Burj Al Arab

Dubai: como visitar o Burj Al Arab sem ser hóspede, na dica do Yuri

O Yuri aproveitou uma passadinha em Dubai para conhecer o luxuosérrimo hotel Burj Al Arab, que ocupa um dos edifícios-símbolo dos Emirados Árabes – sim, aquele prédio mesmo que você está pensando, construído no formato de uma vela de barco. O orçamento da viagem era de mochileiro, e a hospedagem por ali estava fora de cogitação, mas o Yuri conseguiu dar um jeito para que a visita acontecesse, mesmo assim, em grande estilo. O divertido relato confirma que certas extravagâncias em viagens acabam rendendo ótimas histórias para contar. Vai pelo Yuri:

Texto e fotos | Yuri Torres

Em julho de 2015 fiz um mochilão pela Austrália e Nova Zelândia e aproveitei que ia viajar de Emirates para investir em um stopover em Dubai, lugar que sempre quis conhecer pela arquitetura e projetos megalomaníacos. Meu bolso nunca me deu ilusões de me hospedar no Burj Khalifa ou Burj Al Arab, porém eu precisava saber como visitar os edifícios da maneira mais barata possível, no melhor estilo Hi-Lo.

Descobri que no Burj Khalifa você pode pagar um ingresso para o mirante no 124º andar (preços a partir de AED 125 ou R$ 128 – valores de março de 2016 – para compra antecipada online, e 300 AED ou R$ 307 na hora, sujeito à disponibilidade). Já no Burj Al Arab a princípio não seria permitida a entrada de turistas; somente seus hóspedes teriam acesso ao edifício.

Logo depois, porém, vi que o Burj Al Arab aceitava reservas de não-hóspedes para todos os seus sete restaurantes. Decidi pelo chá da tarde no Skyview Bar, localizado no 27º andar. Também existe uma opção mais em conta no restaurante do lobby, o Sahn Eddar, mas recomendo o primeiro pela vista maravilhosa do golfo.

A reserva é feita via telefone (4/301-7600) ou e-mail pelo endereço [email protected].

Na solicitação de reserva deve ser informado quantas pessoas estarão à mesa, assim como o horário de entrada escolhido (13:00, 13:30, 16:00, 16:30). Os horários cheios são as melhores escolhas, pois o salão estará vazio e as chances de pegar uma mesa com boa vista são maiores.

No e-mail de confirmação, é enviado um código que deve ser informado à portaria para se ter acesso à ilha do hotel. Eles também pedem uma vestimenta “smart casual”, que em resumo é: não vá com partes muito expostas, não vá de tênis, não vá de sandálias. São solicitados os dados de um cartão de crédito para segurar a reserva e não há cobranças, exceto 200 AED se você cancelar a reserva com menos de 24h.

(Parênteses de mochileiro: pensei em ir de metrô, mas o táxi em Dubai é tão barato que resolvi abrir – ainda mais – a carteira para não chegar a pé no dito hotel mais luxuoso do mundo.)

Chá da tarde no Burj Al Arab

Burj Al Arab

Eu cheguei com 40 minutos de antecedência porque queria conhecer o hotel e fazer o meu check-in na recepção do Skyview Bar para garantir uma boa mesa. Deu certo, fui o primeiro. Enquanto aguardava, fiquei passeando no lobby e fotografando. Todos os outros visitantes estarão fazendo o mesmo, então não precisa ter vergonha, e o hotel não tem nenhuma restrição quanto às fotos, apenas pede que não seja feita nenhuma filmagem.

Burj Al Arab

O Burj Al Arab, que tem uma temática “no fundo do mar”, é realmente tudo isso que parece nas imagens divulgadas: colorido, exagerado e bonito. Para onde você olha tem algo dourado reluzindo.

Burj Al Arab

Às 15h40 fui para a recepção do restaurante e cinco minutos depois os clientes começaram a ser chamados.

Ao chegar, fui para o lado direito e escolhi a mesa de canto, onde há as melhores vistas para o golfo, o Jumeirah Beach Hotel e até o Burj Khalifa, dependendo do clima.

E então, meus caros, começou a maior orgia gastronômica da qual eu já tive a oportunidade de participar.

Burj Al Arab chá da tarde

Primeiro, o garçom trouxe tâmaras (tradicionalmente servidas a visitantes) e teria oferecido champagne – que, no meu caso, foi trocado por suco de frutas espumante da Bateel, visto que era Ramadã e eles não servem álcool antes das 20h (tudo previamente avisado na reserva);

Burj Al Arab chá da tarde

Depois, foi servido um petit pot de morango com chocolate branco;

Burj Al Arab chá da tarde

Torta de confit de pato e cranberry;

Burj Al Arab chá da tarde

Uma torre de dois andares com diversos finger sandwiches;

Pausa.

Chegou a hora de limpar o paladar…

Burj Al Arab chá da tarde

(com sorbet de lichia e rosas)

… para a parte principal:

Burj Al Arab chá da tarde

Burj Al Arab chá da tarde

Uma torre de quatro andares (!) com scones, geleias e mini pâtisseries.

Burj Al Arab chá da tarde

Se você estiver comemorando algo, eles ainda te trazem um mimo: fui questionado logo na entrada e disse que estava celebrando minha formatura e ganhei um doce. O casal ao lado da minha mesa estava comemorando bodas e ganharam o mesmo que eu, com uma velinha no topo.

(Aqui entre nós, eu só entreguei o meu TCC seis meses depois!)

Tudo isso é acompanhado por um cardápio impressionante com diversas opções de chás (de várias partes do mundo, obviamente), cafés em todas as variações possíveis, sucos naturais e refrigerantes da Pepsi.

Ao final, ainda te dão uma caixa de chocolates como recordação.

Pelos motivos listados acima, não jantei neste dia.

E então veio a conta.

620 AED, com impostos e serviço inclusos. (R$ 570,00 + IOF em julho de 2015).

Foi caro? Sim. Valeu a pena? Sim. O dólar estava caro? Sim.

Se eu te recomendaria? Depende.

Burj Al Arab Skyview Bar

Acima de tudo, é uma experiência. Eu não costumo pagar mais do que R$ 30-50 por uma refeição quando viajo, mas ei, era o Burj Al Arab e sabe-se lá quando voltarei a Dubai.

Dubai é sobre luxo, o próprio emirado se vende assim. Se você puder bancar uma experiência assim, o chá da tarde do Burj Al Arab será memorável!

Extra! A melhor maneira de visitar o Burj Khalifa

A melhor maneira de acessar o Burj Khalifa não é pelo mirante, mas sim no lounge do At.Mosphere, restaurante localizado logo abaixo do mirante. Com abertura a partir das 19h, a consumação mínima por pessoa é de apenas 200 AED, com serviço e impostos inclusos. De quebra, caso consiga uma mesa perto da janela, é possível assistir ao show da Dubai Fountain de um ângulo muito exclusivo, sem multidão e calor! E a entrada é pelo Armani Hotel, ao invés da sempre lotada bilheteria do mirante!

Adoramos o relato e as dicas, Yuri! Super obrigado!

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    47 comentários

    No Burj Al Arab realmente näo entra se não tiver a reserva. Visitei outros 2 lugares que os sites dizem que a reserva em um restaurante é obrigatória mas consegui entrar “na careta” apenas dizendo que tinha reserva….Um é o Atlantis, que tem um shopping ao lado, com lojas e restaurantes. Ninguém perguntou nada para entrar….o outro é o Emirates Palace de Abu Dhabi. Simplesmente falei que tinha uma reserva no Le Café e me deixaram entrar (neste eu realmente tinha, mas queria testar se iam me exigir o voucher…não exigiram).
    Foi o Café Expresso mais caro da minha vida (cerca de 50 AED, na época R$ 40,00), mas era o passaporte para conhecer o Palácio, que seria do sultão, mas que depois de pronto ele não gostou da cor e transformou-o em hotel, construindo outro palácio para ele com a cor adequada….Diz a lenda que esta é a historia do Emirates Palace de Abu Dhabi. mais detalhes em
    https://marcusbarrocas.com.br:1234/abudhabi.htm

    Yuri, sensacional o seu relato! Seu chá foi um luxo, me senti dentro do Skyview Bar e automaticamente no Burj Al Arab, ui!

    Gostei muito de ler os dois comentários divergentes. Mas nada como ler o comentário de alguem que entende do assunto, quando se trata de viagens, rss
    Ricardo, seu ponto de vista mudou totalmente o meu jeito de pensar sobre…
    Ótimo, e vale para todas as viagens…

    Visitei o hotel para o jantar. É o que já disseram. Você não paga para encher a barriga e nem há “n” pratos para escolher dentro do valor cobrado. Isso é óbvio! Mas o cardápio está lá, para quem quiser e puder gastar. Fui muito bem tratada, a vista é linda, o banheiro é um luxo! Não me lembro quanto gastei, mas valeu cada dihram! Voltaria? É clarooooo!

    Muito interessante a divergência de opiniões! Ao fazer uma extravagância, vale a pena estar consciente do que você está comprando. No caso do chá do Burj Al Arab, o que os seus 150 dólares compram não é uma refeição 3 estrelas Michelin, nem um atendimento digno de sultão. O que os 150 dólares compram é um salvo-conduto para entrar num hotel onde a diária mais barata custa 1.000 dólares. É essa a conta. De lambuja, vem essa vista ‘aérea’ que nem o Burj Khalifa oferece. Você compra a sensação de, toda vez que topar com a imagem de um dos edifícios mais fotografados do planeta, poder pensar: “Eu estive ali dentro!” — mesmo que complemente com “e achei cafona pra caramba”. Ninguém nunca mais tira isso de você, e os 150 dólares que você investiu naquela maluquice vão render história a vida inteira.

    Meu conselho: nunca cacife uma extravagância se você não estiver 200% convicto de que vale a pena. Se estiver com um pé atrás, se desconfiar que é “armadilha pra turista” (qual atração turística não é, à sua maneira?), não gaste a sua grana. Se você for, vá com espírito esportivo, vá com o superego desligado, vá pra gostar. O Yuri tirou a tarde pra fazer cosplay de turista rico e se divertiu muito mais que os turistas ricos de verdade. Morri de inveja, Yuri!

      Yuri,

      que relato incrível! Vou passar quatro dias em Dubai em Janeiro, fazendo um stopover de uma viagem à Tailandia. Também vou no estilo mochilão e sozinha. A minha maior dúvida é quanto a hospedagem, onde você ficou hospedado?

      Obrigada

      Perfeito!
      Ninguém vai conhecer um hotel 7 estrelas preocupado com a qualidade da comida!
      Pagou para ter acesso ao hotel e curtir a experiência.

    Amei a dica mas já vir que tem outras pessoas que foram e não concordaram , o interessante então então pesquisa!!!

    Que lugar lindo , juro eu com dinheiro eu tendo dinheiro faria o mesmo que o yuri e sem um pingo de arrependimento. Ter oportunidade , de visitar um lugar lindíssimo como esse é ter o prazer de degustar , delícias e indescritíveis com toda certeza eu faria. Amo viajar , me sinto cidadã do mundo , só gostaria de ter mais dinheiro pra poder conhecer mais lugares pelo mundo. Agora , turismo você poderia por ficar de como mochilar , de como ser mochileiro de como gastar pouco em viagens internacionais, adoraria ter algumas dicas. Gostei do seu texto

    Acho sempre válida qualquer dica de viajem, porém esta realmente eu não posso concordar. Estivemos em Dubai em abril de 2014 e resolvemos, até por relatos como este, fazer este chá da tarde no Burj Al Arab. Sinceramente, foi uma das maiores roubadas dos tradicionais “pega turistas” em que já caímos na vida! Nem falo pelo valor, pois lá, as coisas são relativamente caras mesmo, mas o café é simplesmente ridículo, todos os pratos servidos eram péssimos, o atendimento patético, o espumante (não era champanhe) quente e somente meia taça… Uns mini sanduíches que vc não esperaria encontrar nem em um buteco de quinta… Sinceramente, respeito a opinião de todos, mas como fomos em 2 casais e temos relatos de outros vários que também caíram nessa roubada, é realmente uma experiência que não vale o tempo de viagem que vc perderá lá. A vista é legal? É. O hotel é bonito? Todos nós achamos mais ou menos. O café é uma piada. Você comerá melhor em muitos lugares em Dubai, até o jantar no deserto, que também é bem para turista ver, vale muito mais a pena. Vai quem quer, mas saiba que é zuado!!!

      Ele deve ter confundido com o “Viaje na Viagem”… 😉
      A serio: isto é comum em turismo!
      2 pessoas diferentes terem experiencias totalmente distintas no mesmo local, seja por irem com expectativas diferentes, seja por questão de timing, seja por puro azar mesmo!
      Acontece…

      Tb acho. Em viagem (com “g”. rs) é muito comum as pessoas terem opiniões absolutas, quando quase tudo é relativo. Expectativa, momento da vida, época do ano, etc. Tudo isso influencia no que vc achou (vai achar) da viagem/experiência.

      O importante é termos informações objetivas (o máximo possível) e tirarmos nossas próprias conclusões se vale a pena ou não.

      Se a viagem é com G ou com J, pouco me importa, mesmo sendo eu uma professora de língua portuguesa. O mais interessante são os diversos relatos sob variados pontos de vista. Não vamos fazer vestibular, vamos viajar. Não é mesmo?

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