junho de 2013. Pedimos desculpas pelos comentários que não puderam ser transferidos)
Leia mais:
- Cuba: dicas essenciais para sua viagem desempacotada (por Sabrina)
- Caribe: que ilhas dá para combinar na mesma viagem?
- Dicas sobre Cuba no Viaje na Viagem
29 comentários
Olá Ricardo
Vamos para Cuba final de janeiro. Nossa dúvida é com relação a Varadero. Pensamos em ficar 4 dias. Gostamos da ideia de all inclusive mas os preços são elevados. Vale a pena arriscar em hotel convencional ou corremos risco de passar aperto com a alimentação?
Olá, Fernando! Quem responde é a Bóia. Infelizmente não temos conteúdo próprio aprofundado sobre Cuba. A maior dúvida sobre Varadero seria quanto ao acesso à praia fora da zona dos resorts, sugiro que você pesquise isso em inglês e espanhol. (Não que a gente tenha qualquer informação a respeito, mas é o que a gente pesquisaria primeiro na sua situação)
Ola! Obrigada pelas dicas!
Vou a Cuba em outubro, a trabalho (sou pesquisadora). Mas vou ter uns poucos dias para explorar La Havana.
Você saberia me dizer se ha algum problema de entrar nos EUA após passar por Cuba?
Olá, Barbara! Sempre pode rolar uma entrevista na salinha na entrada.
Ouch! hehe!
Obrigada pela resposta!
Ricardo eu e meu marido, queremos ir no Natal e ano novo para Havana. Como podemos nos planejar?
Olá, Luciana! Quem responde é A Bóia.
Veja todos os nossos posts sobre Cuba nesta página:
https://www.viajenaviagem.com/destino/cuba/
Qual é a orientação para viagem à Cuba em tempo de pandemia, em janeiro de 2021. Estão aceitando brasileiros? Viagem em família sem criança para cuetir a cultura local, a culinária, a natureza e praia vazia. Obrigada!
Olá, Sandra! Por enquanto, apenas os “cayos” estão reabertos. Nesses cayos existem hotéis all-inclusive. Você não passaria por Havana nem entraria em contato com cubanos que não fossem funcionários dos hotéis.
https://www.mercadoeeventos.com.br/_destaque_/slideshow/com-protocolos-cuba-reabre-fronteiras-para-turistas-internacionais/
Não sabemos o qu epode mudar até janeiro. Mas não compre nenhuma viagem que não possa ser cancelada sem custo.
Conforme-se com o fato de que o turismo internacional será extremamente limitado até a vacina. Pense nos destinos brasileiros para onde você gostaria de viajar e ainda não foi.
Olá! Parabéns pro blog! Estou ansiosa para conhecer a particularidade de um país “ isolado” do resto do mundo. Gostaria de indicações de onde passar o Réveillon em Havana. Estou indo nesta época.
Olá, Cibele! Infelizmente não temos conteúdo sobre o assunto.
Oi Cibele! Atualmente, para conhecer a particularidade de um país isolado do mundo, não é necessário sair do Brasil.
Então, Cibele, voce passou o réveillon em Havana quando esteve lá? Qual a dica?