Guia de São Paulo
Um passeio nipônico fora da Liberdade: conheça a Japan House, em São Paulo
Bem no comecinho da mais paulista das avenidas, uma bonita e diferente estrutura de madeira chama a atenção no meio de tantos prédios comerciais. A fachada, composta de madeiras centenárias trazidas do Japão, faz parte da criação assinada por Kengo Kuma especialmente para o prédio da Japan House, um ‘instituto’ cujo objetivo é difundir a genuína cultura da Terra do Sol Nascente no mundo.
Há apenas três dessas casas no planeta, todas criadas e mantidas pelo governo japonês. As outras ficam em Londres e em Los Angeles. A de São Paulo foi inaugurada em maio de 2017 e desde então já recebeu milhares de pessoas entre brasileiros e gringos interessados nas exposições e workshops que acontecem ali.
A Japan House é pequena: são apenas dois andares, além do térreo. No dia da minha visita, em setembro de 2017, um dos espaços recebia quase 80 fotos e vídeos na exposição Satoyama, feita em parceria entre o chef de cozinha nipônico Yoshihiro Narisawa e o fotógrafo brasileiro Sergio Coimbra. O trabalho deles, a ser lançado em forma de livro, mostra em imagens as criações de Narisawa, que procura agregar novos sabores à cozinha de seu país respeitando a natureza e seus ciclos a partir do conceito de ‘satoyama’, ou ‘alimento para o corpo e a alma’.
Assim, a presença do meio ambiente é bastante forte nos pratos, como na Soil Soup (sopa de terra), na Water Salad (salada de água) ou a Essence of the Forest (essência da floresta, com bardana, ervilhas e soja servidas sobre uma grande base de madeira como prato). O evento vai até 12 de novembro de 2017.
Os temas das exposições variam, mas em comum sempre trazem novidades vindas diretamente do Japão.
Separado do espaço de exposições por uma placa metalizada vazada revestida de washi (um papel feito artesanalmente a partir das fibras de alguns arbustos japoneses), também criada por Kuma, está o restaurante do chef Jun Sakamoto. Ali são servidos tartares, sashimis e sushis, assim como pratos com verduras e outras carnes, saquês, além de sobremesas como crème brûlée de chá-verde ou sorvete de maçã verde. O restaurante funciona de terça a sexta das 12h às 15h e das 18h às 22h; aos sábados, domingos e feriados, das 12h até o horário de fechamento da Japan House.
Já o primeiro andar abriga salas que recebem palestras e workshops normalmente gratuitos. Consulte a agenda para se programar. A partir de uma hora antes do evento é possível retirar a sua senha de entrada. Costuma haver transmissão ao vivo pela página do Facebook da Japan House e eventualmente as palestras também ficam disponíveis no site. Por ali já passaram o próprio Narisawa, os artistas Kohei Nawa, Kamori, o designer Kenya Hara e até o produtor Takayuki Aoki, do Studio Ghibli. Todos contaram com tradução simultânea.
O térreo, além da recepção, também oferece um espaço de exposições. Espuma, do artista Nawa, trará uma escultura transitória com formato de nuvem que se modificará conforme a passagem do tempo, mostrando sua constante transformação.
É também no térreo que está a maior preciosidade da Japan House; uma biblioteca com aproximadamente dois mil livros que podem ser livremente consultados enquanto se está no local. E há publicações de todo tipo de assunto: arquitetura, turismo, kabuki, cosplay, mangás gastronomia… Uma pequena área externa, com duas instalações, também pode ser usada para descansar.
Ainda no espaço há o Imi Café, que traz quitutes japoneses e chás junto de salgadinhos brasileiros tradicionais, e duas lojas de artigos nipônicos, a Madoh, que vende utensílios de casa, alguns itens alimentícios e peças de decoração e a Furoshiki, no 1o andar, que usa a técnica de amarração de mesmo nome em bolsas e embalagens. Há elevador no prédio.
Um museu divertido
Vai parecer engraçado, mas o banheiro da Japan House também merece uma visita, só pela curiosidade: ele faz autolimpeza e tem assentos aquecidos, além de controle de jatos de água para fazer a higiene.
A Japan House fica a poucos metros do Metrô Brigadeiro (Linha Verde), provavelmente a forma mais rápida de chegar ao local, e há diversas linhas de ônibus que passam pela avenida Paulista e a rua Treze de Maio. Há estacionamento terceirizado no subsolo.
- Avenida Paulista, 52 | Tel.: 11/ 3090-8900 | De terça a sábado das 10h às 22h, domingos e feriados das 10h às 18h | Entrada gratuita
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7 comentários
Já fui várias vezes. Gosto bastante e aproveito para conferir a exposição da Casa das Rosas que fica na frente, comprinhas no Shopping Paulista, que fica ao lado, e por aí vai. Uma tarde na Av. Paulista.
Cada um tem sua opinião e gosto. De fato, a Japan House é Clean, mas vale muito a pena ser vista pela belissima arquitetura, pela delicadeza e sofisticação de cada espaço, de cada detalhe que compõe este sofisticado local. Um pedaço do civilizado e culto Japão, um tanto quanto estranho para nós, ocidentais.
Complementando: uma ótima opção a poucos metros dali é o Sesc Avenida Paulista. No momento, há uma exposição MUITO bem produzida e interativa, com realidade virtual, no 5º andar. E no terraço tem uma vista muito bacana da cidade, com um café.
Minha opinião: só vale a pena se você estiver passando por lá, sem maiores programações, já que é gratuito.
Simplesmente não tem “nada”… Três andares, sem nada pra ver nos andares de cima. Notei várias pessoas também sem entender o esquema do local. A exposição do momento só tem 3 obras. Deu a impressão que o propósito é ser um expositor de produtos japoneses overpriced.
Resumindo, é uma coisa meio sem propósito, só dê uma passada com tempo livre se estiver de bobeira pela região. Não faça como eu, que esperei mais do local e peguei um Uber para chegar lá.
Meu filho adora a cultura japonesa. Em setembro iremos à São Paulo e visitaremos a Casa Japão, seguindo suas sugestões. Valeu!
Na verdade, a Japan House de SP é a primeira a ser aberta, as demais ainda não abriram.
Já estava na minha lista, agora, com mais razão, vou visitar a Japan House na minha próxima visita a São Paulo!