Roteiro para Machu Picchu | Primeira viagem ao Peru
Este post com roteiro para Machu Picchu é o quarto e último de uma série para você planejar sua primeira viagem ao Peru.
Os posts anteriores estão abaixo e recomendamos ler essa série na ordem em que foi escrita, porque as informações vêm encadeadas. Mas caso você queira, também pode clicar para ir direto ao tópico:
- Primeira viagem ao Peru: dicas de planejamento e preparativos
- Roteiro para Lima
- Roteiro para Cusco e Vale Sagrado
Aguas Calientes (Machu Picchu Pueblo)
Verdes Andes
Uma das diversões a bordo do trem de Ollantaytambo e Aguas Calientes (oficialmente rebatizada Machu Picchu Pueblo) é observar a mudança de paisagem: à medida em que o trem avança, a vegetação vai ficando mais densa.
Suavemente, sem nenhum declive perceptível, vamos descendo dos 2.800 metros de altitude de Ollanta para os 1.900 de Aguas Calientes, já na transição do Peru andino para o Peru amazônico.
Ao contrário de todos os outros povoados que você visitou até agora, Aguas Calientes não tem parte histórica nem resquícios incas
. O vilarejo nasceu em função dos andarilhos que chegavam pela trilha inca e precisavam pernoitar antes de prosseguir a Machu Picchu. A ocupação foi acontecendo de forma caótica, com construções enjambradas, sem planejamento viário.
A energia, porém, é das melhores: Aguas Calientes é um lugarzinho animado, cheio de gente compartilhando a alegria de estar na ante-sala de Machu Picchu.
Dormir em Aguas Calientes é um privilégio: os micro-ônibus que levam ao santuário de Machu Picchu começam a sair às 5h30 e fazem o percurso em 25 minutos.
Quem está na vila tem condições de curtir o parque em condições físicas ideais — sem o cansaço de quem sai de Cusco ou de Ollantaytambo em esquema bate-volta.
Onde ficar em Aguas Calientes
Isso que eu falei da ocupação desordenada… infelizmente vale também para os hotéis. Prepare-se para um downgrade de conforto (e para pagar mais caro do que num hotel da mesma categoria em Cusco).
Os hotéis mais em conta, mesmo que ofereçam quartos duplos, normalmente oferecem padrão hostel. Mas não é grave: é só por uma noite.
As notas dos hotéis foram apuradas em abril de 2020
Se você busca um hotel confortável na faixa de melhor relação custo x benefício, despontam dois destaques das redes de sempre: o Casa Andina Classic Machu Picchu (nota 8,8 no Booking), que está na rua paralela à estação de trem, e o Terra Viva Machu Picchu (nota 9 no Booking), na saída para Machu Picchu.
Um nadinha mais caro, o Ferré (nota 8,2 no Booking), vizinho do Casa Andina Classic, também merece ser considerado.
Com um pouco mais de folga no orçamento, dá para pensar no El Mapi by Inkaterra (nota 8,6 no Booking), é o intermediário entre os funcionais e os hotéis de luxo.
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É uma construção moderna e ainda assim discreta, visto que está em pleno calçadão da Pachakutec; os quartos têm algumas bossas de hotel-design e a diária inclui o jantar.
Se grana não for o problema, então a escolha em Aguas Calientes tem que ser o Inkaterra (nota 9,1 no Booking), cujos bangalôs estão à beira-rio, praticamente na mata (e a uma quadra da estação de trem).
Seu concorrente é confortável, mas não é charmoso: o Sumaq (nota 9,1 no Booking) tem ambientes pesados, rebuscados demais (mas um ótimo serviço).
Querendo (e sobretudo podendo) deixar a bagunça de Aguas Calientes para os reles mortais, cacife uma noite no Belmond Sanctuary Lodge (nota 8,8 no Booking), o hotel que fica colado ao portão de entrada do parque arqueológico de Machu Picchu.
O edifício foi construído pelo governo peruano e concedido à luxuosa rede Belmond (antiga Orient-Express Hotels, dona do nosso Copacabana Palace).
Sem poder mexer na estrutura física do prédio tombado (os quartos são bastante compactos), o hotel capricha no conforto e no atendimento. Nenhum mimo, porém, será maior que estar a dois minutos da porta da cidadela perdida e poder entrar às 6 em ponto, quando o santuário abre.
Jacuzzi ao ar livre, massagens e a vista da cidadela desde a piscina distraem os hóspedes quando não estão no parque.
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Como chegar a Aguas Calientes
Repassando as maneiras de chegar a Aguas Calientes:
De trem, vindo de Ollantaytambo
O trajeto é feito em 1h30 pela InkaRail ou pela PeruRail (clique nos links para ver horários e preços; é necessário comprar a passagem com antecedência).
Você pode ir de Cusco a Ollantaytambo com as vans, conhecidas como colectivos, que saem da calle Pavitos (12 soles/4 dólares; 1h45 de trajeto).
Pode contratar um trânsfer privativo de Cusco direto a Ollantaytambo (55 dólares por carro na Real Inka, 37 dólares por carro na TaxiDatum; 1h30 de viagem).
Pode ir de Cusco a Ollantaytambo num tour privado guiado passando por Chinchero, Salineras de Maras e Moray (170 a 200 dólares nas agências por seis horas de passeio).
Pode ir de Cusco a Ollantaytambo em tour com motorista mas sem guia, passando igualmente por Chinchero, Salineras de Maras e Moray (80 dólares por carro na Real Inka, 65 dólares por carro na TaxiDatum pelo passeio de 6 horas). Veja detalhes deste roteiro com paradas na parte 3 desta série.
Sempre lembrando que só dá para embarcar nos trens com uma mochila pequena. Se você não deixou sua mala grande no hotel de Cusco, pode usar os guarda-volumes oferecidos tanto pela Inca Rail quanto pela PeruRail para seus passageiros (leia mais sobre onde deixar sua mala).
Caso você opte por deixar a mala no guarda-volumes de Ollantaytambo, vai ter que voltar de Machu Picchu/Aguas Calientes por Ollantaytambo, para poder retirar a mala. Se você comprar a volta a Poroy ou San Pedro, não vai ter tempo de descer em Ollanta para pegar a mala.
Mala de bordo nas medidas certas
De trem, vindo de San Pedro ou Poroy (Cusco)
Sim, é possível visitar Machu Pichu como um bate-volta desde Cusco. Os trens saem das estações de San Pedro (no centro de Cusco), ou da estação Poroy, a 25 minutos de táxi da Plaza de Armas.
O trajeto até Aguas Calientes (também conhecida como Machu Picchu Pueblo) é feito entre 2h50 e 3h50 pela Inca Rail e pela Peru Rail (clique nos links para ver horários e preços; é necessário comprar a passagem com antecedência).
Para ir de Cusco a Poroy, um táxi de rua vai cobrar entre 20 e 30 soles (menos 10 dólares). A TaxiDatum cobra 40 soles (13 dólares).
Não há guarda-volumes em San Pedro ou em Poroy. Você necessariamente precisará deixar sua mala maior no hotel em Cusco (todos guardam sem problema nenhum).
Leia mais sobre a compra da passagem de trem no post-introdução desta série.
Vale a pena fazer Machu Picchu como bate-volta de Cusco?
Os ingressos para Machu Picchu têm hora marcada para entrar. Isso diminuiu a desvantagem de quem não dorme em Aguas Calientes.
Basta coordenar direitinho os horários do trem e do parque, e você não terá que disputar a entrada com todo mundo que já estava em Aguas (só com as pessoas que compraram para o seu horário).
Continuo achando, porém, que dormir em Aguas faz você aproveitar melhor o ápice da sua viagem ao Peru.
Enfrentar uma viagem de quase 4 horas desde Cusco faz você chegar cansado a Machu Picchu — lembre-se de que, lá dentro da citadela, serão 3 horas de caminhada. (Fazer o bate-volta a partir de Ollantaytambo é menos mau, já que a viagem leva apenas 1 hora e meia.)
Vai por mim: investir numa noite em Aguas Calientes, mesmo com os hotéis sendo mais caros do que os de Cusco, vale muito a pena. Começar o seu passeio a Machu Picchu fresquinho e descansado faz toda a diferença.
Mala de bordo nas medidas certas
Providências práticas ao chegar
Depois de fazer check-in no seu hotel, aproveite logo para comprar as passagens de ônibus para Machu Picchu. Assim, no dia seguinte, você pode ir para a fila do ônibus entre 90 e 60 minutos antes do horário de entrada para Machu Picchu, sem perder tempo extra na bilheteria do ônibus.
As passagens são vendidas no quiosque da Consettur no ponto inicial/final do ônibus, no entroncamento das duas “avenidas” do povoado, a Hermano Aydar e a Imperio de los Incas.
Cada trecho custa 12 dólares; compre a ida e a volta (24 dólares). Espera-se que estrangeiros paguem em dólar. Em último caso, aceitarão soles, mas farão um câmbio ruinzinho.
Caso você ainda não tenha comprado o seu ingresso para o parque (não faça isso! Compre com a maior antededência possível no site oficial!), ou precise fazer qualquer modificação, passe no posto do Ministério da Cultura, no início do calçadão da Pachakutek, junto à praça Manco Capac.
O posto funciona diariamente das 5h20 às 20h45.
Leia mais sobre a compra do ingresso a Machu Picchu no post-introdução desta série.
Banhos termais!
Depois de se instalar no hotel e comprar os bilhetes do busão, que tal uma relaxada nas águas termais que deram o nome original do lugar (Aguas Calientes)?
É só subir o calçadão da Pachakutek até o final. Leve roupa de banho na mochila! Abre diariamente das 5h às 20h (ingresso para estrangeiros: 20 soles; aluguel de toalha à parte).
Onde comer em Aguas Calientes
Todos os restaurantes parecem ter o mesmo cardápio ítalo-peruano e as mesmas técnicas de caçar o passante na rua. Os preços, tanto de comida quanto de comida, são entre 30% e 50% mais elevados do que em Cusco.
Em três dias na cidade (em duas ocasiões diferentes), minha melhor experiência foi no Incontri del Pueblo Viejo (av. Pachacutec, 6ª quadra, tel. 084 21-1072), que faz boas pizzas e massas num ambiente bastante charmoso.
O restaurante mais folclórico do pedaço é o cavernoso Indio Feliz (Lloque Yupanqui, 103, tel. 084/21-1090), famoso por suas paredes revestidas por bilhetinhos deixados pelos clientes. A comida mistura as montanhas da Suíça com as do Peru.
Os dois hotéis top da cidade têm bons restaurantes, que servem não-hóspedes. O Café Inkaterra, do hotel Inkaterra, não aceita reservas, mas vale a pena entrar na fila. Para almoçar ou jantar no Qunuq, passe para reservar na recepção do hotel Sumaq.
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Machu Picchu
Gran finale
Chegou o dia mais esperado. O lugar que, muitos anos atrás, inspirou você a viajar ao Peru, agora está a meia hora de microônibus. Haja ansiedade.
Mas pense no seu percurso até aqui. Aquela foto-clichê da cidade perdida dos incas acabou levando você por uma viagem muito além daquele cartão-postal.
Nesta última semana você experimentou ceviche de verdade, passeou pelos jardins dos penhascos à beira-mar de Lima, se surpreendeu com os encantos de Cusco, entendeu a diferença entre lhama, alpaca, guanaco e vicunha, aprendeu sobre técnicas incas de construção e agricultura e talvez até já seja capaz de dizer “Ollantaytambo” sem gaguejar.
Bora subir a montanha?
De Aguas Calientes a Machu Picchu
Não existem táxis ou nenhum tipo de transporte privativo para chegar a Machu Picchu. Ou você vai a pé (montanha acima) ou pega um dos micro-ônibus que saem do entroncamento das avenidas Hermano Aydar e Imperio de los Incas a partir das 5h30 da manhã, e levam 25 minutos até a entrada da cidadela.
Apesar dos ingressos ao parque agora serem vendidos com hora marcada, não há hora marcada para embarque nos ônibus. A recomendação é comprar a passagem ao chegar à cidade (veja aqui) e ir para a fila do ônibus entre 90 e 60 minutos antes do seu horário de entrada em Machu Picchu.
Muitos hotéis começam a servir o café da manhã às 5h (pergunte no dia anterior). Se você comprou ingresso com entrada para Machu Picchu nos primeiros horários (6h ou 7h), pode valer a pena fazer o check-out antes do café.
Caso você precise cabular o café da manhã para não perder um dos primeiros ônibus, não se preocupe. Tem um café que funciona junto ao ponto de ônibus, onde você pode comprar café, sanduíche e pão doce.
Os ônibus saem à medida que vão lotando. Para entrar, além da passagem, você precisa apresentar um ingresso para o parque válido para o dia. (Leia aqui sobre ingressos a Machu Picchu.) Não é possível comprar ingresso no próprio parque.
Mala de bordo nas medidas certas
O que fazer com a mochila depois do check-out?
Os hotéis top da cidade enviam a sua mochila para a estação. É só passar no posto indicado meia hora antes do seu trem de volta e recuperar sua mochila.
Os outros hotéis guardarão a sua mochila gratuitamente até a volta de Machu Picchu. Se você precisar passar no hotel para pegar a mochila, procure voltar a Aguas Calientes até 1 hora antes do horário de embarque do seu trem.
Machu Picchu: como é a visita
As regras de visitação a Machu Picchu estabelecem que só é permitida a entrada ao sítio arqueológico quando acompanhado por guia. Mas não se preocupe. É fácil contratar um guia no local.
Os guias credenciados ficam disponíveis na entrada, e cobram de 120 a 150 soles para grupos de até 4 pessoas. Viajantes avulsos se encaixam em grupos sem dificuldade. Apesar da regra, há relatos de leitores que visitaram sem guia.
Caso você esteja se encaixando num grupo, saiba antes por qual circuito o guia planeja circular. Hoje existem cinco circuitos fixos de visitação:
- Circuito 1: dura 2h e leva até a parte alta de onde você tira a foto clássica da cidadela. A visita à parte baixa da cidadela é limitada.
- Circuito 2: dura 3h, leva até a parte alta de onde você tira a foto clássica da cidadela e permite percorrer toda a parte baixa da cidadela.
- Circuito 3: dura 1h30 e leva apenas à parte baixa da cidadela.
- Circuito 4: dura 2h30 e não leva à parte alta, mas faz todo o percurso da parte baixa da cidadela.
- Circuito 5: dura 1h30 e leva apenas à parte baixa da cidadela, num percurso ligeiramente distinto do circuito 3.
Para visitar a parte alta e tirar a foto clássica de Machu PIcchu, escolha os circuitos 1 ou 2.
Tenha em mente que não há certezas absolutas sobre nada do que se refere a Machu Picchu. Cada guia oferecerá uma teoria. A maior utilidade dos guias é apontar para detalhes que nos passariam despercebidos. Existe um momento, porém, em que o guia atrapalha: quando você está lá no alto do promontório, vendo a cidadela pessoalmente pela primeira vez.
Nesse momento, meu conselho é: não deixe que ninguém estrague esse momento blablablableando fatos históricos, arqueológicos ou mitológicos antes da hora. O contato inicial tem que ser entre você e Machu Picchu, sem intermediários. Leve fones de ouvido para desligar a voz do guia nesse momento.
Optando pelo circuito 1, você vai passar pela roleta, seguir em frente e, ao chegar ao primeiro muro, vai pegar a trilha à sua esquerda, que leva à Porta do Sol. Então você vai ziguezaguear por 10 a 15 minutos até alcançar um platô. Lá em cima, o grupo vai virar à direita.
É a hora de desligar a voz do guia. Em poucos passos você vai chegar amirante que vai proporcionar a primeira visão de Machu Picchu daquele ângulo que você tem na cabeça.
Não se contente com essa altura. Vá pela esquerda até a quina do platô. Ali você vai encontrar uma escadaria que leva a platôs mais altos. Minha experiência, que anotei aqui:
“Fui galgando os mirantes mais altos e me senti virando a página de um livro pop-up para crianças, as figuras todas saltando na minha cara: aquela cidadela de brinquedo ao pé do seu próprio Pão de Açúcar, isolada das montanhas ao fundo por um fosso natural que não seria mais impressionante se tivesse sido construído. A primeira vez em Machu Picchu a gente nunca sutiã.”
Nesse momento, não queira saber de solstício, equinócio, Pachacuti, El Niño, Hiram Bingham, pedreiras, sacrifícios, rituais, o escambau. Desencane de entender ou de saber.
As provas de que os incas eram avançados em astronomia, engenharia, agricultura e logística estão por toda parte em Cusco e no Vale Sagrado. Mas a beleza hipnótica de Machu Picchu eleva a civilização inca a outro patamar. Existe obviamente uma motivação estética para a cidadela ter sido construída ali. E é isso que, nesse primeiro instante, vale a pena absorver.
Quando se cansar de contemplar — ou quando a crescente densidade demográfica cortar o barato entre você e a cidadela — restabeleça o contato com o seu guia.
O tour vai descer cidadela abaixo, passando pelo Templo das 3 Janelas, o Templo principal, o Relógio de Sol, a Pedra Sagrada, a praça principal, o Templo do Sol, os terraços agrícolas…
Você ficará a par de todas as suposições mais aceitas sobre esse lugar sobre o qual não há nenhuma certeza para além da beleza estonteante. Retiro da família real? Universidade inca? Laboratório agrícola? Lugar cerimonial auspicioso, porque cercado por apus, montanhas cultuadas como divindades?
Seja lá o que tiver sido, supõe-se que foi abandonado em meio à epidemia de varíola, e mantido escondido dos espanhóis pelos deslizamentos de encostas da estação chuvosa e pelo rápido crescimento da vegetação — fatores que contribuíram para fechar as trilhas existentes.
Em 1911, quando o arqueólogo americano Hiram Bingham se tornou o primeiro forasteiro em séculos a entrar na cidadela, seu guia foi um agricultor da região, que só falava quêchua, e sabia da existência das ruínas no topo da velha montanha (“machu picchu”).
O camponês se chamava Melchor Arteaga. Vou gastar todo o meu quêchua para mandar um muito obrigado ao primeiro dos guias de Machu Picchu:
– Sulpayki!
Machu Picchu: manual do visitante
O que levar
Os itens mais importantes para usar numa visita a Machu Picchu não são de vestuário. Filtro solar e repelente são essenciais — mesmo em dias nublados, e mesmo no inverno. Existe uma lojinha lá em cima, mas esses produtos estão freqüentemente em falta.
Banheiro: vá antes
Antes de entrar no parque, use o banheiro, que fica na área externa. Não existem banheiros dentro do parque arqueológico. Pelas novas regras, não é possível sair para ir ao banheiro e voltar.
Água: leve squeeze
Teoricamente não é permitido entrar com garrafas d’água descartáveis. Na minha visita fizeram vistas grossas, mas na sua vez pode ser diferente. Por isso é bom ter um cantil ou um squeeze.
Use o guarda-volumes
Não carregue nada pesado: há muito sobe-desce e você vai se cansar ainda mais. Existe um guarda-volumes na área externa do parque, junto ao banheiro. Evite deixar objetos de valor; as mochilas ficam armazenadas numa estante aberta.
Calçados e agasalho
Use calçados confortáveis e evite casacos que sejam difíceis de carregar (de manhã cedo estará bastante frio, mas lá pelas 10h você talvez esteja em mangas de camisa, mesmo no inverno).
Carimbe seu passaporte!
Para passar pela roleta, você precisa ter o documento que informou na compra do ingresso. Mas não deixe de levar também o seu passaporte.
A partir das 9h, junto à entrada, você vai encontrar uma mesinha com um carimbo (com uma fila de gente na frente, hehe). Use o carimbo para estampar Machu Picchu numa folha inteira do seu passaporte.
Permanência máxima
As novas regras, em vigor desde janeiro de 2019, limitam a permanência na cidadela a 4 horas. Ainda não está claro como isso é (ou será) controlado, mas tenha isso em mente.
Quem compra ingressos combinados com alguma montanha (Huayna Picchu ou Montanha Machu Picchu) tem de 3 a 5 horas extras.
Onde comer em Machu Picchu
Não há nenhum bar, lanchonete ou quiosque dentro do parque arqueológico. Leve barras de cereal, frutas e cantil ou squeeze com água (e não descarte nenhum rejeito, nem mesmo orgânico; leve um saquinho para o seu próprio lixo).
Do lado de fora, não espere nenhuma feira de ambulantes. Toda a alimentação está a cargo do Belmond Sanctuary Lodge, concessionário do espaço. A lachonete vende lanches, bebidas (incluindo cerveja) e sorvetes a preços que podem causar mal de altitude em mochileiros.
Posso sugerir uma última extravagância? Nesse contexto, o melhor, aham, custo x benefício está no buffet do restaurante Tinkuy, com entrada pela pracinha em frente às roletas.
Custa 40 dólares, mas é um senhor buffet, com ingredientes 5 estrelas e muita variedade entre pratos peruanos e ‘internacionais’. A seção de sobremesas é a recompensa a que deveria ter direito todo mundo que camelou três ou quatro horas sob o sol de Machu Picchu.
A volta: de Machu Picchu a Cusco
Para não dar nenhum chabu, procure entrar na fila do ônibus para descer a Aguas Calientes pelo menos duas horas antes do seu trem de volta. Lembre-se de que a descida leva meia hora e que você ainda vai precisar pegar suas malas no hotel antes de ir para a estação.
Relembrando as alternativas para voltar a Cusco:
De trem até Ollantaytambo
O trajeto é feito em 1h30 pela InkaRail ou pela PeruRail (clique nos links para ver horários e preços; é necessário comprar a passagem com antecedência). Se você deixou sua mala maior no guarda-volumes da Inka Rail ou da PeruRail, não esqueça de pegar.
Você pode ir de Ollantaytambo a Cusco com as vans da Real Inka, conhecidas como colectivos, que saem da garagem à sua direita, a meia quadra da saída da estação (12 soles/4 dólares; 1h45 de trajeto); as vans saem depois da chegada de cada trem, e não requerem reserva.
Você também pode contratar um trânsfer privativo de Ollantaytambo a Cusco (55 dólares por carro na Real Inka, 37 dólares por carro na TaxiDatum; 1h30 de viagem); ou pode negociar um táxi ali no entorno da garagem, também (negociando, dá para conseguir por uns 80 soles, algo como 25 dólares).
De trem até Poroy (Cusco)
O trajeto leva 2h50 pela InkaRail e 3h20 pela PeruRail (clique nos links para ver horários e preços; é necessário comprar a passagem com antecedência). Para ir de Poroy a Cusco, um táxi de rua vai cobrar entre 20 e 30 soles (menos de 10 dólares).
A TaxiDatum cobra 40 soles (13 dólares).
Leia mais sobre a compra da passagem de trem no post-introdução desta série.
Cusco: a despedida
Dormir a última noite em Cusco evita o stress de coordenar horários para voltar a Machu Picchu direto para o aeroporto. Você merece um fim de viagem mais descansado — ainda imbuído da energia de Machu Picchu.
O ideal é reservar essa última noite no mesmo hotel em que você se hospedou antes (veja nossas recomendações de hotéis em Cusco). É prático também com relação à mala: se você tiver deixado a mala no hotel ao sair de Cusco, ela vai estar à sua espera na volta.
À noite, comemore o sucesso da viagem repetindo o restaurante de que mais gostou — ou quem sabe fazendo uma extravagância (recomendo o Chicha ou o Cicciolina; veja nossas recomendações de restaurantes em Cusco).
Dependendo do horário do vôo de volta no dia seguite, você ainda vai ter tempo para passear de dia. Não deixe nenhum programa fundamental para esta volta — curta a cidade com a intimidade de quem está voltando.
Tome um chilcano no Museo del Pisco de saideira por mim, pode ser?
Peça para a recepção combinar um táxi com hora marcada para levar você ao aeroporto. Deve custar no máximo 15 soles.
Até a volta!
Mais Primeira Viagem ao Peru:
458 comentários
Bom dia!
Eventos climáticos podem acarretar o fechamento do Parque? O que acontece nesse caso, há remarcação? Como resolver caso aconteça: 2 noites em água calientes é desnecessário (prevendo um problema desse)?
Olá, Alexandre! O que acontece é o fechamento da ferrovia em caso de enchente. As enchentes acontecem no verão. Não recomendamos viagens no verão. Não sabemos qual é a política do parque nesses casos. Viaje na época recomendada para evitar esse tipo de perrengue.
Olá! Tem como deixar a mala em Ollanta, ir de trem para Macchu Picchu, voltar para Ollanta, pegar a mala e depois seguir de trem para Cusco? Ou só de van de Ollanta para Cusco mesmo?
Olá, Daniel! Até onde sabemos, tem que seguir de van.
Muito obrigado!! Nesses comentários da viagenaviagem encontrei a recomendação perfeita para minha viagem conhecer essa maravilha de Cusco -Peru – Machupichu Eles recomendaram a Mónica e sua agência de turismo Rumis Travel, ela é uma pessoa muito treinada em sua cultura e muito cuidadosa com nós brasileiros,. a altura Cusco é Brutal, mas com seu roteiro organizado de menos para mais, nos divertimos muito, voltarei a Cusco para fazer a Trilha Inca, aos 50 anos deixou seu contato WhatsApp +51952343083 e Instagram monicaguiadeturismo.cusco e deixei uma recomendação amigos se eles tiverem cartão Wise é melhor sacar dinheiro em um caixa eletrônico do “banco nacional” no Peru, não cobra taxas!
Olá! Um esclarecimento por favor. Consigo levar as malas para os passeios e pernoitar em Ollantaytambo, deixando no dia seguinte as malas nos locais disponibilizados pela Perurail?
Olá, Carina! Neste caso tem que comprar a volta a Ollanta, pegar a mala e seguir de van a Cusco.
Ola! Gostaria de saber se consigo fechar um passeio saindo de Cusco ate Ollantaytambo na hora ou e necessario fechar antes?
Obrigada
Olá, Graziela! Na rua indicada você consegue na hora.