Chapada dos guimarães

Chapada dos Guimarães: 4 dias de passeios, na carona da Miriam

Chapada dos Guimarães

A Miriam fez uma viagem à Chapada dos Guimarães com alto índice de aproveitamento: como desembarcou cedo no primeiro dia, e só pegou o avião de volta para casa no fim da tarde do último, conseguiu fazer passeios de montão. Embarque na carona da Miriam, que foi de 1.0 alugado para tudo quanto é lugar:

Texto e fotos | Miriam K

Passamos 4 dias na Chapada dos Guimarães. Escolhemos um voo saindo cedinho de Congonhas às 6h, que chega a Cuiabá às 7h. Às 7h45 já estávamos com nosso carrinho alugado 1.0 saindo para passear. Como Mato Grosso está uma hora atrás do fuso horário de São Paulo, ganhamos uma hora na ida e perdemos outra voltando para casa. No retorno, pegamos o voo das 18h54, de forma que tanto na ida como na volta pudemos aproveitar o dia todo.

Em Cuiabá, passamos pelo Mercado do Porto, que é um mercado em que os moradores locais compram verduras, legumes, frutas, condimentos, ervas medicinais, lenha etc. A seguir fomos visitar a Arena Pantanal e nos divertimos com uma dúzia de crianças soltando pipas coloridas naquele grande espaço vazio. Próximo de lá tem o Centro Geodésico da América do Sul, determinado pelo Marechal Rondon em 1909 e que foi considerado correto por estudiosos depois dele. Eu tinha imaginado um lugar meio místico, mas ele fica no meio da cidade em frente à Câmara dos Vereadores.

Véu da Noiva

Seguimos então para a Chapada dos Guimarães pela MT 251, que está parcialmente em obras e depois de uns 10 km havia uma parte que estava sendo usada de forma reversível para obras no asfalto, mas nada que demorasse demais. Antes de Chegar na Chapada visitamos a Cachoeira Véu da Noiva que é um dos seus símbolos mais famosos. O acesso é muito perto da estrada e há um grande estacionamento a partir do qual se caminha uns 550 m até a cachoeira propriamente dita. Para quem tem necessidades especiais, gestantes ou para os da melhor idade há a possibilidade de ir de carro até mais embaixo, mas com pouquíssimos lugares para estacionar. A partir de lá há uma rampa até o mirante, além de um quiosque de souvenires e um restaurante. É uma parada rápida.

Casa da Quineira

Chegando na cidade da Chapada dos Guimarães vimos que o que não faltam são pousadas. Ficamos na Casa da Quineira que é uma pousada novíssima, inaugurada para a Copa no ano passado. Tem somente 12 acomodações, mas estão construindo outras 10 ou 12 pelo que entendi. O atendimento é de primeiríssima, super atencioso, tem uma decoração aconchegante e a dona disse que foi sua casa de veraneio antes de ser pousada. Ela fica logo antes da Mata da Quineira e alguns quartos têm vista para a mata, que não é acessível e não tem trilhas por enquanto.

Casa da Quineira

O café da manhã é no capricho e vai das 7h30 às 10h. No último dia, como nosso avião era no início da noite, fizemos um último passeio para a Cidade de Pedra. Tínhamos feito check-out antes do passeio, e deixado nossas bagagens na pousada e para nossa surpresa eles nos ofereceram um quarto desocupado para tomarmos um banho antes de voltarmos para Cuiabá. Posso dizer que foi maravilhoso irmos limpos de volta para casa.

Centro Geodésico da América do Sul

Sobre os passeios, no dia da chegada, além do Véu da Noiva a caminho da Chapada, fomos também ao Mirante do Centro Geodésico, que não é o verdadeiro no sentido geográfico, mas fica num descampado que tem a vista do alto da Chapada, bem mais esotérico do que aquele no meio do concreto.

No outro dia fizemos o Circuito das Cavernas, que fica numa propriedade particular que cobra R$ 50 pela entrada. Caso você queira usar uma jardineira puxada por um trator para chegar mais próximo das atrações, você paga mais R$ 15 ida e volta. Como demora uns 15 minutos de trator, achei que valeu muito a pena porque o sol é inclemente. Eles fornecem uma caneleira de couro para evitar a mordida de cobras. Teve gente com chinelo de dedo, mas como a caminhada é por terrenos íngremes, é aconselhável estar com um sapato próprio para caminhada. Descendo do transporte, tem uma caminhada de dificuldade variável e acredito que os guias podem escolher o caminho mais fácil ou mais curto de acordo com a forma física dos participantes ou ainda para evitar a coincidência dos grupos.

Kyogo Brado

Kyogo Brado


As cavernas pelas quais passamos são totalmente selvagens e não há qualquer tipo de iluminação, corrimão ou qualquer facilidade para pessoas com necessidades especiais. A nossa guia levou uma lanterna para cada, pois em várias partes não havia qualquer iluminação natural. Há duas cavernas com nome: fomos primeiro na Kyogo Brado, que pode ser atravessada. Tem paredões de uns 20 a 30 metros, erodidos pelo tempo. Na entrada ficam periquitos e morcegos nas cavidades das pedras.

Aroe Jari

Lagoa Azul

A caverna mais famosa é a Aroe Jari, que é bem mais larga e naturalmente iluminada. O final do passeio é na Lagoa Azul, que fica totalmente azul a partir das 15 horas e, como a água é bem parada, forma um maravilhoso reflexo da paredes.

Circuito das Cachoeiras

O passeio do dia seguinte foi chamado de Circuito das Cachoeiras e também exige guia e voucher para controle do número de pessoas na atração. O início é uma caminhada de quase uma hora sob um sol escaldante, sem possibilidade de sombras porque a vegetação é baixa o tempo todo. Quando chegamos na primeira cachoeira, tivemos a certeza de que valeu a pena.

Circuito das Cachoeiras

São várias delas na sequência, todas ao longo do mesmo rio. Vamos indo rio acima para achar mais uma. Há cachoeiras que formam lagos onde o pessoal fica se banhando e outras bem pequenas só para constar.

Cidade de Pedra

O último passeio, no dia da volta, foi até a Cidade de Pedra. Também precisa de voucher e guia, além de uma chave que abre o cadeado da porteira que fica fechada. Vencendo a primeira parte que tem a estrada asfaltada, e depois uma parte em terra, há um areal de uns 10 km que foram heroicamente vencidos pelo nosso carrinho 1.0 dirigido pela nossa guia maluca Aidê que não tinha um carro melhor para ir.

Quando chegamos lá, havia dois outros grupos com caminhonetes altas 4 x 4 que nos olharam pasmos que nós tínhamos conseguido chegar com aquela miséria de carro. Chegando lá, caminhamos por entre muitas pedras de formas e tamanhos variados até chegarmos na beira do precipício de onde conseguimos ver toda a parte baixa até Cuiabá, que fica a 32 km em linha reta. Pode-se ver também os paredões que se elevam da parte baixa que são impressionantes. Ao longe, podemos também avistar o Morro de São Jerônimo, cuja subida de 20 km vai ficar para a próxima encarnação.

Obrigado pelo relato, Miriam!

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32 comentários

Olá, gostaria de tirar algumas dúvidas, é obrigatório o guia para esses passeios???
Vi nos comentários abaixo que vc disse que contrata o guia no local, mas isso é na hora ou precisa ser com antecedência???

    Olá, Jacqueline! Passeios dentro da área do parque nacional, só com guia. Você agenda nas agências locais ou por meio da sua pousada, se quiser agendar com antecedência.

Miriam, que relato leve, preciso e completo! Era tudo o que precisava… iremos de moto e encaixou com o tempo que ficaremos la. Adorei e vou usar agora no final de maio. Valeu!

Estava em Cuiabá esse final de semana … de Fato a Chapada é linda .. pena que alguns pontos fechados conforme eles dizem em “eterna reforma” !! Vale a pena o almoço no restaurante da Pousada do Penhasco, vista linda !!

Estarei no dia 11/2/2016 em Cuiabá. Quero saber se eu alugar um carro e ir direto pra cidade da Chapada eu consigo guia para os passeios nas pousadas? Ou devo contratar daqui de SP? Grata

    Olá, Renata! Os guias para os passeios dentro do parque você consegue na cidade. Nas atrações particulares você contrata o guia no próprio local.

Parabens pelo relato!
Sou mato-grosessense nata..vivi minha infancia indo brincar nessas cachoeiras..e vendo as mudancas aconecendo..ja fazem 4 anos que me mudei, e seu relato esta excelente, muito bem detalhado!

Miriam, que relato fantástico!
Realmente inacreditável vocês terem conseguido vencer as estradas com o 1.0!
Muito massa!

Ótimo relato! Só faltou um show do Zé Ramalho, cantando Avohai, em uma noite fria na Chapada. Vivi isso no final dos anos 80!!!

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