Cartagena das Índias: uma muralha, tantas contradições (por Bruno Vilaça)
O Bruno Vilaça acaba de voltar de Cartagena, onde alternou caminhadas pelas ruelas e sítios históricos com as delícias dos hotéis de luxo. Encontrou uma cidade cheia de contrastes, que descreve a seguir — e ainda divide com a gente ótimas dicas de restaurantes e passeios. Vai pelo Bruno:
Texto e fotos | Bruno Vilaça
Essa pérola colombiana é complicada e tem suas mazelas. Chegue com calma, nem sempre a primeira impressão é das mais agradáveis e sua cabeça pode demorar a entender o que está acontecendo. Mas com pouco tempo você vai perceber que a cidade carrega grandes encantos, acredite.
Um cidade cheia de detalhes e nuances. É onde Paraty se encontra com um pouco da Espanha e um naco de Caribe, dá pra entender? São ruelas cheias de vida que formam um cenário bem pitoresco e levemente caótico para apresentar um povo feliz e hospitaleiro, que gosta de receber bem! E sempre, sempre abrem um sorrisão quando descobrem que você é brasileiro.
Cartagena viveu seu apogeu no século 18 (o então mais importante porto da América Latina). Mais tarde, se tornou um cidade provinciana decadente, e nos últimos tempos vem recuperando seu brilho. Apenas recentemente, depois de anos de abandono, começa a se revitalizar de verdade e a mostrar o seu charme, ainda assim às vezes tão escondido.
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Aproveitei uma ótima promoção da Lan e fui finalmente conhecer o principal destino turístico da Colômbia, aqui tão perto da gente e nem sempre presente em nossa lista de desejos padrão. Uma vista rápida, de apenas três noites, mas o suficiente para conhecer o principal da cidade. Vem comigo com algumas dicas rápidas e frescas:
Os principais pontos turísticos estão todos próximos e podem ser descobertos com uma gostosa (e abafada!) caminhada pelo caos divertido da cidade. Entre uma arepa e outra, a comida de rua típica, a cidade vai apresentando sua graça e te fazendo encantar.
Penso que deveria ser compulsório a todos os visitantes comer uma arepa com queijo por dia, que coisa boa!
Uma caminhada sobre as muralhas é indispensável, inclusive para se refrescar um pouco com o vento constante que bate ali em cima. Também não dá pra deixar de ir no Palácio da Inquisição, Teatro Herédia e os Museus do Ouro e de Arte Moderna.
Escolha sua praça preferida, pode ser a San Pedro, a Aduana, a Bolivar, a San Diego, a Santa Teresa ou tantas outras. Sente, descanse e tome um refresco. Um pouco mais longe, o Castelo de São Felipe também vale.
Apesar de Cartagena estar à beira-mar, as praias urbanas não merecem destaque. Nenhum destaque. As melhores opções estão a cerca de uma hora de lancha rápida, nas ilhas de Baru e Rosário, que cá entre nós também não são assim uma Brastemp (ops!), mas se tornam o paraíso para uma escapada rápida do calor médio de 30 graus que faz na cidade durante todo o ano.
Mas tenha certeza que o verdadeiro charme de Cartagena está em sua cidade murada, que não à toa é patrimônio histórico e cultural da humanidade. Se o seu lance é só praia não perca seu tempo, vá direto para San Andrés ou qualquer outra praia do Caribe.
A hotelaria de Cartagena está em sua melhor forma e sim, é obrigatório se hospedar dentro da cidade murada. Sugiro não descumprir essa lei. 😀
O Hotel Quadrifolio, onde me hospedei, está instalado em um casarão do século 17 e tem apenas oito quartos, todos diferentes e de muito bom gosto. Uma simplicidade sofisticada como eles gostam de dizer, se é que isso é possível.
O café da manhã gourmet é servido em uma mesa coletiva no átrio e os banheiros das suítes são quase mini-spas, com amenities Ferragamo. O hotel ainda tem uma lancha própria, exclusiva para os hóspedes, com passeios privados às ilhas. Mais intimista impossível. Adorei e recomendo.
Bem no miolo do centro histórico e também entre os meus favoritos está o Hotel Casa San Agustín, charmoso com sua bela piscina tropical e serviço exclusivo. São 30 quartos espaçosos e decoração chique-colonial em um casarão restaurado com primor, faz parte da Leading Hotels of the World, costuma ser o mais bem avaliado da cidade.
Badalado e sempre movimentado, o Sofitel Santa Clara é o hotspot local e está instalado em um antiquíssimo convento, no melhor ponto da cidade.
Os 122 quartos construídos no prédio contemporâneo em anexo oferecem todas as mordomias default da rede. Sua super piscina estilo resort e seus bem cuidados jardins são oásis no calor de Cartagena. O SPA é grande e bonitão, com vista para o mar e as muralhas. Não esqueça de tomar um drink no bar do hotel, é lindo.
Come-se muito bem em Cartagena, principalmente nos arredores da Plaza San Diego. A gastronomia peruana está em toda parte e meu favorito foi o La Cevicheria, leve e desencanado, peixes sempre frescos. Ali do lado, o Juan del Mar, instalado em uma linda casa republicana ricamente restaurada, tem bom serviço e pratos com sabores exóticos que podem servir bem até três pessoas.
No anexo também tem uma pizzaria para refeições rápidas na calçada. Unanimidade na cidade, o Restaurante El Santísimo faz jus à fama que tem, com um ótimo ‘menu milagro’ como eles dizem, no estilo ‘all you can eat & drink’, por cerca de US$ 50 por pessoa, limitado à permanência de duas horas na casa. Pode parecer furada, mas pode ir sem medo que é bem bom. O Carmen, dentro do Hotel Anandá, e o Donjuán, na Calle del Colegio, também têm ótima reputação.
Querida Cartagena. Eu volto. Um dia.
Obrigada pelo relato, Bruno!
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54 comentários
Queria ter lido a sua publicação antes de marcar a minha viagem para Cartagena. Realmente as praias urbanas são ruins, a praia “pública” na Isla Baru é até bonita, mas para chegar lá de ônibus vc percorre uma estrada de chão e ao chegar la a infraestrutura é bem precária, não tem nem água encanada e eles cobram uns preços absurdos pelos drinks, guada-sóis e cadeiras de praia, muito caro. Quanto às ilhas privadas costumam custar cerca de 360.000 COP e o mar não é aquele azul turquesa deslumbrante, pelo contrário, fui em agosto/2024 e mar estava num tom esverdeado claro, muito sem graça, não tem ondas, o que parece mais uma lagoa sem fim, não tem barulho de mar, além disso não tem ducha doce. Valeu pela experiência, mas não voltaria e nem indicaria aos amigos esse destino.
Será que algum viajante poderia me indicar um local para se dançar ritmos caribenhos (salsa) à noite.
Olá, Maria Eliza! Vá ao Bazurto ou ao Café Havana. Ambos ficam no bairro de Getsemaní.
Saudades de Cartagena, andar pela ruas do centro antigo, pelas muralhas perto dos arcos, pena que não deu pra conhecer o teatro, estavam preparando uma cerimônia oficial, apreciar os casarões e a arquitetura colonial… Firam cinco dias de pura vida caribenha!!! E hospedem-se dentro das muralhas!! Vale a pena!!!
Gostaria de fazer um comentário – e alerta para as mulheres – sobre o “sempre, sempre abrem um sorrisão quando descobrem que você é brasileiro” dito pro Bruno neste relato. Passei por uma situação assustadora agora em Junho, na porta do Castelo de San Felipe, cercada pelo taxista (que não estava disposto a dar o troco da corrida) e 3 vendedores que ficam na entrada do Castelo. Como não caí no conto do “não tenho troco”, o motorista saiu as gritos do carro gritando que eu era grosseira e que “só podia ser brasileira”. Fui cercada por ele e 3 vendedores ambulantes que, mesmo sem saber do que se tratava, gritavam “brasileiras são grosseiras mesmo”, “só podia ser brasileira” e outros xingamentos. Saí dali aos prantos. E mina raiva só aumentou qdo, ao sair, outros (os os mesmo, sem sei…) falavam “brasileira? amiga! Neymar, Ronaldo… meu filho faz futebol”… Cuidado com as palavras bajuladoras dos ambulantes colombianos, vivi na pele o que eles realmente pensam de nós. Ali eles só estão interessados em nosso dinheiro; a “simpatia” é falsa.
PS: Em nenhum momento fui grosseira com o taxista. Somente não aceitei o citytour que ele insistia em fazer, não quis que ele ficasse esperando para me levar de volta ao hotel na saída do Castelo, e arredondei a corrida de 7 mil para 8 mil COP, pedindo o troco.
Nós adoramos o Bruxas de Cartagena ,fica na cidade amuralhada , é um restaurante Peruano , a comida e o atendimento excelentes. Boa viajem .
Ana Maria, uma opção bem diferente de refeição na cidade amuralhada, é no pier do Club de Pesca (https://www.clubdepesca.com/#1), com direito a veleiros e iates ancorados (dá para chegar de barco). Tem um salão com ar condicionado e também mesas sobre as árvores (se não estiver muito calor é ótimo). Frutos do mar honestos. Comemos ceviche de entrada, risoto de langostinos (camarões) e uma grande panela de arroz com mariscos (tipo uma “paella” imagino que sirva 2 pessoas). Um restaurante com cara de privativo (só para sócios), mas que recebe muito bem os turistas e com aquela vista da cidade antiga. Faça reserva e boa viagem.
Escrevi, relatando minha experiência na ida a Cartagena e o cruzeiro com o Monarch, um livro que gostaria de compartilhar no site, pois traz impressões tanto da cidade quanto das ilhas de Curaçao, Bonaire e Aruba. Deixo, abaixo, um deguste, pois vou publicá-lo no site http://www.clubedeautores.com.br
“Viajar é viajar em viagem porque nossa imaginação nos leva ao que planejamos, idealizamos com antecedência e que conseguimos realizar e que, no futuro, será uma recordação que nos trará momentos de felicidade.”VIAGEM
Cada dia
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Maria da Glória de Mello Topan Rüdiger