Chegando em Botswana: as boas-vindas dos elefantes e hipopótamos do Chobe Park
Enviado especial | Hugo Medeiros
Como podemos avaliar o valor de um destino. Seria pela quantidade de atrações? Pela qualidade da comida e das bebidas? Pelo luxo das acomodações?
Cada pessoa tem suas preferências e gostos. Mas o fato imutável é que sempre procuramos novas experiências.
E nesse ponto Botswana tem muito a oferecer. Um país do tamanho do Estado de Minas Gerais, localizado ao norte da África do Sul, e que é um local repleto de surpresas. Um lugar que jamais havia pensado em visitar, mas hoje fico me perguntando quando poderei retornar.
Não são apenas safáris ou a chance de conhecer um destino belo e misterioso. Quem se atreve a sair da sua zona de conforto, limitada a países e locais que todos já ouvimos falar, pode ter a certeza de que voltará para sua casa não apenas com fotos e recordações, mas com a sensação de ter vivido algo muito maior.
Para entender melhor o que digo, embarque comigo nessa viagem por este país que, se pudesse ser resumido em uma única palavra, essa palavra seria inesquecível.
Safári no Chobe
Após um longo voo desde o Brasil, chegamos no nosso primeiro hotel, o Chobe Bush Lodge. Fomos recebidos por funcionários que nos estendiam a mão direita, ao mesmo tempo em que a mão esquerda era colocada no próprio braço direito. Uma tradição secular das tribos africanas que demonstram estarem recebendo seus visitantes em paz.
Outra forma de cumprimento, um pouco menos formal, é apertar as mãos direitas, enquanto os braços esquerdos dão um abraço. Dessa forma, as mãos dadas ficam no meio, entre os corações, enquanto que os braços esquerdos formam um círculo de amizade e companheirismo.
Um início de viagem já repleto de história, cultura e amizade.
O Chobe Bush Lodge, com diárias em torno de 200 dólares, está localizado na cidade de Kasane, próximo ao Chobe National Park. Trata-se de uma hospedagem confortável, prática e muito bem localizada.
As refeições não estão incluídas. O café da manhã custa 27 dólares, enquanto o almoço e o jantar têm preços de acordo com o cardápio, sendo possível encontrar pratos principais em torno de 30 dólares. Já o passeio de barco custa 35 dólares por pessoa, e o safári, 39 dólares por pessoa. A duração de ambos é de 3 horas.
O rio Chobe pode ser tido como o coração do parque nacional. Ele nasce em Angola e percorre um longo caminho até Botswana. Uma curiosidade sobre este rio é que, durante o período de chuvas em Angola, onde está sua nascente, um enorme volume de águas aumenta o fluxo. Com isso, pelo fato de em determinados pontos existirem estreitamentos que comportam uma vazão de água reduzida, durante a noite o rio passa a correr em sentido contrário em virtude do represamento. Algo que nunca pensei ser possível.
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O nosso barco deixou o hotel, e nos primeiros minutos passamos por alguns pássaros e jacarés sob as águas. Uma visão bonita, mas um pouco decepcionante para quem imagina testemunhar de cara um ataque de leão a um rebanho de gazelas.
Mas o barco prosseguiu. Fez uma curva e em poucos minutos um novo mundo surgiu diante dos nossos olhos. Um mundo sem muros, sem grades, sem jaulas. Um mundo pertencente aos animais.
Um enorme grupo de elefantes estava majestosamente se banhando nas águas do Rio. Famílias inteiras em perfeita harmonia, andando e nadando como se não estivéssemos lá.
Rapidamente as câmeras começaram a fotografar. Todos querem que aquele momento mágico possa ser compartilhado no futuro com amigos e parentes.
O barco desliga os motores. Surgem impalas na margem. O guia nos explica que esses frágeis e rápidos animais são um verdadeiro “fast food” para os predadores.
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Na margem surgem diversos veículos. Alguns chegam a ficar cercados por animais. Um elefante, entendendo que o seu espaço estava sendo invadido, soltou um alto ruído avisando a todos que ali era sua casa.
O barco entrou em movimento. Surgem hipopótamos na margem. Dentre todos os animais, talvez esses sejam os mais temidos. Além de grandes e fortes, possuem um temperamento arisco, e não admitem que sua zona de conforto seja invadida. Matam mais na África do que qualquer outro animal. Na terra conseguem atingir velocidade de até 30 km/h, além de serem exímios nadadores. Por isso, não espere aproximar-se muito deles. A única forma de obter fotos em close é utilizando um bom equipamento de fotografia.
Mesmo não sendo belos, possuem graciosidade. Um enorme e massivo corpo, mantido com uma rígida dieta de saladas. Bem que eu desconfiava que aquela alface verdinha e inocente poderia ser a culpada dos quilinhos a mais. E todos dizendo que a culpa era dos doces e massas.
Em poucos minutos os hipopótamos entram na água e desaparecem, deixando apenas os olhos de fora. Ao navegar pelo rio, esses olhos são exatamente as áreas que devemos evitar.
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Um lindo e gratificante passeio. Não poderia imaginar uma forma melhor de começar nossa viagem. O pôr do sol que descortinava a noite trouxe cores vibrantes e alegres, como se uma pintura surgisse emoldurando nosso barco.
Na manhã seguinte, a empolgação era evidente. Logo cedo fomos visitar o Chobe Game Lodge, único hotel existente dentro do Chobe National Park. Com diárias a partir de US$ 400 por pessoa, tudo está incluído, desde as refeições até os passeios. O casamento entre Elizabeth Taylor e Richard Burton realizado em 1975 no lodge fez com que sua fama se espalhasse em todo o mundo.
Após o sucesso alcançado com este evento, o hotel continuou a evoluir, e foi um dos primeiro a obter a classificação “Ecoturismo”, que premia instituições com projetos ambientais visando proteger a natureza e permitir sua exploração sustentável, sem agressões à fauna e flora locais.
O Chobe Game Lodge possui uma decoração harmoniosa e diversos recantos que convidam ao descanso e contemplação. Funcionários atenciosos e acomodações confortáveis proporcionam uma excelente estadia.
Alguns dos safáris de carro e barco são realizados em veículos elétricos. Além do inegável apelo ecológico, a ausência de barulho permite aos turistas se aproximarem ainda mais dos animais e pássaros, que muitas vezes se assustam com o ruído produzido pelos tradicionais motores a diesel.
Um belo hotel, em um incrível parque. Apesar do Chobe Bush Lodge, onde ficamos, ser uma opção mais econômica, o Chobe Game Lodge permite uma experiência que justifica o valor pago.
Mas até então tínhamos visto o Botswana tradicional. Certamente fantástico, mas semelhante a diversos lugares em outros países africanos.
Assim, naquele mesmo dia,embarcamos rumo a um Botswana de sonhos. Um Botswana de contos infantis. Um Botswana que foi moldado e criado à imagem e semelhança do Paraíso.
Vamos para o Delta do Okavango.
Hugo Medeiros viajou a convite do Botswana Tourism.
Leia mais:
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7 comentários
Olá Hugo! Estou começando a pesquisar sobre Botswana para ir em setembro do ano que vem. Eu gostaria de fazer tudo que for possível por conta, sem agência. Eu li em outro post que para pegar os aviões e ir a lodges nos parques teria que ter uma agênci, mas por esse relato, parece que você também não foi por agência (nesse ponto da viagem), certo? A logística de ir de uma cidade até o lodge nos parques, por ex, é muito difícil? É fácil conseguir transporte?
Olá, Mariana! A viagem do Hugo foi feita a convite de Botswana, e tudo foi organizado para os participantes. Se você quer fazer turismo de luxo em Botswana, faça tudo por meio de uma agência, sim.
Oi Carla. Que bom que gostou. Continue acompanhando porque tem muito mais por vir.
Lu e Mirella, o país é muito lindo, e os lodges permitem a perfeita interação com a natureza com o mínimo de intervenção humana. Uma experiência única na vida.
Esse artigo mudou a minha opinião sobre lugares para conhecer, narrativa simples e ao mesmo tempo tão rica de detalhes. Aguardando os próximos posts ansiosa.
Sou DOIDA pra ir a Botswana… está no planos há anos, pois li maravilhas do país, dos games, hosteis e infra.
A Carina escreveu lá no Viajoteca sobre a viagem dela no ano passado e fiquei com ainda mais vontande!!!!
Meus planos (pra um dia quem sabe) é fazer um combinado de uns 45 dias incluido Namibia, Africa do Sul e Botswana 🙂 #sonho
Bjos
Hugo,
Belíssimo relato! Parabéns!!
Devo admitir que fui prestar mais atenção ao país depois de ler The no. 1 Ladies’ Detective Agency 🙂
Aguardando os próximos posts.