City-tour x ônibus hop-on/hop-off x nenhuma das anteriores
Quem me conhece sabe da minha implicância com city-tour. Sim, eu sei que é prático. Sim, eu sei que rentabiliza o tempo. Sim, eu sei que o tour pode servir como uma ótima introdução à city, permitindo que você se localize mais rápido e possa voltar com calma aos lugares que mais chamaram a sua atenção.
Na vida real, porém, o city-tour tende a reduzir a experiência do visitante a um slide show em 3D — com a janela do ônibus fazendo o papel de monitor. Tá bom, tá bom. Vou tentar não ser tão radical. Há city-tours e city-tours, turistas e turistas.
City-tour convencional
Você e seu grupo sobem num ônibus, que faz algumas paradas durante uma manhã ou uma tarde. O modelo é bastante limitado. Como todo o grupo sobe e desce em todas as paradas — o que toma tempo — as escalas costumam ser poucas e espaçadas entre si. Esse tipo de passeio já entrou em desuso, e hoje resiste sobretudo para cumprir tabela como uma cenourinha a mais na composição de um pacote (7 noites, café da manhã, traslado e city-tour). Costuma servir também (para a operadora de receptivo) como uma oportunidade de venda de outros passeios — esses, normalmente, melhores.
(A propósito: não vamos confundir todo passeio de ônibus em grupo com city-tour em grupo. Existem bons passeios de ônibus em grupo que vão direto ao que interessa e servem muito bem a quem tem pouco tempo ou disposição para perrengues. A minha crítica é aos roteiros dentro das cidades, que não têm como não ser over-simplificados.)
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Ônibus hop-on/hop-off
Desculpem o palavrão — mas ainda não foi cunhada uma tradução brazuca, e muitos de vocês já estão usando o termo com uma naturalidade espantosa 😀
Para quem nunca ouviu falar, os roponropofes nada mais são do que aqueles ônibus panorâmicos, geralmente de dois andares (em algumas cidades, com o andar de cima aberto), que percorrem todo o circuito de atrações turísticas, passando em intervalos determinados.
O esquema é bastante superior ao city-tour tradicional, porque você pode descer onde quiser, ficando o tempo que precisar. O bilhete vale o dia inteiro — e costuma haver tickets válidos para dois ou três dias. O roteiro é narrado por meio de fones de ouvido em diversos idiomas. E o deck aberto é um lugar sensacional para fotografar a cidade.
A maioria das cidades muito visitadas oferece o serviço: Londres, Nova York, Paris, Barcelona, Madri, Lisboa, Buenos Aires, Berlim, Budapeste, Santiago…
Mesmo com todas essas qualidades, o modelo não me entusiasma. Entendo perfeitamente quem curte, mas eu só recorro aos ropons em lugares onde pegar o transporte público vai trazer mais perrengue do que descobertas. Usei o esquema em Curitiba e em Dubai — e curti. Ainda quero experimentar o de Salvador. (O do Rio, que existiu no finalzinho da década de 90, era bárbaro — mas não deu certo.)
Duck Tours
Uma variante engraçada do city-tour: usa veículos militares anfíbios adaptados para o turismo, combinando sightseeing terrestre com um passeio pelo rio, lago ou canal que banhe a cidade. É oferecido em lugares como Nova York, Boston, Londres e Cingapura. Não substitui o circuito ortodoxo, mas vale como uma sessão de parque de diversões.
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Por conta própria
Em toda cidade que oferecer transporte público fácil e civilizado, esta é a minha recomendação. Por quê?
Porque o city-tour organizado — seja ele convencional, seja hop-on/hop-off — não tira você da redoma. Atrações turísticas, em sua maior parte, são apenas isso: lugares que atraem turistas. São pontos de peregrinação. Atraem à sua volta todo comércio artificial voltado para os forasteiros. Lojas de souvenir. Restaurantes com menus ao gosto dos visitantes. Cafés over-careiros.
Costumo dizer que as atrações turísticas (e nessa incluo muitos museus) devem ser tomados como indicações de percurso. A viagem na verdade acontece entre um lugar e o próximo. É nesse caminho que você vai ser apresentado à cidade de verdade, vão acontecer as coisas mais memoráveis, a história particular da sua visita vai acontecer. É chato voltar para casa apenas com as gafes dos outros colegas turistas para contar.
Sempre que possível, vá com as suas próprias pernas: garanto que é mais colorido.
Tours alternativos
Para quem gosta de visitas guiadas, vale muito a pena pesquisar tours alternativos ao city-tourzão padrão. Há a barreira da língua, mas mesmo perdendo parte da explicação você acaba andando por cantos que talvez não percorresse, e conhecendo pessoas potencialmente mais interessantes do que as do deck do ropon. Caminhadas guiadas normalmente rendem passeios excelentes — no mínimo, você vai acabar parando em frente a lugares que poderiam passar despercebidos. Uma grande fonte para passeios não-caretas são as recepções dos albergues/hostels. Dê uma espiada mesmo se você não estiver hospedado 😀
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129 comentários
Eu também não simpatizo muito com city-tours. Quanto já está incluído no pacote, até faço, pq geralmente é pouco tempo. Em Buenos Aires, realmente é inútil para conhecer o Centro, dá pra fazer tudo a pé. Mas, apesar de ser um pouco extenso (foi de 9 às 14 h) achei proveitoso para conhecer La Boca, pois vi que é um lugar distante e meio vazio – foi até bom ir naquele horário em companhia do grupo. Já o resto (Centro, Puerto Madero, Recoleta), acho melhor fazer por conta própria. Aliás, quando terminou o tour na Recoleta, eu e minha namorada não voltamos no ônibus, resolvemos ficar por lá mesmo na feirinha (era sábado) e ainda fomos ver a flor metálica, depois voltamos a pé. Alguém aí já usou o Open Tour de Paris? Vou pra lá em julho e estou inclinado a comprar o passe que inclui também o Bato Bus.
Riq, na década de 80 – em 1983 precisamente, existia um esquema desse em São Paulo, que eu usei em um dia de domingo. Pegava os passageiros próximo ao Colégio dos Jesuítas, no centrão. Um dos circuitos levava até a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano no Morumbi, eu me lembro que gostei…:o)
Estou em Munique há 4 meses e desde que cheguei, nas minhas horas vagas já que estou aqui trabalhando, sempre passeio pela cidade, de preferência a pé (quando o frio e a neve permitem) pra descobrir a cidade. Vale muito a pena mesmo, já que aqui é tudo plano e nem preciso falar da segurança que te da uma tranquilidade sem igual…
Mas… no ultimo domingo uma amiga alemã me convidou para fazer um city tour com ela. Aceitei o convite e pensei: bom… mesmo que não me mostre nada de novo, pelo menos vou ter algo pra fazer no domingo a tarde… E na verdade, foi maravilhoso!!! Era um tour diferente no qual caminhamos por uma pequena parte da cidade e a guia ia explicando alguns mistérios da cidade… Isto mesmo! Este grupo faz diferentes tours pela cidade: a pé, de bicicleta e cada um tem um tema diferente e tem um que você pode até experimentar várias comidas típicas no Mercado Central da cidade. Muito interessante mesmo! O único ponto negativo é que o tour era em alemão, que eu não falo, e então minha amiga teve que traduzir para mim durante todo o tempo. Mas… Se você fala alemão ou tem uma migo para traduzir, acho super indicado!!! E o mais incrível: a maior parte do público era de alemães que também queria descobrir um pouco mais da sua própria cidade! O que torna o passeio ainda mais interessante já que se pode trocar mais experiência com os nativos!
Assim como o Riq e muita gente aqui, não suporto city tours. Uma única vez andei num desses convencionais e me arrependo até hoje… No entanto, tenho ótimas lembranças do passeio a Cotswolds que comprei com o London Walks (www.walks.com). Esse é um daqueles casos em que é difícil fazer o roteiro com transporte público.
Outros dois passeios guiados que gostei muito e recomendo demais: o Big Apple Greeter (www.bigapplegreeter.org) e o Chicago Greeter (www.chicagogreeter.com). Em ambos você faz um cadastro no site, de preferência com várias semanas de antecedência, conta o que quer visitar e eles arranjam um morador da cidade para te levar ao lugar.
Os dois greeters que me passearam em NY e Chicago eram simpaticíssimos e conhecedores das histórias dos bairros e dos prédios que visitamos. O mais legal nesses casos é ir a lugares que você não iria sozinho. Por coincidência, nas duas cidades os greeters me levaram a hotéis de onde se tinha uma vista bacana, mas que logicamente eu deixaria passar batido.
Quem acha estranho pode ficar tranqüilo pois as empresas são idôneas e te avisam antes o nome do morador que foi alocado para você. Assim dá pra pesquisar a vida dele no Google antes de entrar no avião. 😉 O melhor? São grátis.
Eu não sou fã de city tour, acho que é perder tempo precioso. Fiz uma excursão pela Europa (CVC) e desprezei todos os city tours já inclusos no pacote e aproveitei essas horas para conhecer de verdade alguns pontos turisticos. De que me adianta passar na frente e tirar foto pela janela do ônibus?
O que eu fazia era aproveitar o ônibus do city tour ao final do dia para pegar uma carona para voltar ao hotel. 🙂
Agora, um tipo de hop-on hop-off que usei e já recomendei para amigos é o batobus de Paris. É ótimo passear de barco pelo Sena (melhor que embaixo da terra de metrô :)), mais barato que um passeio tradicional e ainda economizo meus pés nas distâncias entre os pontos turísticos ao longo do rio. Você paga pelo dia e sobe e desce nos principais pontos turísticos. Acho ótimo!
Não me dou bem quando resolvo fazer qualquer coisa parecida com o típico city tour, então, mesmo tendo nascido sem GPS, acabo preferindo me aventurar com o transporte público. O primeiro dia é sempre meio complicado, mas, se uma pessoa desorientada (e que não fala inglês, diga-se) como eu consegue, qualquer um consegue também.
Paradoxalmente, gostei dos passeios de barco que fiz em algumas cidades da Europa, como Londres, Paris e Amsterdã. Acho que gostei porque, nesse caso, o espírito é ver a cidade de um outro ângulo, não se tem aquela sensação de que está tudo passando depressa, e você não está “conhecendo” nada, porque o objetivo é só observar mesmo. Sem contar que dá pra descansar das looongas caminhadas. Recomendo principalmente o oferecido junto com o ingresso da London Eye, em Londres.
Sabe como eu conheci New York nos idos de mil novecentos e batatinha? Eu pegava u
ônibus normal, transporte público, e ia até o ponto final. Chegando lá, trocava de ônibus e fazia de novo. E sempre tive muitas histórias pra contar, dos lugares que vi às pessoas locais com quem falei.
Muito bom, e sem muvuca. 😆
Aaaa, q coincidência! Eu fazia a mesma coisa em Boston, Marcie! Ficava de ônibus em ônibus, apreciando a vista e as pessoas. 🙂
Eu e o Fred fizemos isso na última vez que fomos para Londres. Adorei a experiência 😉
Eu andei com os meus pais em Londres nesses sobe e desce e deu imenso jeito porque eles já não vão para novos.
Em Berlin experimentei uma coisa diferente e interessante – um walking tour em inglês por sítios menos habituais e com um indivíduo divetido e interessantíssimo. O que não quer dizer que não tivessemos explorado imensosas outras zonas por nossa conta.
Como atrás disseram é um bocado complicado só estar um dia em Washington e não usa o sobe e desce. As distâncias são grandes e o itinerário cobre o essencial atá ao cemitério.
Acho que não precisamos ser radicais… Tb não gosto de city tours por vários motivos, apesar de já ter feito alguns numa “outra vida” mas gosto do tipo hop-on hop-off. Claro que depende do viajante e do tempo que v tem naquela cidade. Este tipo de tour pode dar uma visão geral, v pode voltar c/ mais calma a determinado lugar, ou considerar o lugar já visto. Claro que existem os problemas como as filas enormes, trânsito, etc mas de um modo geral recomendo para uma 1ª viagem.
Patricia, concordo com voce, um hop-on hop-off é ótima maneira da gente se localizar numa cidade. Gosto de fazer isso já no primeiro dia,e como voce bem disse, dá para voltar com calma aonde interessa e considerar visto alguns pontos. Ou tambem considerar a parte mais conhecida vista e partir para outros cantos menos conhecidos. Fora que ver uma cidade do alto, é sempre bacana!
Adorei!!!!! Também sou a maior fã de transporte público e de andar muuuuuito e pé pra conhecer lugares novos. E tb sou mega preconceituosa com city tours. Cada um com seu cada um, mas acho que uma pessoa que se acomoda num city tour é bem menos interessante que outra que vai atrás de transporte público, se vira e procura outras opções pra tentar conhecer um lugar de forma mais real. Pronto, falei! 🙂