Beto Carrero World

Colaborou | Ricardo Freire

Se existe um ponto em que o Beto Carrero World se sai melhor do que os parques de Orlando, é o preço. Mesmo na alta temporada, o ingresso custa um terço do que cobram na Flórida.

Você não vai encontrar montanhas russas top de linha, nem brinquedos tecnológicos de última geração, mas vai se divertir à beça com um elenco de atrações diversificado e azeitadinho.

O parque combina atrações claramente decalcadas dos parques de Orlando com outras que remetem ao universo do circo e à história do personagem Beto Carrero.

O Beto Carrero World é particularmente bem-sucedido em duas vertentes: a dos shows e das atrações para crianças menores.

Tudo é maravilhoso? Não. Mas os maiores problemas não têm a ver com a qualidade de atrações ou o atendimento. Quem já foi aos parques de Orlando vai sentir falta de bebedouros, e vai estranhar a proibição de entrar com alimentos. Há uma tolerância de apenas 20 minutos para quem precisa sair e voltar — o que impede, por exemplo, de almoçar fora do parque.

O acesso para pedestres (vindos de estacionamentos externos ou dos hotéis do entorno do parque) é muito ruim: é inadmissível que o parque e a prefeitura de Penha ainda não tenham construído uma passarela sequer.

Mala de bordo nas medidas certas

• Encontre mala P, com rodinha, na medida permitida pelas cias. aéreas

Um pouco de história

Antes de criar o personagem Beto Carrero, João Batista Sérgio Murad já tinha um senhor currículo. Foi ele quem primeiro reuniu Os Trapalhões — e continuou muitos anos como produtor da trupe.

Como publicitário, nos anos 80 comprava intervalos comerciais inteiros nas desvalorizadas tarde de sábado da Rede Globo. Ali, entre longos merchandisings de Leite de Aveia Davene e toalhas Karsten, veiculava uma vinheta misteriosa. Um cavaleiro empinava seu alazão e um chicote riscava a marca Beto Carrero na tela, ao som do microjingle: “Bééééto CaRRÊ-ro!).

O cowboy conseguiu sair da vinheta para participações no programa dos Trapalhões, e acabou montando um circo que percorria o Brasil. Um dia, à maneira de Walt Disney, Murad viu num vasto terreno desocupado no norte de Santa Catarina a oportunidade de construir um parque temático como os existentes nos Estados Unidos.

Foi assim que, nos últimos dias de 1991, abria o Beto Carrero World.

Nesses mais de 25 anos, os brinquedos e os shows mudaram bastante. O parque precisou superar problemas financeiros e a perda precoce de Beto Carrero (Murad faleceu em 2008). Mas o Beto Carrero World segue firme — e mais forte do que nunca.

A energia foi renovada com a parceria com os estúdios da Dreamworks, que trouxe para o espaço personagens carismáticos, como Shrek, o panda Po e toda a gang de animais de Madagascar. O resultado é um parque divertido para todo mundo. Tem brinquedo para quem se aventura pelas atrações radicais, para crianças e para quem veio só para acompanhar.