Bur Dubai e Deira: oba, nem tudo é novinho em Dubai
Zunindo pra lá e pra cá pela avenida Sheikh Zayed (ou, entre nós, Chukri Zaidan) você deve se perguntar onde que essa maluquice toda começou. Pois começou não muito longe de onde hoje é o aeroporto. Dubai nasceu à beira do Creek, uma laguna que parece um rio ou um canal, e que serve como porto natural e via navegável.
A margem sul é conhecida como Bur Dubai; a margem norte, Deira. Há um trecho de Deira com prédios modernos (escritórios e hotéis), mas no geral a região é ocupada por construções baixas e pobrezinhas para o padrão atual dos Emirados. Passear por aqui é entrar em contato com uma Dubai não-plastificada. Recomendo.
Quem nos ciceroneou no passeio foi a querida Ana Karina (Karinissima/Ah! Libanesa). Mas o tour não requer nenhum conhecimento prévio da área. Basta pegar um táxi ou a linha vermelha do Big Bus Tour e descer no Dubai Museum, em Bur Dubai.
O Dubai Museum aproveita a carcaça do pequeno forte Al Fahidi. Você entra e pensa: ué, só isso? Mas daí desce por uma rampinha e encontra um ótimo museu no subsolo.
O que achei mais bacana foram os dioramas de cenas da vida dubaiana (o certo é emirática, mas para mim os árabes daqui são dubaianos, abudabenhos e qatarinos) e as fotos e vídeos dos pescadores de pérolas (que faziam a base da economia do lugar antes do petróleo).
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De lá fomos a pé para o Creek. No caminho passamos por uma linda mesquita iraniana que serviu de trailer para aquelas que eu um dia vou ver no Uzbequistão.
A travessia do Creek é o momento top do passeio. Há vários barquinhos chamados abras na margem esperando passageiros. Você pula, senta onde tiver lugar e depois paga uma moedinha de 1 dirham (R$ 1, pela cotação de março de 2016)) quando pedirem.
Olha a Ana Karina aí, gente!
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Existem tours de abra pelo Creek, mas fazer a travessia junto com os locais (a maioria, trabalhadores importados, mas tudo bem) me pareceu bem mais interessante do que estar na companhia de nossos colegas turistas.
Você desembarca e já está na boca dos soukhs tradicionais — o de temperos (“Spice Soukh”), o de tecidos (“Textile Soukh”) e o do Ouro (“Gold Soukh”). São antigos, mas não tente achar aquele exotismo de Istambul ou do Marrocos — aí já é exigir demais de Dubai. (Querendo ver algo realmente autêntico, demore-se na margem examinando os barcos de mercadores ancorados no Creek.)
O que mais me impressionou foram as vitrines do mercado do ouro, com alguns objetos em ouro maciço que nem sabia que eram feitos.
Dá pra voltar de táxi ou de Big Bus Tour desde Deira. Mas se eu não estivesse com pressa (era o dia do jogo), acho que teria feito a travessia do canal mais uma vez e voltado de Bur Dubai.
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35 comentários
Ao pessoal do Rio que tiver interesse, no CCBB está rolando uma exposição muito legal chamada “Islã”. Fiz a visita guiada quando estive no Rio semana passada e foi muuuuito legal. Tem etapas interativas, também.
Essa exposição é show, vai só até 26/12.
olá, vou para Dubai em fevereiro e gostaria de saber:
– no dia deste passeio ao Deira, vc foi também ao Bur Dubai? (quero saber se dá tempo visitar as duas regiões no mesmo dia);
– qual foi o dia e horário? (o “final de semana” árabe é diferente do nosso (ocidental), por isso gostaria de saber, para eu ter certeza de ir em um dia em que os souks abrem.
obrigada!!
Natália Machado
O passeio descrito no post foi feito em uma manhã. Se você for com intenção de fuçar os mercados, um dia está de bom tamanho, almoçando por lá.
O fim de semana muçulmano é sexta e sábado.
Olá Natália,
Sou arquiteto e morei em Dubai por algum tempo nos anos de 2005 e 2007, então tive a oportunidade de acompanhar muito do crescimento da cidade. Eu morava em Bur Dubai (ao lado do Burjuman, um dos maiores shoppings da cidade), e costumava percorrer toda a região a pé nos finais de semana.
A região é bastante interessande, principalmente ao longo do creek no lado de Bur Dubai. Ali fica uma parte do Souk, mais voltada para produtos texteis. Do outro lado, a 10 minutos de travessia com o Abra, ficam o Deira Gold Souk, o Spice Souk e o Perfume Souk, menos conhecidos.
Você pode sim percorrer todos os mercados em um único período, porém não me lembro muito do horário de funcionamento. Como eu costumava ir nos finais de semana ou à noite, o horário é diferente.
Eu tinha um album de fotos no Flickr na época, onde você pode encontrar algumas fotos (de 2005) dessa região: https://www.flickr.com/photos/wilsonneto
Espero ter ajudado!
Abraços e boa viagem!
Nunca tinha lido nada a respeito dessa outra Dubai.
Gostei!
Riq, dessa vez vc se superou na presteza e eficiência: até já deixou a explicação sobre o que é diorama a um clique! Não tive nem que googlar! Grata…rs
Nossa.. você sabe que Dubai na minha cabeça era só aquele monte de prédios novos e lindos e deserto? Adorei esta parte.. e nas cenas “abudabianas”, tive que olhar duas vezes… isso é um homem ou uma estátua?
Agora.. esses azulejos são de babar hein!
Cláudia, para azulejos destes há um lugar mais pertinho e interessante (“não desfazendo”, como nós dizemos, Ric) – Istambul.
Aconselho de olhos fechados.
De qualquer forma gostei desta parte, por oposição à modernice ostentatória de muitos locais.
Como falou a Vera, agora sim! Muito legal o post!
Linda esta parte de Dubai, mais real.
Agora sim, Dubai me interessa. Que beleza. Mais um rostinho para os comentários.
Uma outra dica legal para passear no creek é pegar o Wonder Bus (https://www.wonderbustours.net/), um ônibus tipo hop on hop off que entra na água e navega por toda extensão do creek. Para a noite, recomendo um jantar à bordo do Bateaux Dubai (https://www.jebelali-international.com/properties/BateauxDubai/TheBoat/TheStory.aspx) , o melhor barco do creek!
Riq,
Muito legal esta parte de Dubai. A gente sempre fica com a impressão de que tudo reluz por lá. Mais ou menos como os turistas que vem pensando que tudo aqui no Rio é como Copacabana 🙂