Onde comer nos Lençóis Maranhenses

Onde quer que você esteja nos Lençóis Maranhenses, seu dia vai começar com uma tapioca fofinha, lambuzada na manteiga e enrolada feito panqueca, que fica divina dividindo o prato com um ovinho mexido.

Tomara que o bolo seja de macaxeira – não há melhor (o bolo de leite, com consistência quase de pudim, também é uma iguaria).

No almoço e no jantar, um peixe frito com os acompanhamentos de praxe nunca vai decepcionar. Mas se puder, experimente as especialidades locais: camarões graúdos, deliciosas tortas de caranguejo, e as duas estrelas da culinária sertaneja: a galinha caipira ensopada e o cabrito no leite de coco.

Se for a Atins, não deixe de experimentar o camarão da Luzia.

Veja nesta página onde comer nos Lençóis Maranhenses.

Onde comer em Santo Amaro

A cena gastronômica de Santo Amaro é bastante limitada.

Se você está hospedado numa pousada fora da vila, é bastante provável que acabe jantando na própria pousada.

Essas são as melhores opções para quem está hospedado na vila ou vem para o centrinho fazer o footing noturno.

Dunas Bistrô

O Dunas Bistrô é o restaurante de Santo Amaro com maior estrutura. Tem um salão grande, quiosques junto ao pátio e mesas ao ar livre. No pátio há um palco para shows e festas.

O cardápio é extenso. Tem petiscos, filés, moquecas e peixadas. Entre as especialidades regionais, torta de caranguejo, torta de camarão e galinha caipira com pirão.

A maior curiosidade é o jambalaya, arroz frito com camarão e linguiça típico de New Orleans que foi introduzido na região pela pousada Água Doce.

Os pratos servem no mínimo 2 pessoas (se pedir entrada ou petiscos, alguns dão até para três). Meias-porções custam 60% da porção inteira.

• Dunas Bistrô | Travessa das Palmeiras, s/n | Tel (98) 98424-2193 | Instagram

Pousada Água Doce

O restaurante da pousada Água Doce foi o primeiro bom restaurante da vila de Santo Amaro, e continua entre as melhores opções. Na temporada, reserve antes de ir: o restaurante tem vagas limitadas para não-hóspedes.

A posta de peixe frita vem acompanhada pelo arroz de cuxá. É um bom lugar para experimentar o cabrito ao leite de coco, especialidade dos Lençóis. Pergunte se tem torta de camarão.

• Água Doce | R. Oswaldo Cruz, s/n | Tel. (98) 98767-6061 | Site

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Farol Bistrô

Na pracinha principal da vila, ao lado da igreja, o Farol Bistrô é multiuso: combina boteco, bar de drinks, restaurante e fast food.

Os pratos são individuais. De sobremesa, peça a torta banoffe.

• Farol Bistrô | Praça N. Sra. da Conceição, s/n | Tel. (98) 98479-6044 | Instagram

Pousada Cajueiro

O restaurante da Pousada Cajueiro está aberto a não-hóspedes. Fica num avarandado no segundo andar da pousada e recebe a brisa do rio Alegre.

Além dos pratos de carnes, peixes e massas, serve pizzas.

• Pousada Cajueiro | R. Osvaldo Cruz, s/n | Tel. (98) 98535-8100 | Instagram

Sol de Amaro

O Sol de Amaro fica à beira-rio. É um bom lugar para provar os camarões da Malásia com arroz de cuxá.

• Sol de Amaro | R. Osvaldo Cruz, 9 | Tel. (98) 98823-3709 | Instagram

Sorveterias

Depois do jantar, um sorvetinho é de lei. Se você estiver perto da praça principal, vá à Casa do Picolé, a mais tradicional da cidade.

Estando mais perto da beira-rio, vá até a pracinha no início da rua Osvaldo Cruz (mais ou menos em frente à pousada Cajueiro) e escolha entre os sorvetes da concorrida Quero-Quero ou os sabores paraenses da Sorveteria Casarão.

• Casa do Picolé | Praça N. Sra. da Conceição
• Sorvetes Quero-Quero | Praça Trabalhador Jucá
• Sorveteria Casarão | Praça Trabalhador Jucá

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Onde comer em Barreirinhas

À noite, em Barreirinhas, não tem jeito: todo mundo acaba indo à beira-rio.

As pousadas e hotéis fora do centro, porém, têm restaurantes próprios – você só chama um táxi para ir à cidade caso queira fazer o footing e comer fora.

Caso tenha uma tarde livre na cidade, almoce com direito a um mergulho no rio no Bambaê.

Restaurantes à beira-rio

Três restaurantes dominam o deck à beira-rio de Barreirinhas: A Canoa, O Bambu e O Jacaré.

Os três têm cardápio extenso e variado – escolha aquele onde você vai conseguir a mesa que mais lhe agrade.

Querendo outros critérios de escolha, aí vão: A Canoa tem pizza, O Bambu faz sushi e O Jacaré é o que leva mais jeito de boteco.

• Canoa | Av. Beira-Rio | Tel (98) 99109-2285 | Instagram
• O Bambu | Av. Beira-Rio | Tel. (98) 99215-4966 | Instagram
• O Jacaré | Av. Beira-Rio | Tel. (98) 99127-2733 | Instagram

Urra Beer

Original de Atins, a Urra Beer abriu sua filial na beira-rio de Barreirinhas em 2020.

Serve cervejas artesanais de fabricação própria – nos estilos IPA, Pilsen, APA com maracajá e maçã, New England IPA e Stout.

Para acompanhar, prepara petiscos, burgers e pizzas.

• Urra Beer Barreirinhas | Av. Beira-Rio | Tel. (98) 99146-3505 | Instagram

Nautz Lounge Bar

Dos mesmos donos d’O Bambu, o Nautz está instalado numa viela entre a beira-mar e a rua principal. A vibe é de bar de cidade, com boa carta de drinks.

O carro-chefe são os sushis, mas serve também burgers e pokés.

• Natz Lounge Bar | R. Professor Viana, 62 – Centro | Tel. (98) 99134-2544 | Instagram

Bambaê

Nos fundos da pousada Encantes do Nordeste, a 10 minutos de carro do centrinho, o Bambaê tem a melhor estrutura para aquela tarde em que você não quer fazer nenhum passeio.

O lugar é uma delícia, e a praia ali tem pontos de mergulho – mas é preciso ter cuidado para não se afastar da beira-rio por causa da corrente forte do Rio Preguiças.

O cardápio tem de tudo, em porções para duas pessoas (mas dá para pedir meia-porção, pagando 60% do preço).

Para pegar uma mesa perto d’água, chegue cedo.

Caso venha à noite, o ambiente não estará mais ‘praiano’ – mas vai dar para pedir pizza.

O restaurante oferece traslado gratuito. Mande um zap para agendar.

• Bambaê | Bairro Boa Vista | Tel. (98) 98908-1502 | Instagram

Porto Preguiças

Uma reserva para almoçar ou jantar no restaurante do Porto Preguiças serve de passaporte para conhecer o resort.

O cardápio tem um pé no regional (carne de sol, cabrito, galinha caipira) e outro no mundo (paella, risotos, pizza).

A carta de vinhos é a mais completa da cidade.

• Porto Preguiças | Estrada do Carnaubal, s/n | Tel. (98) 98787-2002 | Instagram

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Onde comer em Atins

Por ter uma temporada mais longa (graças ao kitesurf), Atins consegue atrair e manter restaurantes com alguma pretensão gastronômica.

Os preços são bem salgados, padrão Caraíva ou Noronha.

Okarú (Pousada Vila Aty)

Okarú, o restaurante da Vila Aty, uma das melhores pousadas de Atins, é aberto ao público. É uma ótima pedida para um almoço depois de um passeio, quando você não quiser repetir o camarão de Atins nem petiscar na praia.

Espere encontrar pratos como o filé de pescada amarela grelhado com aligot de macaxeira, camarões empanados em farinha panko com arroz à grega, mariscada com arroz de alho, picanha com molho gorgonzola e peixada no leite de coco.

Você pode voltar à sua pousada a pé, pela praia, ou pedir para chamarem um quadriciclo.

É preciso reservar.

• Okarú | Pousada Vila Aty | Tel. (98) 99118-1709 | Instagram

La Pizza

La Pizza foi o primeiro restaurante com padrão ‘urbano’ a se instalar em Atins. As mesas estão espalhadas por um gramado bem-cuidado – é um lugar bastante agradável para jantar na vila.

A massa é de fermentação natural, o que resulta numa pizza de estilo napolitano (mas um pouquinho mais assada no miolo do que seria em Nápoles).

O cardápio também traz saladas e massas.

Já passou o tempo em que La Pizza era a única boa opção para jantar bem em Atins, mas o restaurante continua bastante concorrido. Chegue cedo para não esperar na fila.

• La Pizza | Pousada Maresia | Tel. (98) 99234-3432 | Site

Casa de Juja

Um dos restaurantes mais queridos de São Luís, a Casa de Juja tem uma filial em Atins desde 2022. Atualmente funciona numa casa no ponto mais movimentado da rua Principal.

Chegue cedo para conseguir mesa.

As filhas de Juja e sua equipe seguem servindo as bem-temperadas criações de dona Juja, entre elas o arroz do mar (frutos do mar graúdos servidos sobre arroz cremoso) e o sonho de Juja (camarão na macaxeira).

Comece o jantar pedindo as patinhas de caranguejo ao vinagrete. Se não quiser nada do mar, peça o filé ao molho de vinho tinto e redução de balsâmico ou a massa aos quatro queijos.

• Casa de Juja | R. Principal s/n | Tel. (98) 99233-8208 | Instagram

Pininga

O Pininga é o endereço de Atins para quem procura cozinha criativa e drinks autorais.

O cardápio muda o tempo todo de acordo com o que o chef encontra no mercado. Sempre há alguma opção vegana.

Reserve – na temporada, com antecedência.

• Pininga | R. Principal | Tel. (98) 99182-0471 | Instagram

Aperi-Ceia

O pequenino Aperi-Ceia está instalado numa galeriazinha na rua principal, à direita de quem sobe. O atendimento é feito pelo casal de proprietários – o marido, italiano, é o cozinheiro.

As massas são bastante elogiadas. Mas é preciso chegar cedo para garantir uma mesa.

• Aperi-Ceia | R. Principal | Tel. (98) 98451-7460

Urra Bier

Aberta em 2019, a cervejaria Urra Bier produz pelo menos seis estilos de cerveja na casa (IPA, APA, stout, fruit beer, Weiss e Pilsen).

No cardápio, burgers e pratos completos.

• Urra Bier | Rua Principal | Tel. (98) 99126-8138 | Instagram

Restaurante do Rico

No fim de 2022 o Restaurante do Rico se mudou da praia para um local espaçoso na vila, na rua principal.

Boa escolha para traçar um PF mesmo no jantar, a preços bem mais abordáveis do que a média na vila.

• Restaurante do Rico | R. Principal | Tel. (98) 99240-4054 | Instagram

Jungle Burger

Ligeiramente fora da rua principal, o Jungle Burger é ‘o’ bar para ir à noite em Atins.

Os burgers podem ser de carne, quinoa ou caranguejo, e vêm com queijo ou maionese da casa.

Serve também pizzas fininhas tipo biscoito e drinks bem feitos. De vez em quando tem DJ.

• Jungle Burger | R. das Tarrafas | Tel. (98) 99179-6053 | Instagram

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Restaurantes na praia

Pertinho da foz do rio Preguiças, a praia de Atins tem água salobra e águas calminhas.

Não é uma praia bonita como outras que você já visitou no Nordeste – tanto a areia quanto a água são escuras.

Mas é uma praia bem servida por barracas, que vão do rústico ao lounge. E na temporada dos ventos, o horizonte se enche com as velas coloridas do kitesurf.

A barraca mais roots, escondidinha na ponta norte da praia, é a Cabana da Izabel. Para pegar uma rede rente à água, vá à Estresse Zero. Se curtir reggae, aproveite o deck da Mar Doce Lar. O ambiente mais charmoso é o do Bar.co. E se você procura badalação, então vá direto ao Charme Beach Bar.

• Cabana da Izabel | Instagram
• Estresse Zero Beach | sem redes sociais
• Lar Doce Mar | Instagram
• Bar.co | Instagram
• Charme Beach Bar | Instagram

Camarões no Canto de Atins

Comer camarão no Canto do Atins é o final praticamente obrigatório de qualquer passeio às lagoas de Atins. Os guias passam no início do passeio nos restaurantes para reservar a quantidade e o horário em que a refeição vai ser servida.

A responsável por transformar esse fim de mundo perdido no areal num point gastronômico é a Luzia, que prepara camarão de um jeito que você não vai comer em nenhum outro canto do Brasil.

Como é o camarão da Luzia

Esqueça suas referências de camarão. O camarão à moda da Luzia não é esturricado, nem oleoso, nem cozido demais, como estamos acostumados Brasil afora, sobretudo em lugares simples.

O camarão da Luzia é posto numa marinada com tempero secreto. Depois são cuidadosamente encaixados numa grelha fechada, dessas de assar peixe, e vão para a brasa por pouquíssimo tempo.

Chegam à mesa num ponto sensacional, ainda al dente porém tenros pela marinada, e descolando naturalmente da casca (atualmente, inclusive, já chegam sem casca à mesa).

A iguaria é servida com acompanhamentos simples – arroz, feijão, farinha grossa, salada de tomate. De sobremesa, doces caseiros. Depois, dá para usar as redes para descansar.

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Você vai gostar do camarão da Luzia?

Não sei. O TripAdvisor está cheio de reclamações a respeito do camarão do Canto do Atins em todos os restaurantes.

Muitas pessoas acham que os guias pesam a mão para forçar seus passageiros a comer ali, acham os preços exorbitantes (tudo em Atins é muito caro – sobretudo quanto comparado com Barreirinhas) e não veem nenhuma graça no camarão grelhado e marinado, bem diferente do camarãozinho alho e óleo a que estão habituadas.

Eu acho uma iguaria, e conheço muita gente bacana que ficou encantada. Toda vez que eu volto, eu peço e me delicio como na primeira vez. Detalhe: nunca fui convidado, sempre paguei todas as minhas contas na Luzia.

Onde comer o camarão da Luzia no Canto de Atins

Há muitos anos houve uma cisão na família da Luzia. Seu cunhado Antônio, que trabalhava com ela, abriu um restaurante ao lado, servindo a mesma receita de camarão.

Desde então há muita fofoca envolvida. Os guias de Atins certamente preferem levar no Antônio, que tem um marketing melhor (e investiu mais nas instalações). Agora surgiu até um terceiro restaurante por lá, pelo que ouvi servindo o mesmo camarão.

Eu não consigo deixar de ir na Luzia, então não posso dar opinião sobre os outros. Veja a história da minha primeira vez no Restaurante da Luzia, em 2005.

• Restaurante da Luzia | Canto do Atins | Tel. (98) 9132-3187 | Site
• Restaurante do Sr. Antônio | Canto do Atins | Tel. (98) 99150-1016 | Instagram

Minha primeira vez no ‘Restalrante’ da Luzia (2005)

Em setembro de 2005, na primeira viagem aos Lençóis Maranhenses, eu cheguei a Atins pegando o passeio do rio Preguiças e negociando para ser deixado na outra margem (para ser buscado no dia seguinte).

A última parada antes disso era em Caburé. Eu estava almoçando num dos restaurantes da praia e, quando o garçom soube que eu iria a Atins, falou:

– Então você vai comer o camarão da Luzia, não vai?

2005, gente. Depois do garçom de Caburé, mais duas pessoas comentaram comigo sobre o camarão da Luzia, que era muito diferente, um negócio de outro mundo.

Cheguei a Atins e, juro, eu era o único turista na cidade. Tinha chovido pouco naquele ano e as lagoas de Atins estavam praticamente secas. O kitesurf ainda não tinha chegado. Havia duas ou três pousadas na cidade, e só.

Fiz um passeio às lagoas a cavalo – era o único meio de transporte disponível. Paramos no restaurante da Luzia, cuja placa era grafada como Restalrante, com L.

Não existia cunhado da Luzia. Era só a Luzia na cozinha. E o camarão era igualzinho. A persistência dessa mulher em preparar um camarão tão fora do padrão brasileiro num lugar tão remoto até hoje me assombra.

Não fui eu que descobri a Luzia. O restaurante já tinha sido listado pelo Guia 4 Rodas. (Acho que, no ano em que eu fui, não estava no guia, mas depois voltou.)

Eu publiquei essa minha história no Viaje na Viagem (na época do Zip.net, que apagou o conteúdo) e depois, na coluna que eu tinha na revista Época (Enquadra e pendura, Luzia).

O restaurante da Luzia pode não ter virado o restaurante concorridíssimo do cunhado, mas estava lotado na minha última visita. No salão, só vi clientes contentes.

Um dos italianos que estavam no meu grupo queria repetir o prato, mas não dava pra fazer o pedido em cima da hora por causa dos outros agendados. Quase não consegui tirar Luzia da cozinha pra lhe dar um beijo. Sucesso, Luzia!