Andaluzia

Fizemos o sul de Portugal e Espanha nestas férias de janeiro/18. Foram 12 dias inteiros rodando pela Andaluzia + Alentejo + Algarve. Pegamos o carro em Lisboa e devolvemos no mesmo lugar.
Sobre o carro: o ideal é alugar um carro pequeno, pois é possível entrar no centro histórico de quase todas as cidades e estacionar perto do local em que se pretende visitar, mas as ruas são EXTREMAMENTE apertadas, um labirinto, e com um carro grande, tipo SUV, não rola.
Algarve: saímos de Lisboa em direção a Évora. Dormimos 3 noites lá, no hotel The Noble House, que recomendo. A localização é perfeita (todos os pontos turísticos foram feitos a pé), quartos muito limpos, ótimo café da manhã e o atendimento incrível. Na cidade, jantamos em 2 ótimos restaurantes que também repetiria: Cartuxa e Tábua do Naldo. Nos apaixonamos pelo queijo amanteigado (parece com o da Serra da Estrela) e esta paixão nos fez ir, dias depois, a Serpa, só pelo prazer de comprar na fonte esta delicia. Conhecemos Evora em 1 dia, incluindo a parte dos monumentos megalíticos que fica perto da cidade. A capela dos Ossos é imperdível. O astral de Evora é ótimo … só andar pelas ruas já vale. No segundo dia rumamos para Marvão. O castelo fica num morro que permite uma visão 360 graus, incrível… a melhor visão de horizonte que tivemos em toda viagem. No terceiro dia, partimos para Monsaraz. O castelo de Monsaraz não supera o de Marvão, nem pela beleza, nem pela vista, mas a vila de casas brancas que o abraça, e do conjunto em si, é de uma beleza indescritível. Os caminhos que nos levaram a Marvão, e depois a Monsaraz, são muito bonitos. A região é bem rural, repleta de ovelhas pastando em terras áridas, cheias de oliveiras. Parecia um filme. Como a estrada era pequena, no caminho fomos parando em outras lindas cidades como Castelo de Vide, Crato, Vila Viçosa, Estremoz e Elvas.
Antes de conhecer os castelos do Alentejo, tinha Óbidos como a minha fortaleza predileta, mas, ao contrário de Óbidos, as fortalezas do Alentejo e as vilas que as rodeiam parecem que pararam no tempo. Tudo parece estar exatamente daquele jeito há anos. Não há muitas lojinhas para turistas, nem tantos restaurantes. É o MÁXIMO!
Se vc tiver pouco tempo, foque no filé: Évora, Marvão e Monsaraz. Só tenho uma notícia não muito boa: é que depois de conhecer estes locais, você não vai achar graça em mais nenhum castelo.
Saímos de manhã de Evora rumo a Sevilha, passando por Beja e Serpa, que são bonitinha, mas não gaste muito tempo nelas não. Cruzamos a fronteira Portugal x Espanha pela excelente estrada N-433, que é de serra, mas com curvas leves. Além das ovelhas e oliveiras, porcos pretos aparecem nos campos. Passamos direto pela cidade Jabugo, pois só depois viemos a saber que é onde há uma das maiores produções do delicioso presunto pata negra.
Ficamos em Sevilha por 3 noites. A cidade é alegre e linda. A Praça de Espanha, o Alcázar, a catedral Giralda e a praça de Touros são imperdíveis. Ficamos num hotel indicado aqui, Hotel Cervantes, que achei perfeito (localização, limpeza, café da manhã, estacionamento gratuito etc). A noite em Sevilha é muito animada, mesmo sendo janeiro o pessoal enchia os restaurantes ou ficavam em mesas externas bebendo cerveja. Numa das noites fomos assistir a um show de Flamenco no Centro Cultural Flamenco “Casa de la Memoria”. O lugar é bem pequeno, para umas 40 pessoas, e os espectadores ficam de cara para os artistas. Quando o espetáculo começou eu quase tive um ataque incontrolável de riso. Ninguém me disse sobre o canto e a forma de dançar, principalmente do dançarino. O cara parecia um galo tento um troço e o cantor parecia ter se engasgado com algo. Mas valeu … cultura nunca é demais!
Dali partimos para Córdova e apenas conhecemos a Mesquita, pois seguimos viagem para dormirmos em Granada. Nenhuma foto é capaz de transmitir a beleza da mesquita de Córdova. Os arcos internos criam um teto sensacional e em cada canto da mesquita um novo uauuu. Aliás, o queixo cai o tempo todo na Anadaluzia … a beleza é estupenda!
Chegamos em Granada e, de todas as cidades da Andaluzia , está foi a que mais me impressionou . É que fui achando que só teria a beleza de Alhambra, mas da estrada, já se avista a Sierra Nevada, com neve no topo, como pano de fundo da cidade que ia se aproximando. Os palácios de Alhambra são lindos e preparem as pernocas, são pelo menos 5 horas conhecendo os locais. Além disso, a cidade de Granada em si é linda, chique, cheia de lojas na avenida principal. Vale a pena ficar mais alguns dias lá.
Algumas coisas que não foram la muito legais em Granada: a) o nosso hotel ficava no centro de Granada e, por isso, entramos, sem perceber, numa zona não permitida para carros comuns e fomos multados, mas por sorte quando falamos no hotel, a recepcionista nos informou que com o check in poderia entrar no site da prefeitura e excluir a multa. b) Cuidado com os pedestres… eles atravessam as ruas de costas (nem sempre nas faixas) e você é quem fica cuidando para não atropelá-los. c) escolhemos um hotel com vista para Alhambra… logo perto, certo? Errado! Pegamos o carro e andamos 18km até lá. Ate hoje não sei se as pontes que pareciam ligar a rua do hotel a região de Alhambra dão acesso ou não. Vale pesquisar!
O hotel que ficamos em Granada super recomendo. É o Hotel Casa Mourisca. O atendimento é VIP, o café da manhã é ótimo, localização muito boa e tem estacionamento. A noite, quando entramos num restaurante a garçonete nos perguntou : “vocês vieram jantar ou tapear”. É que se vc ficar do balcão do bar e não na mesa, para cada drink, vem tapas (belisquetes) de graça. Não sei se todos os bares são assim, mas tapear no final do dia foi demais!
De Granada partimos para os pueblos brancos. A cidade de Ronda é fofa. O artesanato muito variado. Curtimos o por do sol na ponte. No caminho pelos diversos pueblos brancos almoçamos na belíssima vila, Zahara de la Sierra. O caminho que leva a estas pelas vilas é lindo, mas as estradas são estreitas (sem acostamento) e em curvas. Dormimos em jerez de lá fronteira, onde visitamos a Vinicula Pedro Domecq. Uma aula super legal!
Dali voltamos para Portugal, para conhecer o Algarve. Como estávamos no inverno queríamos apenas admirar as praias. Paramos em Faro para almoçar e dar um role, mas confesso q não curti muito a cidade, acho que ainda estava triste por deixar Andaluzia. Seguimos então em direção a Lagos onde ficamos encantados com as praias que vimos pelo caminho e na cidade, além de condomínios com belas casas. A cor da água é incrível e os paredões de pedra são lindos, é tudo muito diferentes do q vimos aqui no Brasil. Dormimos em Lagos. No dia seguinte saímos conhecemos mais praias nas redondezas de Lagos e paramos em Sagres que é imperdível, mas q venta muitíssimo! Dormimos em Sines, só porque estava no meio do caminho, mas a cidade em si, não valeu muito. Acordamos e seguimos viagem em direção a Lisboa. Como as praias da costa oeste de Portugal se parecem muito com as do Brasil e, como ventava horrores, vimos só mais umas duas praias e pegamos a auto estrada direto para Tróia onde atravessamos para Setubal de ferryboat.
Já conhecíamos Lisboa, então de novidade desta vez foi o fado raíz do animado bairro auto, onde alguns cantores clientes, após a apresentação principal, são convidados a cantar uma ou duas canções. Super indico!!!