Rochosas Canadenses: Banff, onde mora o Lake Louise
No Canadá, existem apenas duas cidades localizadas dentro das áreas de parques nacionais. Uma delas é Jasper, que fica no Jasper National Park. A outra é a encantadora Banff, parte do Banff National Park, que com seus menos de 4km2 de extensão marca para sempre a memória de quem a visita.
Situada a 1.463 m de altitude, Banff é a cidade mais alta do Canadá. Integrante das Montanhas Rochosas canadenses, e classificado como Patrimônio Mundial da Unesco, o pequenino município é um sonho: ruas bem cuidadas, com muita área verde, arquitetura graciosa, cercado por lindas montanhas, e ainda com Lake Louise pertinho, é impossível não pensar em como é sortudo quem mora ali.
No inverno, Banff vira um dos destinos mais concorridos do Canadá. Juntando a estação Lake Louise Ski Resort, a Sunshine Village e a Mount Norquay, são 32 km² de áreas esquiáveis, com duas gôndolas e 26 lifts e teleféricos. No verão, trilhas pelas montanhas, passeios de cavalo, ou de canoa pelos lagos, observação de fauna e flora, além de opções culturais e de restaurantes recheiam uma visita.
As águas termais da cidade, porém, são atração independentemente da época do ano — ainda que mais gostosas no inverno. Em 1882, funcionários da Canadian Pacific Railway descobriram (sem estar procurando), uma piscina natural de águas quentes, no pé do que hoje é a Sulphur Mountain. Três anos depois, o parque de Banff foi criado, a fim de proteger toda a área. Hoje, vários hotéis oferecem piscina de águas quentes, mas o visitante também pode conhecer a Banff Upper Springs (1 Mountain Ave, ingressos a partir de C$ 7,30 por adulto).
O cuidado com a fauna, aliás, é uma das características mais bacanas da região. As estradas que cortam o parque não apenas são cercadas, para que nenhum animal corra o risco de ser atropelado, mas também ganharam pontes que tentam ao máximo reproduzir a vegetação local, para que os bichinhos também pudessem cruzar de um lado a outro da área, numa tentativa de não interferir demais em suas vidas.
Lake Louise
Mesmo que eu tentasse explicar o que é olhar pela primeira vez para Lake Louise, não seria capaz de me fazer entender. Quando você está a caminho dali, ainda nas montanhas, e começa a ver aquele “grande pontinho azul” lá no meio, já dá para começar a sonhar. Mas chegando de fato às margens do lago de mais de 2,5 km de extensão e 90 metros de profundidade, parece que o tempo para.
Uma vez ali, é possível fazer passeios de barco ou canoa, alugados pelo Banff Canoe Club. Um simpaticíssimo guia nos ensinou conceitos básicos para remar e foi explicando durante a “navegação” o processo de degelo do pico da montanha Victoria e a formação do lago (que por isso ganhou o nome da filha da monarca britânica), além de histórias sobre a construção do hotel Fairmont Chateau Lake Louise. No inverno, a área se transforma em um rinque de patinação no gelo que também recebe torneios de hóquei e até competições de esculturas na neve.
Por estar em um ponto tão estratégico da paisagem, mesmo que você não se hospede no Fairmont, é possível almoçar ou tomar um café no estabelecimento, e aproveitar a maravilhosa vista. A questão é que mesmo depois de ter passado uma ou duas horas nas águas de Lake Louise, você continua a querer ficar por ali, admirando a paisagem.
O azul do lago porém, não é o único atrativo do parque. Os 6.641 km² guardam várias outras opções de passeios, como o teleférico aberto ou em gôndola, ambos com aproximadamente 15 minutos de duração. Dependendo da época do ano, é possível avistar alguns dos ursos-cinzentos que moram no local dando uma espreguiçada no sol. Há uma série de empresas locais que oferecem o passeio, saindo dos hotéis da cidade, ou incluindo refeições especiais no percurso.
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Bow River e Moraine Lake
Tão maravilhoso quanto Lake Louise é Moraine Lake, que fica a apenas 14 km de Lake Louise, numa área conhecida como Valley of the Ten Peaks. A vista a partir do lago, com montanhas ao fundo, é chamado de Twenty Dollar View, pois era retratado nas notas de 20 dólares canadenses na década de 1970.
Vindo das Montanhas Rochosas e passando por Lake Louise, o Bow River cruza toda a cidade de Banff. E uma forma interessante de conhecer as estradas da região é seguir o curso do rio a cavalo, em trilhas guiadas que duram de uma a duas horas. A vegetação encanta, assim como o barulhinho do rio, que acompanhará você por toda a duração do passeio. Tours de bicicleta também são possíveis, e não apenas pelo parque ou pelas áreas verdes, mas também pela cidade. Por ser pequeninha, é fácil chegar a vários pontos bonitos do local apenas pedalando. Por conta disso, é comum que os hotéis ofereçam gratuitamente algumas bicicletas para os hóspedes.
Outra visita interessante nos arredores é a Cascade Mountain, que fará moldura a todas as suas fotos do centro da cidade, Consta que pessoas muito, muito sortudas, conseguem presenciar, entre os meses de agosto e setembro, a aurora boreal acima dela.
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Onde ficar em Banff
A maior parte das lojas, restaurantes e vida noturna da cidade fica na Banff Avenue e transversais. Como vários dos hotéis também estão localizados ali, é fácil se locomover pela cidade sem precisar de carro. Caso pense em ir mais longe, o sistema de transporte público cobre vários dos trajetos para as atrações clássicas da cidade, e custa apenas $ 2 por adulto (conheça mapas e horários aqui)
Minha estadia de apenas dois dias na cidade (e acredito que Banff mereça ao menos uns três dias inteiros, ou mais caso você queira de fato aproveitar a hospedagem), foi no Fox Hotel & Suites, uma gracinha de hotel que homenageia vários aspectos da cidade em seu interior, seja na madeira, elemento predominante da decoração ou na piscina de águas quentes que fica, literalmente, dentro de uma caverna abaixo do nível do hotel, como o verdadeiro Cave and Basin National Historic Site, o tal local encontrado pelos trabalhadores da Pacific Railway no século retrasado.
E se nada disso convenceu você a conhecer a cidade, pense apenas: em que outro lugar, caminhando pela rua, você poderia encontrar um cervo fazendo um lanchinho no jardim de uma casa, sem que absolutamente ninguém ache aquilo anormal?
Heloisa viajou a convite da Canadian Tourism Comission.
Leia mais:
- Cruzando o Canadá de avião, trem e carro: a viagem do Sergio
- Vancouver: quero mais
- Dicas do Canadá no Viaje na Viagem
18 comentários
É a segunda vez que vou a aquela região.
Excelente
Celso
Espero um dia poder conhecer.
Lugares maravilhosos,amo Canadá,principalmente a cidade de Toronto.
Quando fui as Banff voamos de Seatle até Calgary e de lá alugamos um carro. Fizemos Banff, Jasper. Façam o passeio ao Glacier no caminho para Jasper. Na volta voamos de calcary para Vancouver(acho que deveria ter ido para Victoria, pernoitar lá uma noite porque a cidade é muito charmosa e de lá ir para Vancouver de Hydroavião (30 minutos de voo, sensacional!)
nao consegui localizar a distancia entre vancouver e Banff. Alguem pode me dizer quantos km entre uma e outra?
Tks
Olá, Mariana!
Sempre que você precisar calcular distâncias:
1) entre em https://maps.google.com
2) Digite a primeira cidade
3) Depois de carregado o mapa, clique em Rotas
4) Insira o nome da segunda cidade no campo que aparecerá
Banff está a 850 km de Vancouver.
Excelente post! Faz pare da minha wish list.
Obrigada pelo roteiro detalhado, Marco Antônio.
Gostaria de ver o q fez nos outros dias entre Banff e Jasper. Se for + fácil p/vc, pode mandar p/o meu e-mail: [email protected]
Lu,
Encaminhei o roteiro por email. Caso alguém mais queira dar uma olhada é só pedir ([email protected]).
Uma coisa que mudarei na minha viagem quando retornar é levantar mais cedo para tentar ver os animais selvagens.
Eu leio sobre as Rochosas e fico sempre emocionada com as fotos. Em 2 meses estou indo pra lá, realizar o meu maior sonho de viagem da vida!!!
🙂
Que lugar lindo!
Há anos que sou louco pra conhecer esse lugar. Já estive na costa leste e oeste do Canadá, mas ainda falta as Rochosas. Um dia chego lá!! 🙂
Eu e minha esposa passamos 14 dias em 2010 entre Banff e Jasper. Foi tão bom que esperamos voltar novamente.
Sugiro fazer um roteiro com os pontos de visitação. Posso encaminhar o resumo do meu.
Marcos adoraria ver seu roteiro, pois estou indo dia 22 de julho para lá.
Fabiana,
Fiquei alguns dias em Vancouver e depois fui de carro até Lake Louise (hoje não faria porque apesar das estradas serem boas, são mais de 800km).
Minha primeira parada foi em Lake Louise e me hospedei no Fairmont. Quando fui pagar a hospedagem lembrei do Ricardo Freire e resolvi cacifar o hotel não me arrependo de nada (se quiser se hospedar no Fairmont pode participar do President’s Club dele – Não precisa pagar nada e tem alguns pequenos benefícios).
Basicamente para otimizar as visitas aos lugares eu saia andando em uma direção e visitava tudo que tinha naquela área. Dessa forma não ficava andando a tôa.
No primeiro dia fui aos seguintes lugares :
1.1 – Caminhada em volta do Lake Louise – (aproximadamente 2,5 Km)
1.2 – Visita ao Hector Lake – Não há estrada para acesso.
Pegar a rodovia Icefields Parkway sentido Norte.
Distância aproximada: 24,6 Km (25 minutos).
Há estacionamento com vista panorâmica.
1.3 – Visita ao Bow Lake – Há estacionamento em frente ao lago. Continuar sentido Norte – Distância aproximada: 16,7 Km (13 minutos).
Há duas trilhas: Bow Lake e Bow Glacier Lake (4km, subida de 55,5 m). Considerada o melhor percurso à margem de um lago.
1.4 – Visita ao Peyto Lake (Considerado o lago mais bonito de todos) – Há uma estrada para acessar um mirante. Placa indica o acesso ao mirante (Peyto Lake Lookout).
Pegar a rodovia Icefields Parkway sentido Norte.
Distância aproximada: 6,5 Km (5 minutos).
Os montes que ficam próximos ao lago no sentido Norte são o Caldron Peak e Mount Patterson. Ao Sul fica o Peyton Peak.
Parar no estacionamento (Peyto Lake Lookout) e andar em uma trilha de 20 minutos (descida de 91,5m) até o mirante (considerado o mais magnífico das rochosas).
1.5 – Estava programado subir a gondôla de Lake Louise depois do almoço, entretanto o tempo estava fechado e desistimos. Ia almoçar na vila de Lake Louise.
Sobre a gôndola levantei o seguinte :
Subir a gôndola Lake Louise : Gôndola que sobe até o topo do Mount Whitehorn. Leva-se 14 minutos para subir a uma altura de 1.088 metros onde será possível ter uma vista de Lake Louise sem caminhar.
Caso tenha adquirido o ticket para a gôndola que esteja incluso o almoço.Funciona das 09:30AM as 04:30PM
1.6 – Almoçei em Field (Na cidade de Field há um local (Kicking Horse) onde vendem uma torta de chocolate deliciosa. O nome da torta é “Mud pie”.)
1.7 – Visita ao Emerald Lake.
Pegar a trans-Canadá Highway – AB-1W (24,5Km).
Na cidade de Field há um local (Kicking Horse) onde vendem uma torta de chocolate deliciosa. O nome da torta é “Mud pie”.
Virar à direita. Há uma ponte natural logo depois (não deixar de ver e tirar fotos).
Distância total aproximada: 74,6Km (1h06).
– Ao fundo ficam as montanhas nevadas Wenckchemma.
– O lago só tem um hotel, café e restaurante juntos, o Moraine Lake Lodge (https://www.morainelake.com/). No hotel há ofertas de caminhadas a beira do lago (melhor passeio – 20 minutos). Há também uma caminhada curta para Consolation Lake (duração em ter 1h e 2h).
Restaurante: Snowshoe Café (aberto das 08:00Am – 07:00PM). Preços altos, TripAdvisor com 76% de recomendação.
– Na volta parar para visitar KICKING HORSE (cachoeira). Há uma trilha até o TAKAKAW FALLS, gigantesca queda d’agua.
1.8 – Retornar a Lake Louise Village
Dirigir até o trevo da Canadá Highway (Dirigir por 9,1Km)
Pegar a trans-Canadá Highway – AB-1W (Dirigir por 26,9Km).
Pegar a rodovia Icefields Parkway sentido Sul
Distância total aproximada : 36,6Km (37 minutos)
1.9 – Visitar ao Morraine Lake
Pegar a Estrada em direção ao Fairmont Lake Louise
Virar a esquerda na Moraine Lake Rd
Distância aproximada: 14,4 Km (24 minutos).
Se gostar da ideia posso postar o que fiz nos outros dias. Existem várias atrações entre Banff e Jasper. Deixei para visitá-as quando percorri a icefields parkway de Banff até Jasper.