Europa: como lidar com a insegurança? 1

Europa: como lidar com a insegurança?

O recente alerta de viagem emitido pelo Departamento de Estado americano em 1º de maio de 2017, alertando os turistas americanos para os perigos de uma viagem à Europa, confirma: não é só você que está paranóico com terrorismo.

Até hoje esse tipo de alerta era reservado para destinos conturbados, como o Egito (ou o Brasil).

O problema é que temos aí o roto falando do esfarrapado: os Estados Unidos, além de alvo de atos isolados de terrorismo (lembre-se da maratona de Boston e das recentes explosões malfadadas em Nova York), também sofre com a praga dos atiradores solitários — o caso mais recente foi a boate gay de Orlando.

Se bem que… quem somos nós para falar? Morar no Brasil ainda é muitíssimo mais perigoso do que passar férias em Paris. A probabilidade de você ser envolvido num atentado terrorista não é muito maior da probabilidade de o seu avião cair (toc toc toc).

Qualquer um de nós está mais sujeito a desenvolver trombose durante um vôo ou se envolver num acidente de carro durante a viagem do que estar no lugar onde explodam a próxima bomba.

Deixar de viajar à Europa por causa de terrorismo é como não viajar à Califórnia ou ao Chile por medo de terremoto (podem acontecer a qualquer momento e fazem efeito em áreas muito maiores).

Acredite: fazer passeio de bugue ‘com emoção’ em Natal é mais perigoso que visitar Istambul.

De todo modo, é como eu sempre digo: o único conselheiro que realmente conta é o travesseiro. Viajar serve para alimentar sonhos (antes) e relaxar (durante). Se uma viagem está tirando o seu sono, é porque você não deve fazer.

Europa: outras questões de segurança

Antes dos atentados, as perguntas que apareciam aqui no site sobre segurança na Europa normalmente eramassociadas a hospedagem. A região tal é perigosa? Dá para sair sozinha à noite?

A questão da insegurança na Europa é que ela não está onde imaginamos que esteja.

Entornos de estações ferroviárias, bairros habitados por colônias de imigrantes, ruas que ficam ermas à noite — tudo isso parece inseguro, tudo isso traz sensação de insegurança, mas é muito mais seguro do que aparenta. Não existe a cultura de violência que esperamos desse tipo de ambiente no Brasil.

Não há lugares “barra pesada” nas regiões centrais das cidades (a não ser que estejam ocupados por drogados).

Os larápios da Europa, tanto nativos quanto importados, agem à luz do dia, em aglomerações, em momentos que você esteja distraído ou aberto à interação.

Ou seja: o perigo não mora naquelas três quadras que você vai percorrer à noite entre o metrô e o seu hotel, com a antena ligadíssima ao menor movimento suspeito. O perigo mora na maior atração turística da cidade, debaixo do sol, quando você está com as duas mãos ocupadas segurando a câmera e seu olhar está atento apenas no enquadramento da foto. Ei, cadê minha carteira que tava no bolso de trás?

4 tipos de lugar em que você não deve bobear:

1. Dentro de estações de trem e aeroportos

Ao desembarcar, não dê trela a ninguém que venha oferecer transporte. É pirata. Todos os aeroportos e estações ferroviárias têm pontos oficiais de táxi. Procure a sinalização, entre na fila.

Antes de embarcar, nunca deixe nenhum item de bagagem de bobeira; ele pode desaparecer. Dispense qualquer papo com quem se aproxime para perguntar ou pedir coisas — sobretudo se estiverem em dupla (espertinhos trabalham em equipe: um distrai, o outro subtrai).

2. No transporte público

Metrô e ônibus são os ambientes de trabalho favoritos dos batedores de carteira. Não carregue nada nos bolsos de trás. Ao entrar e sair do vagão, mantenha a mão dentro do bolso onde está seu dinheiro. Use mochila e bolsa à sua frente. Para total paz de consciência, guarde cartões de crédito/débito/identidade na doleira. (Deixe o passaporte no cofre do hotel!)

3. Nas atrações turísticas

Junte as recomendações do transporte público com as do embarque na estação de trem: tenha cuidado com bolsos e bolsa, e não dê trela para quem venha puxar papo ou pedir informação. As atrações mais visitadas são o playground natural dos golpistas — deixe para fazer amigos em lugares menos turísticos.

Em Roma e em Barcelona, tome cuidado também nas ruelas onde passem motos — como há trombadinhas motorizados, use bolsa e cãmera a tiracolo, voltadas para o lado do comércio, não da rua.

4. Nos estacionamentos e postos de gasolina

Nunca deixe bolsas, sacolas ou malas à mostra. Há quadrilhas especializadas em arrombar carros ou em subtrair malas do banco de trás enquanto você está abastecendo.

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    148 comentários

    Pois é. Em Paris fiquei hospedada “sem querer” em Montmartre(digo sem querer pq era o ap. de um amigo do meu namorado) e eu só soube qual era o bairro que ficaria 3 dias antes de chegar e eu já tinha lido(acho que aqui mesmo, de comentários de leitores) que Montmartre era o pior local para se hospedar em Paris. Eu simplesmente AMEI aquele bairro. Claro, o nosso amigo alertou para não ir para a parte mais industrial(onde não tem nada pra fazer mesmo) pq lá existe uma espécie de cracolândia, mas por todo o restante do bairro que andamos foi incrível. Estávamos perto de vários pontos do “tour Amelie Poulain”, Moulin Rouge, Café Des Deux Moulins etc…, muitos cafés, gente bonita e alternativa. Na próxima, não tenho dúvidas que é lá que me hospedarei novamente. 😉
    Pra ajudar, o apartamento dele ficava no 10 andar de um prédio que tinha vista para a Sacre Coeur. Tive a sorte de pegar a lua cheia e ter a vista mais incrível que poderia ter em Paris. 😉

    https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn1/1039549_10201017289027979_708355411_o.jpg

    E realmente a insegurança está onde NÃO imaginamos que está, e percebi isso justamente quando fui ver a Monalisa no Louvre(com mais um aglomerado de gente) e ao lado tinha um avisinho: CUIDADO COM OS BATEDORES DE CARTEIRA. Pois é nesse aglomerado de gente que você acha que está lá para ver a Monalisa que se infiltra os batedores de carteira. Quando que você imagina que será assaltado dentro de um museu onde todos pagam para entrar?
    Eu andei com minha câmera pendurada por todos os lugares, em Roma, saí com ela a tiracolo a noite, caminhando, saia e voltava pro hotel andando às 02h da manhã e nenhum sinal de perigo. Como é bom sentir essa segurança! É uma pena que aqui em SP eu não posso sequer pensar em ir jantar num restaurante, pq corro o risco de ser assaltada em um arrastão. ;(

    Gente, só lembrem a diferença de furto e assalto. Quando você está distraído e te roubam sem você perceber, é furto. Assalto, que pode ou não ser à mão armada, é quando rola uma abordagem por parte do malfeitor. 😉

    Tendo dito isso e considerando que o tipo de roubo mais comum na Europa é mesmo o furto… é ok andar com a câmera fotográfica no pescoço? Porque, se o mais provável é que me roubem na bolsa, sem eu perceber, teoricamente, o meu pescoço é um lugar seguro, né?
    Então, dá pra andar sem problemas ou o meu raciocínio está certo, mas extremista? 🙂

      Olá, Mon! Pode andar com sua câmera na boa; em lugares como Roma e Barcelona, ponha a tiracolo.

      Mon, tem lugares da Europa em que eu já caminhei com a câmera pendurada no pescoço e me senti tranquila, e nada me aconteceu.

      Berlim, Miunique e Viena são exemplos. E isso que em Munique e em Viena eu estava hospedada perto de estações de trem)

      Em Londres eu acho que eu também fiz isso, e tudo foi tranquilo também.

      Em Paris, em algumas regiões, como Quartier Latin e Saint Germain des Près, eu também fiz. Mas em locais mais visados, como nas imediações do Louvre, da Torre Eiffel, da Opera, Sacre Coeur, Arco do Triunfo, eu prudentemente coloquei a câmera dentro da bolsa (que é meio grandinha).

      Em outras cidades, como Barcelona, Roma e Praga, nunca andei com a câmera no pescoço. E em Praga foi mais por precaução mesmo. Em Barcelona, como no meu primeiro dia na cidade eu testemunhei um furto dentro do metrô, eu resolvi não arriscar.

      Detalhe, eu SEMPRE ando com a bolsa trespassada, mas ficando com ela um pouco mais para frente do que na lateral do corpo. A tal bolsa tem fecho de ziper e além da alça de trespassar, ela tem outra alça mais curta e eu “enrolo” a mão nessa alça também, e seguro o final do ziper. Cartões, cash em notas maiores e passaporte sempre na doleira. Deixo sempre cash pequeno (entre 20-30 Euros) num bolso externo da bolsa (fechado com ziper também), para não precisar pegar na doleira e nem abrir a bolsa no meio da rua ou em locais mais lotados. E o celular sempre em bolso interno ou da bolsa ou do casaco.

      O negócio é ficar antenta, sempre, mas sem ser paranóica (para não transformar uma vagem de férias em um período de stress). No furto que eu testemunhei em Barcelona, a vítima foi muito distraída: a menina estava com uma enorme mochila cargueira nas costas, em pé bem na frente de uma das portas do vagão, e com a mão esquerda segurando um dos pilares do vagão e falando ao celular que estava na mão direita. Nem preciso dizer que numa das paradas, o larápio se aproximou dela, e quando soou o sinal de fechar a porta, deu um salto, pegou o celular da mão dela e saiu correndo para fora do vagão antes da porta se fechar. É essse tipo de situação que dá mais chance da pessoa ser furtada!

      Abs,

      Cris

      MON, desculpe, a diferença é entre furto e roubo. Furo, subtração da coisa sem violência ou grave ameaça; roubo, subtração mediante violência ou grave ameaça. Assalto não é terminologia jurídica.

      Ah, Dionísio, nem tava pensando nos termos juridicos, não. 🙂 Fiz o comentário mais porque era o termo que o pessoal tava usando mesmo. Socialmente, assalto é quando há abordagem, até pelo significado da palavra, que tem essa conotação de ataque mesmo.

      Cris, acho que vai ser tranquilo, então. Porque vou pra Paris e UK. Basta ficar mais atenta em Paris, então, minha bolsa é igual a sua, e eu tbm fico sempre segurando, rs.
      Obrigada!

    Tem uma serie – nao sei se passa(ou) no Brasil – chamada Scam City que retrata os golpes:

    https://science.discovery.com/tv-shows/scam-city
    https://en.wikipedia.org/wiki/Scam_City

    Alguns episodios estavam no youtube.

    Nossa, isso é muito verdade. As 3 vezes em que “quase” fui assaltada na Europa eu estava distraída durante o dia.

    Em Roma, no aeroporto, minha mãe deixou a bolsa em cima do carrinho da mala para falar comigo. Na hora que olhei tinha um cara com a mão em cima da bolsa. E foi bem a tempo pra eu, instintivamente, agarrar a bolsa do outro lado e ficar num cabo de guerra com o assaltante que não desistia. E dai aconteceu o mais engraçado: levamos uma bronca do assaltante!! hahaha
    Bem ao estilo italiano, ele ficou bravo que a gente tinha deixado a bolsa fácil pra ele roubar e que era culpa nossa de sermos distraídas e etc, como se a gente tivesse “atrapalhado” o assalto dele! Absurdo, não é? ehhehe Mas aprendemos a lição e ficamos com a bolsa.

    A segunda foi clássica em Paris. Sentados na parte de fora de um dos bistrôs, a garçonete alertou: não deixe seu celular na mesa. Na hora eu pensei: ele ta na minha frente, eu vou perceber se alguém pegá-lo né? Mas não percebi!
    Vieram umas 6 crianças em volta da mesa colocando mapas e papéis pra colher assinaturas. Elas falam tanto e vem tao em cima que te deixam tonto. Logo depois a tal garçonete apareceu e mandou elas saírem de lá. Na hora pensei em checar minha bolsa, tudo ok. Dai minha irmã comenta: nossa, uma das crianças estava com a mão em cima do meu celular, que bom que percebi e bati na mão dela! E foi ai que a ficha caiu, tinham levado o meu!
    As crianças estavam ainda do outro lado da rua e eu sai correndo atrás delas. E claro, elas foram pra um beco… e eu já comecei a ficar com medo. Do outro lado do beco tinha uns motoqueiros meio mal encarados e foi então que desisti de pegar meu celular, quando um deles veio até mim e, para minha surpresa, me defendeu!! E logo em seguida surgiu outro garçom e mais motoqueiros e eles intimaram as crianças a devolverem o meu celular. =) E tudo acabou com palmas! hehehe

    E por fim, estava no onibus em Paris quando senti minha bolsa “se mexer”. Sem nem olhar,eu só peguei a bolsa e coloquei na frente da barriga. Nada foi roubado. 5 minutos depois uma senhorinha grita que foi roubada e pedia para parar o onibus… o assaltante só estava atrás de quem estivesse mais distraído e infelizmente a senhora que foi roubada.

    Diversas vezes eu voltava de bares e baladas(!) sozinha, e foram nos momentos cotidianos que eu quase fui assaltada. Nas três vezes tive sorte ou percebi rapidamente a situação, mas melhor não dar chance!

      Essa de colher assinatura em PAris é clássica!! Vi um grupo roubar a correte de uma alemã! Eles cercam as pessoas solicitando a assinatura em um “abaixo-assinado”, com o único objetivo de que você se distraia. Ao passar por essa situação, basta dar um NÃO bem forte que eles se intimidam…

    Já quase fui assaltada uma vez em Barcelona. Em frente ao Parque de la Ciudadela (perto do Museu do Picasso), um rapaz se aproximou para oferecer ajuda quando me viu com o mapa na mão. Achei estranho e reparei que não havia outras pessoas na rua naquele momento (eram umas 3 p.m. e a cidade pára para a siesta). Agradeci, disse que não precisava e atravessei a rua para entrar no parque. Ele passou um bom tempo me seguindo, o suficiente para me assustar e eu entrar no Museu do Chocolate para pedir ajuda ao segurança. O rapaz entrou lá tb e ficou sentado numa mesa do café do museu me aguardando. Mostrei ao segurança e ele disse que o rapaz era conhecido ali, fazia roubos pequenos como câmeras, carteira, etc. já que pelas leis locais o ladrão não poderia ser penalizado caso o roubo fosse inferior a 300 euros.

    Já tenho doutorado em andar com a bolsa junto ao corpo, transpassada para a frente, com a mão sempre na fechadura/zíper. Moro em Fortaleza hehehehe

    Já dizia minha avó: prudência, dinheiro no bolso e canja de galinha, não fazem mal a ninguém!

    Conheço pessoas que voltaram faz pouco tempo de Paris e a dica do metrô e trem é mesmo super importante. Eles presenciaram algumas vezes, no tumulto de entrar e sair do trem, grupos de pessoas esbarrando em turistas e levando documentos, carteiras, etc.
    Outra dica que me falaram é no metrô a noite e de madrugada (especialmente quem volta de algum bar, festa e dá aquela cochilada sem querer no banco): há grupos especializados em roubar tudo de quem está dormindo (inclusive sapatos, coitados!)
    Última dica que me falaram de lá é o golpe da aliança: especialmente nas pontes, cheias de turistas, derrubam uma aliança de ouro no chão e chegam perto de você perguntando se não é sua. Há quem diga (por ser “de ouro” e quer dar uma de “esperto”) que é e dai pedem um dinheiro pela recompensa…Tipico golpe “turistão” mas as vezes, nas férias, a gente se deixa levar.

      Estive em Paris em abril e esse golpe da aliança realmente acontece e por mais que vc fale não a pessoa fica andando atras de vc insistindo.

      Em Paris, também quase fui vítima desse golpe da aliança.

      Também vi esse golpe da aliança em PAris, com um casal ao meu lado, em frente a Opera Garnier

    Quase fui assaltado no metro de Barcelona, o classico da escada rolante.

    Um cara vai na frente e outro atras e na saida da escada rolante o da frente para voce acaba esbarrando nele e o cara de tras esbarra em voce, nesse momento o cara de tras tira tua carteira e educadamente pede desculpa pelo esbarrão e vai embora. Por sorte a carteira trancou na costura do bolso e não saiu… Isso foi 3 da tarde.

      Usei o metro em Barcelona apenas duas vezes e foi durante o dia que me senti mais inseguro. Estava com duas amigas que falavam em inglês todo e um grupo de rapazes nos olhavam de forma muito estranha. Eu estava muito atento e um senhor na minha frente fez sinal para tomar cuidado. Uma das meninas que estuda lá disse que várias amigos já foram assaltados.

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