Chapada Diamantina num feriado: as dicas da Carla Z.
A Carlinha aproveitou o superferiadão de novembro (Proclamação da República + Dia da Consciência Negra) para conhecer a Chapada Diamantina. Foi para Salvador no dia 15 e de lá pegou um vôo para Lençóis. Na volta, fez Lençóis-Salvador de ônibus durante a madrugada, e voou Salvador-Rio de Janeiro cedinho no dia 20. Como os dias de chegada e de partida seriam perdidos, priorizou os passeios aos redor de Lençóis mesmo, que não exigiriam muitos deslocamentos, para aproveitar bem o tempo que passaria por lá. Vai pela Carlinha:
Texto e fotos | Carla Zobaran
A primeira é que é realmente difícil “entender” a Chapada apenas lendo. E a segunda é: podem confiar, sim! Quando lemos que as distâncias são longas, é verdade. Quando dizem que é melhor ter carro por lá e contratar guias, é verdade.
Acho que não tem o melhor jeito de conhecer a Chapada, e sim várias maneiras. É pra voltar várias vezes. Por vários motivos, acabei não fazendo a viagem do jeito que planejava, mas mesmo assim foi sensacional!
Roteiro
Foi bem facinho chegar. Fui de avião, voltei de ônibus, fiz base num hotel muito bom em Lençóis e os passeios ao redor. Quando digo ao redor, é porque não tentei ir pra muito longe, pra não ficar horas no carro. Acho que essa história de precisar no mínimo uma semana lá é besteira. É claro que queria ter mais tempo e ir pra outras cidades-base, mas tive quatro dias inteiros pra passeios e foi muito bom! Não dá pra ir em tudo, claro, mas pra quem quiser curtir uma cachoeira, fazer trilhas e ter aquela vista maravilhosa, vale sim usar um feriado pra ir. Mas vai ficar a vontade de voltar!
Passeios
Cachoeiras, sem guia | Ribeirão, Serrano e Primavera
Para as cachoeiras e piscinas do Ribeirão (do meio é a do tobogã), do Serrano, da Primavera, do Sossego dá pra ir a pé da cidade, ficam mil guias tentando te levar, mas não há necessidade e as trilhas são bem tranqüilas. No caminho tem vendinhas de água e se tiver dúvida se está no lugar certo eles ajudam.
Cachoeiras, com guia | Sossego
Para a trilha para a cachoeira do Sossego vale a pena ir com guia. Como o caminho acompanha o rio, tem parte nas pedras, parte com trilha e pode até ter que molhar o pé. É uma trilha que tem que ter atenção, mas é legal.
Cachoeiras, com agência | Fumaça
Para a cachoeira da Fumaça (por cima), fomos com uma agência. A trilha é bem marcada e não há a necessidade de guia, mas tínhamos que chegar até o início da trilha (no Vale do Capão). Ir de táxi ou com a agência (para 2 pessoas) era o mesmo preço. Pra quem não é acostumado a fazer trilhas o guia dá bastante segurança e aí poderia valer a pena. O início da trilha é bem inclinado e por isso mais cansativo, depois melhora. A trilha é aberta; se estiver sol não tem como se esconder. Bom levar bastante água.
Melhor por conta própria | Roteiro número 1
Fizemos o que eles chamam de “Roteiro número 1″. É legal, mas acho muito entra e sai de carro, poderia ter menos paradas. E como todas as empresas fazem o mesmo roteiro, cada um dos lugares que paramos estava cheio de gente! E o guia não quis fazer um roteiro diferente. Fiquei arrasada de não conseguir fazer o mergulho na Pratinha, tinha uma fila gigantesca. Pra feriados e finais de semana, o ideal é essa ser a primeira parada do roteiro. Ainda bem que a gruta Lapa Doce e o Morro do Pai Inácio são sensacionais, pra valer o passeio! Com carro dá pra ir a cada ponto desse passeio da forma que achar melhor. E é possível sim alugar carro na Chapada, tem uma locadora em Lençóis chamada Lukdan, logo que entra na cidade, no pé da ladeira. Pena que era feriado e não conseguimos alugar.
Agência e guias
A agência que nos levou na Cachoeira da Fumaça foi a Nas Alturas e adorei! O tratamento na agência foi ótimo, o guia também, lanchinho na trilha todo especial. E não era um grupo grande, apenas mais 3 pessoas.
Tentei contratar um dos guias da Associação, que inclusive é o meio que o hotel recomenda para fazer os passeios, mas ele acabou furando e mandou um amigo no lugar, que só fui saber depois que não era da Associação. É uma boa pra quem está de carro ou mesmo pros passeios ao redor. O hotel já conhece alguns e liga direto. Só não achei barato. Para passeios de duas pessoas os preços são comparáveis com das agências. Para famílias e grupos maiores, sim, tem vantagem. Aliás, fiquei impressionada com a quantidade de crianças por lá; achava que não era passeio pra criança. Pelo contrário: cachoeiras, trilhas, combina bastante.
Os passeios não são baratos. Antes de ir é bom entrar em contato com as agências, com algum táxi ou locadora e com a associação de condutores para já ter idéia dos preços.
Lençóis
A cidade de Lençóis é fofa e com muitos restaurantes. Comi bem por lá. Como era feriado, tinha muita gente na rua, adorei. Também tem mercados, padaria, dá pra montar o lanche pra trilha se seu hotel ou sua agência não fizer. Mas, durante o dia, cidade fantasma! Ninguém! Quase não tem lugares abertos pra almoçar.
Hospedagem. Ficamos hospedados no Canto das Águas, bem mais caro que os hotéis que costumamos ficar, mas foi muito bom. Café da manhã, restaurante, serviço, localização, tudo muito bom! E o toque final veio no último dia, o ônibus sairia meia-noite e nos deixaram ficar no hotel até a hora de ir embora, maior late check-out que já ganhei!
Obrigada pelas dicas, Carlinha!
Leia mais:
- Chapada Diamantina: um miniguia completão
- Escolha sua Chapada: Diamantina x Veadeiros x Guimarães x Mesas x Jalapão
19 comentários
A Chapada é mesmo incrível, vale muito o passeio! Gostaria de falar sobre a Cachoeira da Fumacinha na cidade de Ibicoara, pois não há muita informação nos sites sobre ela. Imagens dessa cachoeira podem te fazer querer ir até lá, pois o lugar é lindo, diferente… mas saiba: a trilha até ela é pesadíssima, cansativa, muito longa e em certos pontos eu diria que é até perigosa, inclusive com alguma escalada de pedras… pense bem antes de incluí-la no roteiro. Eu e meu marido fomos sem saber disso e ficamos três dias com as pernas doloridas… Saímos as 7 da manhã e chegamos 8 da noite, finalizando a trilha com lanterna… e lá ficamos só 30 minutos… Não achei que valeu a pena.
Seria possível esse roteiro indo sozinha? Digo isso pois minha companheira de viagem desistiu e eu pretendia ir à Chapada de 11 a 17/03 ficando hospedada apenas em Lençóis.
Olá, Ana Claudia! É perfeitamente possível ir avulso para a Chapada. Encaixe-se em passeios por lá; Lençóis é a melhor base para isso.
Leia mais:
https://www.viajenaviagem.com/2013/09/chapada-diamantina-roteiro-dicas/
Pois é. Estou estudando a possibilidade de fechar um pacote com um albergue pq aí ficaria ainda mais fácil me enturmar nos grupos e não teria os perrengues logísticos, além de achar mais seguro.
Que legal ver essa matéria!
Eu sempre leio as dicas que encontro aqui quando vou viajar e foi legal ver a minha empresa ( Nas Alturas ) em uma das matérias!
Massa demais! Obrigada 🙂
Estive na Chapaqda na semana passada, fazendo uma “expedição” que é como chamamos uma viagem em grupo feita por vários jeeps, no nosso caso, um grupo de 08 Troller’s. O que posso dizer é que concordo com a Carla que as distâncias são grandes, e que tudo, mas TUDO MESMO por lá é pago e caro. As principais atrações estão em terrenos particulares e os proprietários, como é natural, cobram a entrada. O que surpreende é o preço cobrado pelos guias locais para acompanhar os turistas e leva-los a tais locais, variando entre R$30,00 e R$50,00 por pessoa, sem distinção de idade, raça, opção sexual ou crença religiosa. Nisso eles são democráticos. Se vc vai com a família, é bom que ela seja pequena, caso contrário o prejuízo é grande. No mais, o Parque Nacional so existe no papel. A realidade é que é um local muito bonito, mas extremamente abandonado, sem organização e, principalmente, FISCALIZAÇÃO dos órgãos competentes para tal. As prefeituras locais, por suaq vez, nada fazem em termos de preservação, sendo comum os lixões a céu aberto, e alguns, por mais absurdo que pareça, à beira de cursos d’agua. É de matar de raiva pela destruição de algo que deveria ser preservado com rigor. A visita deve ser planejada pois não há como se vder tudo. Do que registramos, merece destaque a beleza de IGATU, na parte sul do Parque, um vilarejo todos nas pedras, e o Vale do Capão e o do Paty, nos quais existe um pouco mais de consciência ambiental. Abraço. Márcio
Gostaria que o Márcio relacionasse aonde ficam esses ““lixões” a céu aberto à beira do curso d’água “ porque a muitos anos visito a chapada frequentemente e NUNCA vi o que você relatou.