Descomplicando Botswana: dicas para planejar sua viagem
Enviado especial | Hugo Medeiros
Aposto que você ficou bobo com esse giro do Hugo por Botswana, passando por lodges espetaculares em lugares idem, como o Chobe Park, o Delta do Okavango e o Deserto de Kalahari. Se não ficou é porque não viu os posts — nesse caso, é só ir ao pé da página e clicar nos riquíssimos relatos da viagem.
Morri de inveja. Descobri pelos olhos do Hugo que Botswana é o lugar para quem quer fazer safáris não-massificados. Os bichos da África nunca me pareceram tão charmosos quanto nesta viagem.
Chegou a hora, então, de partir para as informações práticas, para quando você for. Eu vou favoritar, porque sei que um dia vou usar. Parabéns pelos relatos, seu Hugo! (Ricardo Freire)
Vacinas e malária
A vacina contra a febre amarela é obrigatória para visitar Botswana. É preciso tomar a vacina até 10 dias antes de viajar. Jamais viaje sem antes ter obtido o certificado internacional, apesar de que durante a minha viagem ninguém o exigiu.
Conversando com a profissional do posto que emite o certificado internacional, ela sugeriu também a tríplice viral e a vacina contra hepatite B.
Quanto à malária, é importante destacar que no Brasil áreas como o Centro-Oeste e o Amazonas são classificadas como de alto risco. Em Botswana algumas regiões estão livres da doença, enquanto que outras possuem alto risco, tal como na região norte e centro-oeste brasileiras. Por isso, não é necessário ter pânico achando que cada pernilongo é um assassino em potencial. Medidas preventivas devem ser tomadas, mas não limite a sua viagem por causa disso.
Contra a malária não existe vacina. Alguns medicamentos podem ser tomados como forma de prevenção, mas pelo que li é comum produzirem efeitos colaterais extremamente fortes, além de não existir nenhuma certeza de que realmente irão impedir o contágio. Caso opte por essa medida, procure um médico.
Na minha opinião, a melhor forma de prevenção também é a mais óbvia: não ser picado pelo mosquito transmissor.
Para tanto, compre um bom repelente. Eu optei pelo Exposis, e mesmo sendo mais caro, foi, para mim, uma excelente escolha. Ele protege por 10 horas em condições normais, ou 5 horas em situações de grande transpiração. Borrifei o produto nas roupas e na pele exposta, reaplicando a cada 5 horas. Não tive nenhuma picada durante os 7 dias em que estive em Botswana. Os repelentes disponibilizados pelos hotéis são bons, mas a proteção normal é por apenas 8 horas.
O período do dia que exige maiores cuidados é entre 17h e 19h. Por isso, nesse período aplique generosamente o seu repelente.
Importante falar que os nativos não se preocupam tanto, já que, segundo me relataram, os casos ocorrem esporadicamente. Principalmente nos safari camps, com baixíssima ocupação humana, são raras as pessoas que já contraíram a doença. Mesmo assim, recomendo que você não deixe de aplicar o repelente, pois 10 a 15 minutos do seu dia dedicados a isso podem afastar problemas futuros.
Quando ir
Em Bostwana existem duas temporadas turísticas distintas, sendo que cada uma possui características e atrativos próprios.
A alta temporada vai de abril a novembro e coincide com o inverno no país. As temperaturas são mais amenas e o clima, seco. Considerando que nesse período chove pouco, é mais fácil encontrar os animais, pois para isso basta ficar próximo aos rios permanentes, pois todos se deslocam para esses locais para saciar a sede.
A temporada verde vai de dezembro a março, coincidindo com as chuvas e o verão. As chuvas tendem a durar pouco tempo, sendo mais comum precipitações de no máximo um dia. A observação dos animais se torna um pouco menor, já que a grande oferta de água não exige deslocamentos até os rios. Um ponto positivo são as tarifas mais baixas dos hotéis e o fato de ser uma época de reprodução dos antílopes, o que aumenta consideravelmente a atividade dos predadores, facilitando sua localização.
Como chegar e como se locomover
A South African Airlines (SAA) voa do Brasil até Kasane e Maun, com conexão em Johannesburgo. Outra opção é ir com a SAA até Johannesburgo, e de lá pegar um voo da Air Botswana com destino a Kasane ou Maun.
A melhor forma de chegar em Botswana é ir para os aeroportos de Kasane ou Maun, e de lá pegar um pequeno avião até o lodge escolhido.
Por via terrestre é possível transitar entre as principais cidades, mas o fluxo constante de animais pode tornar a viagem demorada.
Para os safari camps, a única forma de acesso é via aérea, em aviões turbo-hélice. Apesar do tamanho diminuto assustar num primeiro momento, são aviões extremamente seguros. Por voarem baixo, estão mais sujeitos aos ventos, que causam certa turbulência. Mas nada que assuste (muito). Após um ou dois voos, você já estará acostumado.
Promoções para sua viagem
Bagagem
Leve o mínimo de roupa possível. Nos voos internos somente é possível embarcar com sacolas de até 20kg. Caso você leve uma mala, eles lhe fornecerão uma sacola onde poderá acomodar até 20kg da sua bagagem. Será necessário, então, combinar uma forma para que sua mala seja deixada no aeroporto de onde você retornará para o Brasil.
Por isso, minha recomendação é viajar leve. Itens como bermudas e camisetas são essenciais. Não esqueça protetor solar e repelente. Importante também um casaco leve e calça, pois a temperatura pode variar. E, por fim, um bom calçado que permita andar na selva ou no deserto com conforto e segurança.
Em Botswana a elegância não é vestir uma roupa diferente a cada dia, mas sim viajar de forma leve. Uma medida que adoto é sempre levar uma bagagem que eu consiga carregar e manusear sem dificuldades.
Mala de bordo nas medidas certas
Parques nacionais e concessões privadas
O grande diferencial em Botswana são as concessões privadas. Os parques nacionais, como o Chobe, são mantidos e fiscalizados pelo governo, sendo autorizado o trânsito de diversos veículos de safári diariamente. Somente na região em que estivemos, estima-se que entre 50 e 100 carros com turistas transitem diariamente.
Mas o país é enorme, sendo inviável para o governo assegurar a preservação de tudo. Com isso surgiram as concessões privadas. São áreas demarcadas específicas, licitadas publicamente, de forma que o vencedor explore economicamente através da criação de safari camps.
No entanto, as regras para os concessionários são rígidas. O número de quartos depende da extensão do terreno, assim como a quantidade de veículos que podem transitar. Por exemplo, o Chitabe Camp está em um terreno de 28.000 hectares (280 km2), mas possui autorização apenas para o trânsito de 5 veículos simultaneamente, e a construção de 8 acomodações.
Ou seja, enquanto que nos parques nacionais o turismo é intenso, nas concessões privadas você tem um pedacinho da África somente para você. Os veículos nas concessões podem deixar as trilhas em busca de animais, algo que não ocorre nos parques nacionais. É possível, também, fazer safáris a cavalo e a pé. Também não existem cercas ao redor dos safari camps, tanto que durante a noite é expressamente proibido o trânsito sem a companhia de um funcionário do hotel.
Enquanto que os parques nacionais oferecem passeios, os safari camps oferecem sensações, experiências e exclusividade.
Os safari camps se classificam em premium, com alojamentos maiores e mais elegantes, além de estruturas luxuosas, ou em classic, com tendas espaçosas e bem montadas, e áreas comuns charmosas e aconchegantes.
Os serviços nos safari camps premium e classic tendem a ser semelhantes, e de forma alguma você se sentirá mal acomodado em qualquer deles.
Em todos os safari camps, porém, o isolamento é absoluto. A única forma de acesso são os pequenos aviões turbo-hélice. Pela via terrestre, as estradas podem exigir dias, ou semanas, para transpor trechos com poucas centenas de quilômetros.
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Onde ficar
O Delta do Okavango é uma enorme área alagada, com diversas planícies, que se estendem até o deserto do Kalahari. Muitos animais recorrem a esse santuário, principalmente durante os períodos de seca, em busca de água. A diversidade da fauna local impressiona e o sistema de concessões privadas na região garante que somente poucos turistas tenham acesso ao lugar de cada vez.
A área do Linyanti, no norte do país, oferece alguns dos mais exclusivos hotéis, em uma região repleta de vida animal.
O Chobe é de fácil acesso por meio do aeroporto de Kasane. Mas, por ser um parque nacional, possui um elevado número de turistas e veículos de safári, diferentemente dos safari camps, mais exclusivos e charmosos.
A região do Kalahari adota uma proposta única. Mesmo no deserto, a diversidade de animais é imensa e os safáris, uma atração. Mas o que se objetiva lá é inserir o turista numa viagem de descoberta sobre como é a vida num ambiente inóspito, e ao mesmo tempo, encantador.
Escolha ficar onde você mais se identifique.
Quantos dias ficar
O ideal é uma hospedagem de pelo menos 3 noites em cada lodge de sua escolha. Com uma boa logística, seria possível ficar 3 noites em um e 2 noites em outro lodge, mas sabendo que essa escolha poderia impedir uma perfeita imersão no ambiente.
O grande objetivo em Botswana não são apenas os safáris, mas também obter uma experiência única de vida. Os animais ao seu redor surgirão de forma natural, e apenas tornarão ainda mais incrível sua viagem. Por isso, ande calmamente e aproveite cada momento.
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Viajando com crianças
O ideal é que a viagem seja realizada com crianças acima de 8 anos, pois elas poderão aproveitar melhor o passeio. Durante o safári de 3 horas podemos ficar muito tempo sem encontrar um animal sequer, o que pode tornar o passeio extremamente tedioso para nossos pequenos aventureiros.
Além disso, qualquer atendimento médico pode se tornar uma grande dor de cabeça, já que os hospitais situados nas cidades somente são acessíveis por avião.
Mas, se mesmo assim você quiser desbravar Botswana com uma criança mais nova, verifique se o lodge possui alguma restrição de idade.
No quesito segurança, recorde-se que as crianças locais nascem e vivem na região. Ou seja, apesar das preocupações, o destino está plenamente capacitado para receber crianças. Logicamente serão necessários alguns cuidados extras, principalmente por causa do sol, calor e mosquitos, mas se você está confiante de que seu filho irá aproveitar a viagem, será uma aventura espetacular.
Reservas
Muitos lodges somente podem ser reservados por meio de agentes de turismo, capacitados a organizar não apenas a estadia como também os deslocamentos através das cia aéreas de Botswana.
Por isso, antes de programar sua viagem informe-se junto ao hotel de preferência, ou com o seu agente, sobre a melhor forma de proceder.
Tomadas e tensão
A tensão no país é de 220v. As tomadas possuem três entradas, sendo dois plugues redondos, só que mais afastados do que aqueles que utilizamos no Brasil.
Alguns hotéis oferecem adaptadores, ou até mesmo tomadas com padrões tradicionais dentro dos quartos.
Moeda
A moeda oficial em Botswana é o pula. Cada dólar vale aproximadamente 8,5 pulas. Os lodges aceitam normalmente pagamentos em dólar, mas nas cidades você precisará trocar moeda ou pagar com cartão de crédito.
Em Maun, por exemplo, é possível efetuar o câmbio no aeroporto ou em casas situadas no centro da cidade. Algumas lojas turísticas aceitam dólares, mas praticam uma taxa de conversão mais baixa.
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Equipamento fotográfico
Para um safári, o ideal é ter uma câmera com zoom de 20x (18-400mm). Com um equipamento desses você conseguirá captar os momentos, feições e movimentos que quer, independentemente da distância.
Caso não seja possível, sugiro pelo menos uma câmera com zoom de 10x (18-200mm). A minha câmera era exatamente um modelo desses, e confesso que senti muita falta de uma lente de maior alcance que me permitisse obter fotos em close.
Menos do que um zoom de 10x, garanto que mais cedo ou mais tarde você irá se arrepender. Muitas vezes os veículos ficam distantes para não assustar os animais, e por isso suas fotos não serão nem próximas daquelas que vemos em revistas e jornais.
Mas, independente da câmera, posso assegurar que nenhuma foto conseguirá registrar a emoção que é fazer um safari e estar tão próximo dos animais. Por isso, aproveite o momento e traga memórias, que jamais serão esquecidas.
Hugo Medeiros viajou a convite do Botswana Tourism.
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14 comentários
Estou grato pela dica, e encantado com esse país, pois vi o filme, que conta a história do primeiro presidente, que maravilha! gostaria de visitar esse país, há muitas coisas interessantes…
Opa… tudo bem/ Então, me apaixonei por Botswana quando vi o filme UM REINO UNIDO, a história do primeiro presidente do país Seretse Khama e Ruth e suas lutas por seu amor e pela independencia de Botswana…. povo forte e ordeiro!
https://www.adorocinema.com/filmes/filme-237771/