Dresden como bate-volta desde Berlim ou pit-stop entre Berlim e Praga
A 2h10 de Berlim e 2h20 de Praga, Dresden é um pontinho no mapa que fica piscando enquanto você está planejando uma viagem para a região. Se você vai ficar um bom tempo em Berlim — digamos, ao menos 5 noites — dá para pensar em investir um dia num bate-volta. Caso combine Berlim e Praga, o pit-stop é um jeito gostoso de esticar as pernas, interrompendo uma viagem longa.
Claro que, ao dispor de apenas algumas horas para passear em Dresden, não dá para pensar em esgotar as atrações da cidade. O negócio é priorizar para fazer um tour redondinho, e não uma maratona.
Por que Dresden?
Capital da Saxônia, Dresden tem um centro histórico compacto, repleto de jóias do barroco e do rococó. Você não sabe com o que se impressiona mais: com a beleza dos prédios ou com o fato de quase tudo ali ter sido reconstruído dos escombros dos bombardeios da Segunda Guerra. Dois dos maiores tesouros da cidade — a Igreja de Nossa Senhora e a Cúpula Verde do Palácio Real — só foram restaurados depois da reunificação alemã.
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Como organizar a viagem
Se você vai fazer o bate-volta desde Berlim, basta seguir o tela-a-tela deste post, apenas tendo o cuidado de clicar em “return journey”. Comprando com cerca de 90 dias de antecedência você pode conseguir o preço mais baixo, de 19 euros por perna — 38 euros no total. Indo no trem das 8h46 e voltando no das 17h07, você tem seis horas livres em Dresden e ainda pode jantar em Berlim.
Caso você vá a Dresden num pit-stop entre Berlim e Praga (ou entre Praga e Berlim, tanto faz!), selecione na home da Bahn a opção “Further search options”.
Na página que carregar, clique em “Enter stopovers”.
Pronto, agora é só preencher, com a origem (Berlin Hbf ou Praha hl.n), o destino (Praha hl.n ou Berlin Hbf) e a escala/stopover (Dresden Hbf). Ao lado do stopover, preencha o número de horas que quer ficar na escala (eu sugiro seis). Embaixo, ponha a data e o horário da partida do primeiro trem.
Comprando com 90 dias de antecedência, dá para conseguir a viagem toda por 29 euros. Vindo de Berlim, se você seguir a Praga no trem das 17h07, chega às 19h25 na capital tcheca.
Tem guarda-volumes na estação de Dresden?
Sim, claro. Se não houvesse a gente não indicaria o pit-stop. São lockers; os armários grandes custam 4 euros, e os menores, 3 euros
O que fazer em 6 horas?
O segredo para bate-voltas e pit-stops darem certo é a gente dimensionar o que pode ser feito. Dresden não é um vilarejo de uma atração só, então é preciso escolher o que ver (e procurar não se arrepender do que não vai dar tempo de ser visto).
Entre a estação e o centro histórico à beira do Elba dá para ir de bonde ou a pé. Eu fui caminhando, seguindo o calçadão (já reparou que toda cidade alemã tem um?) que sai em frente da estação; em cerca de 15 minutos, já estava na praça da Igreja de Nossa Senhora.
No meu passeio, eu privilegiei os exteriores: passeei pelo coração da cidade antiga e, seguindo conselhos que me tinham dado em Berlim, levei a minha zoom para um passeio na margem do Elba na Cidade Nova — de onde se tem as melhores vistas.
Elegi um interior para ser visitado: o Palácio Real, ou Residenzschloss, que abriga uma série de museus — o mais importante, conhecido como Cúpula Verde (Grünes Gewölbe), às vezes traduzido também como Abóbada Verde, Cofre Verde ou Câmara Verde. Nenhuma das traduções explica o que é o museu: uma galeria que expõe os tesouros de arte decorativa dos príncipes-eleitores da Saxônia.
A idéia de expor tesouros reais era inédita em 1724, quando Augusto o Forte, empenhado em tornar Dresden um centro artístico do quilate de uma Florença, abriu as portas do palácio ao público, fazendo do Grünes Gewölbe o primeiro museu da Europa (a Galleria Uffizi abriria apenas trinta anos mais tarde).
Pois muito bem: o Grünes Gewölbe (acho que faz mais sentido usar o nome original) é um dos museus mais deslumbrantes que eu já visitei. Tem duas alas: a Histórica e a Nova.
A ala histórica (Historisches Grünes Gewölbe) recria o esplendor das galerias de Augusto o Forte, cada uma dedicada a um tipo de material: louça, âmbar, marfim, prata, cristal, cobre, pedras preciosas, bronze.
A arquitetura e o décor são tão impressionantes quanto o conjunto de peças expostas. Já a ala nova ocupa salões mais discretos — mas, na minha opinião, expõe o verdadeiro tesouro do Gewölbe: as peças mais rebuscadas e elaboradas da coleção real.
A peça mais sensacional é “A residência real em Delhi por ocasião do aniversário do Grande Moghul Areng-Zeb“, uma espécie de desfile de escola de samba miniaturizado em ourivesaria, contendo quase 5.000 diamantes.
A peça levou oito anos para ser feita e custou mais que um castelo de verdade. Eu poderia ficar uma hora inteira só descobrindo novos detalhes, se não tivesse um trem para pegar às 5 da tarde.
Para visitar o Grünes Gewölbe com economia é preciso se organizar: a ala histórica tem um limite de 100 visitantes por hora, e por isso é preciso comprar o ingresso com hora marcada. Compre o Combination ticket para ter direito a visitar as duas alas e os demais museus do palácio. (A ala nova do Grünes Gewölbe e os outros museus do palácio podem ser visitados antes ou depois da histórica, desde que no mesmo dia.) A entrada custa 23 euros.
Mas se você puder investir 30 euros na visita, vale a pena comprar o Vip Day Ticket with Historic Green Vault. Os 7 euros a mais dão direito ao Grünes Gewölbe sem horário marcado e ainda a visitar todos os museus públicos da cidade no mesmo dia (incluindo o Palácio Zwinger).
Se você for um visitante The Flash, ou voltar num trem mais tarde do que o meu, pode ainda fazer uma ou outra visita adicional, como ao Palácio Zwinger (que tem um lindo jardim barroco), a Igreja de Nossa Senhora (dá para subir na cúpula) e a Ópera Semper (tem visitas guiadas). Mas se a intenção for uma visita mais extensa, é melhor fazer de Dresden uma escala com dois pernoites.
Onde ficar em Dresden
Resolveu se demorar um pouquinho mais em Dresden? Ótimo.
Para os fãs de hospedagem perto de estação central (sempre uma boa, na Alemanha), o InterCity fica exatamente em frente ao terminal. No calçadão da Pragerstrasse, que liga a estação ao centro histórico, há três Ibis: o Bastei, o Königstein e o Lilienstein.
No coração barroco de Dresden, com todas as atrações da cidade à porta, considere os moderninhosInnside by Meliá e Motel One am Zwinger; os elegantes QF e Hotel de Saxe; ou o supereconômico Ibis Budget Dresden City.
Quem preferir ficar junto à noite animada de Neustadt — a Cidade Nova, onde estão os barzinhos bacanas e os restaurantes freqüentados pelos moradores, não pelos turistas — deve reservar o CityHotel Stadt Dresden ou escolher entre hospedagens alternativas como o bom Hostel Louise 20 (onde os quartos são privativos, mas os banheiros, compartilhados).
Ricardo Freire viajou à Alemanha à convite do Turismo da Alemanha mas foi a Dresden por conta própria.
Leia mais:
- Guia de Berlim no Viaje na Viagem
- Dicas de Praga no Viaje na Viagem
- Dicas de Hamburgo no Viaje na Viagem
- Dicas de Hannover no Viaje na Viagem
- Dicas de Munique no Viaje na Viagem
- Dicas de Viena no Viaje na Viagem
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97 comentários
Estou planejando fazer uma pit stop em Dresden, saindo de Berlim, seguindo para Praga. Mas não pretendo dormir em Desden, há algum locker ou armário na estação, para eu deixar as malas e pegá-las depois?
Olá, Diego! Sim, há locker em Dresden!
Gostaria de saber se ao parar em Dresden na estação de trem há lugar para guardar as bagagens. grata
Olá, Carolina! Há guarda-volumes, sim!
olá, vocês saberiam dizer qual é o tamho máximo destes guarda-volumes em Dresden?
Olá, Ana Cíntia! Não sabemos, e as estações estão sempre em constante mudança. Viaje com mala M. Não viaje com mala G. Tome essa consulta como uma boa conspiração do universo para você tomar coragem e viajar melhor.
https://www.viajenaviagem.com/2018/06/malas-viaje-leve/
Olá equipe do VNV e companheiros de viagem!
Queria saber se alguém fez este roteiro de carro – Berlim / Praga – com stop em Dresden, se vale a pena, quanto tempo enfim…pois depois de Praga vamos a Munique e pensamos em alugar o carro para percorrer os arredores de Munique, ir até o Castelo de Nie…(aquele da Cinderela) enfim…se alguém puder dar umas dicas, agradecemos! Abs a todos.
Olá, Dagmar! O carro é um meio de transporte imbatível para percorrer estradas vicinais e territorios demarcados. Se for para ir de uma cidade grande a outra, só vai trazer dor de cabeça, para entrar na cidade, para sair da cidade, para se locomover na cidade. Deixe para alugar quando for percorrer os arredores de Munique.
Fiz essa viagem em setembro passado. Parei em dresden que é uma cidade muito bonita. Fiquei por volta de 4 horas. Saímos de Berlim e almoçamos em dresden. Tudo dá para percorrer a pé. Depois fomos para praga. Viagem tranquila com as autobahns seguras e excelentes para pisar fundo. Deixamos o carro em Munique no aeroporto(chegamos tarde da noite) depois de ter deixado as malas no hotel. Depois alugamos um carro pra ir até o castelo e seguimos depois para salzburgo. Munique se faz tudo através de transporte público. Não fique com o carro lá. Não vale a pena. Peguei de novo o carro na estação central de trem de Munique.
Esqueci de comentar que fiz esse pitstop em Dresden, entre Praga e Berlim, em dezembro último. Confirmando a sugestão do Ricardo, ficar próximo à estação de trens é sempre um bom negócio na Alemanha, apesar de às vezes, não serem lugares (bairros) muito interessantes (algumas vezes, você estará na “zona”, mas não acredito que sejam lugares perigosos), sempre tem a facilidade para chegar e sair de trem (como no meu caso, nessa última viagem), sem necessidade de usar transporte, e também, pelo fato de as estações terem sempre uma espécie de “praça de alimentação” cujos quiosques costumam ficar abertos até mais tarde (22h, 23h) do que o comércio normal, facilitando pra comer um sanduíche, um kebab, ou comprar croissants, água ou vinho para levar pro hotel.
Fiz um pit-stop de 48h (é o tempo máximo de stopover), ficando duas noites é bem legal pois dá para curtir melhor a cidade: centro histórico, museus e Äussere Neustadt, onde fica, inclusive, a Kunsthofpassage, com aquela famosa fachada cujas tubulações tocam música com a água da chuva.
Fiquei no Intercity e gostei muito, na verdade foi um padrão que adotei para toda a viagem, ficar em hotéis próximos à estação ferroviária (fiz toda a parte terrestre com trem), o mesmo em Berlim, no (novo) Intercity junto à Hauptbahnhof. Além da ótima relação custo-benefício, eles ainda dão um cartão para uso do transporte público durante o período de estadia, o que é muito conveniente em Berlim, cidade muito espalhada e com ótimo sistema de transporte.
Fiz Dresden como pitstop entre Berlim e Praga no final de 2013 (última semana de dezembro!)
Foi uma surpresa encantadora!!! Não sou uma pessoa de museus, então foquei mais nas caminhadas, que são perfeitas por lá!!
Meu relato sobre dresden:
https://www.omundoaomeualcance.blogspot.com.br/2014/09/encantadora-dresden.html
Bom dia! Estive lá no ano passado saindo de Berlim rumo à Praga. É fantástica, vale muito a pena a visita. Não havia pesquisado muito a fundo e foi uma surpresa. Esse painel da de azulejos (foto) é enorme, maravilhoso; aliás tudo em Desden é imponente. Deu saudades… : )
Já fiz também, como bate-e-volta de Berlim. É imperdível!!!
https://wp.me/sb5B6-dresden
Fiz como pit stop entre Berlim e Praga e recomendo, é linda.
Mas passamos uma noite em Dresden para poder curtir um pouco mais da cidade.
Só cuide com os feriados. Acabamos indo dia 03 de outubro, que para nós não quer dizer nada mas lá é feriado. Se você só tem um dia na cidade melhor que não seja um feriado.
Fizemos este bate-e-volta em 2012. Vale muito!!!