Cânion do Xingó, com base em Alagoas: a dica da Carla Z.
A Carla Z. escolheu uma estratégia interessante para visitar o Cânion do Xingó. Em vez de encarar o cansativo bate-volta a partir de Aracaju, ou de se hospedar em Canindé do São Francisco, preferiu fazer na cidade de Piranhas a sua base. Tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, Piranhas fica também às margens do Rio São Francisco, mas no estado de Alagoas. A Carla aproveitou para fazer outros passeios pela região, e para curtir as praias fluviais também. Vai pela Carlinha:
Acabei de voltar do Cânion do Xingó, com base na cidade de Piranhas, em Alagoas. Fui e voltei pelo aeroporto de Aracaju, com vôos diretos Rio – Aracaju – Rio. Aluguei carro no aeroporto mesmo.
De manhã saí em direção a São Cristóvão e só depois para o interior.
São Cristóvão é bonitinha, tem o circuito das 7 igrejas, mas, pelo que tinha lido, esperava mais. De qualquer jeito, gostei bastante de ir passear lá.
A ida foi meio confusa; o GPS e o mapa do Google Maps não se entenderam muito bem. Chegamos perguntando pelo caminho. Antes de ir, melhor perguntar na pousada o caminho para pegar. Na volta fizemos isso e deu certo.
Outro ponto, mas esse a gente já sabia: o Google Maps indica uma volta imensa pra ir de Canindé do São Francisco (a última cidade em Sergipe) para Piranhas, mas tem uma ponte de uma pra outra.
[Mirante Secular]
Em Piranhas fiquei no hotel Pedra do Sino, onde também funciona um restaurante com uma vista linda. Eles chamam esse ponto de Mirante Secular, tem uma escadaria de 300 e não sei quantos degraus para chegar lá (mas só fui de carro, nem consigo imaginar subir isso tudo naquele calor). Dá pra ver a cidade toda, além da linda vista do rio São Francisco e as prainhas que se formam na cidade.
[Rio São Francisco]
A recepção e o café da manhã são servidos nesse mesmo restaurante e os donos são muito simpáticos e prestativos.
Os quartos têm o principal desejo por lá: ar condicionado! É muito quente. Quando chegamos estava 42°C! É tudo simples, mas bom, além da varandinha com vista pro rio São Francisco.
[Piranhas]
A cidade é muito fofa, daquelas de se perder passeando, com as casinhas todas coloridas, muito bem preservadas. Não precisa nem saber o que tem por lá, é só ir andando.
A praia no rio é uma delícia (adorei não passar o dia salgada), mas pode ser que tenha muita gente, música alta; o melhor é chegar bem cedo na praia e fazer os passeios de tarde.
Recentemente foi construído o que eles chamam de orla, que são vários restaurantes no final da praia.
As noites foram muito divertidas. Os bares colocam mesinhas na rua (de plástico, Riq, não tem jeito), música ao vivo e depois acaba em festa, com o povo dançando no meio da rua mesmo.
[Cânion do Xingó]
O passeio mais famoso é o do Cânion do Xingó. Ele sai do restaurante Karrancas, com toda a estrutura pra isso, em Canindé do São Francisco (SE). O restaurante é grande, com buffet de almoço, e também pratos a la carte, uma praia e vários catamarãs e lanchas para o passeio. A navegação pelo rio dura 1 hora e é gostosinha (mesmo com a música o tempo todo rolando) até chegar na parte mais bonita do Cânion, onde é feita uma parada para banho e pra um rolêzinho num barco menor por uma parte mais estreita (5 reais por pessoa).
Essa parada pra banho seria deliciosa se não fosse uma grande farofa. Só é possível ficar numa área delimitada, uma espécie de piscina feita de rede. Cento e poucas pessoas numa mesma área e aquele monte de macarrão colorido. Ok, já tinha visto fotos, já esperava encontrar isso.
É possível alugar lancha no restaurante, mas elas estavam parando no mesmo piscinão, não sei se param em outros pontos pra banho. Mas acho que pra um grupo grande a lancha vale a pena sim (não sei os preços).
Procurei saber se dá pra chegar de outro jeito, mas todos aconselham a ir com o catamarã, pela estrutura toda. Mas, como qualquer barco pode chegar lá, acho que se sabendo de outros pontos que saem barcos você deve conseguir fazer esse mesmo passeio com menos gente.
[Barqueiros em Piranhas]
O passeio do último dia foi sensacional. Pegamos um barquinho com um barqueiro em Piranhas mesmo e fomos navegando pelo São Francisco até a fazenda onde Lampião foi morto. Lá tem uma trilha para o ponto exato que foi pego, que não tem nada demais, apenas mostra o lugar, mas você anda pela caatinga – aquela secura e aquele calor! Na fazenda também tem uma prainha deliciosa. Lá eles operam um restaurante, lojinha, tirolesa etc, por isso todos os barquinhos levam lá. Também tem passeios de catamarã saindo de Piranhas, é o passeio básico de lá, mas fazer sozinho é mais gostoso. O bom foi que fomos cedo, antes dos passeios chegarem e o restaurante, a praia e a trilha ficarem cheios de gente. Nosso barqueiro era uma figura e contou várias histórias da região além de levar em pontos de mergulho, pontos com a água clarinha e falar muito do rio São Francisco. Me arrependi de não ter levado a máscara para ver como é o rio.
Outro passeio legal é o da Usina do Xingó. É no caminho entre Piranhas e o lugar de onde sai o catamarã. O passeio todo demora uns 40-50 minutos. Primeiro passa um videozinho, depois explicação na maquete, que é toda de madeira, tão linda que não dá pra prestar atenção no que o carinha diz, só na maquete, e depois pagando 40 reais por carro tem a visita pela Usina, passando de carro em cima da barragem e tudo. É tudo enorme, de ficar de queixo caído. Adorei! Queria até ter ido à Usina de Paulo Afonso no dia seguinte, que fica a uma hora de distância, mas não tive tempo para isso.
Lembre de levar sapato fechado para esse passeio. E a trilha do Lampião também é bem melhor fazer de tênis.
Muito boa essa viagem. Queria que fosse aqui pertinho pra poder ir uma vez por ano.
Adoramos o relato, Carlinha!
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54 comentários
Carlinhas suas fotos ficaram maravilhosas e o roteiro não poderia ser melhor! Show!
Em Julho do ano passado fizemos uma road trip de 15 dias pelo nordeste, alternamos entre o litoral e o interior. Na época descobri Piranhas e vi que valeria uma visita, mas as informações eram poucas como também não vi nenhuma indicação de hospedagem, assim resolvemos pernoitar em Canindé de São Francisco, pois não sou adepta ao bate-volta, gente, é muito cansativo!
Acontece que quando estava lá e fui conhecer Piranhas, fiquei encantada! A cidade é lindinha e mil vezes melhor que Canindé, ponto para você que acertou em cheio! 🙂 Lá no blog, publiquei posts sobre Piranhas, Canindé de São Francisco e passeio aos Cânions do Xingó.
Beijo grande,
Carlinha,
Beleza de relato! 🙂
Bjs
Esse roteiro é um espetáculo! Só não visitei a hidrelétrica, e atesto todas as impressões da Carla!
Eu só peguei uma época menos movimentada, e durante a semana – logo, não vi todo esse movimento nos bares de Piranhas. Mas a cidade é um charme! E o hotel tá valendo muito a pena!
Eu fiz esse trajeto, depois fui “seguindo” o São Francisco: Penedo, depois Piaçabuçu (onde se faz o passeio até à Foz do São Chico), depois voltando pelo litoral sul de Alagoas até Maceió (com direito a parada em Pontal do Coruripe, ótima praia pra descansar).
Olá, o sr foi de carro de piranhas até Maceió? Gostaria de obter informações da estrada… Se por GPS, é fácil ir de Maceió a canindé? Se a estrada é boa e bem sinalizada? Se é possível fazer bate volta?
Att.
Karen
Olá, Karen! Este comentário é de 2012, achamos difícil que o leitor veja a sua pergunta. O Ricardo Freire foi sempre via Sergipe.
Sim, é fácil – Apesar da sinalização não ser das melhores mas o trajeto em si é tranquilo.
Saindo de Maceió pegue sentindo Arapiraca, entre as duas cidades a sinalização é boa e entre Maceió e a Barra de São Miguel o trecho é duplicado, estrada excelente. Após a Barra você deve pegar a AL220 e seguir por ela até o trevo com a BR101 (Você só vai andar por ela poucos quilometros).
Após a cidade de São Miguel dos Campos deve-se pegar a direita no posto da PRF e seguir para Arapiraca, depois de Arapiraca continue pela AL220 e vá embora sem entrar em nenhuma cidade – De Arapiraca até Piranhas a sinalização piora, mas não dá pra se perder. Em Olho D’água do Casado você pega a esquerda no trevo, em 15 km estará em Piranhas, aonde de lá até Canindé não dá mais do que 10 km.
Esse é um dos passeios que ainda quero fazer…apesar da música e farofada…rs…
Lindo esse cânion! Belo relato, sucinto e informativo. Parabéns!
Acompanhei as fotos pelo instagram e babei muito! Quem dera ter tempo de viajar quando visito a família no Brasil.
Parabéns pelas fotos e dicas, Carlinha!
Sensacional o relato. No ano que vem, a Expedição Brasil Express do Matraca News desembarca no Cânion do Xingó e eu também pretendo me hospedar em Piranhas. Adorei, Carlinha! 🙂
Show Carlinha, adorei as dicas e quem sabe um dia me aventuro por lá!!!!
A Sylvia disse tudo sobre o google maps, não é só no Brasil é no mundo todo, mas não posso negar que continua infinitamente melhor que GPS defasado ou o novo apps do iPhone 🙂
Bjos
Carlinha, acompanhei suas fotos no istagram e foi muito legal ver o seu relato. Quero muito conhecer este canion.
Quanto ao google maps , é impressionante a quantidade de erros em rotas , e vale para todos os lugares.
Na minha cidade -Poa- nunca consigo encontrar uma rota correta , está tudo defasado , mão de ruas erradas , caminhos muito longos e sem sentido.
Em outros lugares tb sempre encontro erros grosseiros no google maps, já sei q é só para ter uma idéia, não dá pra confiar.