resorts all-inclusive

All-inclusive: como funciona, onde funciona, pra quem funciona

Já publiquei outros posts sobre o assunto, mas devido ao volume de perguntas vejo que preciso juntar tudo num lugar só. Assim aproveito para responder a dúvidas secundárias — e tentar explicar por que recomendo all-inclusive em alguns lugares (e em certos casos) e em outros não. Bora lá:

Barceló Premium Punta Cana

All-inclusive: COMO FUNCIONA

Punta Cana

All-inclusive não é luxo: é self-service.

Muita gente pensa em all-inclusive como uma viagem vip. Existem alguns poucos hotéis de luxo que operam neste sistema, mas na vida real o único luxo comum a todos os all-inclusives é poupar você de levar um susto no check-out.

O preço está fechado, e em princípio você não gasta um tostão a mais do que planejou ao comprar a viagem.

Tudo bem: uma semana de boca-livre pode ser entendida como um upgrade por muita gente. Só que a fartura de comida e bebida disfarça o fato de que você pode, sim, comer e beber o quanto quiser, praticamente à hora que quiser — mas não exatamente o que quiser.

Você está limitado ao que está pronto e disponível. A qualidade/variedade dos ingredientes, das marcas de bebidas e dos snacks vai variar conforme a faixa de preço do hotel.

Com exceção dos resorts supertop de linha, não espere garçons indo atrás de você. 

A lógica do sistema faz com que seja o hóspede que vá em busca do que quer consumir. É você quem vai aos buffets e aos bares para se servir ou pedir para ser servido.

No Caribe, uma gorjetinha diária ao barman garante destilados melhores, se houver. De maneira geral, se você não apontar para uma garrafa de bebida de marca que esteja visível, seus drinks serão sempre feitos com genéricos desconhecidos.

Não espere muito dos restaurantes à la carte, sobretudo nos resorts mais baratos.

Os cardápios são enxutos, e sua função é a de permitir uma noitada diferente: você brinca de ir a um restaurante. Mas dificilmente esses restaurantes à la carte de resort resistem a comparações com restaurantes da vida real.

Os buffets principais costumam ser mais bem-sucedidos (e sempre proporcionam uma segunda chance, caso você não curta a experiência à la carte daquela noite).

Recomendo que, antes de fechar uma viagem all-inclusive, você compare preços de vários hotéis do mesmo lugar. Separe as faixas de preço: elas darão indicação do que você pode esperar. Querendo camarões mais graúdos e vodka conhecida, escolha um hotel da faixa superior.

Optando pelo escalão inferior, não alimente (ops) grandes expectativas — e de repente você pode até se surpreender positivamente.

All-inclusive: onde funciona

Barceló Bávaro Deluxe

O sistema all-inclusive é redondinho em hotéis que sejam um destino em si próprios. Você tira uma semana para levar a família para um hotel que esteja num lugar bonito e ofereça um monte de coisas para fazer. Pode até fazer passeios, mas esses serão secundários.

O Club Med inventou o esquema e, 62 anos mais tarde, continua funcionando muito bem.

Dos destinos mais procurados por brasileiros, Punta Cana é o melhor exemplo de lugar sob medida para o all-inclusive.

Cada um dos 60 resorts de Punta Cana é um destino auto-suficiente; com exceção de Ilha Saona, os passeios são de meio dia e você volta logo para a daiquirilândia.

Há outros destinos assim no Caribe: Montego Bay na Jamaica, Varadero e Cayo Largo em Cuba são alguns que me vêm à cabeça.

O sistema vale muito a pena também em hotéis isolados, de onde não seja possível escapar para curtir uma cidade ou um vilarejo.

Isso vale, por exemplo, para todos os quase todos os resorts de praia brasileiros que adotam o sistema —  os Club Med,  os Iberostar, o Costão do Santinho, o Grand Palladium de Imbassaí, os Vila Galé, o Salinas e o Grand Oca em Maragogi, o Mussulo na Paraíba e o complexo Costa do Sauípe.

No Caribe, este é o caso da Riviera Maia, o trecho ao sul de Cancún em que os resorts estão em condomínios e pontos isolados.

Por outro lado, dois destinos em que eu não recomendo o sistema all-inclusive são Aruba e a zona urbana de Cancún. Nos dois lugares há “vida lá fora” — e nessas circunstâncias, sair amarrado a um esquema que vai prender você o máximo ao hotel significa abrir mão de curtir o que o destino tem a oferecer.

Em Cancún há o agravante de haver muitos passeios imperdíveis; aproveitar a viagem significa ficar pouco no hotel.

Se é para ficar no hotel aproveitando o all-inclusive, entendo que Punta Cana é bem mais interessante, porque os hotéis são maiores e mais completos do que os all-inclusive em conta da zona urbana de Cancún. É a minha opinião; claro que você não é obrigado a concordar.

All-inclusive: para quem funciona

Iberostar Grand Bávaro

O all-inclusive é o sistema dos sonhos de pais que viajam com crianças ou adolescentes, que são uma perigosa fonte de gastos imprevistos.

Na ponta do lápis, vale muito a pena também para bons de copo. Como se sabe, bebida é proporcionalmente mais cara do que comida, e uma tarde de chopinho e caipirinha (ou daiquiri) na piscina pode sair uma fábula.

Não é à toa que a estudantada americana invade os all-inclusives de Cancún na época do spring break: ficam se animando o dia inteiro no hotel e já chegam calibradinhos à disco.

Se as férias que você pediu a Deus incluem um open bar, estude os preços praticados pelos hotéis do destino na mesma época: nos mais caros você vai poder encarar os destilados, enquanto nos mais baratos é melhor ficar na cerveja e no rum local.

All-inclusive também funciona para casais e grupos com gostos incompatíveis ou pessoas com restrições alimentares.

Quando decidir um lugar que agrade a todos é difícil, um bom buffet vem sempre a calhar. Buffets são montados basicamente para não ofender ninguém — sobretudo no Brasil, onde jamais serão apimentados ou temperados demais.

É um sistema interessante também para lua de mel — desde que, nesse caso, os pombitos possam cacifar um hotel mais top, como o Iberostar Grand Bávaro ou o Paradisus Palma Real em Punta Cana, ou ainda o Le Blanc em Cancún.

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    Finalmente, o all-inclusive se justifica quando permite que você faça uma viagem que em outras condições não poderia fazer. (Mas acredite: sem crianças, e com um pouco de desprendimento, dá para inventar viagens mais bacanas com o mesmo orçamento do all-inclusive baratinho. No Caribe eu indico Playa del Carmen para este fim.)

    Ah, sim — e para quem o sistema não funciona? Em primeiro lugar, não funciona para quem não encara o hotel como destino em si, mesmo que de luxo.

    O sistema também causa perrengues para quem é dado a um camarãozinho na hora que quiser, ou faz questão de um garçom que traga o drink até a sua espreguiçadeira. E tampouco é indicado a quem tem aflição com fila em buffet e aglomeração em volta de bar.

    127 comentários

    Olá Ricardo, estava lendos varias postagens sua, atrás desta específica.
    Vou em Janeiro 2013 para Punta Cana com a familia 4 adultos (2 filhos) e estou ficando preocupada com o que tenho lido no geral.
    1- nunca fui p/ hotel all-incluse. Sempre montamos nossas viagens avaliadas em parte nos comentarios dos sites; damos preferencia de ter só cafe-da-manhã e fazer as refeições onde quiser, não é o caso de Punta Cana.
    2- a classificação do hotel e o sistema all-incluse (alimentação/bebida)está relacionada c/ preço dos pacotes que devemos comparar, como já relatou em outros posts.Ficarei no Bavaro Princess Spa ( top da rede Royal Holidy que me associei – não me arrependo ate o momento)sua localização Praia de Bavaros.
    Em comentários que li caso roubos nos quartos (hotel não se importou), serviço ruim, pessoal desqualificado, cheiro de mofo nos quarto e bangalos etc. Você ou algum leitor teria mais informações atuais sobre este hotel. Quero ter certeza antes de reservar; pois pretendemos desfrutar o local. Aguardo as dicas, abs

    Obrigado pelo post.
    Vou viajar com a família, esposa e filha de 05 anos, no mês de dezembro de 2012 e ficaremos 10 dias no Barceló Costa Cancun, no sistema all inclusive, devido à sugestão sobre despesas com crianças. Não tenho grandes expectativas quanto à alimentação desse regime, mas faremos um bom comentário quando retornarmos, criticando / elogiando os serviços prestados naquele hotel.
    Abraços.

    Ótima explicação.
    Realmente o brasileiro vai com a intenção de que o all-incluve inclui tudo que ele imagina…
    Ano passado, em setembro, estive 10 dias no club med Itaparica (vou postar minhas impressões). Fantástico, um lugar inesquecível, se você estiver com o espírito que o Ricardo descreve que devemos ter em all inclusive.
    Semana passada estive no Breezes Búzios (postei meus comentários). Péssimo serviço, péssima qualidade de comida e bebida, péssima manutenção, péssima recreação…Uma pena…
    Os all-inclusive deveriam também por outro lado se comprometerem a um padrão mínimo pelo preço pago.

    Ótimo post, pois é justamente isso: pode funcionar ou não, depende do caso. Fui no Miramar Maragogi em lua de mel há uns anos, não era o objetivo da viagem fazer explorações culturais, e sim relaxar, passar horas na espreguiçadeira com algum drinque colorido na mão…perfeito. Fiz passeios para praias fora do hotel, como a cidade de Maragogi é pequena, vale mais aproveitar o hotel e fazer esses passeios.
    Fui dias antes do Carnaval daquele ano, então estava bem tranquilo, sem filas de buffet (e os utensílios eram de vidro, rs). Mas não é um all-inclusive baratinho também. Sim, é preciso se levantar para se servir no buffet, ir ao balcão do quiosque para pegar uma caipirinha, mas garanto que sigo com as duas mãos intactas, no lugar 🙂 Abraços!

    Eu AMO hotel em que ele é o destino em si! Alias, tenho uma tendencia enorme em ficar NO HOTEL. talvez eu nao seja uma viajante tipica 😀

    Minha lua-de-mel foi no Miramar, em Maragogi. Lembro-me que na CVC o preço do all-inclusive era +R$ 500 por pessoa, ou seja, mais R$ 1.000 na nossa viagem. Fechamos o pacote de meia-pensão mesmo. Comemos e bebemos tudo que tínhamos vontade e no final da nossa estadia tivemos uma surpresa: boa! A conta ficou em apenas R$ 250 para os 2. Valeu muito a pena!! E olha que somos bons de copo! rs. Fica a dica.

    All-inclusive e excursão definitivamente também não são pra mim. Em Varadero fiquei num, felizmente só por 2 dias e usei o local como se fosse um hotel como outro qualquer. Fui a praia, rodei os outros all-inclusive pra conhecer e rodei a “cidade e suas feirinhas”. Não encarei filas para comer mas não dá pra dizer que comi bem. Tinha muita variedade, mas tudo muito pesado e gorduroso, o que não me agrada, e só de ver aquela quantidade de gente se acutuvelando para se servir, quase perdia a fome. Para ir aos restaurantes mais exclusivos do hotel só reservando com pelo menos 3 dias de antecedência, o que pra mim não era possível. Quero mais não. Tô forezima.

    Estivemos no Decameron Maryland, em San Andres. Lá eu entendi perfeitamente aquilo que foi escrito aqui com perfeição: “All-inclusive não é luxo: é self-service.”

    Não me arrependo de ter escolhido o sistema quando estive na ilha colombiana, pois além das poucas opções no local, é possível usufruir dos serviços nos outros 4 hotéis da rede.

    E quanto ao à la carte não ser lá grande coisa, a vantagem é que após uma janta aquém do esperado pudemos voltar ao nosso hotel e aproveitar o buffet. Sem custo… adicional.

      Boa noite! Estive em cancun 2 vezes no ano passado, sendo as 2 em hotéis all inclusive (Le Blanc e Riu Palace Las Américas). Na minha opinião vale muito a pena, pois esses 2 hotéis pertecem a grandes redes e vc pode utilizar todos os benefícios nos demais hotéis (exceto o quarto). Enfim, vc fica em cancun e pode passar o dia em cozumel, playa del carmen, riviera maya…que ficam perto e sem pagar nada mais pela comida/bebida e serviço de praia :)).

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