Guia de Belém
Belém
Se você soubesse tudo o que Belém fez para receber sua visita, já teria ido há mais tempo. No Brasil, só Curitiba investiu tanto na revitalização de lugares que pudessem virar atrações turísticas.
A Estação das Docas – a versão belenense do Puerto Madero – é só a cereja do bolo, digo, a farinha do açaí. (Sim, o açaí no Pará se come com farinha. Acompanhando peixe.)
Mesmo que Belém não tivesse restaurado o Forte do Presépio, repaginado o Museu de Arte Sacra, convertido um presídio no Pólo Joalheiro e aberto o belo jardim amazônico do Mangal das Garças, já valeria a viagem – pelo Ver-o-Peso, pelo Theatro da Paz, pelos sorvetes da Cairu, por uma esticadinha à ilha do Marajó, pelo tucupi, pelo jambu.
Vai por mim: Belém é a cidade mais incrível que o Brasil ainda não descobriu. Quando é mesmo o próximo feriadão?
Quando ir
A boa notícia é que não existe época desaconselhável para ir a Belém.
A chuva — que cai normalmente em forma de tromba d’água à tarde — se faz presente o ano inteiro. Querendo pegar menos água, venha entre junho e novembro.
Se quiser fazer uma dobradinha de Belém com as praias do Tapajós em Alter-do-Chão, vá entre agosto e novembro.
Prefira ir ao Marajó ou a Alter-do-Chão durante a semana, para não pegar muvuca. Passe fins de semana e feriadões em Belém, quando os hotéis barateiam.
No segundo domingo de outubro comemora-se o Círio de Nazaré – que é o Natal, o Réveillon e o Carnaval de Belém, num só evento. Reserve com a maior antecedência possível.
Como chegar
Belém é menos longe do que você imagina.
Voa-se em 3 horas e meia desde São Paulo ou Rio — apenas meia hora a mais do que São Paulo-Fortaleza, e exatamente o mesmo tempo de vôo de São Paulo a Natal.
Manaus e Fortaleza estão a 2h de vôo; Brasília a 2h30 e Belo Horizonte a 3h.
Para a Ilha do Marajó, o ótimo catamarã que durante um ano ligou Belém direto a Soure teve as operações encerradas. Agora todas as embarcações vão só até o porto de Camará, onde é preciso seguir de van a Salvaterra e atravessar o rio Paracauari de rabeta a Soure.
A embarcação mais rápida é o catamarã da Banav, que faz a travessia em 1h15, mas não opera todos os dias (veja os horários e compre passagens aqui). Nos dias em que não funciona o catamarã, a Banav usa navios convencionais, que levam 3 horas até Camará.
O outro ponto de embarque à ilha do Marajó é o porto de Icoaraci, a 20 km do centro de Belém. Ali operam navios e ferry-boats da Henvil, com três saídas pela manhã. O percurso leva 3 horas a Camará.
Para Alter-do-Chão, o melhor é ir de avião (1h10 a Santarém + 30 km de táxi). De barco são 60 horas; a passagem pelo estreito de Breves pode causar enjôo.
Onde ficar
Entre os hotéis top, o Mercure Belém Boulevard é o único no Umarizal, junto a bares, restaurantes e ao shopping Boulevard. Já o Radisson, no bairro central de Nazaré, ainda está estalando de novo.
Numa faixa intermediária, fique num dos Ibis Styles da cidade – o Ibis Styles Belém Nazaré, o Ibis Styles Belém Batista Campos e o Ibis Styles Belém do Pará são centrais.
No Marajó, fique no centro de Soure: Casarão da Amazônia ou Canto do Francês.
Em Alter-do-Chão, a Mirante da Ilha está na orla, a Mingote na praça, o Borari é novinho, o Belo Alter tem praia própria, a Tapajós é um bom hostel.
O que fazer
As atrações listadas na introdução cabem num fim de semana. Acrescente a elas uma visita ao Museu Emilio Goeldi, que preserva um naco da Amazônia no centro. A Basílica de Nazaré fica perto.
Há diversos passeios de barco pela Baía do Guajará — como este, ao entardecer. No fim de semana dá para ir de barco almoçar no igarapé do Saldosa Maloca. Outra experiência amazônica inesquecível é ir almoçar no Terra do Meio, em Marituba, a meia hora de táxi.
Na cidade, a melhor da cozinha paraense está no tradicional Lá em casa (nas Docas), nos grifados Remanso do Peixe (numa casinha de vila) ou Remanso do Bosque (peça o menu degustação) ou na Peixaria Amazonas, no Umarizal. Experimente açaí com peixe no Point do Açaí.
Comentários
Belém foi uma linda surpresa pra mim e minha família. Ficamos apaixonados! Estivemos lá por uma semana, em julho de 2024, e foi incrível. As dicas do site foram muito úteis, obrigada! Acrescento mais algumas: o melhor bairro para se hospedar é Nazaré, seguido de Batista Campos e Umarizal. Por conta da seca, ficamos uma semana sem conhecer a chuva de Belém, então se for no verão amazônico, se prepare para MUITO calor. Recomendamos a praça da república + theatro da paz no domingo de manhã (só de manhã, a tarde é esquisito), a estação da docas no domingo final de tarde, a ilha do Combu (se for no verão de lá, os restaurantes abrem na segunda, os maiores são o Terraço da ilha e o Farol da ilha, mas também são os mais lotados, preferimos um menor) e, se puder esticar, não deixe de ir na Ilha do Marajó (dá pra comprar a passagem de barco pela internet no site da Master motors). Nas terças, os museus de Belém não cobram entrada, é o dia de circular por todos que forem do seu interesse. O mangal das garças vale a visita, especialmente a área do borboletário. O Ver-o-peso só é interessante pra quem gosta de feira livre, como nós. Se não for o caso, pode passar. Se gostar de ciências / história natural, vale uma passadinha no museu Emílio Goeldi e se quiser fazer uma caminhada perto da natureza e não se importar de ir num bairro mais afastado, vale a visita ao parque do Utinga. E se prepare pra comer bem demais, paraense sabe cozinhar, viu?
Olá, Viviane! Muito obrigada pelo relato. Por que você achou Nazaré o melhor local ara se hospedar em Belém? Estou fazendo pesquisa , pois pretendo ir em abril.
Olá, Patrícia. Nazare me pareceu o bairro com a melhor infraestrutura da cidade, em termos de restaurantes, mercadoa, farmácia, transporte público, etc. Batista Campos também me pareceu muito bom, mas Nazaré é mais bonito. Umarizal também tem uma boa infraestrutura, parece ser mais novo e ainda estar crescendo. Mas todos os três me pareceram boas opções. Fiquei em Campina, entre a praça da República e hotel Grand Mercure. Foi bom também, mas já tinha mais cara de centro.
Estive em Belém por 4 dias final de Junho, acompanhando parentes em um congresso e pude conhecer Combu, Nazaré, fazer os passeios da Orla porém o Vêr o peso nesta época estava sujo e insalubre, por isso evitamos .
Ainda quero voltar ao Para para conhecer o Alter chão