All-inclusive: como funciona, onde funciona, pra quem funciona
Já publiquei outros posts sobre o assunto, mas devido ao volume de perguntas vejo que preciso juntar tudo num lugar só. Assim aproveito para responder a dúvidas secundárias — e tentar explicar por que recomendo all-inclusive em alguns lugares (e em certos casos) e em outros não. Bora lá:
All-inclusive: COMO FUNCIONA
All-inclusive não é luxo: é self-service.
Muita gente pensa em all-inclusive como uma viagem vip. Existem alguns poucos hotéis de luxo que operam neste sistema, mas na vida real o único luxo comum a todos os all-inclusives é poupar você de levar um susto no check-out.
O preço está fechado, e em princípio você não gasta um tostão a mais do que planejou ao comprar a viagem.
Tudo bem: uma semana de boca-livre pode ser entendida como um upgrade por muita gente. Só que a fartura de comida e bebida disfarça o fato de que você pode, sim, comer e beber o quanto quiser, praticamente à hora que quiser — mas não exatamente o que quiser.
Escolha o seu resort
Você está limitado ao que está pronto e disponível. A qualidade/variedade dos ingredientes, das marcas de bebidas e dos snacks vai variar conforme a faixa de preço do hotel.
Com exceção dos resorts supertop de linha, não espere garçons indo atrás de você.
A lógica do sistema faz com que seja o hóspede que vá em busca do que quer consumir. É você quem vai aos buffets e aos bares para se servir ou pedir para ser servido.
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No Caribe, uma gorjetinha diária ao barman garante destilados melhores, se houver. De maneira geral, se você não apontar para uma garrafa de bebida de marca que esteja visível, seus drinks serão sempre feitos com genéricos desconhecidos.
Não espere muito dos restaurantes à la carte, sobretudo nos resorts mais baratos.
Os cardápios são enxutos, e sua função é a de permitir uma noitada diferente: você brinca de ir a um restaurante. Mas dificilmente esses restaurantes à la carte de resort resistem a comparações com restaurantes da vida real.
Os buffets principais costumam ser mais bem-sucedidos (e sempre proporcionam uma segunda chance, caso você não curta a experiência à la carte daquela noite).
Recomendo que, antes de fechar uma viagem all-inclusive, você compare preços de vários hotéis do mesmo lugar. Separe as faixas de preço: elas darão indicação do que você pode esperar. Querendo camarões mais graúdos e vodka conhecida, escolha um hotel da faixa superior.
Optando pelo escalão inferior, não alimente (ops) grandes expectativas — e de repente você pode até se surpreender positivamente.
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All-inclusive: onde funciona
O sistema all-inclusive é redondinho em hotéis que sejam um destino em si próprios. Você tira uma semana para levar a família para um hotel que esteja num lugar bonito e ofereça um monte de coisas para fazer. Pode até fazer passeios, mas esses serão secundários.
O Club Med inventou o esquema e, 62 anos mais tarde, continua funcionando muito bem.
Dos destinos mais procurados por brasileiros, Punta Cana é o melhor exemplo de lugar sob medida para o all-inclusive.
Cada um dos 60 resorts de Punta Cana é um destino auto-suficiente; com exceção de Ilha Saona, os passeios são de meio dia e você volta logo para a daiquirilândia.
Há outros destinos assim no Caribe: Montego Bay na Jamaica, Varadero e Cayo Largo em Cuba são alguns que me vêm à cabeça.
O sistema vale muito a pena também em hotéis isolados, de onde não seja possível escapar para curtir uma cidade ou um vilarejo.
Isso vale, por exemplo, para todos os quase todos os resorts de praia brasileiros que adotam o sistema — os Club Med, os Iberostar, o Costão do Santinho, o Grand Palladium de Imbassaí, os Vila Galé, o Salinas e o Grand Oca em Maragogi, o Mussulo na Paraíba e o complexo Costa do Sauípe.
No Caribe, este é o caso da Riviera Maia, o trecho ao sul de Cancún em que os resorts estão em condomínios e pontos isolados.
Por outro lado, dois destinos em que eu não recomendo o sistema all-inclusive são Aruba e a zona urbana de Cancún. Nos dois lugares há “vida lá fora” — e nessas circunstâncias, sair amarrado a um esquema que vai prender você o máximo ao hotel significa abrir mão de curtir o que o destino tem a oferecer.
Em Cancún há o agravante de haver muitos passeios imperdíveis; aproveitar a viagem significa ficar pouco no hotel.
Se é para ficar no hotel aproveitando o all-inclusive, entendo que Punta Cana é bem mais interessante, porque os hotéis são maiores e mais completos do que os all-inclusive em conta da zona urbana de Cancún. É a minha opinião; claro que você não é obrigado a concordar.
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All-inclusive: para quem funciona
O all-inclusive é o sistema dos sonhos de pais que viajam com crianças ou adolescentes, que são uma perigosa fonte de gastos imprevistos.
Na ponta do lápis, vale muito a pena também para bons de copo. Como se sabe, bebida é proporcionalmente mais cara do que comida, e uma tarde de chopinho e caipirinha (ou daiquiri) na piscina pode sair uma fábula.
Não é à toa que a estudantada americana invade os all-inclusives de Cancún na época do spring break: ficam se animando o dia inteiro no hotel e já chegam calibradinhos à disco.
Mala de bordo nas medidas certas
Se as férias que você pediu a Deus incluem um open bar, estude os preços praticados pelos hotéis do destino na mesma época: nos mais caros você vai poder encarar os destilados, enquanto nos mais baratos é melhor ficar na cerveja e no rum local.
All-inclusive também funciona para casais e grupos com gostos incompatíveis ou pessoas com restrições alimentares.
Quando decidir um lugar que agrade a todos é difícil, um bom buffet vem sempre a calhar. Buffets são montados basicamente para não ofender ninguém — sobretudo no Brasil, onde jamais serão apimentados ou temperados demais.
É um sistema interessante também para lua de mel — desde que, nesse caso, os pombitos possam cacifar um hotel mais top, como o Iberostar Grand Bávaro ou o Paradisus Palma Real em Punta Cana, ou ainda o Le Blanc em Cancún.
Finalmente, o all-inclusive se justifica quando permite que você faça uma viagem que em outras condições não poderia fazer. (Mas acredite: sem crianças, e com um pouco de desprendimento, dá para inventar viagens mais bacanas com o mesmo orçamento do all-inclusive baratinho. No Caribe eu indico Playa del Carmen para este fim.)
Ah, sim — e para quem o sistema não funciona? Em primeiro lugar, não funciona para quem não encara o hotel como destino em si, mesmo que de luxo.
O sistema também causa perrengues para quem é dado a um camarãozinho na hora que quiser, ou faz questão de um garçom que traga o drink até a sua espreguiçadeira. E tampouco é indicado a quem tem aflição com fila em buffet e aglomeração em volta de bar.
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127 comentários
Pode se cobrar de um jovem menor de idade (17)um valor integral de um resort ALL inclusive
Olá, Lígia! Não acredito que haja impedimento legal para isso.
Tenho ainda uma dúvida. Estou fazendo uma viagem a um hotel com ALL inclusive. Um dos bem conceituado no Brasil. E falta chopp o que deve fazer o consumidor nesse caso. Obrigado.
Olá, José Antônio! Você pode entrar com um processo. Boa sorte.
Muito obrigado pelas dicas. Estão sendo de grande valia!
A rede Club Med acaba de inaugurar seu primeiro all inclusive de campo no Brasil, estive no Club Med Laje Parafusei em Mogi das Cruzes há 15 dias e me surpreendi… Não senti nenhuma falta dá praia comum à maioria dos resorts desse tipo.Destaque para a alimentação, padrão internacional e para os excelentes G.O.s
Li esse post antes de me hospedar num hotel all inclusive e agora releio depois da hospedagem…como sempre Ricardo informa muito bem e fala exatamente o q vc vai encontrar, maaaaas….olha já faz quase 2 anos que fiquei no oasis cancun, não me arrependo e sinto falta! Já fizemos o roteiro separando 2 dias pra ficar de pernas pro ar no hotel e a experiência foi maravilhosa! Nos dias de passeio voltávamos exaustos e o restaurante estava a um elevador de distância! Claro que às vezes queríamos comer assim que voltávamos, aí só tinha pizza, mas mesmo nos dias que íamos na cidade à noite priorizavamos as atrações do hotel! Achei muito válido!!!
Bom dia Bóia.
Estou tentando planejar minha primeira viagem em família, tenho dois filhos um de 8 anos e uma de apenas um aninho, tenho muitas duvide de onde ir e como me programar financeiramente para a viagem mesmo pq não possuo cartão de credito pois opção, pesquisei na CVC alguns pacotes onde tem indicação tudo incluso, o que seira?
Gostaria de uma “opinião” em questão a um lugar aqui no Brasil mesmo e se seria indicado o All-Inclusive?
Aguardo seu retorno.
Olá, Willian!
Veja:
https://www.viajenaviagem.com/2016/01/melhores-resorts-de-praia-brasil
Olá. Eu tenho aquelas semanas da rci. Sabe me dizer aproximadamente quanto se paga em media por pessoa por dia para ter direito ao all inclusive em hotel no Brasil? Tipo costão, ou enotel.
Olá, Wagner! Ligue para os hotéis ou para a RCI e pergunte, não há outro caminho para obter uma informação atualizada e garantida a respeito.
Olá. Muito esclarecedor. Mas tenho uma única dúvida:
Vou fazer uma viagem para Porto de Galinhas e hospedarei no Resort Enotel Acqua Clube, no qual possui esse sistema all inclusive. Porém, lá tem alguns Restaurantes à la carte. Esses restaurantes saíram sem custo algum durante a estadia também(incluído no valor que paguei para hospedagem)?
Olá, Melina! Normalmente há uma cota de refeições à la carte dependendo do número de diárias que você comprou. Informe-se sobre a política atual diretamente com o hotel. Às vezes a informação consta no próprio site, dê uma olhadinha.
Boa tarde! Fui duas vezes à Cancún no regime all inclusive e não me arrependo. Embora tenha feitos inúmeros passeios, voltar no fim do dia ou à noite ao hotel e ter alimentação à sua disposição foi importante. Principalmente se ficar na parte da zona hoteleira mais afastada do centro(fiquei no km 16,5), pois com excessão de uma lojinha de conveniência,não tinha mais lugar algum no entorno que pudesse ter uma refeição bacana, só pegando um ônibus e indo 2 km à frente. Pra quem curtiu o dia todo seria mt desgastante voltar ao hotel , tomar banho,ter que se arrumar, maquiar, voltar pra rua, pegar ônibus, procurar algo pra comer etc… Pelo menos no resort que fiquei, tinham 18 restaurantes, entre buffets, cafeterias, lanchonetes, bares de praia e de piscina, pizzaria e a la carte, porém só quem pegasse a categoria superior, poderia usufruir de todos. Da primeira vez, não sabia disso. Dá segunda optei por pagar um pouco mais e ter direito à tudo. Passamos 7 dias lá e o combinado foi 5 dias para os passeios e 2 só pra curtir o hotel e tudo que ele oferecia. Sem contar, que mesmo nos dias que passeamos e ficávamos cansados. Ainda dava pra chegar, comer algo, relaxar um pouco no quarto e descer pro bar de música ao vivo, pro cassino ou pra disco do hotel e beber ALGUNS muitos drinks de graça… Rsrs.
Olá adoro suas colunas e já me peguei no trânsito tomando buzinada em farol por estar prestando atenção no rádio e esquecer de arrancar, literalmente viajando na viagem.
Meu caso é o seguite tenho parentes no norte de minas, Teófilo Otoni ( vale do Jequitinhonha ) eu moro em SP capital, e em uma viagem combinada fomos a porto seguro em um all inclusive e foram os 3 melhores dias de nossas vidas, estamos querendo ir a um hotel desse esquema novamente mais infelizmente passagens aéreas estão me judiando, por isso gostaria de saber se existe alguns opção que fique fora do litoral e mais ou menos entre as duas residências que são separadas por 1200 km, um exemplo seria algo coloca a BH que fica exatamente na metade do caminho para os dois lados, te agradeço desde já
Olá, Angelo! Quem responde é A Bóia. O Ecologic Ville de Caldas Novas está testando all-inclusive neste ano, mas só nos feriados (Páscoa, Tiradentes, Corpus Christi). Fora do litoral, o outro all-inclusive é o Mabu de Foz do Iguaçu (mas não inclui bebidas entre as refeições).
Veja nosso novo post comparativo de resorts:
https://www.viajenaviagem.com/2016/01/melhores-resorts-de-praia-brasil
Se não me engano o Portogalo Resort em Angra tb tem.