Beaune: história e boa mesa na Rota dos Vinhos da Bourgogne
Se Dijon é a capital administrativa da Bourgogne, Beaune pode ser considerada a capital afetiva da região.
Essa pequena cidade encravada em meio a vinhedos multicentenários é uma base mais do que conveniente para explorar e degustar o tesouro de grands crus e premiers crus produzidos ao seu redor.
A Bourgogne é subdividida oficialmente em cinco áreas produtoras de vinhos que se sucedem num eixo de apenas 230 km: Côte de Nuits, Côte de Beaune, Côte Chalonnaise, Mâconnais e Chablis. (Há quem inclua também Beaujolais na conta.)
Apesar de ser uma das regiões viníferas mais importantes da Europa, sua produção representa apenas 0,4% do total mundial; uma a cada duas garrafas é exportada.
As características do solo, as condições de temperatura chuva e insolação e os métodos tradicionais de fabricação extraem das uvas Pinot Noir e Chardonnay o terroir inimitável dos tintos e brancos bourguignons.
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O que fazer em Beaune
Todos os caminhos na Bourgogne levam ao encontro da boa comida, dos bons vinhos e dos cenários apaixonantes. Entre uma degustação e outra, veja as atividades imperdíveis na região.
Visita à Moutarderie Edmond Fallot
Desde 1840, a Edmond Fallot produz alguns dos rótulos mais clássicos de mostarda, que nada lembram as versões americanas ou britânicas do produto.
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A visita à fábrica passa por um breve museu da mostarda que conta desde a origem das sementes, mostra uma receita simples para fazer sua própria versão e até os processos de fabricação.
É claro que a visita terminaria com uma boa degustação de combinações variadas desta iguaria com versões de açafrão, curry e vinho. Difícil resistir. 31 Rue du Faubourg Bretonnière, tel. 03-80-22-10-02. Reservas: [email protected]; 10 euros adulto.
Hôtel-Dieu des Hospices de Beaune
Construído no século XV pelo duque da Bourgogne, o Hôtel-Dieu funcionou por séculos como um hospital que atendia pessoas carentes.
Com detalhes góticos e um acervo histórico muito bem preservado, o local ornou-se o museu que guarda a memória da cidade. Rue de l’Hôtel Dieu, tel. 03-80-24-45-00. Audioguia incluso. 7,5 euros adulto.
Château du Clos de Vougeot
No meio da estradinha entre Dijon e Beaune, uma bela surpresa: o Château Le Clos de Vougeot aparece rodeado de parreiras.
A obra foi inicialmente construída por monges como uma abadia no século 12 e, no século 16, um grande castelo renascentista foi concluído em seu anexo. Esse cartão postal da região fica no clos-Vougeot, na Route des Grands Crus.
Lá é possível conhecer mais sobre a gastronomia da Bourgogne e degustar seus vinhos. Rue de la Montagne, 21640 Vougeot, tel. 03-80-62-86-09. 7 euros adulto; visita interna dura 45 minutos.
Musée du Vin
O Musée du Vin fica em uma antiga casa dos duques da Bourgogne e, como o próprio nome sugere, conta a história e a evolução das técnicas de produção do vinho. Rue d’Enfer, tel. 03-80-22-08-19. 5,8 euros adulto.
Le Marché
Quer programa mais francês do que visitar uma bela feira de rua? Em Beaune, ela acontece todas quartas e sábados e enche as ruas de cores e diferentes aromas. Halles de Beaune, Place de la Halle
Outros atividades pela região
- Passeios de bicicleta pelos vinhedos
- Degustações e visitas a vinícolas (em tours de meio dia ou dia inteiro)
- Visitas a vilas medievais do século XIV e mercados regionais nas encostas dos vinhedos
- Tours de harmonização de queijo, pães e vinhos
- Aula de cozinha francesa
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Quanto tempo ficar na Bourgogne?
Depende do seu interesse em se aprofundar no universo dos vinhos locais. Eu ficaria quatro dias na região, incluindo Dijon, e aproveitaria para curtir os dias com mais calma.
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Como se locomover?
Beaune funciona muito bem como uma parada entre Paris e Lyon, um dos grandes centros gastronômicos da Europa. Basicamente você pode chegar até lá de três maneiras, sempre a partir de Dijon: pedalando; alugando um carro ou vindo de trem.
Saindo de Dijon, o melhor caminho é a Rota dos Grands Crus, que passa por 33 pequenos vilarejos e inúmeros vinhedos. Viajando de carro, não esqueça de configurar o GPS para percorrer as estradas menores e fugir das rodovias.
Assim, você conseguirá cruzar com Château du Clos de Vougeot no meio do caminho e outras surpresas desse caminho. São 45 km entre Dijon e Beaune, mas aposto que você vai querer parar a cada novo quilômetro. É uma rota muito fotogênica.
Da estação central de Dijon partem trens para Beaune diversas vezes ao dia. A viagem leva menos de 30 minutos e custa 8 euros pelo site da própria SNCF. Essa opção não permite parar para fotografar ou visitar castelos e vilarejos. Para calcular outros trajetos pela Bourgogne usando transporte público, consulte o site Mobigo – Bourgogne.
Onde ficar em Beaune
O ideal é ficar no centrinho da cidade. Eu me hospedei no tradicional Hôtel Le Cep que foi construído no século XV e hoje faz parte do Small Luxury Hotels e do Châteaux Hotels Collection.
Com uma decoração clássica, cada apartamento, dentre os 61 da propriedade, leva um nome diferente de um vinho da Bourgogne. O jardim do pátio interno, onde é servido o café da manhã nos meses mais quentes do ano, é considerado patrimônio da cidade.
O hotel é o endereço oficial do Loiseau des Vignes, um dos mais aclamados restaurantes da região.
Considere também o Les Chambres de l’Imprimerie, La Maison Blanche e o Chez Les Fatien que são muito bem avaliados no Booking.com.
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Onde comer em Beaune
O Loiseau des Vignes, restaurante anexo ao Hôtel Le Cep, ostenta uma estrela no guia Michelin. Curiosidade: o chef Bernard Loiseau foi uma das fontes de inspiração da Disney para a criação de Ratatouille.
Os pratos podem ser harmonizados com taças de vinhos de 70 rótulos diferentes, sem a necessidade de comprar a garrafa inteira. A mesa de queijos, com mais de 35 tipos, servidos ao final da refeição é um escândalo, no bom sentido da expressão, é claro. 31 Rue Maufoux, tel. 03-80-24-12-06. Abre para almoço e jantar; reservas são indispensáveis.
O brunch do Les Popiettes é disputadíssimo aos finais de semana em Beaune. O cardápio, variadíssimo, oferece também opções vegetarianas e sem glúten. A carta de vinhos e espumantes acompanha muito bem as opções do brunch. 10 Rue d’Alsace; não é preciso reservar.
Natalie viajou a convite de Switzerland Tourism e Atout France.
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Comentários
De todas as regiões vinícolas que visitei ao redor do mundo (e foram várias), a Bourgoune foi a única que me decepcionou. Pessoas pouco amigáveis, dificuldade em realizar degustações, restaurantes com grandes pretensões e pouca substância (Caves Madeleine). É lógico que sempre existem bons momentos e recordações. Posso citar o restaurante Piqu’Bouef com uma salada de foie memorável e a Caveau des Arches, um restaurante subterrâneo que originalmente era uma adega/porão e serviu de abrigo durante a segunda guerra mundial.
Estive em Beaune no ano passado e amei cada lugar que vi. Apesar de ser abril, nós alugamos uma bike e fizemos quase 30 km entre os vinhedos pela Route du Grand Cru. Foi D+. Super recomendo.