Andaluzia

Que dicas maravilhosas Antônio. Obrigada. Estou sonhando com Sevilha, meu próximo destino.

Se perguntassem a um holandês qual é o melhor país da Europa para visitar, ele diria Espanha. Se perguntassem a um alemão, ele também diria Espanha. Se perguntassem a um italiano, a resposta seria Itália. E o segundo melhor país? Ele assumiria que é a Espanha.

Que país reúne a melhor combinação história–paisagens-gastronomia-custo da viagem-estilo de vida do povo? Até os franceses concordariam com os outros europeus.

Como se isso não bastasse, os espanhóis inventaram as tapas. Enquanto fazemos refeições, eles vão de tapas. De pequenas em pequenas porções, com muita variedade, até se esquecem de almoçar ou jantar.

Difícil é escolher a cidade das melhores tapas. Os madrilenos, catalães, bascos, valencianos e sevilhanos puxam a brasa para suas tapas. Fiquemos com a opinião dos sevilhanos.

Sevilha é cidade para passar três dias. Por ter ficado três semanas, tive tempo de pesquisar, arriscar, tentar ir às melhores bodegas-bodeguitas-tavernas-bares, seja o nome que eles queiram dar.

Perguntei a nativos, consultei guias escritos por pessoas que moram lá. A boa notícia é que podemos ir a todos esses lugares sem precisar de ônibus, bonde, metrô, nada. Bastam as pernas.

Só precisamos das pernas porque são quatro bairros vizinhos: Santa Cruz, Centro, Arenal e Triana. Este último fica do outro lado do rio, é só atravessar a ponte. Desde que não seja de junho a agosto, quando o calor é insuportável. Há quem diga que Sevilha tem o maior centro histórico da Espanha. Os sevilhanos dizem isso.

Seguem os lugares testados e aprovados em outubro de 2015. A maioria abre por volta de uma e meia da tarde e fecha às quatro. À noite, é das oito em diante. Nada muito caro, a maior conta foram 14 euros.

Bodega 2 De Mayo. Plaza de la Gavidia, 2.
Foi um dos meus preferidos. É frequentada por nativos e turistas. O ambiente é muito agradável. Fui no meio e no fim da semana. É bom evitar os dias e horários de pico.

La Azotea (Santa Cruz). Calle Mateos Gago, 8.
Há outra na Calle Jesús del Gran Poder, 31. É preciso ter cuidado com essa rua, a Mateos Gago. Ela fica em frente à catedral, é porta de entrada do bairro Santa Cruz, é cheia de restaurantes pega-turista. A maioria não vale a pena. Eles vivem dos turistas desavisados. O La Azotea é exceção.

Las Golondrinas I (Triana). Calle Antillano Campos, 26.
Há também o Las Golondrinas II, que fica perto, na Calle Pagés del Corro, 76. Gostei mais do primeiro, o antigo.

Eslava (perto da Plaza de San Lorenzo). Calle Eslava, 3.
Um professor recomendou esse. Pedi até a tapa que ele sugeriu.

Casa Román (Santa Cruz). Plaza de los Venerables, 1.
Há mesas na praça também. O bairro é um labirinto e só tem turista.

Baco Cuna (perto de Las Setas). Calle Cuna, 2.
Pareceu um pouco sofisticado, o que não me agrada muito. Prefiro ambientes mais simples. É fácil de achar, fica ao lado da Casa de la Memoria, onde enxames de turistas vão ver shows de flamenco.

La Brunilda (Arenal). Calle Galera, 5.
Tem que chegar cedo. O lugar é pequeno, vive lotado. À noite, abre às oito e meia. Um dia cheguei às oito e quinze, já havia fila na rua. Acabei desistindo. O cardápio é bem enxuto. Uma delícia.

Las Teresas (Santa Cruz). Santa Teresa, 2.
Santa Cruz é o bairro dos turistas. Aqui, deve-se ter ainda mais cuidado com os restaurantes. A maioria é de qualidade duvidosa, é pega-turista. O Las Teresas é um dos poucos que escapam. Não sou eu quem está dizendo isso. Pessoas que moram lá me disseram.

Bodega Casa Morales (perto do Ayuntamiento de Sevilha). Calle García de Vinuesa, 11.
Há dois ambientes. O melhor fica mais escondido, a entrada é pela rua lateral.

Bodeguita Antonio Romero (Arenal – perto da Plaza de Toros). Calle Antonia Díaz, 19.
Às segundas, a entrada na Plaza de Toros é gratuita. Dá tempo pegar o ingresso, ir à Bodeguita e aguardar o horário da visita. O Alcazar, a principal atração de Sevilha, também é grátis às segundas.

Blanca Paloma (Triana). Calle Pagés del Corro, 86.
Aqui, em 12 de outubro do ano passado, eu estava numa mesa, quando chegou um casal com dois filhos. Como estava lotado, cedi o lugar e fui para o balcão. Ao lado, um senhor de cabelos brancos tinha um violão. Perguntei onde poderia ver um show de flamenco. Ele apresentou sua mulher, disse que ela era cantora de flamenco e que eles estavam indo cantar para uns amigos ali perto. Ele foi muito gentil, me convidou para ir com eles. E não deixou que eu pagasse minha conta. Há coisas que só acontecem na Espanha.