El Calafate: frente a frente com o Perito Moreno, no relato da Miriam
El Calafate, com seu passeio ao glaciar Perito Moreno, encerra a viagem da Miriam pela Patagônia, que começou em Ushuaia, seguiu a bordo do cruzeiro Australis até Punta Arenas, e ganhou uma esticada em grande estilo até Torres del Paine. Veja como foi conhecer o Perito Moreno, um dos maiores cartões-postais destas bandas do mundo, em mais um dos excelentes relatos da Miriam:
Texto e fotos | Miriam K
El Calafate foi a nossa última parada nesse nosso tour pela Patagônia, basicamente para conhecer o mais famoso dos glaciares, o Perito Moreno.
A cidade fica à beira do lago Argentino, o maior do país, perto do qual há o Bosque Andino Patagónico no pé da Cordilheira. É nesta região em que podemos ver a maioria dos animais como os guanacos, o huemul e a raposa cinzenta, além da vegetação típica como as lengas, nirres e guindos. Fora desta região predomina a estepe patagônica, que é uma vegetação rala e rasteira.
El Calafate advém do nome de um arbusto muito presente em toda a Patagônia, e segundo consta, os europeus que chegaram por aqui observaram que os nativos usavam a seiva dessa planta para impermeabilizar os couros e peles para se abrigar do frio. Posteriormente descobriram que também servia para calafetar as madeiras dos barcos, daí, El Calafate, uma planta de flores amarelas e frutos arroxeados-escuros que lembram blueberry e servem para a fabricação de geleias, doces e sorvetes.
Ficamos no hotel Los Alamos, que está circundado por um bosque de álamos e grande área verde no centro. A localização é excelente, pois está a apenas duas quadras da avenida principal, a Libertador San Martín, onde estão concentradas a maior parte das lojas e restaurantes. O hotel está dividido por uma rua, de forma que de um lado estão as acomodações e do outro, o restaurante, campo de golfe, spa, piscina, centro de convenções e fitness center.
Por fora ele é bem simpático, de tijolinhos, mas por dentro é um pouco retrô, com cortinas xadrezes, sofás de veludo, paredes vermelhas no restaurante, amarelas nos quartos, candelabros mesmo nos tetos baixos. O atendimento é bem distraído, aparentemente voltado para grandes públicos já que o hotel tem 144 quartos.
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O passeio ao glaciar Perito Moreno
O dia seguinte foi dedicado a visitar o Parque Nacional Los Glaciares com um passeio de barco até próximo ao Glaciar Perito Moreno. Fica a cerca de 85 km do centro da cidade em estrada boa, trajeto em que o guia do receptivo que contratamos, Límite Patagonia, ficou contando um pouco sobre a região.
O parque nacional é super organizado e tem 7 km de passarelas que chegam até muito perto daquela parede enorme de gelo que tem 5 km de frente e 60 m de altura em média. Parte das passarelas é para apreciar a vegetação ao redor, que é muito rica em função da quantidade de chuva.
O ponto alto da visitação, que é paga à parte da entrada do Parque Nacional, é a navegação para chegar mais próximo às geleiras. Esse passeio dura cerca de uma hora e serve para olharmos mais de perto aquelas formas fantásticas naquela massa azulada gigante. O barco me parecia estar um pouco além da sua capacidade, pois praticamente não havia lugar nas beiradas para ficarmos em pé olhando do glaciar, mas felizmente deu tudo certo.
O glaciar Perito Moreno é uma exceção entre os glaciares, pois ao invés de estar derretendo, aumenta a cada ano. Ele faz parte do Gelo Continental Patagônico, que é um resquício da última era do gelo. Ela é formada pela compactação da neve pela gravidade ao longo do tempo, junto com quaisquer substâncias que estejam no caminho. Ela é azulada porque esse gelo muito denso absorve todas as cores menos as de tons azuis. Ainda aqui nessa região da Argentina existem outros glaciares como o Upsala e o Viedma, mas a popularidade do Perito Moreno decorre da facilidade de acesso.
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Mais El Calafate
Na cidade de El Calafate há restaurantes de todos os tipos, mas não demos sorte com nenhum. No dia em que chegamos já era um pouco tarde, todos estavam meio vazios, então entramos no La Toldería (Av. del Libertador 1177, tel. 2902/49-1443) que parecia mais animado, mas foi uma decepção. Muita demora e, para piorar, a carne parecia uma sola de sapato e a cotação dada para o dólar foi bem ruim (10 pesos). Na sorveteria ao lado obtivemos a cotação de 14 pesos, fiquei indignada, mas fazer o quê, deveria ter perguntado antes de pedir…
Nesse mesmo dia, bem mais tarde experimentamos as empanadas do La Lechuza (Av. del Libertador 932, tel. 2902/49-4660), que eram muito boas, mas o serviço foi bem demorado. Me chamou a atenção a decoração das paredes com placas de ferro antigas, que os mais jovens nem saberiam o que é: 7up? Cinzano? No dia seguinte estivemos no La Cocina (Av. del Libertador 1245, tel. 2902/49-1758) para almoçar e novamente, completamente vazio, só nós no restaurante. O ambiente era bem bonitinho, a comida bem apresentada, mas também nada demais para pratos de pasta. Experimentamos também o La Lechuza Pizzas (Av. del Libertador Gral. San Martín 1301, tel. 2902/49-1610) pela proximidade e a massa veio cozida demais.
Por incrível que pareça nossa melhor refeição foi no bar da recepção do hotel, onde comemos uma excelente salada, sopa e empanadas enquanto esperávamos o trânsfer para o aeroporto.
A 6 km de centro de El Calafate há o Glaciarium (RP 11, 9405, tel. 2902/49-7912) que se auto-denomina Centro de Interpretação Glaciológico ou Museu do Gelo Patagônico. Mostra a evolução da Terra desde a sua origem, explica a formação dos glaciares e mostra as principais formações de gelo da região e de outras partes do mundo.
Há ainda uma parte do museu que conta a história de Francisco Moreno e sua participação na delimitação do território argentino como perito em questões territoriais. Assim ele recebe uma justa homenagem no glaciar mais conhecido da região. Há também um bar de gelo que abre às 11h30 e por isso não pudemos visitar, mas disseram que lá dentro se usa uma roupa especial e tudo lá é feito de gelo como a bancada do bar, bancos, copos etc. Como fica fora da cidade, há transfers em horários determinados. No nosso caso, como perdemos o primeiro trânsfer do dia, pegamos um táxi, pois na hora do almoço já iríamos pegar nosso voo de volta ao Brasil.
Embora o impacto não tenha sido tão grande por já termos vistos dois outros glaciares ao longo da viagem, o Perito Moreno impressiona pelo tamanho e pela facilidade de acesso.
Obrigado pelo relato, Miriam!
Leia mais:
- Minitrekking no glaciar Perito Moreno: holiday on ice
- Ushuaia: a porta de entrada para o fim do mundo, no relato da Miriam
- Cruzeiro pela Patagônia: Ushuaia a Punta Arenas no Stella Australis (relato da Miriam)
- Torres del Paine, Chile: como é se hospedar no Tierra Patagonia, no relato da Miriam
- Patagônia: como se deslocar entre os destinos (de avião, ônibus e barco)
- Dicas de El Calafate no Viaje na Viagem
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7 comentários
Tenho uma viagem marcada para El Calafate ,porém quebrei o pé e tenho que mudar esta data.
Estou pensando em mudar para depois do dia 16/06.Voce poderia me ajudar orientando se esta data esta boa ou devo mudar para outro mês.
Poderia por favor me enviar a resposta no meu e-mail.
Desde já agradeço.
Sandra Lopes
Olá, Sandra! Veja ‘quando ir’ no nosso novo guia de El Calafate:
https://www.viajenaviagem.com/destino/el-calafate
Em qual período do ano esta viagem foi feita? Quando é melhor de visitar? Que belo!!
Olá, Maria Isabel! Leia o nosso novo guia de El Calafate, está tudo esmiuçado lá:
https://www.viajenaviagem.com/destino/el-calafate
Muito bom, sua dica Miriam. Foi o lugar falando do museu.
Excelente, parabens e obrigado. Uma pergunta: Voce viu algum tour ou possibilidade de andar pelos glaciares? Já vi algumas fotos com pessoas em cima deles.
Olá, Yuri! Temos um post sobre o Minitrekking no Perito Moreno na página de destino El Calafate:
https://www.viajenaviagem.com/destino/el-calafate