Jardim Botânico do Rio de Janeiro: um dos melhores programas na cidade
Eu não estaria contando nenhuma novidade se dissesse que o Jardim Botânico do Rio de Janeiro é um dos principais pontos turísticos cariocas. Mas não é sempre que a visita a um ponto turístico é um programa que realmente vale a pena.
E aí está a diferença, porque o Jardim Botânico é um dos melhores lugares do Rio de Janeiro para quase tudo. Para ir com crianças, para fazer longas caminhadas, para tirar fotos e ver o Cristo Redentor de um ângulo diferente. Para ir de casalzinho. Para estar no meio da natureza, sem estar necessariamente na praia. Para fugir do sol, sem encarar um shopping. E para repetir o passeio, sempre, porque toda vez se vê um novo bicho, uma nova flor, um novo pedaço de parque.
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é o mais antigo do Brasil, com mais de 200 anos de história. O ano da sua fundação coincide com a chegada da Família Real portuguesa no Brasil.
Dom João VI, na época ainda príncipe regente, quis fazer daquelas terras um local para tentar adaptar sementes e mudas de especiarias orientais ao nosso clima, de olho em seu grande valor comercial (e instalar também ali uma fábrica de pólvora).
Hoje, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro funciona como um importante instituto de pesquisa, e é considerado patrimônio nacional pelo Iphan e reserva da biosfera da Mata Atlântica pela Unesco.
São 540 mil metros quadrados de área cultivada aberta a visitantes, e mais de 3.400 espécies de plantas diferentes, vindas do mundo todo. A mais célebre é a palmeira imperial, símbolo do Jardim Botânico, que pode chegar à altura de um prédio de 15 andares.
Há dois imensos corredores de palmeiras imperiais; o principal deles, a aléia Barbosa Rodrigues, é cortado por uma linda fonte do século XIX e deve ser um dos lugares mais fotografados da cidade, depois do Cristo e da praia vista do Arpoador.
Mala de bordo nas medidas certas
Como é a visita ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Eu não separaria menos do que uma manhã ou uma tarde inteiras para visitar o Jardim Botânico. Não é algo para se fazer correndo, e cada vez há mais coisas para se ver e experimentar dentro do parque, mesmo antes de se passar pela bilheteria. A entrada tem sido feita pelo portão que leva ao Centro de Visitantes (Rua Jardim Botânico 1008, tel. 21/3874-1808), onde há muito para se conhecer, o que faz com que o passeio vá tardando a começar.
Porque, entrando por ali, você vai querer dar uma olhada no Museu do Meio Ambiente, que já recebeu exposição do Sebastião Salgado, e volta e meia tem algo interessante em cartaz, com entrada gratuita. Ou dar uma espiada no próprio Centro de Visitantes, uma casa de 1576 que funcionou como engenho de açúcar e tem hoje uma pequena exposição sobre a história do Jardim Botânico, com uma salinha interativa. E vai ser impossível seguir adiante sem espiar a loja administrada pela Associação de Amigos do Jardim Botânico, que tem lembrancinhas que não poderiam ser mais a cara do lugar, como kits de jardinagem, bijuterias feitas com sementes, e chás e temperos orgânicos. (E olha que eu nem mencionei o Espaço Tom Jobim, misto de centro cultural e teatro que fica ali também.)
Depois de espiar tudo isso, então, a visita.
Não acho que um passeio ao Jardim Botânico deva ser roteirizado; a gente vai a esses lugares justamente para escapar das obrigações da vida. (Num cantinho do parque, um conjunto de bancos homenageia a escritora Clarice Lispector com frases de sua autoria, e um deles diz: “Sentada ali no banco, a gente não faz nada: fica apenas sentada deixando o mundo ser”. Desconfio que Clarice estaria de acordo comigo.) Mas acho importante saber que o Jardim Botânico é muito mais do que as palmeiras imperiais.
Porque assim como um corredor delas, também existe um corredor de jambeiros, de mangueiras, de craveiros-da-índia, e um corredor de pau-mulato, uma árvore curiosíssima, de casca lisa e brilhosa. Sem falar nos túneis formados por gigantescos bambuzais.
Caminhar pelo parque é descobrir quedas d’água, lagos, pontes, ninhos, bichos subindo pelos troncos, árvores de nome divertido — abricó-de-macaco, cabeludinha, árvore-do-viajante. É ver ao vivo o que a gente se acostumou a conhecer pelos frascos de xampu: andiroba, aloe vera, buriti.
Um bom companheiro de passeio seria o aplicativo do parque, o Jardim Virtual, que é gratuito. O app (para iOS e Android) tem um mapa com indicações dos principais pontos de interesse do Jardim Botânico, sugestões temáticas de caminhos a percorrer, e usa realidade aumentada para dar mais informações sobre as espécies de plantas. Se não falo dele com mais entusiasmo é porque um bug na versão que baixei não me deixou testar o funcionamento por mais do que meia hora, mas tenho a impressão de que o passeio ficou melhor sem a obrigação de olhar para a telinha do telefone todo o tempo.
Caso pudesse haver alguma obrigação válida em um passeio pelo Jardim Botânico, seria apenas a de não dar a visita por terminada antes de passar nas estufas em que são cultivadas as bromélias e as orquídeas. E também no espetacular cactário, onde posso apostar que você vai descobrir muito mais espécies dessa espinhuda plantinha do que imaginava existir no mundo.
E se os portões fecharem antes de você conseguir conhecer todo o parque, não se preocupe: é sempre bom ter mais uma desculpa para voltar ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Dicas para o passeio
- O Jardim Botânico do Rio de Janeiro funciona todos os dias do ano, exceto 25 de dezembro e 1º de janeiro.
- O horário de visitação é de quinta a terça, de 8h às 17h.
- O ingresso custa R$ 18 para moradores do Rio de Janeiro, R$ 29 para brasileiros, R$ 55 para visitantes do Mercosul e R$ 73 para estrangeiros (grátis para menores de 5 anos e meia entrada para maiores de 60 anos). A bilheteria aceita apenas dinheiro em espécie.
- A entrada está sendo feita apenas pela Rua Jardim Botânico nº 1008. Não existe mais estacionamento no local.
- Use tênis confortáveis e leve repelente. Há bebedouros e banheiros no parque.
- Consulte o site do Jardim Botânico e a página no Facebook para saber sobre eventos especiais.
35 comentários
Sou moradora do RJ, sempre faço uma visita ao jardim botânico, lugar maravilhoso principalmente para quem curtir estar na natureza.
Até setembro, o Jardim Botanico não abrirá às quartas-feira. Fechado para manutenção.
Sou de São Paulo e já estive várias vezes no Rio, mas, não conhecia o Jd. Botânico. Estive lá ontem e simplesmente adorei! Fui sem pressa, apreciei tudo com calma. O lugar é muito bem cuidado e interessante. Para quem gosta de estar em meio a natureza, a visita é imperdível.
Sou simplesmente apaixonada pelo Jardim Botânico. Não moro mais no Rio, senão, iria trabalhar como guia no Jardim Botânico só pra não sair mais de lá. Não são só as plantas e os animais, é o lugar, a História, o magnetismo, o JB tem uma energia incrível. Não sei nem explicar. Enfim, vale muuuuuito a pena.
Lindo demais
Não me conformo do JB estar fechado e igrejas, restaurantes e SHOPPINGS abertos. Não tem lógica. Só mesmo com um prefeito maluco desses…
Para quem vem a partir do Centro do RJ, a dica é descer na Central, e pegar o Ônibus Troncal 05,via Jardim Botânico. O ônibus deixa bem na entrada principal do Jardim Botânico.
Tem também o metrô, é só descer já estação de Botafogo e pegar os ônibus de integração. Que também deixam na porta.
Achei lindo o lugar. Não conheço ainda pois vou ver esse lugar lindo e que continui assim