Guia de Santo André da Bahia
O que fazer em Santo André
Santo André é perfeita para o descanso (com distanciamento social, inclusive). Mas se você quiser, há muitos passeios e atividades à sua escolha. Veja o que fazer em Santo André.
A Bóia recomenda: Santo André
Clique nos nomes em azul para ver os detalhes
Curta o sossego das praias o quanto puder
Se for à praia do Guaiú, não deixe de almoçar na Maria Nilza (de 4ª a domingo)
Em Belmonte, visite o Museu das Cadeiras Brasileiras — se o horário da maré permitir, combine com a travessia a Canavieiras
Em Porto Seguro, faça a visita à Reserva da Jaqueira, dê um pulinho na Cidade Histórica e almoce num dos restaurantes da Praia do Mutá
Praias em Santo André
Praia da Ponta de Santo André
Primeira praia depois da beira-rio, a Praia da Ponta de Santo André concentra as barracas populares. São simples, mais cheias de dignidade: as cadeiras são de madeira, não de plástico. O atendimento tem a simpatia nativa. O mar raramente tem ondas neste ponto.
Praia de Santo André
A maior atração da praia de Santo André é a baixíssima densidade demográfica da praia. Ao longo da enseada você vai caminhar praticamente sem precisar desviar de cangas ou espreguiçadeiras. O mar é constantemente calmo, com ondulação discreta.
A pousada Vila Araticum tem um ótimo bar de praia junto à areia, aberto ao público — se quiser, você pode passar para o restaurante.
A pousada Victor Hugo também oferece bar de praia e restaurante para não-hóspedes.
A Casa Praia funciona como barraca de praia e tem acesso direto pela estrada principal, com estacionamento.
Praia das Tartarugas
O canto norte (esquerdo) da praia é conhecido como Praia das Tartarugas, delimitado por um manguezal. Na maré baixa, vira uma piscininha. Na temporada, o beach bar/restaurante Fazenda Amendoeira costuma abrir.
Praia de Santo Antônio
8 km ao norte da vila, a praia de Santo Antônio tem areia mais dura (e também mais escura) que a de Santo André. O movimento das marés é mais radical, e na e maré baixa durante as luas cheia e nova a praia fica bastante rasinha. Recentemente, ganhou um grande atrativo para passar o dia: o super bem-montado restaurante Maroca Praia.
Praia do Guaiú
A 13 km da vila, na direção norte, a praia do Guaiú ainda tem aspecto selvagem — e oferece como bônus o banho de água doce na foz do rio Guaiú. Outro encanto da praia é o charme (e a comida deliciosa) de Maria Nilza, que atende no brejeiríssimo restaurante Aqui Eu Maria Nilza na esquina do riozinho com o mar.
Passeios de barco
Escunas e chalanas levam grupos enormes de passageiros vindos de Porto Seguro para passeios marítimos e fluviais na região de Santo André.
Mas para você que está hospedado na vila, o ideal é fretar um barco para fazer passeios privativos. Por R$ 350 ou R$ 400 (o preço de um passeio de bugue em outras praias) já dá para contratar um barqueiro.
No mar, você escolhe entre chegar aos corais de Coroa Alta ou do Araripe. Vá na maré baixa para poder mergulhar.
O rio João de Tiba também é lindo de percorrer, tanto de dia quanto ao pôr do sol. Durante o dia, da para programar uma parada para um almoço caseiro à beira-rio.
Sua pousada pode ajudar a contratar um barco privativo ou encaixar você num passeio com outros passageiros, diminuindo custos.
Se você vem de fora ou quer negociar o passeio diretamente, procure o Carlindo (tel. 73 99142-1004).
Leia também sobre a travessia de voadeira a Canavieiras pelo delta do Jequitinhonha.
Passeios a cavalo
As areias firmes, as grandes extensões de praias semi-selvagens e os haras da região fazem de Santo André um destino especial para praticantes de equitação. Sua pousada tem os contatos.
Pesca oceânica
A pesca esportiva oceânica é outro hobby que atrai visitantes caixa-alta a Santo André. Se dinheiro não for problema, você consegue fretar lancha e equipamento na região e sair à caça do marlim azul. Sua pousada tem os contatos.
Yoga
A vila de Santo André tem muitos moradores que praticam yoga, e costuma receber estrelas nacionais e estrangeiras para encontros e workshops. A Pousada Ponta de Santo André costuma ter uma agenda de eventos — comece sua pesquisa por lá.
Passeio a Belmonte
A 50 km na direção norte, Belmonte é uma antiga cidade cacaueira que repousa solenta à margem sul do Jequitinhonha.
Nas ruas próximas ao rio, casarões em estilo neoclássico e art-déco são prova da opulência do auge do cacau — e o mau estado de alguns deles revela a decadência econômica da região. Muitos casarões, no entanto, já foram restaurados. E essa mistura de fachadas reluzentes e decrépitas deixa a visita ainda mais interessante.
Um bom lugar para almoçar é o restaurante Taberna, que fica à beira-rio, na praça da igreja (serve almoço até pouco depois das 15h).
Se você for entre 3ª e 6ª feira (ou se agendar uma visita para sábado ou domingo), pode incluir no seu roteiro o Museu das Cadeiras Brasileiras (leia aqui).
Caso o horário das marés seja favorável, é possível encaixar no passeio a travessia a Canavieiras pelo delta do Jequitinhonha (leia aqui).
Veja como chegar a Belmonte aqui.
Museu das Cadeiras Brasileiras
Um dos maiores arquitetos e designers do Brasil, José Zanine Caldas, nasceu e cresceu em Belmonte. Sua casa está sendo restaurada para se tornar um museu abrigando sua obra.
Enquanto o museu não fica pronto, uma casinha branca na mesma rua funciona como esquenta para os aficionados de design. O Museu das Cadeiras Brasileiras foi criado por Zanini de Zanine, filho do grande arquiteto e ele próprio um designer do primeiro time.
Em duas salas, o Museu das Cadeiras Brasileiras funciona como um mostruário de cadeiras de design brasileiro, de irmãos Campana a Sergio Rodrigues — incluindo dois exemplares de artistas naïf de Belmonte.
O espaço exíguo e a informalidade da exposição não fazem do lugar um “museeeeu” convencional. Mas o acervo é lindo — e a experiência de mergulhar em design contemporâneo numa cidadezinha perdida no sul da Bahia, inusitada.
Informações práticas
Como chegar a Belmonte
Se você está de carro, é só pegar a estrada na direção oposta à balsa. São 50 km em bom estado (a partir do distrito de Mogiquiçaba, um tapete).
A corrida de táxi custa entre R$ 80 e R$ 100 por trecho. Dependendo de quantas horas você permanecer em Belmonte, pode negociar um passeio de ida e volta com desconto.
O jeito low-cost de ir de Santo André a Belmonte é de ônibus de linha. A viação Expresso Brasileiro sai da chegada da balsa de Cabrália às 5h20, 7h50 e 16h20, e volta da rodoviária de Belmonte às 6h50, 13h50 e 17h50. A viagem leva até 90 minutos e a passagem custa R$ 10 por trecho.
Travessia a Canavieiras
Na foz do Jequitinhonha há um emaranhado de canais entre ilhotas que ostentam viçosos manguezais. Você pode fazer essa travessia de duas maneiras: aproveitando o transporte regular de passageiros entre Belmonte e Canavieiras, ou contratando um passeio turístico.
Transporte regular
Durante a maré alta, voadeiras (pequenas lanchas a motor) fazem a travessia de passageiros Belmonte, na foz do Jequitinhonha, e Canavieiras, na foz do rio Pardo. A travessia custa R$ 30 por pessoa, por trecho, e pode ser contratada na hora. Como o horário muda todos os dias de acordo com a maré, vale a pena ligar para um dos operadores e saber a hora da partida. O Sérgio atende por WhatsApp (tel. 73 99993-9472).
A travessia de passageiros vai pelo caminho mais rápido. Mesmo que não se embrenhe pelos canais mais estreitos, dá um bonito passeio em modo econômico — indicado sobretudo para quem está viajando sozinho. Você pode voltar com a mesma voadeira ou seguir viagem a Ilhéus ou Itacaré.
Passeio turístico
O jeito mais bacana de fazer a travessia é contratando um passeio. O barqueiro vai escolher o caminho mais bonito, passando pelos canais mais estreitos do rio Passuí, e fazendo paradas para banho (a mais pedida é na prainha de Barra do Peso). Vai dar tempo de dar uma voltinha por Canavieiras, que é uma espécie de prima rica de Belmonte — a cidade tem um comércio mais ativo e seus casarões à beira-rio estão mais conservados.
Combine o passeio com o Bira (WhatsApp 73 99995-7969).
Veja como chegar a Belmonte.
Passeios em Porto Seguro
Quem escolhe Santo André como destino normalmente só está interessado numa coisa de Porto Seguro: o aeroporto. Mas vale a pena esquecer suas implicâncias com Porto Seguro para fazer dois passeios que valem muito a pena:
Reserva da Jaqueira
Fundada em 1998 por três irmãs pataxó, a Reserva da Jaqueira se caracteriza pela resistência cultural. As 34 famílias que ocupam a reserva fazem questão de usar ornamentos e pinturas tradicionais e de se comunicar entre si em patxohã, o idioma pataxó.
A comunidade vive do turismo: todas as manhãs recebe visitantes para um interessantíssimo programa de imersão no universo pataxó.
O horário marcado para o início da visita é 9h — mas os primeiros 45 minutos não têm atividades fixas. Os visitantes podem zanzar pela área de circulação livre da reserva: dá para bisbilhotar a feira de artesanato, testar suas habilidades no arco e flecha, fazer pinturas faciais e tomar infusões de plantas da floresta.
Perto das 10h todos os visitantes se reúnem numa choça para ouvir a história do povo pataxó contada por uma das fundadoras da reserva. É um momento muito tocante: a primeira vez que muitos de nós terão ouvido o outro lado da história.
Depois da palestra acontece um ritual com canto e dança — no finzinho, os visitantes participam.
Depois disso os forasteiros são divididos em pequenos grupos conduzidos por moradores da reserva. O passeio inclui paradas na escola comunitária (bilíngüe português-patxohã), no viveiro de árvores da mata primária, numa choça sagrada (onde não podemos entrar), na choça do pajé e num pequeno museu de arte patachó. Antes de ir embora, há uma provinha de peixe assado à maneira tradicional.
É um passeio muito bem-organizado e cheio de qualidades. Abstraia o comportamento de alguns visitantes, concentre-se na bela demonstração de auto-estima pataxó, e você vai curtir o passeio tanto quanto eu curti.
Informações práticas
Cidade histórica de Porto Seguro
Porto Seguro acabou se desenvolvendo na esquina do rio Buranhém com o mar, mas a cidade original ficava no alto da falésia. Moradores mais antigos ainda conhecem o centro histórico como ‘Cidade Alta’, mas hoje o mais comum é chamar de ‘Cidade Histórica’, mesmo.
O urbanismo colonial português, por ali, não foi desfigurado. Na praça principal estão a Igreja de Nossa Senhora da Pena, padroeira da cidade, a Casa de Câmara e Cadeia (funcionava como sede do governo no térreo e andar de cima, e como masmorra no porão) e o Marco do Descobrimento, a coluna de pedra com as armas portuguesas que serviam como certidão de posse de Portugal nos territórios conquistados — e que aqui está devidamente protegido por vidro blindado. Caminhe até a beira da falésia: a vista é magnífica.
Há outras duas praças. A mais próxima da entrada do sítio histórico é um descampado onde está a Capela de São Benedito, junto às ruínas do colégio jesuíta. E a terceira praça tem a Igreja da Misericórdia, sempre fechada, e um farol que não é dos tempos coloniais.
As praças são ligadas por ruelas de casinhas coloridas, algumas transformadas em lojinhas. Infelizmente não há nada que funcione à noite.
Não deixe de entrar Museu de Porto Seguro, que funciona na Casa de Câmara e Cadeia. A sala mais interessante é dedicada a ornamentos e utensílios indígenas, com peças rituais provenientes de vários pontos do Brasil — e urnas funerárias encontradas na região. A sala de instrumentos náuticos portugueses também impressiona. No porão, é possível entrar numa cela da antiga prisão (felizmente, os odores da época não foram preservados).
O horário ideal para visitar a Cidade Histórica seria o fim da tarde, mas infelizmente o museu fecha às 15h. Para não fritar no sol, venha de manhã cedo, antes da praia. (Ou escolha um dia nublado.)
Informações práticas
Guias de praias do Sul da Bahia
7 comentários
O conteúdo de vcs é fantástico. Muito bem elaborado. Adoro.
oa tarde !
gostaria de saber o que seria melhor vindo do RJ p Santo Andre !
Pernoite em Sao Mateus qts km do RJ
Santo Andre fica qts km de Sao Mateus
Olá, Eraldo!
Veja:
https://www.viajenaviagem.com/sul-bahia-de-carro/
Fui no Museu das Cadeiras Brasileiras em 25/10/2019, sexta-feira, mas dei com a cara na porta. Liguei para 2 números de celular que figuravam na porta, deixei recado, mas não retornaram. Segundo vizinhos, abrem aleatoriamente.
Fizemos o passeio de barco para Araripe com o Calindo e foi uma experiência incrível. Super recomendo. Além do passeio ser incrível o Carlindo é um excelente guia. Atencioso e gente boa. Contato dele (73) 99142-1004
Magnífico local super aconchegante,beleza e simpatia dos nativos.
Adorei as dicas do Ricardo
Agendei o proximo Revellion 2016
Depois conto para vcs