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Guia de Salvador

Salvador

Salvador é a cidade mais exótica que você pode conhecer sem sair do país. É um lugar onde os outros brasileiros se sentem um pouco estrangeiros, ao mesmo tempo em que descobrem o Brasil mais essencial.

Qualquer atividade que em outras cidades seria corriqueira – ir à praia, comer, participar de uma festa – em Salvador se torna uma experiência cultural, tantos são os signos estritamente locais.

Nos últimos anos, uma série de obras de requalificação urbana (incluindo uma linha de metrô ao aeroporto) devolveram a auto-estima que a cidade parecia ter perdido. Salvador está de novo cheia de si — ainda mais depois de meses em cartaz no horário nobre com ‘O Segundo Sol’.

Se não bastassem todas as suas atrações, Salvador ainda pode ser combinada na mesma viagem com alguma praia próxima, no Litoral Norte ou na Costa do Dendê.

Quando ir a Salvador

Salvador dicas: ensaio de carnaval

A melhor época para ir a Salvador é entre dezembro e o Carnaval, quando o tempo fica mais firme e a cidade está em sua plenitude.

A época a evitar é o período entre abril e maio, quando chove muito mais do que um visitante pode merecer.

Veja como se comporta o tempo (e o calendário de festas) ao longo do ano:

Dezembro, janeiro e fevereiro

Festa de Santa Bárbara Iansã Salvador

A festa de Santa Bárbara (Iansã no candomblé), dia 4 de dezembro, é a primeira da temporada das festas de largo (leia mais aqui). A festa é no Pelourinho — começa com uma missa na igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (aquela azulzinha bem no largo).

Quatro dias depois, dia 8 de dezembro, é a vez de Nossa Senhora da Conceição da Praia (Oxum no candomblé), que acontece em frente à sua igreja, na Cidade Baixa, perto do Mercado Modelo.

Essas duas festas servem para inaugurar oficialmente o verão, a melhor época para curtir Salvador. Aê, aê, aê, aê, ê, ê, ê, ê, ô oô oô oô…

Não deve ser por acaso que as festas de largo ocorram no verão. Nesses três meses, o tempo é predominantemente firme (chove pouco mais de 100 mm a cada mês). O calor (máximas de 30ºC) é amenizado pela brisa constante perto do mar. O soteropolitano sai à rua para celebrar.

O Réveillon, por sinal, oferece uma excelente relação custo x benefício. A hotelaria não triplica os preços, como acontece nos vilarejos de praia (inclusive os dos arredores). Ano após ano, encontro tarifas sempre palatáveis para a hospedagem em Salvador.

O Réveillon oficial da cidade é realizado na arena Daniela Mercury, na praia da Boca do Rio, e tem áreas gratuitas e espaços pagos. Mas há também muitas outras festas, pagas. Se não fizer questão de show, rompa a meia-noite na praia do Farol da Barra.

Mal dá para dormir. Na manhã de 1º de janeiro acontece a procissão marítima do Bom Jesus dos Navegantes — enquanto os barcos navegam enfileirados pela Baía de Todos-os-Santos, a festa profana toma conta da Cidade Baixa.

Durante todo o mês de janeiro e o período de fevereiro que antecede a folia, Salvador está em seu melhor momento: toda a energia do carnaval está no ar, sem a bagunça do carnaval.

Éssa mágica acontece nos ensaios, que é o nome que os soteropolitanos dão para shows de blocos e cantores de axé, samba-reggae e pagode que funcionam também como bailes de pré-carnaval. Para uma época tão favorável para visitar, os preços de hospedagem são bastante comportados (talvez porque logo mais, durante o carnaval, cheguem à estratosfera).

Em meados de janeiro acontece a mais famosa das festas de largo: a Lavagem da Igreja do Senhor do Bonfim (Oxalá no candomblé). Trata-se de uma procissão de 8 km (com música e bebida…) entre a igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia e a colina do Bonfim.

A data é móvel (e bem complicada de calcular): a festa é realizada na segunda 5a. feira depois do Dia dos Reis (6 de janeiro). Em 2020, a Lavagem do Bonfim acontecerá dia 16 de janeiro.

Já a festa de São Lázaro (Omolu no candomblé) é menos conhecida — acontece dia 28 de janeiro. Se você for à igreja de São Lázaro e São Roque, na Federação (fica entre o Rio Vermelho e a Barra, fora da orla), pode tomar um banho de pipoca de uma das várias mães de santo que estarão de plantão no largo.

Dia 2 de fevereiro, dedicado a Nossa Senhora dos Navegantes no calendário católico, é dia de festa no mar. A cidade acorre ao Rio Vermelho para saudar Iemanjá, na última grande festa de largo antes do carnaval.

Finamente, o Carnaval funciona como a apoteose da temporada de festas — e começa alguns dias antes do resto do Brasil. Em 2024, o Carnaval em Salvador vai de 4ª feira dia 6 de fevereiro até a manhã de 4ª feira de Cinzas, 13 de fevereiro. Leia sobre o Carnaval aqui.

Festas de largo: celebrando o sincretismo

Festa de Iemanjá Salvador

Sem liberdade para praticar a religião que trouxeram da África, os adeptos do candomblé passaram a associar seus orixás a santos católicos (um fenômeno que também aconteceu naturalmente em Cuba, mas com santos diferentes.)

Sorte dos santos. Suas festas nunca mais foram as mesmas: saíram das igrejas e ganharam as ruas. O sagrado foi obrigado a conviver com o profano — e hoje as datas católicas parecem um mero pretexto para as grandes festas do candomblé.

Música animada, bebida farta e multidões estão garantidas em toda festa de largo. E, claro, misturados ao povo, muitos batedores de carteira, versadíssimos na arte de surrupiar coisas do seu bolso ou da sua bolsa sem você perceber.

Não deixe de ir a uma festa de largo: é uma experiência 130% soteropolitana. Mas leve tudo de valor (documento, dinheiro, celular e um cartãozinho só — no máximo) numa doleira.

As grandes festas de largo ocorrem entre dezembro e fevereiro; veja aqui.

Março

Depois do carnaval, Salvador — exausta — descansa.

É como canta Rosa Passos: ‘Mês de março em Salvador, o verão está no fim‘.

Março é um mês de transição para a estação das chuvas, mas ainda bastante aproveitável. É um mês recomendável para quem quer pegar sol em Salvador mas não se interessa pela cultura do carnaval e do axé (setembro, outubro e novembro também são assim).

Abril e maio

Com mais de 300 mm de chuva cada um, abril e maio são os meses mais chuvosos do ano em Salvador. Se vier a Salvador nessa época, capriche nas atividades culturais — se der praia, será lucro.

Junho, julho

O pior do ‘inverno’ já terá passado, mas junho e julho ainda têm mais dias nublados e chuvosos do que você acharia razoável. O volume de chuvas diminui, mas ainda fica acima de 200 mm em cada mês.

No quesito temperatura, porém, é uma época bastante agradável, com mínimas de 21ºC e máximas de 26 ou 27ºC.

Junho tem uma atração extra: as festas juninas, que na Bahia são levadas muito a sério. As mais concorridas estão no interior, mas quem não consegue sair de Salvador encontra um arraial no Pelourinho.

Em julho, se você procura férias de praia, pode ter melhor sorte no litoral norte (Praia do Forte, Itacimirim, Imbassaí, Guarajuba, Costa do Sauípe), que é um pouquinho mais árido e deve ter mais dias de sol do que a capital.

Agosto, setembro, outubro e novembro

Em agosto as chuvas já costumam ficar abaixo de 150 mm, aumentando a chance de pegar alguns dias de praia. A festa mais importante do mês não acontece em Salvador, mas na cidade histórica de Cachoeira, no Recôncavo, a 100 km: a Festa de Nossa Senhora da Boa Morte, sempre entre 13 e 17 de agosto.

Em setembro, outubro e novembro as chuvas voltam ao patamar ligeiramente acima de 100 mm. O clima, portanto, já é de verão. O astral de verão, porém, ainda não está no ar: a cidade está guardando energia para quando começar a temporada festeira, em dezembro. Ou seja: época ótima para quem quer encontrar tempo firme e não procura nada relacionado a carnaval e axé.

Caso você tenha amigos em Salvador, tente programar uma viagem para estar na cidade no entorno de 27 de setembro, dia de Cosme e Damião. A festa é comemorada quase como um Natal. Além da distribuição de doces e balas para crianças, é costume fazer um caruru para reunir a família e amigos.

O caruru, no caso, é apenas o prato mais importante de uma festa-de-babete que costuma incluir os principais quitutes baianos. Ser convidado para um caruru é uma honra — e uma oportunidade de participar de uma das mais gostosas tradições baianas.

Quando dá praia em Salvador?

Chove pouco: Janeiro | Fevereiro | Março | Agosto | Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro

Chove mais: Junho | Julho

Chove demais: Abril | Maio

Quantos dias em Salvador?

Salvador dicas

Numa primeira viagem a Salvador, você vai precisar de 2 dias inteiros (ou seja: 3 noites) só para visitar as principais atrações. Se quiser tirar um dia para ir até Praia do Forte, vai precisar de 3 dias inteiros (4 noites).

Com mais dias, você pode ir além da turistagem básica e fazer uma viagem mais gostosa, aproveitando para pegar praia (se não for na época da chuva) e curtindo a noite sem o compromisso de acordar cedo no dia seguinte para cumprir as obrigações turísticas.

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    303 comentários

    Boa noite! Pretendo ir no final de maio para Salvador e vou com uma bebê de 1 ano e meio. Gostei das avaliacoes e recomendações das praias do litoral norte, e comecei a orçar um hotel em Itapua, Villa da Praia. Gostaria de saber se a praia mais proxima do hotel seria de banho, e apropriada para famílias com bebês. Ouvi dizer que a praia de itapua nao é muito agradavel. Seria verdade? Nao encontro muitas avaliacoes recentes sobre o local…. Recomendações de praias para banho para bebês?

      Olá, Eduardo! Stella Maris, a menos de 10 minutos de carro, tem piscinas naturais na maré baixa, entre pedras.

    Ola estou indo para Slavador, mas só irei ficar das 8 as 19 horas, vou para com cruzeiro, gostaria de saber se dá tempo de conhecer o projeto tamar? E se vale a pena, ou se tem algo mais interessante pra fazer, obrigado

      Olá, Pedro! Você vai desembarcar em Salvador. Ao pé do Elevador Lacerda. A metros do Pelourinho. Podendo pegar um ônibus de dois andares que leva até o Bonfim e à Sorveteria da Ribeira. Quem sabe vai até dar tempo para ir até o Farol da Barra no entardecer. Mas daí você troca a chance de ver o filé de Salvador sem nenhum esforço e com poucos gastos para se enfiar num ônibus que vai levar umas duas horas e meia até a Praia do Forte para ver tartarugas…

    Boa noite!! Eu to planejando passar o ano que vem o Carnaval em Salvador, gostaria que vc me ajudasse em qual hotel seria bom no meu caso, pq eu queria ver da varanda as atrações do circuito barra ondina.

    Boa tarde Ricardo, estou indo para Salvador dia 30 para passar o carnaval mas, irei primeiro para Morro de SP de catamarã. Gostaria de saber se têm alguma dica de onde poderia deixar a mala, já que pretendo ir de mochila para Morro de SP. Acredito que no aeroporto de Salvador deva exisitir guarda-volumes porém, para a volta ficará bem distante para buscá-la. Obrigada.

      Olá, Carolina! Quem responde é A Bóia. Será que você não consegue guardar no hotel em que vai ficar na volta? Consulte também a sua pousada em Morro; talvez eles tenham uma indicação já testada. (Em último caso, sempre dá para contratar o carregador ao chegar em Morro; não deve sair muito mais caro do que vários dias de guarda-volumes não…)

    Estou em Salvador e fui hoje para a praia Stella Maris. Gostei da praia, mas quando fui almoçar no restaurante A Brasa, começaram os aborrecimentos. Como foi um domingo nublado, praia e restaurante vazios. Pedi 400 g de picanha argentina. Demorou quase 50 tos, servida fria e parecia que tinha 200 g de tão pequena era a porção. Um suco de caju, que o sabor possou lá na minha cidade. Tinha musica ao vivo que de onde eu estava sentado, praticamente não se ouvia e me cobraram o couver. Reclamei mas paguei tudo que foi cobrado, mas não recomendo.

    Estive recentemente no Catarina Paraguaçu, no Rio Vermelho. Um rápido depoimento para aqueles que pensam em passar por lá.
    O hotel é bem bonito, sim, mas mais pela arquitetura do que pela decoração. É um casarão antigo, reformado há uns 20 anos, acho, e nas paredes externas e internas, nos gradis, corrimões e jardins, quase tudo que faz parte da arquitetura tem também um toque artístico. Não se trata, porém, de um hotel com decoração interior personalizada, como, por exemplo, o Zank. Digo isso porque alguém, olhando de fora, pode esperar isso. Tampouco é de surpreender, porque não se trata de um hotel de alta categoria: é confortável, tem ótima localização, mas, se no momento em que cheguei me imaginei à noite tomando um vinho no jardim ou no pátio interno, não senti a mesma vontade quando a noite chegou. Acho que há uma diferença entre um lugar calmo e um lugar sem vida. O Catarina me pareceu assim: uma belíssima moldura, mas uma experiência mediana, sem personalidade. O café da manhã é correto, básico, e acho que o espaço é muito pequeno para o número de quartos (cerca de 10 mesas para mais de 30 quartos). Ficou essa ponta de decepção, talvez pela minha expectativa. De resto, é um hotel que vale aquilo que se paga, mesmo nos quartos com vista para o mar. Uma dica final: nesses quartos, pode haver barulho à noite, por conta dos bares próximos que fazem shows, sobretudo aos sábados. Abraço a todos.

    Passei uns dias em Salvador no final de setembro/início de outubro. Todos os dias de sol; muito sol. Fiquei hospedada no bairro Porto da Barra. É um ótimo local: com boa praia, orla quase toda só para pedestres, perto do Farol da Barra, na rota do ônibus executivo – First Class (R$30), na rota do ônibus de turismo Salvador Bus (R$ 55), rota de várias linhas regulares de ônibus, com supermercado perto … enfim, ótimo local para se hospedar. Alguns registros no meu diário de bordo: logo no primeiro dia, por do sol no Farol da Barra; lindo espetáculo. À noite, show do Balé Folclórico da Bahia no Centro Histórico (R$ 50). Atenção: Centro Histórico à noite assusta um pouco!!! Apesar de muitos policiais na rua, há um certo ar de perigo e, como a circulação de veículos é proibida em parte do Centro Histórico, é preciso andar a pé mesmo!!! Em outro dia, city tour no Salvador Bus. Vale a pena se programar para pegar o primeiro ônibus do dia pois, assim, é possível descer em um ponto, passear e continuar o tour no segundo ônibus. O passeio custa R$ 55 e pode ser reservado no próprio hotel pagando, aproximadamente, R$ 10; o resto, paga-se no ônibus com cartão de crédito. No bairro Ribeira, fazem uma parada rápida mas dá tempo de tomar o famoso sorvete. Tirei um dia para ir à cidade Praia do Forte fazer o passeio de observação de baleias. Lin-do!!! Um show da natureza. É um passeio caro mas, prá mim, valeu a pena! Aproveitei para conhecer o Instituto Baleia Jubarte. Não é tão conhecido nem tão “produzido” quanto o Projeto Tamar (também na Praia do Forte) mas vale a pena ser visitado. Tem que pedir prá ver os filmes sobre as baleias e sobre o projeto; filmes de, no máximo, 20 minutos. Só funciona de 3a a sábado. A entrada é gratuita. Final da tarde de 6a feira, missa na Igreja do Bonfim! Fiz o passeio à Ilha dos Frades e à Ilha de Itaparica com uma agência que usa o seu próprio barco. Achei uma boa opção pois fica um passeio mais tranquilo do que os que usam o catamarã. Custou R$ 80. Adorei a Ilha dos Frades!!! A Ilha de Itaparica não me encantou não. Uma manhã e início da tarde só andando no Centro Histórico. Vale conhecer a Fundação Jorge Amado (R$ 3) e almoçar no Restaurante Escola do SENAC no Pelourinho – de 2a a 6a, R$ 35/kg; no sábado e no domingo, só buffet (mais caro). Excelente comida!!! Vale experimentar! Para voltar, ônibus executivo para o aeroporto – First Class (R$ 30 no crédito) pois táxi para o aeroporto é muito caro se estiver viajando sozinha!!! O próprio hotel reservou prá mim! Bom, foi isso! Foi uma ótima viagem! Adorei Salvador!

    Em fevereiro estarei indo para Salvador de navio e gostaria de saber se o Porto marítimo de salvador fica próximo ao pelourinho, mercado modelo, ao elevador Lacerda e ao farol da barra. Consigo fazer esses percussos a pé?

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