O que fazer em São Luís

Guia de São Luis

O que fazer em São Luís

O melhor de São Luís – o Centro Histórico – cabe direitinho num passeio de um dia.

Com mais tempo, você pode visitar a incrível Alcântara. Pode também pegar praia ou passear em Raposa.

Só não invente de fazer passeio bate-volta de um dia aos Lençóis Maranhenses: é muito longe e num dia só você não aproveita nada.

Veja aqui nesse post como organizar o que fazer em São Luis.

A Bóia recomenda:

O que fazer em São Luís: Centro Histórico

O lindo centro histórico de São Luís vive um momento contraditório. Por um lado, a área nunca esteve tão limpa, organizada e segura. Ou seja: passear e fotografar o casario e os azulejos está mais agradável do que nunca.

Por outro lado, muitos equipamentos culturais estão fechados (como a Casa do Maranhão e a Casa da Festa) ou com funcionamento muito restrito (caso do Teatro Arthur Azevedo, que só está oferecendo visitas guiadas às quartas-feiras à tarde). É uma pena, porque a visitação aos museus torna a experiência de passear pelo centro histórico muito mais rica.

A novidade do centro histórico é o Centro Cultural Vale Maranhão, que acaba suprindo a falta de empenho governamental em manter seus espaços culturais funcionando.

As perspectivas, porém, são boas. Dois casarões (um deles, onde funcionava a Casa do Maranhão) vão virar hotéis-butique da rede portuguesa Vila Galé, o que deve ajudar a reativar o circuito cultural no médio prazo.

E está prometida para a qualquer momento a inauguração de um espaço dedicado ao bumba-meu-boi no Museu Ferroviário, com parte do acervo que era exibido na Casa do Maranhão. Assim que soubermos do seu funcionamento, atualizaremos aqui.

Quando visitar o Centro Histórico?

  • O melhor dia é quarta-feira: tudo funciona, incluindo a visitação ao Teatro Arthur Azevedo, à tarde.
  • Os piores dias são domingo e segunda: domingo está tudo fechado, e segunda-feira, quase tudo.

Itinerário sugerido no Centro Histórico

Casa das Tulhas

O mercado do centro histórico é a Casa das Tulhas, que ocupa um quarteirão inteiro entre as ruas da Estrela, Portugal, da Feira e Djalma Dutra. É uma mistura de mercado ‘de verdade’ (tem peixaria, açougue, bancas de frutas, farinhas e especiarias) e feirinha para turistas, onde dá para comprar vários produtos típicos e levar como souvenir.

Para ver as bancas do mercado ‘de verdade’, venha de manhã. Mas os stands de produtos típicos e lembrancinhas funcionam até de tarde. Você vai poder comprar tiquira, a aguardente (roxa) de mandioca que é típica do Maranhão; doce de espécie (uma queijadinha de coco feita em Alcântara); farinha grossa de mandioca (a preferida do Maranhão à Amazônia) e curiosas garrafas de cachaça com caranguejos dentro (precisando de um presente bem exótico, fica a dica).

Informações práticas – Casa das Tulhas

Centro Cultural Vale Maranhão

Diante da negligência do estado com seus atrativos, o Centro Cultural Vale Maranhão se tornou o equipamento cultural mais importante do centro histórico de São Luís.

O próprio casarão em que o centro cultural está instalado já vale a visita: perceba eram as moradias da elite ludovicense da época colonial, com pátio sombreado e corredores ventilados.

As exposições são sempre temporárias – mas com padrão nota 10 de museologia. Atenção: fecha às segundas, domingos e feriados.

Informações práticas – Centro Cultural Vale Maranhão

Casa de Nhozinho

A Casa de Nhozinho é um casarão dedicado à obra e à influência de Mestre Nhozinho, um grande artista popular maranhense que continuou criando mesmo com o avanço de uma doença degenerativa.

Teares de rede, barcos, bonecos e toda sorte de miniaturas estão entre as obras do artesão.

Informações práticas – Casa de Nhozinho

Casa do Tambor de Crioula

Aberta em 2018, a Casa do Tambor de Crioula não é um museu convencional, mas um centro cultural devotado a esta dança maranhense.

Nascido nos terreiros, o tambor de crioula é dançado por mulheres dispostas em círculo, ao som de atabaques. Durante a dança, duas dançadeiras de cada vez saem das bordas e vão para o centro do círculo, onde evoluem e terminam o movimento com a umbigada – o cumprimento de barriga.

Uma pequena exposição, incluindo painéis, vídeos e figurinhas de cerâmica, mostra como o tambor de crioula nasceu e é dançado. Mas a Casa é também um centro de estudos do tambor de crioula, com biblioteca e oficinas de dança e percussão.

Informações práticas – Casa do Tambor de Crioula

Museu do Reggae

Compacto e descontraído, o Museu do Reggae conta a história da conquista do Maranhão pelos sons da Jamaica.

O acervo físico traz capas de discos jamaicanos e maranhenses, compactos raros, objetos de culto (como uma guitarra da Tribo de Jah) e uma réplica da radiola Voz de Ouro Canarinho, uma das primeiras a tocar reggae para os maranhenses dançarem (agarradinhos, à moda local, como se fosse forró).

Veja também dicas de bares de reggae em São Luís e conheça o Reggae Cruise.

Informações práticas – Museu do Reggae

Teatro Arthur Azevedo

Inaugurado em 1817, o Teatro Arthur Azevedo só perde para o de Ouro Preto (de 1770) no quesito teatro mais antigo do Brasil. (Para comparar: o Teatro Amazonas é de 1896; o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, de 1909; o Theatro São Pedro de Porto Alegre, de 1858).

Da mesma maneira que o Teatro Amazonas se deve à riqueza do ciclo da borracha, o Teatro Arthur Azevedo foi construído com a riqueza do ciclo do algodão maranhense. Seus fundadores eram comerciantes portugueses, que lhe deram o nome de Teatro União para celebrar a relação entre Portugal e sua então colônia. O teatro só ganharia o nome do escritor maranhense Arthur Azevedo em 1921.

Infelizmente as visitas guiadas estão sendo oferecidas apenas na quarta-feira à tarde. Há dois tipos de visita: a curta, de 20 minutos de duração, e a longa, de 1 hora. Prefira a de uma hora, que leva até os ‘bastidores’ do teatro, incluindo o maquinário.

Quando visitar, verifique se não há ingressos para algum espetáculo durante a sua estada. Assistir a uma apresentação como espectador é o complemento ideal à visita.

Informações práticas – Teatro Arthur Azevedo

Palácio dos Leões

Sede do governo estadual, o elegante Palácio dos Leões oferece visitas guiadas (e gratuitas) de 3ª a domingo.

O prédio faz parte do Forte de São Luís, construído durante a invasão francesa no topo de uma colina à beira-mar. A construção inicial é de 1612, mas dela nada restou: o palácio foi reconstruído, ampliado e reformado muitas vezes.

Os visitantes percorrem uma das alas do palácio, onde podem apreciar os móveis, quadros, esculturas, porcelanas e pratarias do acervo.

Informações práticas – Palácio dos Leões

Mais atrações

Praias de São Luís

Uma boa notícia: nos últimos anos, a maior parte da orla urbana de São Luís recuperou a balneabilidade. Apenas um trecho da praia de São Marcos segue impróprio. A praia do Calhau tem estado própria para banho. Você pode conferir na página de balneabilidade do site da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

A orla de São Luís oferece praias típicas do litoral brasileiro voltado para o norte: retas, com faixa de areia larga e grande variação de maré – por isso, ótimas para caminhar na maré baixa, quando aparece a areia mais dura. A cor varia do azul na época seca sem ventos (início do segundo semestre) ao café com leite na época das chuvas (primeiro semestre).

Algumas barracas são diferenciadas. A mais interessante para passar o dia, na minha opinião, é a Landruá.

  • Landruá Mariscos | Av. Litorânea 13 A | Tel.: (98) 3233-6781 | Instagram

Reggae

Como você verá no Museu do Reggae, o reggae no Maranhão se dança agarradinho, como se fosse forró.

Quer ver como a coisa acontece ao vivo? A maioria dos clubes de reggae está situada em bairros periféricos da cidade. Os melhores lugares para conseguir uma lista atualizada dos dias e lugares de festa são o próprio Museu do Reggae, as recepções dos hostels ou o Reggae Cruise.

Esses são os melhores lugares para cair no reggae sem se afastar da zona central de São Luís (vá e volte de Uber):

  • Bar do Nelson | Av. Litorânea, 135 – finzinho da praia do Calhau | 5ª e sábado | Instagram
  • HabeasCopos | Escadaria da Rua da Palma – Centro Histórico | Várias noites | Instagram
  • Rotatória Roots | Av. Guaxenduba, 68 – Centro | Sábado | Instagram

Reggae Cruise

Idealizado e conduzido pelo veterano DJ Ademar Danilo, o Reggae Cruise tem saídas na época seca nos fins de tarde domingo (e em algumas noites de lua cheia).

O barco passeia pela orla de São Luís ao som do melhor reggae. Há também saídas em outros pontos, como Raposa. Confira a programação na página do passeio no Instagram.

  • Reggae Cruise | WhatsApp: (98) 98137-2423 | Instagram

Raposa, São José de Ribamar e Fronhas Maranhanses

São Luís divide a mesma ilha (Ilha de São Luís, ou Tupaon-Açu) com mais três municípios. Dois deles têm vilarejos de pescadores que rendem bate-voltas.

A 30 km de São Luís saindo pela Av. dos Holandeses, Raposa entrou no mapa turístico por conta de dois atrativos: o Corredor das Rendeiras, onde rendeiras produzem e vende artigos em renda de bilro, e o passeio de barco à ilha Carimã, onde se encontram paisagens semelhantes às dos Lençóis Maranhenses (apelidadas de Fronhas Maranhenses) – mas sem a mesma cor de águas das lagoas dos Lençóis. O passeio de barco só pode ser feito durante a maré cheia.

A 30 km de São Luís pela MA-201, São José de Ribamar é a ‘capital religiosa’ do Maranhão. Seu maior atrativo é uma estátua gigante de São José. Agências de São Luís vendem passeios à região.

Bumba-meu-boi

O bumba-meu-boi é uma festa junina. A temporada começa no fim de maio, com os ensaios, tem seu auge em junho e se encerra em julho, com os enterros dos bois. A maior parte dos eventos acontece nas comunidades que mantêm seus bois.

Em São Luís, as apresentações acontecem na segunda quinzena de junho, em arraiais espalhados pela cidade, com programação noturna. Os bois não saem desfilando pela rua: apresentam-se em palco, como num show.

A programação costuma misturar bois de diferentes ‘sotaques’ (estilos). O mais rico musicalmente é o sotaque ‘de orquestra’, que incorpora instrumentos de sopro (o grande nome no gênero é o Boi de Axixá).

Preste atenção nos brincantes: todos desempenham papéis e têm uma coreografia específica. Há os caboclos de fita, os índios, os vaqueiros… Os bois de sotaque ‘da Baixada’ traz um personagem especial: o Cazumba, mascarado e narigudo, que representa os espíritos da floresta e zanza comicamente pelo palco.

Todos os sotaques, porém, trazem as estrelas da história do bumba-meu-boi. Tem Mãe Catirina, a escrava grávida que tinha desejo de comer língua de boi.

Tem Pai Francisco, seu marido, que mata um boi para satisfazer o desejo da mulher. Tem o Dono da Fazenda, que sente falta do boi e vai atrás de pai Francisco para trazer o bicho de volta. E, claro, tem o Boi, que acaba sendo ressuscitado por um pajé — e cuja volta à vida é o motivo dessa festa toda.

O brincante que conduz o Boi é chamado de Miolo, e também é uma estrela — é preciso muita força, destreza e malemolência para executar os movimentos estonteantes do boizinho em cena. De vez em quando, o Miolo vai expor a cara (fique de olho).

Onde assistir ao bumba-meu-boi em São Luís

Durante os festejos oficiais de São João, há muitos arraiais espalhados pela cidade. Esses são os arraiais mais próximos das zonas hoteleiras: o Arraial da Praça Maria Aragão, em frente à Igreja Nossa Senhora dos Remédios, junto ao Centro Histórico, e o Arraial do Ipem (Av. A, 187, Jardim Renascença).

Os arraiais é que são ambientes bastante seguros, freqüentados por famílias com crianças pequenas. O do Ipem é particularmente bem-organizado.

E no centro histórico?

A Praça Nauro Machado, no coração do centro histórico, tem apresentações de bumba-meu-boi só nas sextas e sábados, tanto nas prévias quando durante o São João.

Leia mais: Bumba-meu-boi em São Luís: que bonito é

Alcântara

A 1h20 de viagem (turbulenta) de barco, Alcântara é, na minha opinião, o ponto alto de uma visita a São Luís.

Seu casario está mais bem-conservado, e suas ruínas são ruínas mesmo, com aparência, textura, imponência e pose de ruínas.

Veja como chegar a Alcântara e a diferença entre fazer o bate-volta e pernoitar por lá na página de Alcântara.

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    Bate-volta aos Lençóis Maranhenses

    Travessia a pé dos Lençóis Maranhenses

    Sim, existem agências que vendem. Mas veja: não vale a pena ir e voltar no mesmo dia. Entre ida e volta, você vai rodar quase 8 horas pela estrada.

    Se o passeio às lagoas for feito em Barreirinhas, ainda vai chacoalhar mais 50 minutos em jardineira, na areia, entre a cidade e as lagoas (e outros 50 minutos para voltar). Tudo isso para ficar de 90 minutos a duas horas nas dunas.

    É muito sacrifício, Brasil.

    Deixe para visitar os Lençóis quando você tiver tempo de ficar por lá pelo menos duas noites — durante os três meses em que há sol e lagoas com bom volume d’água: do fim de junho ao fim de setembro.

    Para roteiros prontos e detalhes de deslocamento, clique:

    115 comentários

    Olá! Sempre sigo as dicas daqui nas minhas viagens pois são ótimas. Queria uma dica de roteiro curto para São Luis. Chego em 27/12 à tarde e tenho que estar em Parnaíba dia 31 pela manhã. O que vc sugere?
    Obrigada

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