Bate-volta: de Munique a Garmisch e Zugspitze, por A. L.
Bela dica deixada pelo A. L. e que não poderia ficar confinada numa caixa de comentários. Está indo pra Munique? Tem um diazinho sobrando: Este bate-volta é fácil e ótimo. Vai pelo A. L.:
Fiz uma viagem esse fim de semana e fiz um bate-e-volta a partir de Munique que vale MUITO a pena: Zugspitze e Garmisch-Partenkirchen, respectivamente o ponto mais alto da Alemanha e a cidade típica dos Alpes da Baviera que fica ali próxima. Em geral Füssen é mais procurada para day-trips por conta do castelo de Neuschwantesin, mas eu vou deixar essa recomendação alternativa
(Comentário: eu não sou tão fã de Neuschwanstein porque acho que como castelo ele é “fake” (construído em 1885 para imitar 1605…), é lotado demais e a visita interna é tão rápida que não vale o perrengue.)
O que tem em Zugspitze? É, antes de mais nada, um complexo de esqui em torno de um pico de 2.960m. Todavia, ao contrário de outras duas dezenas de resorts de esqui, é uma montanha preparada para outras atividades de quem não quer nem passar perto das botas e suportes (o que era meu caso).
No cume, há um grande complexo formado por dois restaurantes e vários pontos de observação. Em um dia com tempo favorável, dá para ter uma visão de vales alpinos coloridos, lagos, e de outras montanhas na Áustria e – com sorte – até na Itália. Há uma segunda área, um pouco abaixo (2270m), comdois restaurantes de padrão bem acima da média de restaurantes turísticos de cumes de montanha, com propostas mais contemporâneas de culinária regional revisitada e sobremesas ótimas.
A subida até o cume já vale muito a viagem: há um bondinho (Eibsee-Seilbahn) suspenso que leva da estação base em Eibsee (a 980m) até a estação do cume (2890m) em meros 13 minutos. Como há apenas duas torres intermediárias, e a inclinação é elevada, tem-se a sensação de viajar em um quase-elevador-panorâmico. A cabine comporta até 40 pessoas, mas se vc ficar no meio, não verá muita coisa. Por isso, recomendo esperar uma cabine partir e entrar na fila para a próxima, para garantir a possibilidade de tentar um bom lugar. Chega-se a ficar suspenso a 650m em linha vertical desde o solo.
Lá em cima funcionam dois restaurantes, lojas de souvenirs e uma ampla plataforma de observação – além de acesso para o bondinho que vem da Áustria, menos interessante na minha opinião.
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Do topo, há um segundo bondinho que leva à Zugspitzplatt, onde funcionam o restaurante estrelado e o bistrô, e de onde partem, no verão, diversas trilhas com variados graus de dificuldade e, no inverno, o acesso a vários teleféricos, gôndolas e pistas para quem está esquiando.
Da Zugspitzplatt parte também o segundo meio de acesso à montanha: um trem de cremalheira, incluso também no passe diário. Demora bem mais, e boa parte do trajeto é por tunel, mas como tem maior capacidade, as filas, se existirem, são bem menores. Na base da montanha, a estação do trem (Zugspitzebahn) é bem próxima à estação do bondinho. No site do parque há informações detalhadas. Clique em “winter” para selecionar a programação de inverno.
Preços do circuito diário: € 38 (inverno), € 47 (verão)
Como complementos, há um lago na estação base de bondinho (Eibsee), que fica congelado durante 4/5 meses por ano e é ponto de partida de várias trilhas no verão. Há um complexo hoteleiro no local para quem quiser ficar mais de um dia (embora eu recomende, nesse caso, se hospedar na cidade).
Garmisch-Partenkirchen é uma simpática cidade que fica a 6km do ponto de partida para Zugspitze, com uma cena gastronômica bem superior ao que se encontra em outras cidades próximas na “Rota Romântica” ou em Füssen. É também o ponto base para outros programas em montanhas próximas como as rotas Garmisch Classic e Wank. Vale a visita ao centro histórico, pela vista excelente de 3 grandes montanhas.
De Munique partem trens regionais de hora em hora (mais frequentes no verão) para Garmisch-Partenkirchen. A viagem dura 1h25. De GaPa parte o trem de cremalheira que vai até Eibsee (35 min) serpenteando o vale e continua até Zugspitzplatt (1h15). Eu recomendo subir até lá e descer de bondinho, é mais interessante.
De carro o passeio pode ser complementado com parada em alguma cidade no meio do caminho ou, em uma viagem de maior duração, com travessia para Áustria (Innsbruck) com mais paradas pelo caminho.
O que torna Zugspitze particularmente interessante? Dois fatores: (1) é talvez a mais acessível experiência de visitar montanha alpina de alta altitude, sem precisar de tornar isso um programa de trekking extenuante, mas ao mesmo tempo sem se limitar a uma mini-plataforma com teleférico e gastronomia de aeroporto; (2) fica sob medida para um bate-e-volta desde Munique. Fica, então, a dica de um bate-e-volta menos conhecido a ser considerado.
Duas observações importantes: só faça o passeio com tempo razoavelmente bom. Tempo nublado não prejudica totalmente o passeio; chuva e neblina podem fechar o acesso ao topo.
Valeu, A. L.! Explicadaço!
Leia também:
Passo a passo: de Munique a Neuschwanstein
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226 comentários
Só para complementar as excelentes informaçoes do André, para quem quiser esquiar nas pistas da região, recomendo comprar na Deutsche Bahn o passe Garmischer Ski-Express.
Saindo de Munique, já com acesso às pistas incluído, o passe de um dia custa 39€ (32€ até 18 anos) para quem visita as pistas Garmisch-Classic, e 46€ (36€ até 18 anos) para as pistas Zugspitze.
Mas esse passe só vale normalmente de fins de dezembro a comecinho de abril.
André,
Só um adendo com relação ao acesso pelo bondinho austríaco. Ele é bem mais barato que o alemão, coisa de 66% do preço, se não me engano. Eu não subi o Zugspitze pelo lado austríaco, mas parece ser uma boa opção econômica, principalmente para quem está viajando em grupos maiores.
Os preços do lado austríaco são parecidos (€ 34/38) com os do lado alemão, mas eles tem um ticket família (2 adultos + 2 crianças) por € 80. Só que para chegar em Erwhald é um pouco mais complicado e demorado.
Estarei em Munich em junho e o passeio ao “castelo fake” já estava no programa…vou incluir Zugspitze em nosso roteiro!
Será que verei a neve por lá? Adoraria ver as montanhas com “chantili”…
Valeu a dica!
Abç
Mara
Olá, Mara! Junho é praticamente verão. Você só verá as neves eternas. Para ver neve na Europa no chão, vá no inverno. Vai de dezembro a março!
Ahhhh…mas nem lá, beeeem em cima dos montes???
Bjs
Completando o que a Bóia disse, Mara, lá no Zugspitze tem neve o ano todo e dá para brincar um pouco com ela, mesmo em junho e julho.
Viu só, Bóia??? Hehehe!!
Bjs
Valeu, Márcio…
No Zugspitze tem uma geleira, ou seja, neve o ano todo. No verão, dá pra fazer trilhas a partir do topo e pisar em cima do gelo (vá com calçado impermeável), tirar fotos etc. Nào é neve,é mais azul quando olhado de perto do que branco, mas é bem legal.
Também gostei da dica do André. Aliás, sempre acompanho com muito interesse os comentários inteligentes e racionais do André.
Ele é um dos “comentaristas” mais assíduos e que fazem do VNV especial.
Obrigada André, por rechear belos posts com dicas interessantes e balizadas!
Fiz esse passeio em 2005 mas fiquei em Garmisch-Partenkirchen por uma noite numa pousada super simpática, com varanda para as montanhas. Existem várias pousadas “caseiras” e em geral bem aconchegantes. Acho que vale a pena passar uma noite por lá para quem não está com disposição de pegar estrada no fim do passeio no topo das montanhas.
ñ sou dos + ‘comentadores’ por aqui, mas tem um certo estilo de posts/comentários q deixam meus dedos coçando pra digitar.
andré lot está definitivamente entre os meus ídolos aqui do vnv.
depois daquele roteiro pela itália “off broadway”, enviado no ano passado (e devidamente favoritado e tb guardado como arquivo no meu computador), agora ele vem com outra dica detalhada ‘ma non noiosa’.
vai ter o mesmo destino da outra, certeza.
valeu!
Em tempo: muito boas e detalhadas as dicas do André!
Tentei fazer esse passeio ano passado (mas como bate-volta à partir de Füssen), mas quando chegamos em Garmisch nos informaram que o acesso à montanha estava fechado por conta do mau tempo lá em cima.
O jeito é fazer o “sacrifício” de voltar àquela região outra vez!
Bom, vcs imaginam quanta informação a gente tinha disponível em 81 ? Nenhuma é claro, e o inusitavo ficou por conta da apresentação do passaporte por duas vezes no cume do Zugspitze( a distancia de uma fronteira a outra eram alguns passos )
Hoje em dia não há mais controle de passaporte, já que Áustria e Alemanha fazem parte da União Européia, mas não deixa de ser engraçado se ver, de repente, em outro país.
Eu fiz essa viagem em julho do ano passado, mas não tinha me dado conta que lá em cima era uma mistura de Alemanha e Áustria. Só percebi quando “cheguei” na Áustria. 🙂
Nós adoramos ambas ! Fizemos este bate volta quando a maioria aqui estava nascendo 😆 em 1981 !
E foi tão legal, que continuo recomendando …